tag:blogger.com,1999:blog-75856011229471131052024-03-14T05:24:50.383+00:00Vale CorrerJoão Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.comBlogger71125tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-47487444694236595502022-07-01T17:29:00.004+01:002022-07-01T17:29:54.200+01:00Runcambra - Mais que uma corrida<div style="text-align: justify;">É muito mais que uma corrida. Dizem e tentam transportar essa mensagem para quem por lá aparece, nem que seja para apoiar. O Runcambra, tem características próprias que me fazem esquecer os trilhos.</div><div style="text-align: justify;">Sou suspeito, aliás, o Runcambra simboliza a minha estreia oficial no mundo da corrida, realiza-se no local onde vivo, e onde já conheço os cantos à casa.</div><div style="text-align: justify;">Desde 2016, primeira vez que participei, fui acompanhando as alterações do percurso, ainda que fossem uns metros, ou a alteração do ponto de partida/chegada. Uma coisa era certa, era um trajecto com cerca de 170 metros de desnível positivo, o que para uma prova de estrada propriamente dita, torna-a com um grau de dificuldade acima da média.</div><div style="text-align: justify;">Foram dois anos de silêncio devido aos cancelamentos das provas, até que surge 2022, com um trajecto reinventado, e na opinião geral para melhor em vários aspectos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEina_jpUeAfatDYvd1OzwcokKRv5CzJkRO7EIAs9pyDJJghIgIYbwwGb7q_LaqSWZXJhuh98MK7Q9SHm2sYkTa4T9NdzzG6_JJvPDInizRm9s31TbIx-iEl-RvcN_w8v-Yh82lqzlkbk3WVnDx3YXZyYKgbiGQ3ZA9lN7Z95I_krYscHvxvYJDStKgs0g/s1620/280813142_5431583796875748_1454592872507032805_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1620" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEina_jpUeAfatDYvd1OzwcokKRv5CzJkRO7EIAs9pyDJJghIgIYbwwGb7q_LaqSWZXJhuh98MK7Q9SHm2sYkTa4T9NdzzG6_JJvPDInizRm9s31TbIx-iEl-RvcN_w8v-Yh82lqzlkbk3WVnDx3YXZyYKgbiGQ3ZA9lN7Z95I_krYscHvxvYJDStKgs0g/s320/280813142_5431583796875748_1454592872507032805_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Runcambra</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com tempo, tive oportunidade de fazer o reconhecimento por duas vezes, e confirmei que a dificuldade era bem inferior ao que era costume. Não era para menos, o desnível positivo veio para baixo dos 100 metros, o que facilitava. </div><div style="text-align: justify;">Estava entusiasmado com a prova, mas com algum receio por não fazer provas de estrada desde 2019. Apesar de andar a treinar com regularidade, não sabia como iria reagir a uma prova rápida, em que queria ir a fundo e fazer abaixo dos 40 minutos.</div><div style="text-align: justify;">Conhecia o percurso na totalidade, e sabia onde, quando e como deveria puxar mais, ou abrandar para não quebrar, só a minha cabeça estava preocupada em como o corpo ia reagir.</div><div style="text-align: justify;">Eram 10 horas, hora de partida, e já estava mais que pronto atrás da linha de partida, a evitar a cauda do pelotão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O primeiro segredo estava na forma como gerir a primeira fase da prova, onde andamos num sobe e desce constante, com passagens pela zona de partida/chegada.</div><div style="text-align: justify;">Como seria de prever, ignorei por completo, e andei com ritmos para além daquilo que seria o expectável, felizmente e para meu agrado a respiração nunca foi afectada, e o corpo sempre respondeu bem. A primeira subida que voltava a levar-nos a passar no pórtico de partida, seria a oportunidade de me autoavaliar. Ainda não tinha completado 2 quilómetros, mas que serviam perfeitamente para fazer uma avaliação rápida do que surgiu até ali, e o que se podia antever dali para a frente.</div><div style="text-align: justify;">A sensação de querer puxar ainda mais, deu logo a certeza que estava bem fisicamente, mas com juízo não cometi aquilo que poderia ter sido a morte do artista. Impus o ritmo que queria como média final, e assim o tentei manter durante o resto do percurso, só fugindo à regra quando descia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8FeAiNQHrG6NxZvaZUFo1e_F4sUKKzG8zqOKorTYfjgs80-Ab8L9rEyLVeGN5dAe9BZsZLQwIwafBsri_rlfMMjINH_xgNeWTsvaQmbndIvXIX6wP4wvTjTq3UOTHzvxpNJZX1jAOgkcNL7gtD8QHT4eVDpXbIrGJA7gygpictmMixUradtxZL-8cAw/s1620/281131483_5431660866868041_4937493252176008829_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1620" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8FeAiNQHrG6NxZvaZUFo1e_F4sUKKzG8zqOKorTYfjgs80-Ab8L9rEyLVeGN5dAe9BZsZLQwIwafBsri_rlfMMjINH_xgNeWTsvaQmbndIvXIX6wP4wvTjTq3UOTHzvxpNJZX1jAOgkcNL7gtD8QHT4eVDpXbIrGJA7gygpictmMixUradtxZL-8cAw/s320/281131483_5431660866868041_4937493252176008829_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vai aquecendo</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Foram cerca de 1,5 quilómetros até o piso inverter o declive. Não sendo nada de extraordinário, mas durante 1 quilómetro, percorremos o parque da cidade do lado norte sempre em sentido ascendente. Já do lado sul do parque, em sentido descendente, surgia o segundo segredo de saber gerir a fase mais rápida da prova. Quase 4 quilómetros, que havendo pernas, o limite é a falta de forças.</div><div style="text-align: justify;">Até ali usei um pouco a boleia para minimizar o desgaste, mas estava na altura de seguir à minha vontade, e assim o fiz. </div><div style="text-align: justify;">Pouco mais de 200 metros depois, sou obrigado a parar completamente por um erro meu em não ter atado as atacas em condições.</div><div style="text-align: justify;">Não tardou muito a voltar a acelerar o passo, e voltar à posição que havia deixado. Entrava então na ciclovia, a grande novidade de todo o percurso. Segmento que estou mais que habituado a percorrer, sempre paralelo ao rio com alguma sombra, e sempre a convidar a puxar pelo ritmo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Continuei a ser muito ponderado nas minhas escolhas, demasiado que parece que fui demasiado conservador, e mais uma vez, optei por não cometer loucuras, apenas manter uma passada rápida, e minimamente confortável.</div><div style="text-align: justify;">Chegava à praia fluvial, e só pensava na meta que ficava a uns 2 quilómetros dali. Toda aquela gestão exagerada fez com que não sentisse quebra alguma durante o percurso, e nem ali estava com ideias de abrandar. Ignorei qualquer pensamento de gestão, respirei fundo e fui atacar aquela que seria a subida da prova.</div><div style="text-align: justify;">Antes daí chegar, uma pequeno sobe e desce até finalmente começar a subir.</div><div style="text-align: justify;">Esta era uma zona comum às edições anteriores, e normalmente era onde me sentia mais desconfortável, o que não se sucedeu desta vez. Abrandei ligeiramente, ainda que a tentar forçar o máximo que achava possível para não rebentar, até o declive não ser tão inclinado. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaY3KRUZNjtScg3OzAgLpQ67VGrJWQFWNvn2m6I4BsjTfJ_tJz00x1X4GxpZMQTtmW_OM7qnVA_b8ZzGhGipV6P-vnhwVyPeM7imnf41QoyPSrYVvOUdXEl68Tq9AO7wSUuSXPbdJM83REY3lYTUFFDNxNvDM4SkAw8FKdwKP1A4itSxNCrllq0Z619Q/s1620/281446093_5431671673533627_3200470724257018894_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1620" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaY3KRUZNjtScg3OzAgLpQ67VGrJWQFWNvn2m6I4BsjTfJ_tJz00x1X4GxpZMQTtmW_OM7qnVA_b8ZzGhGipV6P-vnhwVyPeM7imnf41QoyPSrYVvOUdXEl68Tq9AO7wSUuSXPbdJM83REY3lYTUFFDNxNvDM4SkAw8FKdwKP1A4itSxNCrllq0Z619Q/s320/281446093_5431671673533627_3200470724257018894_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A descer tudo é mais fácil.</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi o esforço ideal, a longa recta que faltava até à meta ainda que a subir, foi possível acelerar a passada até ao final, e atravessar a meta com o objectivo dos 40 minutos.</div><div style="text-align: justify;">No final, fiquei com um sabor agridoce. Satisfeito por ter cumprido o objectivo, mas por querer mais, penso que se não tivesse sido tão cuidadoso poderia ter feito melhor marca numa prova que se adivinhava bem mais rápida que as restantes edições.</div><div style="text-align: justify;">Como disse no inicio, sei que sou suspeito pelas várias condicionantes também mencionadas, e no que relatei não descreve de forma alguma o ambiente que se experiencia. Felizmente é um evento que para além de encher as ruas com mais de 1000 participantes, se juntarmos a caminhada, também traz alguma gente à rua que vem aplaudir e dar sempre uma palavra de força. O facto de passarmos na zona de partida e circundarmos em estradas ali ao lado, ajuda a que haja ainda mais apoio. </div><div style="text-align: justify;">E o final? Bem, esse é já uma característica típica do Runcambra, comer e beber à descrição. Se mesmo assim há dúvidas, nada melhor que vir participar.</div>João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-90489422550700623562022-04-11T18:00:00.001+01:002022-04-11T18:00:00.178+01:00Trilhos dos Abutres - Contagiante<div>Algum dia havia de ser a minha vez, os Trilhos dos Abutres acho que inevitavelmente acaba por se cruzar no calendário de todos os amantes da modalidade. Mesmo aqueles que acham demasiado dispendiosa, acabam por tentar a sorte no famoso e controverso sorteio.</div><div><div>É um assunto que acaba por dividir muito as opiniões, e respeitando a de todos, na minha maneira de ver, é uma prova feita com organização do primeiro ao último minuto.</div><div>Foi com grande espanto que no Sábado, após um breve passeio pela Serra da Lousã, que ao levantar os dorsais, vi com grande espanto que estava num evento de outras proporções daqueles que até então havia participado. O espectáculo, o apoio, a envolvência com os locais, entre inúmeras outras coisas, eram de facto algo que realçava e que dava um nervoso miudinho por saber que no dia seguinte ali iria estar.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7F2869eGivCsXPOEjgiAC8azq7AAtjkNaSV2mUBZbL_Pd9lWKAH128wzyF7f8kjrjoUPXGLWNAswKvlC1oj8VU8m80VOwn-MGsrL8bmB1l98NemoTpDOP6LhaJQtqbIGMacgW3wrKQVZRdG5kCaBV1owgzY7qabc_icwPndVaMx_WM4NqWhOTA85j3A/s1685/272997118_2020458114804724_5042699746590462488_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1208" data-original-width="1685" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7F2869eGivCsXPOEjgiAC8azq7AAtjkNaSV2mUBZbL_Pd9lWKAH128wzyF7f8kjrjoUPXGLWNAswKvlC1oj8VU8m80VOwn-MGsrL8bmB1l98NemoTpDOP6LhaJQtqbIGMacgW3wrKQVZRdG5kCaBV1owgzY7qabc_icwPndVaMx_WM4NqWhOTA85j3A/s320/272997118_2020458114804724_5042699746590462488_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Não há quase fotos. Por isso vai uma de longe a longe para não enjoar tantos parágrafos!<br />Créditos na foto</td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div><br /></div><div>E estive, mas já com o coração aos saltos.</div><div>Domingo, 30 minutos faltavam para a hora de partida, e eu sem sair do recanto onde aproveitei para passar o fim de semana.</div><div>Faltavam 10 minutos para a partida, e eu acabava de estacionar o carro umas centenas de metros do local de partida.</div><div>Foi pegar em tudo o que necessitava, na esperança de não deixar nada para trás e foi correr até ao mercado, onde o Joca já ia aquecendo e preparando a malta para arrancar.</div><div>Fiquei mesmo no fundo da cauda de todo aquele montão de gente que se alinhava para os 30 quilómetros de trilhos.</div><div><br /></div><div>A manhã era fresca, mas aqueles minutos intensos até estar dentro da zona de partida foram os suficientes para aquecer, e em pouco tempo lá arrancamos.</div><div>Soube bem aqueles quilómetros iniciais feitos em estrada num pequeno sobe e desce pela localidade, sendo possível dispersar-me por completo do maior aglomerado.</div><div>A rápida passagem pelo Parque Biológico deu para perceber o quão distante ia daquele “grupo” em que vemos que tem o mesmo andamento que o nosso. Ainda assim, a primeira subida que nos deixava no Templo Ecuménico foi momento de abrandar pela primeira vez os motores, e acompanhar as dezenas que ali já iam também eles com ritmo mais moderado.</div><div>Apesar de me sentir confortável e saber que ainda me aguentava com uma corrida suave, achei mais sensato não abusar da sorte. Desconhecia o percurso, sabia por diversas fontes que era técnico, e queria guardar pernas para os 8 quilómetros com 700 metros de desnível positivo que dividiam os abastecimentos.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGAqKzbYjBPN4s5U9WIcGNwk0RzNIvb9QXnQdjEZT42qLNw0OiX55vpBLcnNLAYuYm54BnybxE-NChUXsdoYPw1wUnhMy42SrWozVuM7mtQdMaAJQplPsIzj0AjxA7KGlCEOOANg-Swvj7hNuiyb_tOeeKQ-vl5HmRFt3YZD5mANNk4Q-RLU4NNF4YxQ/s2000/273614007_474654500703375_2124585382723915642_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1335" data-original-width="2000" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGAqKzbYjBPN4s5U9WIcGNwk0RzNIvb9QXnQdjEZT42qLNw0OiX55vpBLcnNLAYuYm54BnybxE-NChUXsdoYPw1wUnhMy42SrWozVuM7mtQdMaAJQplPsIzj0AjxA7KGlCEOOANg-Swvj7hNuiyb_tOeeKQ-vl5HmRFt3YZD5mANNk4Q-RLU4NNF4YxQ/s320/273614007_474654500703375_2124585382723915642_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Uma das várias cascatas. Créditos na foto.</td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div><br /></div><div>Ao fim de 8 quilómetros, lá se iniciou os famosos “single tracks”, que me fazia recordar o Vouga Trail, por em ambos os trilhos serem muito semelhantes (já sei de onde veio a inspiração para o Vouga).</div><div>Envolto em arvoredo, não havia forma de ultrapassar nem de ser ultrapassado sem alguém se encostar a uma árvore para dar passagem, assim seguia num pequeno grupo de 3 ou 4 não cometendo o habitual erro de ir na frente a “abrir” caminho.</div><div>Ao fim de algumas centenas de metros, já estava preparado para dar o passo em frente e descolar, e mal vi uma frecha aproveitei-a, e comigo seguiu somente um.</div><div>Ali inevitavelmente acabei por ser eu a manter o ritmo até ao primeiro abastecimento, onde acabaríamos por separar.</div><div><br /></div><div>Deu-se o clique, que a partir dali a coisa se ia tornar séria, mas com o ambiente efusivo que ali se vivia, esquecia isso enquanto vislumbrava pela primeira vez a famosa escadaria da Senhora da Piedade. Por mais cansado ou esgotado que alguém esteja, acho que é inegável que alguém ali não coloca um passo de corrida. O apoio tão próximo que ali se experiencia é uma injecção de adrenalina em qualquer um.</div><div>Só é pena ser de curta duração, porque mesmo no final da escadaria correr pelo menos para mim ainda não dá, usava os 4 membros para me transportar até à estrada que nos retirava dali, e onde ouvia os comentários “agora é que vai começar”.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqgQVBP29dDxx3xW_8Ez6g4ypaEk3veNfWsmkbOTwbI-GRyw66oRji36LiwYP8B1d26HWv-vapidw18I22PGOaPdd35Rd3JB3kwqo4KFPi3Ad09yZCuuceQTXILtq-rxKX-aUrJplh_nR20TDmd7GLZle13OYasrs2UtAtr8wMrVVJ4c04kUSd2svmWg/s2000/273938922_2031883570328845_161504910388846291_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1333" data-original-width="2000" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqgQVBP29dDxx3xW_8Ez6g4ypaEk3veNfWsmkbOTwbI-GRyw66oRji36LiwYP8B1d26HWv-vapidw18I22PGOaPdd35Rd3JB3kwqo4KFPi3Ad09yZCuuceQTXILtq-rxKX-aUrJplh_nR20TDmd7GLZle13OYasrs2UtAtr8wMrVVJ4c04kUSd2svmWg/s320/273938922_2031883570328845_161504910388846291_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais uma para desenjoar. Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Ora, eu já sabia, só ficou mais claro, e não demorou muito para perceber isso. Se já tinha tido pequenos “deja vú” do Vouga Trail, ali parecia estar lá novamente.</div><div>Um trilho junto ao rio, onde acabaríamos por o transpor por diversas vezes mostrava que não ia ser muito meigo logo à partida.</div><div>Não havia grande margem para corrida, sei por experiência própria, após algumas tentativas que metia a minha integridade física em jogo, acabei por desistir. As subidas eram feitas da melhor forma possível e rápidas, já as descidas a prevenir alguma queda.</div><div>Se inicialmente até pensei que ia bem fisicamente por ir apanhando um ou outro, acabei por retirar essa ideia da cabeça quando vejo que atrás se iam aproximando ainda que alguns metros de distância.</div><div>Após algum tempo finalmente saí daquela encruzilhada, deixando-me pela frente um estradão em forma descendente que não hesitei por um minuto em disparar por ali abaixo.</div><div><br /></div><div>Aproveitei para recuperar algum tempo, mas não demorou muito até o terreno inverter a inclinação, mas que de maneira alguma me fez recuar, e ainda que mais lento, consegui não parar e sempre manter a cadência.</div><div>Já com quase 19 quilómetros, começava a controlar a água, lembrava que o abastecimento era entre os 20 e 21 quilómetros, mas encontrávamos a descer e sem fim à vista. Recordava que para chegar a Gondramaz, local de segundo abastecimento teria que subir, mas não estava a ver jeitos disso, os metros passavam e não via nenhum desvio e a escassez de água preocupava-me.</div><div>Com quase 21 quilómetros, segundo o meu relógio, lá começamos a subir já com as flasks vazias, na esperança que ali a uns metros virávamos algum cume e ali estava o abastecimento, só que não acontecia.</div><div>Após cruzar com um pequeno grupo que ali estava a apoiar a meio da subida, me indicavam que restavam umas centenas de metros.</div><div>Ainda bem, pensei já com os lábios secos e a necessitar de saciar a sede que já atingia um nível considerável.</div><div><br /></div><div>Apesar de estar a ficar com alguns problemas que me iam condicionando, da melhor forma que conseguia, insisti em manter o ritmo mais forte possível mediante as circunstâncias.</div><div>Ao fundo, com quase 22 quilómetros, começava a ver Gondramaz, e com ela uma explosão de sensações.</div><div>Tive a feliz oportunidade de ali chegar sozinho, e foi um momento único, ver e sentir toda aquela gente a apoiar fez-me esquecer aquele último esforço.</div><div>Logo que chego ao ponto de água, encho uma das flasks e sem perder muito tempo tento hidratar o melhor possível, ainda a tentar impedir alguma mazela que dali pudesse surgir.</div><div><br /></div><div>Restavam os 10 quilómetros finais, que na sua maioria eram em sentido descendente. Só queria ter pernas para levar as pernas à loucura dali até à meta. E de facto pernas havia, o caminho é que era tudo menos corrível. Não demorou muito para perceber que não ia ser bem assim. Descidas com algumas zonas escorregadias, pedras afiadas, pedras lisas também boas para alguns deslizes, enfim, aquele típico trilho junto ao rio repleto de obstáculos.</div><div>Só ao fim de 2 a 3 quilómetros os obstáculos foram ultrapassados e ainda que durante pouco tempo deu para acelerar de novo, porque os Abutres não é o mesmo sem lama.</div><div>Apesar do longo período de seca, sem gota de água, os canais de rega fizeram o seu trabalho e mostraram a verdadeira mistura de água e terra. Com as sapatilhas cobertas de lama, as pernas escuras, atravessei a meta que se destaca por toda a envolvência que é o mundo do trail.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHKmyHFMAncBqAk-cfsrBCQJZMERLYz4DFHGRe1Wh2yN0EXecMagAhaMHEVDxbDrgJg67x3zbliciZQWb4B1qWhBqNYcJ8w-mNClpNPgwcOI7VHmDv83busi2gZ5Qac7jKsHUshUMe8DdJRIHJKQLZL3KCxpKHefkJmbtaKBBlKLBPDonlqLAgEn6wNA/s2048/272124504_4865544266868783_615967163915479857_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHKmyHFMAncBqAk-cfsrBCQJZMERLYz4DFHGRe1Wh2yN0EXecMagAhaMHEVDxbDrgJg67x3zbliciZQWb4B1qWhBqNYcJ8w-mNClpNPgwcOI7VHmDv83busi2gZ5Qac7jKsHUshUMe8DdJRIHJKQLZL3KCxpKHefkJmbtaKBBlKLBPDonlqLAgEn6wNA/s320/272124504_4865544266868783_615967163915479857_n.jpg" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Única foto minha. E chegou!</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Não que tivesse dos melhores trilhos que já percorri, nem paisagens que nos faça arregalar os olhos. Mas pela primeira vez, vi uma organização a cumprir com o regulamento pela segurança de todos, um ambiente que nunca experienciei em nenhuma prova de trail, um percurso que dependendo da aptidão de cada um, consegue ser desafiante tanto pela tecnicidade como em manter a faca nos dentes para tentar competir pela melhor posição.</div><div>Na minha modesta opinião, tentam dar o melhor de forma a agradar o mais esquisito por não haver fitas ao fim de 5 metros, como aquele que dispensa os abastecimentos. Entendedores, entenderão.</div></div><div><br /></div>João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-30352697221394836372022-01-12T18:00:00.001+00:002022-01-12T18:00:00.187+00:00Vouga Ultra Trail - Inesperado<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj9akYK1Ci1-p0SWm48Jcmmp95UmxPGpr3upvtDI4whtt4PY86B4kge4qbSeiFQAUsBdJPB_5VI6OWQWXiUDw2lWIg7cDkfZI2i6NvG35XwKIPytdBi4BxiMI0B0gAyJbCtg9eEPyJzhln-mvxPujIVE0h_W3dJ2a1wHwY88gyFuoxGSM2yCXbI8eV7lg=s2048" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj9akYK1Ci1-p0SWm48Jcmmp95UmxPGpr3upvtDI4whtt4PY86B4kge4qbSeiFQAUsBdJPB_5VI6OWQWXiUDw2lWIg7cDkfZI2i6NvG35XwKIPytdBi4BxiMI0B0gAyJbCtg9eEPyJzhln-mvxPujIVE0h_W3dJ2a1wHwY88gyFuoxGSM2yCXbI8eV7lg=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Hora de partir. Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Até parece já tradição, ano novo, e vou para Sever do Vouga arrancar o ano em trilhos. Não é no sentido literal, mas está lá quase, depois de uma primeira edição estranha em 2019, uma segunda versão em 2020 já melhorada, 2022 foi com algum esforço, ano para a terceira edição.</div><div style="text-align: justify;">Eu, para dar continuidade à já habitual presença, quis alterar um pouco a dimensão do desafio, e arrisquei-me na ultradistância com 55 quilómetros e 2400 metros de desnível positivo.</div><div style="text-align: justify;">Nos tempos inconstantes que vivemos, foi um arriscar tudo, era treinar sem ter certezas se o evento seria adiado ou cancelado, fruto dos elevados números de casos Covid, ou mesmo eu testar positivo.</div><div style="text-align: justify;">O minimizar contactos, tanto para me salvaguardar a mim como a quem me rodeia não foi o suficiente, e antes duas semanas, acabei por ser também eu vitima desta pandemia. Em circunstâncias normais, estaria livre dois dias antes da prova, e sem saber que consequências dali poderiam surgir, foi momento de pensar e avaliar a participação.</div><div style="text-align: justify;">A prova estava confirmada pela organização que iria avante, a minha inscrição não podia ser adiada para uma futura edição. Fiz duas corridas antes do evento, para conseguir avaliar o quer que fosse possível avaliar, se era possível estar no tiro de partida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não houve problemas respiratórios, apenas algum cansaço no final de uma das duas corridas, que suscitavam alguma desconfiança se era possível concluir ou não.</div><div style="text-align: justify;">Dúvidas houvessem, era mais que óbvio que cansaço não me ia impedir, a respiração estava controlada, por isso foram motivos suficientes para me agarrar ao desafio.</div><div style="text-align: justify;">E assim foi, pelas 07:30h debaixo de nevoeiro e de uma persistente chuva miúda, liguei o frontal, e parti para o meu primeiro desafio de 2022.</div><div style="text-align: justify;">Da equipa eramos três, o Fábio sumiu-se em pouco tempo, o Élvio ainda seguia ao meu lado, mas com a confusão inicial, acabei por perder de vista.</div><div style="text-align: justify;">Foi sempre a subir pela estrada debaixo ainda das luzes públicas que fomos progredindo, até à chegada dos primeiros trilhos, onde o frontal era fundamental.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi_Pjz3WyZ1NOl41XoPqxrMwjHuPsYT10BvbZZtmDnSFGptDdyHiy-2jMt7L5d15DeHaqWif_IRUDolnojCKSX7uyAPZz0VV9qWSbHy08xRpHYSPI_sATFcQU3ZB6k4a3kwDArVBTXsPV1fAd2CAsLP_8lx_TmEahgtlmA0046C8K7xcWAyG_izq7fwUQ=s1755" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1170" data-original-width="1755" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi_Pjz3WyZ1NOl41XoPqxrMwjHuPsYT10BvbZZtmDnSFGptDdyHiy-2jMt7L5d15DeHaqWif_IRUDolnojCKSX7uyAPZz0VV9qWSbHy08xRpHYSPI_sATFcQU3ZB6k4a3kwDArVBTXsPV1fAd2CAsLP_8lx_TmEahgtlmA0046C8K7xcWAyG_izq7fwUQ=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A primeira fase da prova é praticamente paralela a um pequeno troço de rio, que por si só já é um ambiente húmido. A chuva que não dava tréguas, oleando o percurso e dificultando a progressão. A fila era inevitável, e no longo single track segui a tentar esquivar-me ao terreno mais enlameado fruto já de quem havia ali passado.</div><div style="text-align: justify;">Aproveitava algumas zonas de estradão, onde o piso era mais rígido e afastava-me da fila, assim conseguia ir à minha vontade. Foram quase oito quilómetros até Vila Fria, local do primeiro abastecimento e ponto de arranque até ao ponto mais alto da prova. Iniciei com um trote ligeiro que em poucos instantes foi substituído por uma passada forte e constante.</div><div style="text-align: justify;">Não arrisquei em momento algum, tinha tudo controlado respiração, esforço físico, hidratação e comida, que fez descontrolar a autoconfiança, passando para níveis altos repentinamente.</div><div style="text-align: justify;">Efeito esse que foi o suficiente para justificar a mim próprio que deveria abandonar a zona de conforto e arriscar numa progressão mais rápida. Chegava ao Arestal, ponto mais alto, com quase 15 quilómetros feitos e segundo abastecimento. A confiança estava a elevar a fasquia, não senti desconforto algum, e não sentia dificuldades que pudessem advir do covid, ou pelo menos mentalizei-me disso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgOrHPGVfJk69OxQC2jHKDjLr9_ozr4Ljt-nQSzpDQIE-8dhIo7l2wGxwbQErPRTUbNh3Fe_mgLUpPrvd47RnWHBj-9FaMLPgr9mtZpUOzTgsDNpitCWrnD6y223VfrDaKS0sAgYheet964aKdVK_cYt-aNf9bzmzSdTshZAE8EwcZs83fYU0u0VW9vIg=s2048" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1367" data-original-width="2048" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgOrHPGVfJk69OxQC2jHKDjLr9_ozr4Ljt-nQSzpDQIE-8dhIo7l2wGxwbQErPRTUbNh3Fe_mgLUpPrvd47RnWHBj-9FaMLPgr9mtZpUOzTgsDNpitCWrnD6y223VfrDaKS0sAgYheet964aKdVK_cYt-aNf9bzmzSdTshZAE8EwcZs83fYU0u0VW9vIg=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A meio da subida para o Arestal. Créditos na foto.</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O terreno já havia melhorado há bastante tempo, não senti dificuldades em progredir, a lama já não era um problema, e mesmo a transição entre levadas era feita com bastante facilidade, por entre as diversas aldeias.</div><div style="text-align: justify;">A separação de abastecimentos com maior enfase, cerca de 12 quilómetros, surgiam nesta altura, onde era igualmente na sua maioria feito de forma descendente.</div><div style="text-align: justify;">A descer talvez perdesse um pouco de terreno para quem ali vinha comigo, mas em plano ou a subir acabava por ir apanhando um a um, acabando por se formar um pequeno grupo onde acabei por tomar as rédeas durante bastante tempo.</div><div style="text-align: justify;">Comecei a meter o “tico e o teco” a conversar entre eles, e pensar que não poderá ser sempre assim, a manter-se desta forma, acabarei por quebrar. Abrandava na tentativa de alguém avançar e liderar o grupo, mas ninguém o quis fazer.</div><div style="text-align: justify;">A fase com maior inclinação que nos levava até ao rio Vouga, forçou a que o grupo acabasse por partir, o piso tornou-se perigoso, para além da lama, algumas pedras soltas obrigaram a redobrar os cuidados, e só mesmo no fundo com uma vista deslumbrante sobre o rio é que as coisas acalmaram.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Acalmou de certa forma, pelo menos o meu ritmo acalmou, mas o desgaste nem por isso, comecei a sentir um ligeiro desconforto, ainda que tolerável. Dali até ao abastecimento em Amiais, o sobe e desce repentino era sistemático, tendo me dado uma ligeira marretada que não davam bons sinais para a continuidade. Será do covid? Será de ter estado uns dias fechado em casa? Terei abusado?</div><div style="text-align: justify;">Foram as questões que começaram a imperar na cabeça, e não surgiam respostas.</div><div style="text-align: justify;">Chegava ao abastecimento com quase vinte e oito quilómetros, e preparava a minha bebida como havia feito no abastecimento anterior, o pó mágico para dentro da garrafa, e pedi que me enchessem a garrafa. Não sei o que aconteceu, mas para meu espanto o pó havia desaparecido da garrafa, não sentia o sabor da mistura, após ter deixado para trás o abastecimento.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEilhDrq2NKDa_E-D_g-H_iqR8wQPIjJ7HbqLfFk15mm6DziZnBHXd2dA4UhcHNSO78hbheLecIdG-q5WTiyGOBJrfQdoKGEAR79QntxOEGhhnf4Q4qI8JDt3CZ73O1znOWogjEV15F2SaYuJI7W86TmAyJtj7yJ8hrpbfwuWQYyYYoRqKuJ8b3-fxB75g=s1755" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1170" data-original-width="1755" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEilhDrq2NKDa_E-D_g-H_iqR8wQPIjJ7HbqLfFk15mm6DziZnBHXd2dA4UhcHNSO78hbheLecIdG-q5WTiyGOBJrfQdoKGEAR79QntxOEGhhnf4Q4qI8JDt3CZ73O1znOWogjEV15F2SaYuJI7W86TmAyJtj7yJ8hrpbfwuWQYyYYoRqKuJ8b3-fxB75g=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As fantásticas cascatas. Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tentei não gerar mais problemas interiores, aceitei e tentei da melhor forma possível dar continuidade ao meu caminho, alguma coisa há de dar.</div><div style="text-align: justify;">A descer a coisa ainda ia, mas a subir estava a ser desconfortável, e na última divisão de distâncias (35 e 55), virei para a barragem, e mentalizei-me que era uma fase. Não faço a correr, vai a caminhar, quando melhorar logo se prossegue. A travessia da barragem, indicava a longa e inclinada segunda subida, que acabou por ser feita a caminhar, sendo ultrapassado constantemente, e ficando apenas com outro que me seguia sem mostrar qualquer interesse em avançar.</div><div style="text-align: justify;">Este pequeno monte estava a ser uma pérola cheio de surpresas, com subidas curtas e ingremes, descidas rápidas, e repete. A subir era impensável correr, a descer queria andar mais depressa, mas ao fazê-lo ia estar a esforçar algo que se estava a recompor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fico sozinho, e arrisco novamente uma corrida que me leva até ao abastecimento em Alagoa dentro de uma pequena cave. É o abastecimento que demoro mais tempo, aproveito o chá quente que servem e me vai reconfortando o estômago, e descanso um pouco. Ao fim de alguns minutos, e já abastecido retorno ao percurso, sem grandes pressas, mas cheio de frio. O tempo que estive parado, foi o suficiente para arrefecer o suficiente para tremer um pouco os lábios. O chá estava a fazer efeito, estava a sentir bem melhor, e o próprio terreno pedia para correr, e acabei por ceder. Ainda que contido, dei os primeiros passos num suave trote, até me sentir bem o suficiente e aumentar a velocidade aos poucos. Fui conseguindo aquecer, e já estava de volta à prova na integra. Verdade que a zona ajudou, era um bónus, mas com a chegada de zonas mais técnicas junto ao rio, não houve impedimentos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhooYwc9P3jA15AHMDx8sdhe1k8947zdkWYHWgZEg88JrT4j8dCY5m_nbUjfLqqijX4f5CCur7zRmbWzCP-HJfa5ha1tKCnk4LUPDCLP4BbRcp07pW1uk6QhjYy4zTg-oK99f6IQPYBLFjeLtBHfzbRnoPv7vQf7kKbDgPHKaHYCP54IYlYiIt5ie4RYw=s1500" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="998" data-original-width="1500" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhooYwc9P3jA15AHMDx8sdhe1k8947zdkWYHWgZEg88JrT4j8dCY5m_nbUjfLqqijX4f5CCur7zRmbWzCP-HJfa5ha1tKCnk4LUPDCLP4BbRcp07pW1uk6QhjYy4zTg-oK99f6IQPYBLFjeLtBHfzbRnoPv7vQf7kKbDgPHKaHYCP54IYlYiIt5ie4RYw=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Só fotos da cascata de Cabreia. Créditos na foto.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">Não surgiu mais contratempos, e até ao último abastecimento em Paradela consegui sempre um ritmo mais ou menos certo.</div><div style="text-align: justify;">Já restavam poucos quilómetros, mas faltava o que para mim ia ser o maior desafio nesta distância, a última subida até quase à meta.</div><div style="text-align: justify;">Não demorou muito a chegar à ecopista do Vouga, que nos embalou durante um quilómetro num piso plano e limpinho até a uma encosta que nos metia logo com 20% de inclinação. Conhecia aquela encosta, ainda que feita em sentido contrário, e sabia o quão inclinada era, mais o acumulado e quilómetros que as pernas já sentiam, ia ser uma aventura chegar à meta. Sintonizei a passada, inclinei o tronco ligeiramente para a frente, e as mãos atrás das costas, e lancei-me até ao topo. Quando visivelmente o caminho nos convidava a correr, as pernas não queriam responder, sendo as descidas o único troço favorável para tal. Ou então com a meta à vista… Começo a reconhecer o local, sorrio e sem saber como, todos aqueles músculos das pernas contraídos se alinham e levam-me até à meta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tudo o que antecedeu a prova, certamente contribuíram para que fosse uma conquista inesperada. Houve momentos antes e durante que duvidei se seria capaz de o fazer por ter estado 10 dias fechado em casa. Verdade que o treino já estava feito, e acabei por fazer algum reforço em casa, mas a falta de regularidade aliada às possíveis mazelas que podiam surgir do covid, tornavam o desfecho imprevisível.</div><div style="text-align: justify;">Já o evento em si, apenas com três edições, mas com um caminho positivo e crescente. Não que desgoste de correr com chuva, mas um dia de céu aberto tornavam o percurso bem mais interessante. Situação que obviamente não torna a organização responsável, só contribuía para realçar o percurso.</div>João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-69249923365656059072021-10-29T17:00:00.004+01:002021-10-29T17:00:56.885+01:00Freita Skyrunning - Ajuste de contas<div style="text-align: justify;"><div>Havia um ajuste de contas a fazer com este percurso, algo que ainda não tinha aceite de animo leve, que das duas vezes que ali coloquei os pés, não havia corrido como pretendia.</div><div>O percurso é simples, 25 KM com 1500 D+, onde o segredo é desvendado à chegada da principal subida da distância, dependendo do desgaste que causaste até ali chegar. E aprendi isso facilmente logo na estreia, em 2018, quando me arrastei pela subida a suplicar que aquilo terminasse. Já em 2019, achei que duas provas seguidas não iriam ser um problema, e ao fim de cinco, seis quilómetros já adivinhava o desfecho, tendo sido a minha pior prestação.</div><div><br /></div><div> </div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-gC_1IDPi2kM/YXwZoaPPk8I/AAAAAAAAOfU/cGWqiGkbDzcpgi46t8FPpMPPpu8cG8bVACLcBGAsYHQ/s2048/243895430_525638292161247_8101844798433879194_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-gC_1IDPi2kM/YXwZoaPPk8I/AAAAAAAAOfU/cGWqiGkbDzcpgi46t8FPpMPPpu8cG8bVACLcBGAsYHQ/s320/243895430_525638292161247_8101844798433879194_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div>Créditos na foto</div><div><br style="text-align: justify;" /></div></td></tr></tbody></table><br /><div>Não que achasse que fisicamente havia melhorado, e talvez até estivesse, mas mentalmente sabia que estava empenhado, e com rigor, coisa que até então nunca foi o principal foco. Notei isso logo nos dias antes da prova, nas inúmeras vezes em estudei o percurso, onde abusar, onde descansar, onde comer, o que comer, enfim...</div><div>Admito que o facto de conhecer o percurso na sua totalidade, facilitou a vida, ainda que com algumas diferenças em relação às anteriores edições, mas na grande maioria não iria fugir aquilo que já haviam enraizado desde a primeira edição.</div><div><br /></div><div>Passaram-se 15 dias desde Vadia, mas as lições que aprendi ainda estavam bem frescas, como aquela manhã na aldeia de Felgueira – Vale de Cambra.</div><div>O local de partida voltava às origens, no campo de futebol, onde vi partir os 42KM, enquanto aquecia e aguardava pelas nove horas para chegar à minha vez.</div><div>O habitual controle do material obrigatório, o que acho ser benéfico para ambas as partes, e aguardar pelo tiro de partida.</div><div>Eu e o Élvio eventualmente iriamos andar não muito distantes na fase inicial, depois mediante a condição e objectivos de cada um, poderíamos separar um do outro. O Fábio fez questão de vir testemunhar isso, e contribuir também para o melhor desfecho possível de ambos.</div><div>E isso verificou-se ao fim de uns 400 metros, já quando íamos a subir, quando ouço uma voz “João, cola-te aos da frente”, olhei para o lado e estava lá o Fábio, a fazer de treinador. O Élvio ia a poucos metros dos primeiros, eu mais contido estava um pouco mais para trás, e lá apressei um pouco mais a passada, tanto para desprender da maioria, como para dar mais “calor” à minha prova.</div><div><br /></div><div> </div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-gDGjZN5D_Bk/YXwZ06P4SAI/AAAAAAAAOfY/8t_Qr5Wv254ClIy883yt0J3jNKe7eYUvgCLcBGAsYHQ/s2048/244336310_526414472083629_2908270244611698485_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-gDGjZN5D_Bk/YXwZ06P4SAI/AAAAAAAAOfY/8t_Qr5Wv254ClIy883yt0J3jNKe7eYUvgCLcBGAsYHQ/s320/244336310_526414472083629_2908270244611698485_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div>Ainda fresco. Créditos na foto</div><div><br style="text-align: justify;" /></div></td></tr></tbody></table><div>Mal iniciei a descida, deparei-me completamente sozinho, via por vezes alguém à minha frente, mas para trás deixei de ver ou ouvir, tanto que acabei por me desligar da possibilidade de ser ultrapassado.</div><div>Foi sensivelmente aos três quilómetros que apanhei o Élvio, estava a ser ultrapassado também ele pelo homem que vinha eu a seguir desde que iniciamos a descer.</div><div>Para mim não era novidade nenhuma que ali já se via muita gente a abrandar, após uma abrupta descida, e sendo bom tecnicamente, é feita a um ritmo louco, o problema é manter esse mesmo ritmo quando já não se desce mais.</div><div>Ia intercalando corrida e caminhada enquanto voltávamos para a Felgueira mesmo para o centro da antiga aldeia, primeiro por entre antigos caminhos cobertos de grande arvoredo, e depois pelos caminhos aos campos, onde o gado ainda percorre para se alimentar.</div><div><br /></div><div>Era altura de deixar Felgueira para trás, e rumar a Cabrum, por um estradão que nos “obrigava” a correr. Hora também para dar inicio à rigorosa alimentação e hidratação mais rigorosa, fruto do meu intensivo estudo. Não que estivesse a desidratar, mas o frio já havia deixado para trás há alguns quilómetros atrás, e o calor do corpo já havia proporcionado alguma transpiração, e queria evitar o já habitual erro, beber só quando tiver sede.</div><div>Juntava-se a nós o Fábio, que fez questão de nos “rebocar” a partir dali, num estradão enganador, e que vai deixando algumas mazelas. É um autêntico carrossel, onde se está a subir ou a descer, mas sempre a correr, o próprio piso, parece que obriga a isso mesmo, e eu só me deixei levar. As pernas permitiam que conseguisse andar livremente, e a respiração sempre controlada, sem andar no limite acompanhava aquela loucura.</div><div>O Élvio teve algumas dificuldades em acompanhar numa inicialmente, mas com algum esforço e apoio do Fábio acabou por se encostar e voltamos a agrupar, pelo menos até ao abastecimento. Não era a melhor altura para ignorar o rigor, independentemente de tudo estar a correr na perfeição, e ao contrário do Élvio que seguiu, parei. Parava para encher as garrafas de água, que apesar de ainda não necessitarem de ser totalmente repostas, sabia que dali ao próximo abastecimento ia necessitar de uma boa quantidade de líquidos, para além do sol estar a dar algum ar da sua graça.</div><div><br /></div><div> </div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-hml_7Er0qTg/YXwZ-ucq8eI/AAAAAAAAOfg/c7co-ztGJCoLIVLktHDKwi1MfH928KwJwCLcBGAsYHQ/s1868/245050413_530893211635755_6450962102493844547_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1245" data-original-width="1868" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-hml_7Er0qTg/YXwZ-ucq8eI/AAAAAAAAOfg/c7co-ztGJCoLIVLktHDKwi1MfH928KwJwCLcBGAsYHQ/s320/245050413_530893211635755_6450962102493844547_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div>A chegar a Cabrum.</div><div><br style="text-align: justify;" /></div></td></tr></tbody></table><div>Voltava a correr enquanto trincava um pedaço de banana, rapidamente voltei a ritmos rápidos o suficiente para encontrar com o Fábio e Élvio. Mais uma vez, e após os apanhar, volto a apressar o passo e só abrando um pouco pelo trilho da levada não estar a 100% para ser feito a correr sem que tenha que benzer para não cair.</div><div>Dentro de água, fora de água, salto para um lado para o outro, enquanto ia apanhando os alguns dos 42 quilómetros que por ali andavam. Chegava a Paraduça, a última aldeia antes de derreter as pernas todas. Não havia abastecimento, mas havia regras a cumprir com a alimentação, e as barras estavam a cair na perfeição, dando energia suficiente e repor o que necessitava, mantendo fiel às barras, apontava em direcção à primeira subida mais aterrorizante.</div><div><br /></div><div>Já não passava naquela zona desde 2019, mas recordava na integra aquela subida pelo meio do pinhal, não muito longa, mas bastante ingreme.</div><div>Enquanto descia para dar de frente com aquela pequena parede, estranhava estar a descer tanto e não me lembrava de assim o fazer, mas pensei, “fruto do esquecimento”.</div><div>Ignorando qualquer desconhecimento do local, imaginava que ao fim de 2 anos apenas não me recordava daquela zona daquela forma, até finalmente me deparar com a entrada a subida.</div><div>Não, aquela não era o pinhal que habitualmente rasgava algumas pernas, era pior.</div><div>O desconhecido era normal, afinal só tinha enfiado mais fundo, para dar inicio a uma parede ingreme.</div><div>Psicologicamente fiquei um pouco preocupado, porque não tinha previsto aquilo, sabia que havia uma alteração na parte final, mas ali parecia-me tudo igual, sem saber se sairia dali com muitas mazelas fisicamente. Restou-me agarrar às pernas, e zarpar dali para fora desse como desse.</div><div><br /></div><div> </div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_Yp9QQSoAeE/YXwaI0em8zI/AAAAAAAAOfo/tAnhXjOZM84uzo4lquERhkzevklojpACQCLcBGAsYHQ/s1875/244363756_526428638748879_6244761260273446017_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1251" data-original-width="1875" height="214" src="https://1.bp.blogspot.com/-_Yp9QQSoAeE/YXwaI0em8zI/AAAAAAAAOfo/tAnhXjOZM84uzo4lquERhkzevklojpACQCLcBGAsYHQ/s320/244363756_526428638748879_6244761260273446017_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div>Créditos na foto</div><div><br style="text-align: justify;" /></div></td></tr></tbody></table><div>O Fábio colava-se atrás de mim, enquanto o Élvio começava a ficar para trás. Achei por bem, dizer para ficar com ele, afinal ele estava com dificuldades, e eu ainda tinha pernas para andar.</div><div>Já me havia mentalizado que não havia tempo para me armar em vitima, e da melhor forma possível saí daquela subida com as pernas a ferver.</div><div>Dali seguia até ao fundo do freita vertical, e até lá teria que comer, pensei em gel, mas estava algo receoso por me dar a volta à barriga, então optei pelo mais seguro, e mantive as barras.</div><div>A marretada habitual era ali em baixo, mesmo no fundo de uma aldeia já abandonada, onde por uns degraus já algo desgastados ou mesmo destruídos damos inicio à aventura de um pequeno alto ali enfiado no meio das imensas colinas. Voltamos a descer para atravessar um pequeno riacho, e assim dar inicio ao tormento.</div><div>Normalmente chego a esta fase já a pingar em bica, e só tende a piorar mal atravesso o rio, tanto pelo tipo de terreno como pelo clima abafado que se faz sentir naqueles cerca de 400 metros iniciais.</div><div><br /></div><div>Não deve ser mais que isso, mas é o suficiente para dar sequelas para o que daí vem. A zona é envolta em arvoredo, o que até é bom para proteger de vento e calor abundante, o problema é que o ar quente dali também não sai, tornando o ar “pesado”, o terreno, esse é feito a grande maioria em progressão lenta, apoiando por vezes os pés em alguma fenda das rochas ou da terra já calcada, por vezes com as mãos no chão ou em algum tronco de árvore que seja firme o suficiente para aguentar o nosso peso. É isto durante umas centenas de metros, num trilho estreito a tricotar aquela enorme colina, até pisar um caminho bem diferente. Daí já sabemos que o pior está feito, mas que levamos esse mal todo connosco cravado no corpo.</div><div>Ao fundo conseguia ver o carro dos bombeiros que estava a meio da subida, local onde cruzávamos com a estrada e ponto de abastecimento, que naquela altura até parecia perto, mas que penei até lá chegar.</div><div><br /></div><div>Foi curioso e reconfortante conseguir identificar que fisicamente estava bem, e que em 2019 no mesmo local estava quase decidido a desistir, enquanto bebia a água que restava de um dos flasks e me faziam o favor de encher o outro. Tinha água suficiente para retomar caminho, e entrava na “choradeira”. Não era eu a chorar ou a lamentar, mas sim aquela a alcunha daquela secção da subida, onde a pedra cravada no chão sustenta as inúmeras pedras soltas que vamos calcando. Não houve um momento que tivesse corrido, caminhava mais apressadamente, mas não queria arriscar um esforço maior, não ali, não agora, estava a correr bem demais, e não queria estragar tudo tão perto do fim.</div><div>Olhava para o alto, e via exactamente o ponto onde iria dar, sendo por vezes assustador imaginar o que ainda teria que percorrer para lá chegar, nada que não se faça, mas que ainda iria arrancar muitos suspiros ou um simples “Aiiii” dentro de mim.</div><div><br /></div><div>O Freita Vertical é matreiro, tem cerca de 4 quilómetros de extensão, com sensivelmente 800 metros de desnível, mais coisa menos coisa. Sendo a fase inicial e final as principais dores de cabeça, neste caso dores de pernas.</div><div>Se no inicio abusas, é para arrastar o corpo até ao final, se não abusas, vais massacrando até chegar às escarpas e rebentar o resto. Eu não fui excepção, na zona mais bonita, com uma vista deslumbrante, mas tão arrasadora fiquei com as pernas a arder uma vez mais, e ainda que com um trote me arrastei até ao abastecimento senti, algum cansaço. Talvez falta de reposição de comida, ou esforço da longa subida. Parei comi e hidratei, com o pessoal de abastecimento mais simpático que apanhei até hoje. Só não me trouxeram uma cadeira para me sentar porque não havia. Impecável.</div><div><br /></div><div> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-A6KH8YFAWeM/YXwaVpYuBOI/AAAAAAAAOfw/Njyy90jayI83zLjzw2abKIiglt6E2uGMQCLcBGAsYHQ/s2048/243833224_525957175462692_198752325661938404_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-A6KH8YFAWeM/YXwaVpYuBOI/AAAAAAAAOfw/Njyy90jayI83zLjzw2abKIiglt6E2uGMQCLcBGAsYHQ/s320/243833224_525957175462692_198752325661938404_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div>A terminar o vertical. Créditos na foto</div><div><br style="text-align: justify;" /></div></td></tr></tbody></table><br /></div><div>Agradeci e segui caminho. O Vertical não acabava ali, ainda havia mais, pelo menos até ao radar meteorológico, não sendo já muito extensivo, mas ainda duro. Foi o momento que dei por mim a falar sozinho, estava a ferver das pernas, e com a gana toda que estava a correr na perfeição, tal como eu queria, mas para não deitar tudo a perder agora, tão perto do final. E assim que atingi a torre, retomo a correr para descer até à Carvalheira, mas onde começou a surgir os problemas.</div><div>As malditas caibras que me atacaram 15 dias antes, estavam a dar sinais de vida, não que fosse um problema naquele momento, mas dentro de pouco tempo poderia ser.</div><div>Aproveito a descida para soltar as pernas, e ver se consigo libertar um pouco aquela pressão do esforço, mas sem grande sucesso. Contorno a aldeia e vou em direcção há única alteração que eu tinha conhecimento, e ao mesmo tempo acompanho um atleta dos 42 quilómetros que havia desistido por se ter enganado no percurso, e me dizia que devia estar em 10º lugar. Sinceramente não fazia ideia da posição, acabei por lhe responder, mas se assim o fosse já era mais que bom. Seguindo a minha vida, lá me encaminhei para a última subida.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-oXAOl6MJ_k0/YXwacqarogI/AAAAAAAAOf4/Ira2RdoocAojgOaZGfHO7haHMJFJUizPACLcBGAsYHQ/s2048/244276535_525946752130401_9045660673263657116_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-oXAOl6MJ_k0/YXwacqarogI/AAAAAAAAOf4/Ira2RdoocAojgOaZGfHO7haHMJFJUizPACLcBGAsYHQ/s320/244276535_525946752130401_9045660673263657116_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div>O radar lá no alto. Créditos na foto</div><div><br style="text-align: justify;" /></div></td></tr></tbody></table><div>Para além de terem dificultado a subida do Pinhal, agora voltamos a subir em direcção ao radar, e só depois descemos.</div><div>As pernas já estavam rebentadas, as caibras começaram a falar mais alto novamente, e de uma forma qualquer lá fui subindo, comendo e bebendo a implorar que não rebentassem ali, estava tão perto do final, que podiam aguentar mais uma pequena dose. Não sei como, mas cederam aos meus pedidos, e aguentaram até ao final sem reclamações para comigo, ou de mim para com elas.</div><div>Desci, e ainda consegui acelerar um pouco quando o piso o permitia, e já na Felgueira cruzo com outro que já vinha a caminhar algum tempo, me dizendo que ia ficar pela oitava ou nona posição, deixando claro que já não fazia questão de se esforçar mais. Não muitos metros depois, vejo mais um a caminhar desgastado. Foi a minha hipótese para chegar mais um pouco à frente, e conseguir voltar à Felgueira e finalizar na 7ª posição da geral, 1º de escalão e contribuir para primeiro lugar de equipas.</div><div><br /></div><div> </div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-cahPUNj248M/YXwai9eF6lI/AAAAAAAAOf8/w9PvdwOe91MALdgE-EbYpXWnAfCgf5JvwCLcBGAsYHQ/s2048/243887541_525957335462676_3819927680171864181_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-cahPUNj248M/YXwai9eF6lI/AAAAAAAAOf8/w9PvdwOe91MALdgE-EbYpXWnAfCgf5JvwCLcBGAsYHQ/s320/243887541_525957335462676_3819927680171864181_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div>Créditos na foto. Fritz para não variar :)</div><div><br style="text-align: justify;" /></div></td></tr></tbody></table><div>Um resultado que vale o que vale, tendo em conta a pouca afluência de atletas, mas sei reconhecer que houve esforço e controle suficiente para me vingar das duas tentativas que me deixaram de rastos anos anteriores.</div><div>O percurso teve duas pequenas alterações que a meu ver foram bem-vindas, dificultando um pouco mais a prova, que se resumia a uma boa gestão, e uma subida, nesta distância.</div><div><br /></div><div> </div></div>João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-47530317281825341802021-09-22T13:30:00.001+01:002021-09-22T13:30:00.232+01:00Vadia Skyrace - O tão aguardado regresso<div style="text-align: justify;">Já não me lembrava como era antes, foram vários meses, na verdade mais de 18 meses depois que volto a colocar um dorsal à cintura. Este tempo todo foram ocupados com treinos, e alguns, poucos, desafios e outras aventuras como a ida ao <a href="http://valecorrer.blogspot.com/2020/09/aventura-ao-sao-macario-viagem-de.html" target="_blank">São Macário</a>, e umas 12 Horas às voltas, que tiveram mais impacto a nível pessoal durante este período de bloqueio ao que nos era dado por garantido.<br />Talvez por este tão grande espaço temporal, ausente daquilo que já me era tão familiar, foram o que me levaram a recordar aquele nervoso miudinho que já não sentia, desde não sei quando, e aquela ansiedade de querer deixar tudo num percurso que já me era conhecido, tanto por já ter feito os vários trilhos que o componham, ou só pelo motivo de ser à porta de casa. <br />Vadia Skyrace, 24 quilómetros, com 1600 metros de desnível positivo, era aquilo a que me propus para regressar às provas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nTTHkhyyrKU/YUr0lFMn2hI/AAAAAAAAOVA/rKZQK3muw6YOyZG4Buns0woXq1Sn5P89gCLcBGAsYHQ/s1620/242367613_208726374657471_1099005713424343017_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1620" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-nTTHkhyyrKU/YUr0lFMn2hI/AAAAAAAAOVA/rKZQK3muw6YOyZG4Buns0woXq1Sn5P89gCLcBGAsYHQ/s320/242367613_208726374657471_1099005713424343017_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vale de Cambra à vista, com Freita em plano de fundo. Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fui sensato em perceber que devia arranjar as coisas de véspera, para não chegar a Ossela, a lamentar que faltava isto ou aquilo, infortuno do esquecimento do que deveria transportar comigo.</div><div style="text-align: justify;">Numa falha que fosse daquele que era o material obrigatório, eram mais 30 minutos somados ao tempo final, o que a julgar pelo tempo que realizei, até parece que realmente me esqueci.</div><div style="text-align: justify;">Foram preciso 3 horas e 45 minutos para terminar aquilo que a meu ver, me parecia, no pior cenário feito em menos 15 minutos, e mesmo assim era um abuso. Contudo, o meu cérebro hoje já encontrou o problema para este atraso, falta de treino mais adequado à exigência da prova.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas recuando um pouco, voltemos a Ossela, onde finalmente, voltei a respirar trail, ainda que filtrado por uma máscara por cada individuo que marcava posição atrás da linha de partida, mas respirava. Máscara essa que foi retirada uns 200 metros depois de arrancar, e que arranque… Sensivelmente durante um quilómetro, ainda que feito a descer, senti-me numa prova de estrada, tal era a velocidade praticada por aqueles velocípedes. Acabei por ir no arrasto, e com a ideia fixa de não me ficar muito para trás, pelo simples facto de saber que iriamos entrar em single tracks logo que deixasse o asfalto.</div><div style="text-align: justify;">Enfiei-me no meio das feras, agora só tinha que aguentar o ritmo de quem ia à frente, e não empatar quem vinha atrás. Foi assim durante uns quatro quilómetros num trilho improvisado junto ao rio Caima, num sobe e desce curto, constante e inclinado. As subidas eram feitas a passo, as descidas a deslizar por entre as árvores que nos aparavam de uma eventual queda mais aparatosa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-k8Rbtl5s4nc/YUr2zsYM_4I/AAAAAAAAOVY/LzW6N-xrTncOnKg3rb2cMFvXWUt7FXYZQCLcBGAsYHQ/s2048/242449118_1308911132899658_8408521556141756839_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-k8Rbtl5s4nc/YUr2zsYM_4I/AAAAAAAAOVY/LzW6N-xrTncOnKg3rb2cMFvXWUt7FXYZQCLcBGAsYHQ/s320/242449118_1308911132899658_8408521556141756839_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Travessia do rio Caima. Créditos na foto<br /><br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Virava costas ao rio, e à flora mais fofa e densa, para um piso mais técnico, e arejado, onde o sobe e desce já eram ligeiramente mais longo, mantendo as mesmas características do constante e inclinado. Sair do monte de Crasto e entrar na serra de Lordelo, é o mesmo que ir a um parque de diversões, e andar num carrossel para os miúdos e entrar numa montanha russa. O sobe e desce está presente em ambos, mas a aventura, adrenalina é outra, assim como a altitude e extensão das subidas, descidas.</div><div style="text-align: justify;">Repito por diversas vezes os termos "subida" e "descida", por uma razão simples, simplificar aquilo que não é possível ilustrar por palavras, mas que fazem jus aquilo que esta prova é num todo. Numa serra como esta, com altura máxima de 500 metros, e mínima de 200 e qualquer coisa, não é preciso explicar muito o que é necessário para concluir os 1600 metros. Não há tempo para descanso, para grande correria, passamos grande parte do tempo a olhar para o chão, seja a subir para não desmotivar com o olhar para o topo, seja a descer para não ir aos trambolhões até ao fundo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A "Manhosa", segmento baptizado pela minha pessoa e mais um grupo de amigos, por tantas vezes ali passar e ser massacrado lentamente, é a porta de entrada numa das extremidades desta serra até um ponto mais alto. Após um pequeno corte pela encosta, subia então até ao ponto mais alto. Subir, aqui não é o termo mais correcto, mas sim escalar, devido aos cerca de 100 metros de extensão, com uma média de 49% de inclinação, que havia conhecido uma semana antes.</div><div style="text-align: justify;">Um novo recorte no percurso, desta vez criado propositadamente pela lateral direccionava até à descida da serra feita num corta fogo. Não é que seja muito extensa, mas o terreno, é daqueles que queremos evitar de qualquer forma, a quantidade de pedra solta, pode ser o menor problema, tendo em conta a irregularidade do piso, com buracos, regueiros ou mesmo troncos de árvores ainda cravados na terra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-5kT_1i2b3g0/YUr3NPvwixI/AAAAAAAAOVk/fN9Zi0kHhiQsj_cxmuMzWyBWCulKts46QCLcBGAsYHQ/s1620/242518642_208725697990872_9005780974821124118_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1620" data-original-width="1080" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-5kT_1i2b3g0/YUr3NPvwixI/AAAAAAAAOVk/fN9Zi0kHhiQsj_cxmuMzWyBWCulKts46QCLcBGAsYHQ/s320/242518642_208725697990872_9005780974821124118_n.jpg" width="213" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cume da Serra de Lordelo. Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Com nove quilómetros surgiu o primeiro abastecimento, tentei parecer um piloto da fórmula 1, comendo apenas uma banana, e enchendo as garrafas de água e arrancar. Trazia comigo mantimentos suficientes, ou achava eu, que eram os necessários para todo o percurso. Entrava na trialeira de Lordelo, a subir numa fase inicial, e a descer na fase final, até ao trilho do Castor. Gosto particularmente deste trilho, não pela beleza, mas sim pela falsa sensação que nos dá. Num momento parece que consegues correr, noutro estás ofegante agarrado às pernas a progredir em passo acelerado. Com isto feito significava o final da travessia da Serra de Lordelo, e descer na extremidade oposta à que havíamos entrado. Não significa nada, porque após a travessia da estrada, encontra-se uma pequena serra idêntica, muito mais pequena, mas igualmente severa, a Senhora da Graça. Onde imaginem, iria continuar com sobe e desce seja por trilhos já existentes, ou por novos tricotados pela encosta. Seja de que forma fosse, era para doer, e foi aqui que senti a necessidade de descansar um pouco e alimentar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De novo no rio, desta vez o Antuã, que proporcionou o maior tempo a correr desde há muito tempo, voltando também a flora mais densa, o ar mais húmido e fresco. Abrandava apenas pela travessia das levadas, que por vezes implicava ir com os tornozelos submersos. Não era nada demais, comprado com o que ali seguiria. A descida levava ao leito do rio, à cascata da Pedra Má, e à travessia de um pequeno troço do rio, sob as pedras lisas, cobertas de verdete, algumas expostas ao ar, ainda que húmidas, outras completamente submersas.</div><div style="text-align: justify;">É o tipo de terreno que menos me dou, o que mais me preocupa, pelos mais que óbvios motivos de não ser de bom agrado, nem para mim, nem para o meu esqueleto, uma queda naquele tipo de piso.</div><div style="text-align: justify;">Queria sair dali, mas para isso só escalando até ao alto da Pedra Má, um rochedo que sobressaia, e alcançava o topo das árvores, para então descer novamente, assim que o transpunha.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-PVj4hfcsBZI/YUr3UZ9YamI/AAAAAAAAOVo/G_bKGotelOYGfa26IVdf76-EPXpdShT_wCLcBGAsYHQ/s2048/242565279_1308912549566183_43847692359375529_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-PVj4hfcsBZI/YUr3UZ9YamI/AAAAAAAAOVo/G_bKGotelOYGfa26IVdf76-EPXpdShT_wCLcBGAsYHQ/s320/242565279_1308912549566183_43847692359375529_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Enquanto as pernas ainda davam. Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi ali que tudo começou, já no rio, quando tentava subir umas pedras, os quadríceps queixaram-se. Agora enquanto estava em mais uma caminhada até mais um ponto, o corpo começou a reclamar. Preciso disto, preciso daquilo, mas acima de tudo queria água, o que já não abundava por sinal naquela altura. Aliás, era tão escassa que já havia auto controlo na ingestão de líquidos, para aguentar até ao abastecimento. Mas era inevitável, a "Rolling Stones", e não, não é a banda, é só mais uma subida cravejada de pequenas rochas sobrepostas entre si, onde é impensável correr, forçou em espremer o que restava de energia dentro de mim. Não sobrou muito de mim no final daquela subida, e não restou nada de água, e mesmo assim não estava saciado. Aquele avanço que levava para o resto da malta, começou a encurtar, de tal forma que começava a ouvir algum movimento. Uma descida que em situação normal seguiria em forma parecida ao de correr, agora só em corrida misturada com caminhada atento a qualquer sinal de tentativa de cãibras.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-j9hliu8q1Vc/YUr2gZRx0JI/AAAAAAAAOVQ/hLZqiFoBCyMmw4EU-u47rYaLzkL67oB5wCLcBGAsYHQ/s2048/242457077_1308494046274700_497309729712009785_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-j9hliu8q1Vc/YUr2gZRx0JI/AAAAAAAAOVQ/hLZqiFoBCyMmw4EU-u47rYaLzkL67oB5wCLcBGAsYHQ/s320/242457077_1308494046274700_497309729712009785_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Verdadeira Rolling Stones. Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Era o segundo abastecimento, e se no primeiro tentei passar-me por um piloto de F1, aqui parecia um coitado a pedinchar por tudo o que me parecia plausível para ingerir e recuperar. O problema, esse, é que o mal já estava feito, e até recuperar, não seria uns míseros minutos ali parado que me iriam salvar. Era ver imensa gente a chegar e arrancar, e eu em espera continua por algum sinal de melhoria, que me desse uma pequena esperança de continuar.</div><div style="text-align: justify;">Dali seguia, para a subida mais complicada, mais massacrante e devoradora até então. Ou talvez não, mas na altura, e devido ao estado que estava foi a que me ficou memorizada, pelos mais diversos motivos, e pelo principal motivo de estar cheio de cãibras. Parei, dei um passo, não deu, parei novamente, e repeti o processo umas três ou quatro vezes, até começar a descer e pensar em ficar ali no abastecimento. Enquanto isto ia sendo ultrapassado e questionado pelo meu movimento contrário ao de todos. Parei novamente, olhei para cima, e pensei, vou tentar, pelo menos até ao topo. Um pé atrás do outro, arrastei-me, e quando digo arrastei, quero dizer com todas as letras, pois era um passo em frente, e as pernas a tentar impedir que desse esse movimento. Acho que nunca me senti assim numa subida, por mais duras que tenham sido em relação a esta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-5FHWKxkphxw/YUr3b4Mf30I/AAAAAAAAOVs/-Thj3W5FQZsAAcsokqv7AAORy6yGu6v1QCLcBGAsYHQ/s1620/242383444_208725777990864_731521911702266286_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1620" data-original-width="1080" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-5FHWKxkphxw/YUr3b4Mf30I/AAAAAAAAOVs/-Thj3W5FQZsAAcsokqv7AAORy6yGu6v1QCLcBGAsYHQ/s320/242383444_208725777990864_731521911702266286_n.jpg" width="213" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A longa descida. Créditos na foto</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br />Enfim, consegui, e lá pensei agora que fiz o mais complicado, nem que caminhe, até ao final, acho que chego lá. E assim foi, a descer, ainda com os quadríceps a tremer, consegui correr, ou algo semelhante, já a subir, devagar, ou com algum esforço, voltei até ao ponto mais alto da Serra de Lordelo.</div><div style="text-align: justify;">Dali para a frente é só descer, o que ainda fazia "bem", ou pensava eu que sim. Não foi ao ritmo que queria, nem da forma que pretendia, mas foi como deu, na longa descida que nos levava até à meta na Vadia Brewpub.</div><div style="text-align: justify;">Talvez tenha sido demasiado egocêntrico, ou talvez tenha gerido mal alguma situação que tenha comprometido, e justifique este final, mas estava convencido que tinha estofo suficiente para o fazer aquilo que planeava em termos de tempo. Sem dúvida que esta serra continua a massacrar-me, seja em treino, seja em prova, o efeito é o mesmo. E com isto, quero dizer também que conhecendo a serra, e sabendo o que ela tem, é de fraco conteúdo para um apreciador de trail puro, mas esta organização soube retirar o melhor, conseguiram esmiuçar e aprimorar o que já haviam feito na edição de 2019.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já o resultado resume-se a uma só coisa - "Não treines não".</div>João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-85172167317002190362020-09-29T17:46:00.001+01:002020-09-29T17:46:00.281+01:00Aventura ao São Macário - Viagem de conquistas<p></p><div style="text-align: justify;">São as “provas” dos tempos actuais, ou numa forma mais sintetizada, treinos pós-covid.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De todo o mal que esta pandemia nos trouxe, há que saber aproveitar as coisas boas, e no trail há que esmiuçar ao máximo para aproveitar aquilo que nos faz feliz.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda que tenha demorado algum tempo para dar início a este tipo de aventuras, não podíamos ter começado de melhor maneira. A ideia era simples, juntar o máximo de elementos da equipa, conviver, desfrutar, e conquistar o Sâo Macário. O Hugo foi “colecionando” vários tracks, pedindo ajuda a outra malta que conhece locais que nos são desconhecidos, e lá foi criando o caminho. Não tinha que ser o exacto, mas mais uma forma de nos guiar até lá. Faltou marcar a data, até que conseguimos definir o dia 16 de Agosto, com arranque pelas 03:00h da madrugada, em pleno centro de Vale de Cambra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estava assim lançado o desafio da Aventura ao São Macário.</div><p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-6CraXnJ-jVo/X3Mn5ClsQEI/AAAAAAAAMl0/O3SCkYblsSUNTJPibz5LPt1iD9AofJ4zQCLcBGAsYHQ/s987/117765867_739289710198075_6071082238330284971_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="987" src="https://1.bp.blogspot.com/-6CraXnJ-jVo/X3Mn5ClsQEI/AAAAAAAAMl0/O3SCkYblsSUNTJPibz5LPt1iD9AofJ4zQCLcBGAsYHQ/s320/117765867_739289710198075_6071082238330284971_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Aventura ao São Macário<br /></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se tiverem paciência, aqui vai a minha viagem:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eram 02:15h, e o despertador tocava, e já eu estava acordado há mais de meia hora. A euforia, e entusiasmo já me tinham posto alerta. Levantei-me e fui dar inicio aquele todo desafio matinal para não me atrasar. Dentro de 45 minutos tinha que estar no centro de Vale de Cambra, que fica a poucos minutos de minha casa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fomos 7 que aceitamos o desafio, e encontramo-nos todos, ainda a noite ia a meio, à excepção do Marcos, que iria nos encontrar mais tarde.</div><p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-xMmHz1YcH7E/X3MoC2E-2cI/AAAAAAAAMl4/z_78ve5rPpsxM-EOSczDDZh-dM4dPsE0wCLcBGAsYHQ/s1918/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.03.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1438" data-original-width="1918" src="https://1.bp.blogspot.com/-xMmHz1YcH7E/X3MoC2E-2cI/AAAAAAAAMl4/z_78ve5rPpsxM-EOSczDDZh-dM4dPsE0wCLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.03.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Prontos a sair de Vale de Cambra<br /></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Conversa aqui, conversa acolá e lá arrancamos. Era ver aquela malta que ainda andava pelas ruas a olhar para nós como se tolinhos fossemos, e talvez o sejamos, mas somos felizes assim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Havia a consciência por parte de todos que o percurso podia sofrer alterações, devido a não encontrar o caminho, algum troço fechado, falhas de GPS, o que fosse, e que para isso tínhamos que arranjar alternativas, o que só por si podia atrapalhar bastante nas contas no final, mas já lá vamos. Felizmente tivemos bastante sorte com os troços fechados, parecia que aqueles caminhos que sabíamos à partida que poderíamos ter problemas tinham sido abertos propositadamente para nós. Vimos logo isso ao fim de 1 quilómetro, quando entramos num PR que nos leva pelas levadas, aquilo tinha sido cortado naquela semana, e que bem que soube, gosto muito daquele caminho, que já se encontrava a monte há algum tempo. Ainda assim seguimos sempre com algum percalço, uma vez que o frontal era a nossa única fonte de iluminação. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Até Costa Anelha a coisa fez-se sempre controlada, ainda nem 5 quilómetros tínhamos feito, e já íamos a gerir, caminhar nas subidas, correr/trote nas descidas e planos mediante se podia e conseguia dependendo do piso. A noite estava a entusiasmar todos, por não ser possível ver a continuidade das subidas, e davam alento a correr, daí termos optado por essa forma, além de não irmos atrás de nenhuma vitória. Não conhecíamos outros caminhos, e tivemos que optar pela estrada, ainda que tivéssemos escolhido uma estrada estreita e antiga, não evitaríamos um longo segmento no asfalto, que nos levaria até ao fundo de Açude, e nos reencaminhava de seguida para cima, até Rôge. A noite ainda estava cerrada, e a chegada à barragem Eng. Duarte Pacheco fazia com que o corpo, já quente arrefecesse um pouco.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-S6FsTAkSu9s/X3MohSLE7KI/AAAAAAAAMmI/RyLaiD740wgEq3r_nKioP7iGW5NroXS4gCLcBGAsYHQ/s1918/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.05.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1438" data-original-width="1918" src="https://1.bp.blogspot.com/-S6FsTAkSu9s/X3MohSLE7KI/AAAAAAAAMmI/RyLaiD740wgEq3r_nKioP7iGW5NroXS4gCLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.05.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Paragem por Rôge</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Vagueávamos num mato onde a flora era mais densa, ainda que desse para passar, dava para sentir aquela carqueja a roçar nas pernas. Um pequeno contratempo fez com que parássemos ali uns momentos a pensar qual caminho deveríamos seguir. Não demoramos muito tempo, mas foi ali que caímos na realidade que as coisas poderiam complicar-se quando estivéssemos mais longe e em locais que desconhecemos por completo. Mas o espirito era esse mesmo, ser uma aventura.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já em Função, sabia que as coisas iam começar a moldar, dali só havia um sentido, subir encosta acima até ao Merujal. Iam ser cerca de 4 quilómetros metidos num estradão que nos levava ao alto da Serra da Freita. Foi um momento diferente e entusiasmante, assim que nos distanciamos das casas, onde a escuridão da noite era de al forma dominante, que os frontais eram a nossa única esperança. O céu estava estrelado, era um espetáculo cada uma daquelas luzinhas espalhadas acima de nós. Estava a gostar, andava à frente, vinha para trás, metia-me no meio, todos nós fazíamos um pouco isto, de forma a irmos acompanhando uns aos outros, e entreajudando.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A primeira aldeia da Freita foi também local de primeiro abastecimento, rondavam os 15 KM, e tivemos direito aos primeiros alimentos mais consistentes ao final de algum tempo. Os abastecimentos tinham sido programados antecipadamente, e iriamos ter ajuda do Fernando em cada um dos pontos, somente neste do Merujal, e dada a madrugadora hora, o Paulo havia conseguido uma garagem para termos a nossa comida (o meu muito obrigado ao Hélder).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-EGz2C3q1GgQ/X3MoQKl1Q_I/AAAAAAAAMl8/dOyQtZJ2cawS_j4yyyISu-68F_ZUv8C-QCLcBGAsYHQ/s2048/2020-08-16%2B06.00.20.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-EGz2C3q1GgQ/X3MoQKl1Q_I/AAAAAAAAMl8/dOyQtZJ2cawS_j4yyyISu-68F_ZUv8C-QCLcBGAsYHQ/s320/2020-08-16%2B06.00.20.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Era para ser feito, mas não deu :D<br /><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Estivemos ali um pouco mais de tempo que o normal num abastecimento de qualquer prova, o que fez com que arrefecesse, assim que venho para a rua, noto isso, com um bater de dentes constante. Imediatamente visto o impermeável e vou-me mexendo para voltar a aquecer. Estando enfiado na aldeia, as casas impediam de ver o nascer do sol atrás da serra, assim tentamos apressar o passo para tentar vislumbrar o que fosse possível.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-cxDMnSPbyLM/X3MpTffdMgI/AAAAAAAAMmQ/NJyLmWJ_-Ag0Ek59AAM7Ni-lANesMjdFQCLcBGAsYHQ/s2048/2020-08-16%2B06.24.54.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-cxDMnSPbyLM/X3MpTffdMgI/AAAAAAAAMmQ/NJyLmWJ_-Ag0Ek59AAM7Ni-lANesMjdFQCLcBGAsYHQ/s320/2020-08-16%2B06.24.54.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Amanhecia no alto da Freita.<br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Nos entretantos já o Marcos havia comunicado a dizer que já vinha ao nosso encontro, que acabamos por combinar o encontro em Albergaria da Serra. Apanhamos o PR15, que nos levaria exactamente ao centro da aldeia, já sob os primeiros raios de luz. Segui com o Fábio, logo após a aldeia da Mizarela até ao ponto de encontro, e aguardávamos assim o resto do grupo. Estávamos com 20 quilómetros percorridos, e a sentir-nos bem, satisfeitos, não perdemos muito tempo e prosseguimos caminho. Ainda eram zonas que conhecíamos, e o terreno permitia alguns abusos, assim intercalava uma corrida mais rápida naqueles trilhos que parece que nos imploram para correr, com alguma caminhada ou trote em subidas.</p><div><div style="text-align: justify;">Em Pedras Boroas iria dar início a um caminho que havia percorrida uma única vez, nos 65KM do UTSF, que nos levava a Gestoso, onde combinamos com o Fernando para o nosso 2º abastecimento. Foi ali o nosso primeiro e real problema com o caminho, não encontramos, ou fugimos do estradão, e andamos ali um pouco perdidos, no meio de toda aquela vegetação rasteira que as pernas querem negar para não ficarem “riscadas”. Fomos seguindo num caminho improvisado em busca do estradão correcto, e após alguns minutos ali estava ele. Dali foi sempre a correr até ao abastecimento, que havíamos combinado às 07:30h, não tendo falhado por muito, apenas uns minutos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-j7tUI4SVnXU/X3MqOoJi9cI/AAAAAAAAMmc/v6fKOTsWNLE_RFrlKC8F2HF9oY0aesVKwCLcBGAsYHQ/s1920/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.12.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1920" src="https://1.bp.blogspot.com/-j7tUI4SVnXU/X3MqOoJi9cI/AAAAAAAAMmc/v6fKOTsWNLE_RFrlKC8F2HF9oY0aesVKwCLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.12.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">De regresso ao caminho<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A descontração nos abastecimentos era notória, ninguém se preocupava com ser rápido, a brincadeira era comum por todos, e somente ao fim de alguns minutos é que tínhamos a real noção de nos meter a caminho. Sair dali, implicava voltar atrás umas centenas de metros, e assim o fizemos, retomando assim ao percurso combinado. O planalto não obrigava a grandes esforços, a corrida era mais regular, o sobe e desce era sistemático e fazia-se sem problemas. Ia recordando aos poucos cada metro que íamos percorrendo, e ansiava a chegada de uma descida envolta numa floresta mais densa, para variar a exposição ao céu aberto. Torna-se mais agradável visualmente, e a descida é um convite a abusos para as pernas. Foi sem dúvida momento de recordações, a aldeia de Tebilhão, estava mesmo à nossa frente, mas onde fomos “obrigados” a seguir pela estrada, a levada que conhecíamos, e que queríamos seguir estava coberta de silvas, não havia forma de passar lá, então, optamos por fazer 1 quilómetro sob o asfalto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O corpo continuava a responder impecavelmente bem, já com pouco mais de 30 KM, e o desgaste ainda a boa disposição ainda reinava. Em contra partida, foi onde começou os problemas para o Roni e Hugo, músculos e tornozelo respectivamente. Nada que não suportassem, mas que traria impacto mais lá para a frente. A descida que nos leva até ao centro da aldeia é rápida, e dali para a frente era continuar a descer até ao rio, e que descida, toda feita ainda em pedra, coberta pelas árvores, é o reviver de outros tempos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-W0l70Cgw6bc/X3Mqglu6RrI/AAAAAAAAMmk/BsUkQITVI98XSI-QVNKnGbOmOPFUeq8DwCLcBGAsYHQ/s1918/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.16.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1438" data-original-width="1918" src="https://1.bp.blogspot.com/-W0l70Cgw6bc/X3Mqglu6RrI/AAAAAAAAMmk/BsUkQITVI98XSI-QVNKnGbOmOPFUeq8DwCLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.16.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Descontraidos<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Chegamos a Cabreiros, e após uma breve paragem para um café, voltamos a entrar no trilho do Caminho do Carteiro, que já seguíamos desde Tebilhão. Arranquei atrás deles, numa descida contínua sem fim à vista, no entanto das melhores descidas que fizemos, num single track cravado naquela encosta. Decidi desfrutar daquela descida até ao final, e esperava lá no fundo pelo resto do pessoal, já o Fábio tinha arrancado, vou passando o pessoal, e só o Paulo acaba por entrar no desafio de “queimar” sola por ali abaixo, pelo menos durante um pouco.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><div><div style="text-align: justify;">A dimensão daquela descida era incrível, e no final havia uma pequena recompensa que acompanhei com o Fábio, num pequeno riacho do rio, onde pude mergulhar um pouco as pernas, enquanto esperamos todos se chegassem. Se tínhamos ficados deliciados com a descida, a subida que se seguia não ficava nada atrás, fazendo relembrar o trilho dos incas, numa encosta, onde vislumbrava-se colinas no lado oposto, e os vários poços e cascatas do Rio de Frades no fundo daquele vale, sendo vertiginoso a vista.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-rfpMmQ_5qc4/X3MrOOSRpZI/AAAAAAAAMm0/sPzoaSM5wZ0V8UUfmDcael4grQ8OpNZdACLcBGAsYHQ/s987/117755510_2624785491093553_3810651568597901509_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="987" src="https://1.bp.blogspot.com/-rfpMmQ_5qc4/X3MrOOSRpZI/AAAAAAAAMm0/sPzoaSM5wZ0V8UUfmDcael4grQ8OpNZdACLcBGAsYHQ/s320/117755510_2624785491093553_3810651568597901509_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O trilho até ao rio<br /></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-rVXRkRCXrZc/X3Mr7A7OXXI/AAAAAAAAMnA/9vE-_siKGdoRKxQHzlXunIy4jCB-Dd_8wCLcBGAsYHQ/s2048/2020-08-16%2B10.09.42.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-rVXRkRCXrZc/X3Mr7A7OXXI/AAAAAAAAMnA/9vE-_siKGdoRKxQHzlXunIy4jCB-Dd_8wCLcBGAsYHQ/s320/2020-08-16%2B10.09.42.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Nvyb7iD7-tE/X3Mr7Cm-BCI/AAAAAAAAMm8/Rkw5kJ_WTOMaBu-LNg1TzAB6PWalgSeQACLcBGAsYHQ/s2048/2020-08-16%2B10.09.50.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-Nvyb7iD7-tE/X3Mr7Cm-BCI/AAAAAAAAMm8/Rkw5kJ_WTOMaBu-LNg1TzAB6PWalgSeQACLcBGAsYHQ/s320/2020-08-16%2B10.09.50.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-c5I3oA22dMY/X3Mr7FTs_KI/AAAAAAAAMnE/_CfshhbVJBMtOSvtWgxFbgTsxiMIcW9mACLcBGAsYHQ/s2048/2020-08-16%2B10.10.27.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-c5I3oA22dMY/X3Mr7FTs_KI/AAAAAAAAMnE/_CfshhbVJBMtOSvtWgxFbgTsxiMIcW9mACLcBGAsYHQ/s320/2020-08-16%2B10.10.27.jpg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estava a ser uma caixa de surpresas, e a chegada a Rio de Frades, foi outro momento de admiração, efectivamente ficamos rendidos, com a beleza do local. Admiração também estava a ser reciproca por parte dos aldeões, sempre que perguntávamos alguma coisa relativamente ao caminho, havia sempre a pergunta para onde íamos ou de onde vínhamos, e a reacção era de espanto, o que de certa maneira nos fazia sentir orgulhosos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-NIYluAxir1E/X3MsHqLgutI/AAAAAAAAMnI/naXHJ_4fs202c0f2lRhm-yoi8DfwjhV_QCLcBGAsYHQ/s987/117768878_3146354235402233_127908333422288240_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="987" src="https://1.bp.blogspot.com/-NIYluAxir1E/X3MsHqLgutI/AAAAAAAAMnI/naXHJ_4fs202c0f2lRhm-yoi8DfwjhV_QCLcBGAsYHQ/s320/117768878_3146354235402233_127908333422288240_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rio de Frades<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na saída de Rio de Frades houve um percalço, não seguimos correctamente o caminho, tendo andado ali um pouco à deriva até encontrar novamente o trajecto, sobe e desde em estrada, até então encontrar o trilho que nos levaria até ao fundo de todas aquelas serras, mesmo para o leito do rio Paivô, que é percorrido também no UTSF na prova dos 100 KM.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Era a minha primeira experiência em travessia de rio durante vários quilómetros. Foram 3 quilómetros, mas em marcha lenta, enquanto houvesse areia e pedras pequenas no fundo, a progressão era exequível, quando as rochas já desgastadas pela corrente do rio surgiam, era o problema, um pé em falso era uma queda garantida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ora o leito do rio, algo mais cheio do que é suposto nesta altura, ainda nos cobria a maioria das pernas, havendo partes em que podíamos ficar submersos. Quando pisamos as rochas, o cenário era mais desconfortável, sendo que a queda podia ser feia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-wCUvg998P8g/X3MsR0VqkoI/AAAAAAAAMnU/QxajER46c8oM-WevGUFHkJYSM3olFD1eQCLcBGAsYHQ/s987/117277490_762316171201104_5942690845874852514_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="987" src="https://1.bp.blogspot.com/-wCUvg998P8g/X3MsR0VqkoI/AAAAAAAAMnU/QxajER46c8oM-WevGUFHkJYSM3olFD1eQCLcBGAsYHQ/s320/117277490_762316171201104_5942690845874852514_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rio Paivô - O primeiro contacto<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi provavelmente os 3 quilómetros mais longos desde que corro, que apenas ficaram mais ricos quando vejo na estrada a minha família, que já se havia encontrado com o Fernando, e nos aguardavam ali em cima. Era hora de abastecer e de recuperar algum tempo, estávamos bastante atrasados, e o caminho que faltava não iria facilitar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi uma rápida passagem por Covelo de Paivô, e entrar numa encosta que nos levaria directamente a Regoufe.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi subindo gradualmente, ainda que acessível, foi-se misturando corrida com passada larga, mas o avanço que íamos dando entre nós já notório, e tivemos que aguardar uns minutos para agrupar. E foi em Regoufe que as coisas começaram a complicar-se seriamente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Hugo e o Roni estavam em sérias dificuldades tanto o tornozelo, como o joelho haviam piorado, e dali para a frente seria para estragar ainda mais, e a opção de ficar ali era a mais válida, e que dadas as circunstâncias foi a mais acertada. Restava ligar ao Fernando que nos aguardava em Covas do Monte, para voltar atrás e buscar vir buscá-los, o problema era que ali não havia rede, foram tentativas de todos os telemóveis, mas nenhum conseguia efectuar a chamada, até que ao final de alguns valentes minutos, o Paulo lá conseguiu, ainda que com alguma dificuldade, mas entendeu a mensagem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-rXfn_diYSDk/X3Ms75fwymI/AAAAAAAAMng/gMPNPMp-FYcRZGAtJFb6GS4HxYYGHGuOACLcBGAsYHQ/s1920/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.15%2B%25281%2529.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1440" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-rXfn_diYSDk/X3Ms75fwymI/AAAAAAAAMng/gMPNPMp-FYcRZGAtJFb6GS4HxYYGHGuOACLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2020-08-16%2Bat%2B21.14.15%2B%25281%2529.jpeg" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não fazia sentido ficar ali, combinamos prosseguir, só pensava em avançarmos, e não perder mais tempo, já pensava naquilo mais como uma caminhada do que propriamente uma corrida. Tinha consciência desde início que facilmente podíamos ter falhas no caminho, mas felizmente até ali sempre encontramos solução, e o facto de estarmos tranquilos de início em relação a isso, agora com tanto esforço já acumulado, já não era bem assim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sem o Hugo, por ser o traçador do percurso, e quem nos vinha a orientar praticamente desde o início, agora estávamos entregues apenas ao meu telemóvel onde tinha o track, mas a bateria já estava a chegar à reserva, o que me estava a fazer comichão naquele momento.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Vimo-nos desgraçados para sair dali, simplesmente não dávamos com o caminho, e após descobrir um troço que aparentemente nos levava pode onde queríamos, lá seguimos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-SqQdfoHG-NE/X3MtcbFAgYI/AAAAAAAAMns/ZeCaM-RxoWMd37mlukdlPqc-Aq78m9eWgCLcBGAsYHQ/s987/117766397_220410539367150_6723093662699749638_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="987" src="https://1.bp.blogspot.com/-SqQdfoHG-NE/X3MtcbFAgYI/AAAAAAAAMns/ZeCaM-RxoWMd37mlukdlPqc-Aq78m9eWgCLcBGAsYHQ/s320/117766397_220410539367150_6723093662699749638_n.jpg" width="320" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A verdade é que ele nos levava onde nós queríamos, à estrada do Portal do Inferno, contudo umas centenas de metros cá traz, o que nos obrigaria a andar pela estrada até à descida para Covas do Monte. Foi ali que comecei a ferver, estava profundamente irritado, a situação começava a enervar-me, e não conseguia acalmar, e só demonstrava isso correndo numa secção onde devia caminhar. Não estava a ver grandes soluções logo que perdesse bateria, e não tinha a powerbank comigo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Talvez aquelas imensas horas ali já me estavam a dar conta da cabeça, e via as horas a passar e nós cada vez mais atrasados. Não era por mim, mas sim por todos os que nos acompanhavam, que estavam ali “pendurados” por nossa causa, e isso é que me estava a incomodar. A chegada ao portal do inferno, deu para cruzar com a minha mãe e o Fernando que já tinham vindo buscar o Hugo e Roni, o que aproveitei para pegar de imediato na powerbank para pôr o telemóvel a carregar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-l0XMiD6WFjM/X3Muw-aZl6I/AAAAAAAAMoA/9EEuvUrlP-YvksN6Qg_lAp5XUUqh0bgUQCLcBGAsYHQ/s2048/2020-08-16%2B13.21.31.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-l0XMiD6WFjM/X3Muw-aZl6I/AAAAAAAAMoA/9EEuvUrlP-YvksN6Qg_lAp5XUUqh0bgUQCLcBGAsYHQ/s320/2020-08-16%2B13.21.31.jpg" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Arranquei de imediato, ao encontro do resto do grupo que já se aproximava da descida arrebatadora.</div><div style="text-align: justify;">Assim que ali cheguei fiquei a admirar aquela descida. A dimensão daquilo congelou-me ao solo por breves momentos vendo a aldeia, onde tinha que chegar, mesmo no fundo daquelas serras todas. Acordei, olhei para o lado, e já eles desciam, enquanto eu ficava boquiaberto com o que ainda tinha que atravessar. Meti-me a caminho, e logo percebi que dali ia sair com dores se não me controlasse. A descida era ingreme, repleta de xisto, pedras cravadas na terra e solta, era descer e esperar não pertencer à grande probabilidade de queda.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Segui mesmo até ao fundo, local onde já estava o Fábio à nossa espera, e ali aguardei pelos restantes. Enquanto descia, não fui confirmando se estava enquadrado com o track, o que só validei quando já estava na aldeia, erro crasso que nos fez desviar por completo da trajectória.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-plxmSjktJ2g/X3MuAeUEBeI/AAAAAAAAMn0/SlWOSDh9KlY-j39JlNxkZkv7OJ2NQVkBACLcBGAsYHQ/s987/117778023_654003535217190_7902624758182822405_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="987" src="https://1.bp.blogspot.com/-plxmSjktJ2g/X3MuAeUEBeI/AAAAAAAAMn0/SlWOSDh9KlY-j39JlNxkZkv7OJ2NQVkBACLcBGAsYHQ/s320/117778023_654003535217190_7902624758182822405_n.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Aquela serra ali é que era fixe para subir"<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Seguimos por um caminho de cabras, enquanto atravessávamos a aldeia, à procura do melhor caminho para voltarmos ao original. Uma das mudanças do caminho que era para ser feito inicialmente, foi para 2 segmentos, conhecidos como “O caminho do morto que matou o vivo”, e “O monstro da Pena”, ainda com passagem pela Aldeia da Pena. Ora isto, seria a cereja no topo do bolo, uma vez que eram 3 sítios que tinha curiosidade em passar. Contudo, não passou de uma miragem, uma vez que mesmo após alguma insistência minha em seguirmos um caminho que nos levaria onde queríamos seguir, acabamos por seguir em direcção oposta, o que nos desviou por completo do caminho.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-jDG_R8R59V0/X3MukJzb9sI/AAAAAAAAMn8/-XuCZJRZlL0c3tqpYLdCAfoUg4HD3c6SwCLcBGAsYHQ/s2048/2020-08-16%2B15.29.04.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-jDG_R8R59V0/X3MukJzb9sI/AAAAAAAAMn8/-XuCZJRZlL0c3tqpYLdCAfoUg4HD3c6SwCLcBGAsYHQ/s320/2020-08-16%2B15.29.04.jpg" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi ali que o meu psicológico começou a tramar das suas, enquanto via o topo do São Macário ao longe. Estava desiludido por não estar a correr conforme planeava, por não fazer dos trilhos que mais me cativava, e por ter que seguir um caminho totalmente distinto e sob o asfalto. Voltar para trás, seria acrescentar mais quilómetros, tardar ainda mais a chegada o que também não era benéfico para ninguém. As imensas horas ali, fizeram com que o desalento e a má disposição se metessem à frente de tudo e interrompem-se um momento de felicidade que até ali transportava.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pôs-se várias hipóteses em cima da mesa, em como abandonar ali tudo, mas dali até ao São Macário, eram apenas 5 quilómetros por estrada, que se faziam bem. Já sem o mesmo sabor fizemos e terminamos, ao fim de 60 KM, junto de um grupo espectacular que nos aguardava já há largas horas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Itjb9KnAP6E/X3Mu7A13y-I/AAAAAAAAMoI/hPY6R_x2k4Qh0E922FbkBwh8V_GLrGE7ACLcBGAsYHQ/s2048/2020-08-16%2B13.45.19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-Itjb9KnAP6E/X3Mu7A13y-I/AAAAAAAAMoI/hPY6R_x2k4Qh0E922FbkBwh8V_GLrGE7ACLcBGAsYHQ/s320/2020-08-16%2B13.45.19.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A garra lá ao longe!<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nem tudo foi mau, foi uma experiência que fica na memória, foram momentos únicos, e uma superação fantástica. Reconheço que tivemos bastante sorte com os caminhos estarem de fácil acesso, praticamente limpos, falhou-nos sim a orientação por falta de conhecimento daquela zona. O final não foi o que quis, nem o que desejava, contudo há que tirar o melhor daquilo, que foi a conquista daquele ponto longínquo de casa, o São Macário, atravessando as serras da Freita e Arada, e sem dúvida o convívio de toda a malta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-R2YkTl8XaK8/X3Mvh7s78lI/AAAAAAAAMoU/weKAFlxmHy0MKbUhFsbQyDXhRLphaPNggCLcBGAsYHQ/s1920/117422701_1607066866141023_440525251488850457_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="886" data-original-width="1920" src="https://1.bp.blogspot.com/-R2YkTl8XaK8/X3Mvh7s78lI/AAAAAAAAMoU/weKAFlxmHy0MKbUhFsbQyDXhRLphaPNggCLcBGAsYHQ/s320/117422701_1607066866141023_440525251488850457_o.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">São Macário conquistado<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fiquei fã deste tipo de aventuras, e daqui surgirão mais, tudo com um propósito que ainda não sei se irei conseguir, mas lá estarei para tentar. Mais para a frente o saberão.</div></div>João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-71197228410333808042020-08-05T10:21:00.000+01:002020-08-05T10:21:27.188+01:00Os afazeres, conquistas e prazeres da vida<div>A vida vai se moldando, e a corrida também se moldou.</div><div>Tudo aquilo que esperava ou ambicionava fazer este ano acabou por ficar numa lista de “afazeres” para outras alturas.</div><div>Dessa lista uma minoraria são impossíveis, os restantes são exequíveis a médio ou longo prazo, o que dá tempo para concluir.</div><div>Não sou de ver o copo vazio, gosto de ver as coisas de forma optimista, e com esta situação mundial, surgiram novos objectivos, diferentes formas de me desafiar sem que para isso tenha que ser no mais rápido tempo possível. E verdade seja dita, os treinos que faço também não servirão para muito mais que isso, desfrutar, sem grandes pressas nem abusar.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nZAK3fuHLZs/Xyp5JQW9u8I/AAAAAAAAMJ8/9qrWlgOltLoFXMHQThjahehpyp9ZFozvQCLcBGAsYHQ/s1782/IMG_20200715_202017_056.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="933" data-original-width="1782" height="209" src="https://1.bp.blogspot.com/-nZAK3fuHLZs/Xyp5JQW9u8I/AAAAAAAAMJ8/9qrWlgOltLoFXMHQThjahehpyp9ZFozvQCLcBGAsYHQ/w400-h209/IMG_20200715_202017_056.jpg" width="400" /></a></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Mas o abuso termina logo que penso naquilo que esta pandemia me privou, e me proporcionou idealizar alguns projectos para se irem fazendo. Não há provas, é certo, mas há caminhos, trilhos, estradas que estão ao dispor todos os dias, e que com vontade, tempo e em alguns casos, companhia conseguem ser tão ou mais relevantes que provas.</div><div>Numa prova é certo e sabido que as coisas estão delineadas, e estamos “limitados” aquilo que será o trajecto idealizado pela organização.</div><div>Não ponho em descrédito qualquer organização, porque sem elas não conheceria muita coisa que conheço actualmente, e mal existam provas, provavelmente serei um de muitos que lá estará novamente atrás da linha de partida.</div><div>Mas porque não sermos nós próprios a idealizar um trajecto, e a desafiar a nós mesmos? Fugir um pouco à “rotina” a que nos acostumamos.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-2ruQaKomN00/Xyp3MTvCQ0I/AAAAAAAAMJk/U9ELVCQKOdgNIH5oD3kSgaHJw-avvkfCwCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20200510_144043_391.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-2ruQaKomN00/Xyp3MTvCQ0I/AAAAAAAAMJk/U9ELVCQKOdgNIH5oD3kSgaHJw-avvkfCwCLcBGAsYHQ/w400-h300/IMG_20200510_144043_391.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vistas da Freita<br /><br /></td></tr></tbody></table></div><div>Foi assim que foram surgindo ideias ao longo da quarentena. Não são para serem realizados todos num momento só, nem num curto espaço de tempo. Outros que já tinha idealizado bem antes disto tudo, mas que nunca foram avante, e agora podem se juntar a esta uma nova lista de “concretizações”. O que posso afirmar ter sido uma época produtiva, no que a ideias diz respeito, faltando apenas pô-las em prática.</div><div><br /></div><div>Entretanto surgiu o desconfinamento, as provas continuavam sem surgir, e bem, mas as virtuais foram aparecendo, e aproveitei para me inscrever em algumas. Na qual destaco o “Desafio Vertical”, por ser algo que me enchia as medidas, tanto por ser algo que gosto, como pelo que me iria desafiar.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Jfz2JmAEht0/Xyp5uq4Kn9I/AAAAAAAAMKE/TOAiyY2W6ooD8jmUIcMk1YdW6vpnzDY8wCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20200618_083633.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-Jfz2JmAEht0/Xyp5uq4Kn9I/AAAAAAAAMKE/TOAiyY2W6ooD8jmUIcMk1YdW6vpnzDY8wCLcBGAsYHQ/w400-h300/IMG_20200618_083633.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Do Detrelho da Malhada</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Foi partir em busca de locais com subidas, e que facilmente se acumularia desnível positivo. Felizmente aqui na zona, não falta disso, Serra da Freita, foi logo o local escolhido para a primeira tentativa, com subida pelo segmento da Freita Vertical, escadas do martírio e Bradar aos Céus, só aí foi um “fartote”, algo como sensivelmente 25KM, e uns 1700 D+, ganhos na sua maioria em somente 2 subidas.</div><div>Após este dia, tive uma pequena lesão, nada de grave, parei uns dias, recuperei e assim evitei parar umas semanas.</div><div>Voltei aos trilhos, e seria um teste da recuperação, numa longa subida ali perto de casa, conhecida como Trialeira de Cabril, cerca de 2KM de extensão, e pouco mais de 300 metros de desnível. Estava impecável, e ainda deu no final de tarde, para uns 10 KM com pouco mais que 900 D+.</div><div><br /></div><div>Estava tudo afinado para o maior desnível positivo ganho para daqui a 2 dias. O objectivo era dobrar os 1000 metros, e assim foi, no mesmo local foi um sobe e desce constante, era desgastante mentalmente, mas com companhia e alguma conversa à mistura, a coisa foi-se fazendo. Deu para sensivelmente 2200 D+, em 25 KM. Ali não há muita história, ou se está a subir ou a descer, só tem que se gerir a máquina para não rebentar. No final das contas, terminei o desafio com 8862 D+, juntando alguns outros treinos pelo meio.</div><div><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-zZuHcEtN-YY/Xyp4A6gvfYI/AAAAAAAAMJs/xmbqCyFlWp8jFzLpARttGO_7zqlFIDmHQCLcBGAsYHQ/s2048/IMG_20200607_112826.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-zZuHcEtN-YY/Xyp4A6gvfYI/AAAAAAAAMJs/xmbqCyFlWp8jFzLpARttGO_7zqlFIDmHQCLcBGAsYHQ/w300-h400/IMG_20200607_112826.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O dia dos 2000 D+</td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>Não havia objectivos de chegar a algum patamar, somente de ir fazendo conforme se podia, porque o tempo iria ser pouco, era uma questão de dias até inevitavelmente abrandar por completo. Parece confuso, mas não o é, pelo simples facto de a vida me proporcionar o melhor momento que vivi até hoje, é motivo suficiente para interromper aquele desafio. Algo tão pequeno, mas que consegue ser bem maior que todo o resto, alguém que num futuro me irá chamar de pai. Optar por ir trocar fraldas e choros no colo pode parece aborrecido e chato, mas vale a pena. É contraditório, mas é verdade.</div><div>Os treinos vão surgindo conforme se pode, em prol de algo maior, mas as “concretizações” ainda pairavam na cabeça, e algumas já começavam a ganhar forma.</div><div>O bom de ter uma equipa, um grupo de amigos que correm tudo para o mesmo dá em coisas que a olho nu, parecem invulgares e desconcertantes, mas visto bem à lupa, não é nada demais. Isto se excluirmos o calor do mês de Agosto, o ponto longínquo ao qual nos propusemos a alcançar, a falta de preparação, num percurso linear.</div><div><br /></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_jH08dwdI5s/Xyp4Nq8_0hI/AAAAAAAAMJw/1xCo9JGT_TUsTi_X-CeqqrfoFnIDfWFXgCLcBGAsYHQ/s1350/IMG_20200617_225049_746.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1080" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-_jH08dwdI5s/Xyp4Nq8_0hI/AAAAAAAAMJw/1xCo9JGT_TUsTi_X-CeqqrfoFnIDfWFXgCLcBGAsYHQ/w320-h400/IMG_20200617_225049_746.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A montanha mais alta conquistada!</td></tr></tbody></table><div><br />A conversa começou com um desafio lançado pela organização do UTMB, e acabou com uma proposta de chegar ao São Macário, um dos pontos altos da Serra da Arada, precisamente do lado exactamente oposto ao que iremos iniciar, tendo ainda que fazer a travessia na íntegra da Serra da Freita, o que equivale a transpor 2 das 3 serras pertencentes ao maciço da Gralheira.</div><div>Faltava uma coisa, que era o essencial, trilhos, caminhos, estradas o que fosse necessário para lá chegar.</div><div>Não entrei nesse campo, mas o Hugo tratou de fazer uma mistura deles, desde o que já havíamos feito tanto em treino como em provas, outros que procurou saber junto de quem conhece a zona, e lá foi somando quilómetros e desnível ao percurso.</div><div>No final tudo somado e calculado digitalmente ronda uns 52 KM, com 3.500 D+, agora no terreno a coisa pode ser diferente, e vai ser.</div><div><br /></div><div>A ideia é simples, subir a Freita a partir de Vale de Cambra, andar no alto da serra, ainda que com sobe e desce ligeiros, e descer em direcção a Tebilhão. </div><div>Menciono esta aldeia, já algo distante do local onde prevemos partir, por ter sido um dos pontos onde passei no <a href="http://valecorrer.blogspot.com/2019/07/ultra-trail-serra-da-freita-65km.html">UTSF</a>, o que indica que até lá sei minimamente o caminho, e tenho alguma noção daquilo que tenho pela frente, por outro lado, sei que dali a uns quilómetros à frente até ao final a coisa será diferente, será o desconhecido para mim, e ao que tudo indica a parte mais complicada, pela tecnicidade do terreno naquela zona, ou assim ouvi dizer. Posso já ter passado em algum ou outro troço, mas como consigo contar por uma mão as vezes que para ali fui correr, não me recordo de nada.</div><div>Seja como for, as coisas estão delineadas e combinadas, faltando apenas afinar um pouco a logística da coisa, para termos algum apoio durante o caminho, de resto a ideia é desfrutar a fazer aquilo que tanto gostamos.</div><div><br /></div><div>É engraçado e alegra-me ao mesmo tempo, que uma simples aventura cause tanto entusiasmo como uma prova que tanto queria fazer, se tratasse.</div><div><br /></div><div>Tudo aponta para meados de Agosto, resta não haver nenhum contratempo que impeça ou adie a travessia das duas serras, pois estou ansioso pela aventura deste Verão. Resta contar os dias.</div><div><br /></div>João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-15151631776944866102020-03-18T17:45:00.000+00:002020-03-18T17:45:07.779+00:00Bateu à nossa porta...<div style="text-align: justify;">
Bateu à nossa porta, é inevitável e temos que perceber e entender isto da melhor forma possível sem prejudicar tanto a nós mesmo, como outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pensemos em todos como um só, e não só no nosso umbigo, sejamos altruístas hoje, e continuemos a sê-lo amanhã.</div>
<div style="text-align: justify;">
Entendamos que desta forma para além de nos protegermos, também contribuímos para o bem estar de outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não esperemos por regras, sejamos impulsionados por todo este enredo e sejamos voluntários de um amanhã melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando, e se as regras aparecerem, não as furem, vivemos em sociedade, e sejamos isso mesmo, uma sociedade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lutemos por ser um exemplo de quem soube lutar contra prognósticos, e contrariemos o que a estatística mais negativa nos possa dar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Temos que ser conscientes que só o facto de “ao virar a esquina”, podemos dar de caras com sérios problemas, tanto para nós próprios como para quem nós tanto prezamos, sem sequer nos apercebermos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sejamos responsáveis com todos, para sermos connosco próprios.</div>
<div style="text-align: justify;">
“Estamos no mesmo barco, e não sabemos para onde vai”, é certo e sabido. Agarremos nos remos, e levemos isto a bom porto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Protejam-se</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://www.facebook.com/ValeCorrer/">Vale Correr</a></div>
João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-20815724569078985472020-03-10T18:15:00.000+00:002020-03-10T18:15:11.980+00:00Ultra Sicó 57KM - Um carrossel de emoções<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Estou! Estás onde?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Estou em Tapeus, no abastecimento à tua espera e tu?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Ainda estou com 22 KM, a chegar ao abastecimento do quilómetro 25, e se calhar
fico por aqui, não estou em condições, vai ser para sofrer o resto da prova.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Sicó,
a prova que me chamou atenção, e me deu a conhecer o trail, ainda era eu um
rebento no mundo da corrida. Em <a href="http://valecorrer.blogspot.com/2017/05/trail-de-conimbriga-terras-de-sico.html">2017</a>, foi a primeira vez que percorri aqueles
trilhos, e fiquei fã, de forma a ter repetido em <a href="http://valecorrer.blogspot.com/2018/04/trail-longo-de-conimbriga-terras-de-sico.html">2018</a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Dois
anos depois, regresso, mas desta vez para uma distância mais demolidora, mas
que me fez sentir como algum tempo não sentia. Aquele nervoso miudinho, aquela
noite mal dormida e inquieta a antever o que ia fazer, ou como o iria fazer.
Tudo isto devido ao facto de me ter preparado para tal, foram poucos meses, mas
com foco somente neste dia, queria ter treinado mais, mas dentro daquilo que me
foi possível, foi o que consegui, e sabia que tinha hipóteses de a concluir, e
só isso já me fez ambicionar mais que o que até ali havia feito.<o:p></o:p><br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-hZJzSype3SE/XmevyWiKKrI/AAAAAAAALLc/GcSyUmtxGC8MlUe-0dNYGvkquxoCk01cgCLcBGAsYHQ/s1600/88220481_1227851587405051_182903802230210560_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="959" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-hZJzSype3SE/XmevyWiKKrI/AAAAAAAALLc/GcSyUmtxGC8MlUe-0dNYGvkquxoCk01cgCLcBGAsYHQ/s320/88220481_1227851587405051_182903802230210560_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foi
uma noite inquieta que me fez acordar sobressaltado logo pela fresquinha, manhã
gélida, e com vontade de querer estar um pouco mais no quente da cama, mas
tinha que ser. Já foram várias as vezes que fui correr com menos horas de sono,
não ia ser agora que isto me ia travar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Chegado
a Condeixa e com alguma pressa, fui encontrar o autocarro que nos levava
directamente para Santiago da Guarda, local de início da distância dos 57 KM, e
cruzamento de percurso para quem vai na distância maior (111 KM).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foi
o recordar de um ponto que mais critiquei no <a href="http://valecorrer.blogspot.com/2020/01/vouga-trail-ja-chegamos-nao-e-agora-ja.html">Vouga Trail</a>, com o tempo de espera
que tivemos que suportar até à hora de partida, com cerca de 1.30h em pé.
Valendo somente o facto de podermos estar abrigados da chuva e do frio, num
complexo monumental local.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
ansiedade foi acalmando, e a preguiça apoderando, estava com algumas
reticências se o iria conseguir, já que antes tinha tantas certezas que era
possível, foi assim que me arrastei para fora do edifício, e comecei a tentar
ambientar-me ao clima fresco e chuva que se previa pelo menos para a fase
inicial da prova. Eram 09.30h, e o gelo foi rompido, estávamos finalmente no
terreno, rumo ao que para mim em grande parte era desconhecido, tirando algumas
secções por conhecer das edições anteriores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foram
algumas centenas de metros até entrar em trilho finalmente, que não tardou em
interromper a velocidade de inúmeros que ali se aventuraram a apressar na fase
inicial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
pedra solta, e riachos de água devido à chuva que já havia terminado, foi o
suficiente para atrasar uns quantos, e deu para pelo menos dispersar-me da
grande maioria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Tentei
acompanhar o Fábio naquela fase inicial, mas a confusão era tanta que acabei
por o perder logo ali, e não conseguindo mais alcançar, pensei para comigo
mesmo, se é para tentar fazer isto mais sério e já que estás capaz de o fazer,
sozinho terá outro sabor.<o:p></o:p><br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-GqEXczO0jkM/XmexGC7yuCI/AAAAAAAALLo/ZE0s1tovNkUCaPM5LKBrcNYYzGkE4XwdACLcBGAsYHQ/s1600/%25E2%2580%258EChristine%2BFran%25C3%25A7ois%2BWilman.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="930" data-original-width="1193" height="249" src="https://1.bp.blogspot.com/-GqEXczO0jkM/XmexGC7yuCI/AAAAAAAALLo/ZE0s1tovNkUCaPM5LKBrcNYYzGkE4XwdACLcBGAsYHQ/s320/%25E2%2580%258EChristine%2BFran%25C3%25A7ois%2BWilman.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pouco antes de partir. A habituar ao frio. Foto de "Christine François Wilman"</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A comunhão do percurso com os 111 KM foi de alguma forma engraçada, ver toda
aquela gente que enfrentava já umas longas horas e muitos quilómetros nas
pernas, sem eu nunca deixar de dar uma palavra a cada um que passava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Estranhava
os já mais que conhecidos estradões do Sicó ainda não terem aparecido, e após
5/6 quilómetros lá surgiram, ainda que um pouco tímidos, devido à grande
afluência de água.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
caminho tornava-se perigoso, fazendo os caminhos um pouco mais artístico, não
fosse a grande possibilidade de dar várias piruetas seguidas em tão poucos
metros. A lama já mais que pisada fazia com que deslizasse a cada passada,
tendo perdido a conta de vezes que não me passou pela cabeça que seria ali que
ia dar uma grande queda. Felizmente o susto maior que tive, foi numa pequena
descida em que ia caindo para trás, e provavelmente desceria o resto sentado.
Felizmente, não passou de um susto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
tempo já havia melhorado bastante, não se sentia tanto frio, a chuva
desapareceu, foi tréguas do S. Pedro para connosco, e deu para desfrutar mais
do percurso. A primeira grande subida apareceu já aos 8/9 KM, até atingir o
ponto mais alto da prova. Deu para suar, não que fosse muito agreste, mas deu
para puxar bem pelas pernas, dado a grande amplitude de movimentos trepando
algumas rochas. A descida apareceu algo que tímida, sem grande inclinação, mas
um pouco abundante em lama, e não seria de esperar outra coisa. Procurei sempre
as correr pela lateral do trilho, onde existia vegetação e não era tão
perigoso, havendo algum atrito e menor risco de cair.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-uS32iGBsdok/XmexcrOSpQI/AAAAAAAALLw/B-RexCu4DWgnRfoRg0G6cf9qM7MxyksPACLcBGAsYHQ/s1600/87894258_1227721880751355_1515263298092662784_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1069" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-uS32iGBsdok/XmexcrOSpQI/AAAAAAAALLw/B-RexCu4DWgnRfoRg0G6cf9qM7MxyksPACLcBGAsYHQ/s320/87894258_1227721880751355_1515263298092662784_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A chegar ao topo do Monte de Sicó. Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foi
descer, e bastante, num trilho em que nem era preciso procurar as marcações
para o fazer na totalidade. Sempre com pedra à mistura, mas com mais segurança
do que havia sido feito até ali, descendo a colina do Monte do Sicó, e chegar a
“Pousadas Vedras”, para o primeiro abastecimento. Foi o torço mais longo, entre
abastecimentos, e com já 16 KM, fazendo ali uma rápida análise, sentia-me
perfeitamente bem, não tinha dores, nada de cansaço, sentia perfeitas condições
para correr, estava maravilhado. Afinal o treino que fiz estava a dar
resultados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Procurei
não perder muito tempo ali, apenas alguns minutos, não queria desleixar tanto
na alimentação como hidratação, e fiz-me ao caminho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
saída fez-se estrada fora em busca do próximo trilho, com ligeiras subidas, em
que tentei voltar a atingir os ritmos que vim até ali.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
Foram uns poucos metros para abrandar e caminhar. – “Acabei de comer, parei e
estou a arrancar, o corpo manifesta-se e não quer andar. Aguardemos um pouco” –
Pensei naquele momento, enquanto tentava recuperar forças para voltar a correr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
demorou muito, mas foi algo forçado, e lá consigo voltar a correr, ainda que
com folego algo descontrolado, e um cansaço a querer manifestar-se. - “Noite
mal dormida? Será que vai complicar-me as coisas?” – Uma série de questões,
começavam a surgir na cabeça, e ao mesmo tempo desanimava. Afinal tinha
treinado para aquilo, queria fazer uma prova tranquila, com ritmo mais forte, e
sem grande cansaço acumulado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Valeu
mesmo os trilhos, os single-tracks que iam surgindo e que tanto adoro daquela
zona, num constante mudança atípica de cenários. A entrada no trilho de Poios
foi fantástica, coberto pela vegetação, e num caminho a rasgar o piso até ao
fundo de um vale.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Lembrava
daquele local já visto por outras crónicas que fui lendo de quem ali já passou,
e estava muito curioso com aquilo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Infelizmente
não consegui usufruir como queria, foi como uma espécie de cansaço me tivesse
apoderado. Senti-me fraco e com sérios problemas para avançar, já sendo um
esforço dar o próximo passo. Pego numa barra e empurro goela abaixo em conjunto
com água para evitar problemas maiores. Estava cariz baixo, até há pouco tempo,
estava a sentir-me em perfeitas condições, a num ápice as coisas mudaram
radicalmente e com tão poucos quilómetros. Fui de ideal a besta num instante,
morri completamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-pjed8va2dV4/Xme18wODWfI/AAAAAAAALL8/unViMudxWXobwHQy0rGu5wIUFtAdRtOFgCLcBGAsYHQ/s1600/greentrekker.pt.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1182" data-original-width="1600" height="236" src="https://1.bp.blogspot.com/-pjed8va2dV4/Xme18wODWfI/AAAAAAAALL8/unViMudxWXobwHQy0rGu5wIUFtAdRtOFgCLcBGAsYHQ/s320/greentrekker.pt.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O fantástico Vale dos Poios, onde não consegui desfrutar.<br />Foto retirada do site www.greentrekker.pt</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Era
um zigue zague encosta acima num monte rochoso que se tornou um tormento,
começo a sentir-me cada vez mais fraco, e com poucas condições para fazer a
prova em completo. Foi por volta dos 21 / 22 quilómetros que tomo a decisão –
“Aos 25 KM, se não me sentir bem, por ali fico. Não quero sofrer até ao
final.”. Já num trilho que virava o monte, pego no telemóvel, e ligo para a
minha namorada que estaria num dos abastecimentos há minha espera,
provavelmente em Tapeus, quilómetro 33.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Estou! Estás onde?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Estou em Tapeus, no abastecimento à tua espera e tu?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Ainda estou com 22 KM, a chegar ao abastecimento do quilómetro 25, e se calhar
fico por aqui, não estou em condições, vai ser para sofrer o resto da prova.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Mas estás bem? Não desistas, tu consegues”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Não sinto totalmente bem, estou fraco e sem grande força para continuar, e não
quero ir em sofrimento até ao final. Vou ver como me sinto no abastecimento.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
-
“Vai. Tu consegues, não desistas. És capaz.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Estava
a arrastar-me, e estava a ser ultrapassado constantemente. O sol espreitava por
diversas vezes, e abafava o clima naquela encosta, e faltavam uns míseros 2 KM
para o abastecimento, até conseguir colocar um género de trote.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
minha cara, naquele momento, devia ser algo semelhante a de alguém que
estivesse a desfalecer, tal era o desalento e o esforço que fazia para dar um
próximo passo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Estava
no abastecimento, que em circunstâncias normais, já teria saído dali para foram,
mas foi onde procurei repousar e hidratar bem, isto deveria ser uma
desidratação, e com a reposição de líquidos e comida, isto vai lá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Enquanto
ali estou, vou vendo muitos chegar e partir rapidamente, inclusive a Márcia,
que me veio perguntar se estava bem, tendo explicado a situação, e afirmando o
que já pensava, que pelos sintomas só poderia ser desidratação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Após
verificar que estava bem, arrancou, visto estar bem posicionada, e iria tentar
o melhor que conseguisse dali para a frente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Ainda
aguardei mais uns minutos, e após bastante líquidos, e comida, decido retomar,
caso me sentisse mal, dou por encerrado e volto para trás. Pego numa água das
pedras de limão, que já me ajudou noutras provas, e bebo, enquanto recordo
aquela conversa telefónica, que me moralizou e me deu confiança para não
desistir, e chegar à meta. Foram poucas as palavras, mas foram as suficientes e
as mais assertivas naquele momento<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Aos
poucos começo a sentir frio, e opto por vestir o impermeável que trazia na
mochila. Não queria prejudicar o desgaste do corpo, com o frio do exterior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Estava
decidido, sigo caminho, e vamos ver o que acontece…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Saio
de Poios, e mal coloco o pé fora do abastecimento, sinto uma corrente de ar
fresco que me deixa gelado. Tento sair dali rapidamente, e ainda em modo de
caminhante prossigo até começar a sentir o suficientemente bem para voltar a
correr. Batia o dente de tanto frio que sentia, foi ali que vi o quão
fragilizado estava, e uns 100 metros depois, tento um trote, e a coisa
funcionou.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
corpo respondeu positivamente, e sem queixas, e com o psicológico a dizer para
não exagerar, deixar as coisas andar, e daqui a pouco vemos o que se sucede.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Os
quilómetros foram passado, e não senti quebras, bem pelo contrário, melhorava
com o passar do tempo e isso ajudou a equilibrar-me mentalmente novamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Ia
voltando a recuperar lugares atrás de lugares, ainda sem exageros, com ritmos
ainda que contidos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-aF4maeZ8uyI/XmfGQ-PNj3I/AAAAAAAALMM/M6w9ZCSnUQQSNxexKcQ4WbX8MTyL5QqLgCLcBGAsYHQ/s1600/%25E2%2580%258EChristine%2BFran%25C3%25A7ois%2BWilman.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="566" data-original-width="1085" height="166" src="https://1.bp.blogspot.com/-aF4maeZ8uyI/XmfGQ-PNj3I/AAAAAAAALMM/M6w9ZCSnUQQSNxexKcQ4WbX8MTyL5QqLgCLcBGAsYHQ/s320/%25E2%2580%258EChristine%2BFran%25C3%25A7ois%2BWilman.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Daqueles abastecimentos fartos em tudo. Foto de "Christine François Wilman"</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Olho
para o relógio e vejo que estou a chegar aos 33 KM, onde estava o meu apoio e
local onde pretendia parar para comer algo mais consistente. Aperto mais o
ritmo, e tudo indicava que sim, que o mau momento ficara para trás, e estava
rejuvenescido. Foi como se tivesse caído a um poço sem saída, e alguém me
tivesse arrancado dali.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Mesmo
a chegar ao abastecimento, apanho a Márcia de novo, e apanho a minha namorada e
os meus pais. Agradeço as palavras, e indico que já estou bem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Entro
de rompante no abastecimento e bebo água e mais água. Uma canja que me confortou
o estômago, e me soube pela vida, enquanto falo com a família a explicar o que
se tinha sucedido. Agora estava diferente, estava energético, e queria arrancar
o mais rápido possível. Despeço deles, e combinamos ver em Casmilo, e arranco
com a Márcia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Prometia
ser a etapa mais dura de todo o percurso, ganhando 600 D+ em mais ou menos 10
KM, numa longa subida assim que saímos do abastecimento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
subida era realmente longa, mas acessível, não sendo muito inclinada, nem
técnica, sendo os últimos 300 metros talvez o que complicasse mais todo aquele
segmento. Acabo por deixar a Márcia para trás, e sigo sozinho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Assim
que consegui atingir o topo, não perdi muito tempo, e consegui rapidamente
impor ritmo de corrida, e seguir os longos estradões que ligam as ventoinhas
eólicas. O extenso estradão foi uma manobra de nos desconcentrar, e após uma
ligeira descida, obriga-nos a finalizar numa longa subida. Viramos o monte, e
voltávamos a descer, estava finalmente a fazer o que queria desde o tiro de
partida, mas que infelizmente havia sido interrompido entre os 16 e 25 KM.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Isso
já estava para trás das costas, seria eu contra o tempo agora, e tentar
recuperar o quer que fosse possível.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-IQfMNkari4U/XmfHK9sUxLI/AAAAAAAALMc/Pnik4OrUOvQeLaf0GKzUw7e7W_LX28G8ACLcBGAsYHQ/s1600/%25E2%2580%258EChristine%2BFran%25C3%25A7ois%2BWilman.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="547" data-original-width="1178" height="148" src="https://1.bp.blogspot.com/-IQfMNkari4U/XmfHK9sUxLI/AAAAAAAALMc/Pnik4OrUOvQeLaf0GKzUw7e7W_LX28G8ACLcBGAsYHQ/s320/%25E2%2580%258EChristine%2BFran%25C3%25A7ois%2BWilman.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Descer em direcção às Buracas de Casmilo. Foto de "Christine François Wilman"</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
descer estava a conseguir impor ritmos altos sem abusos, tanto é que um dos
comentários de um grupo que passei, já com cerca de 40 quilómetros nas pernas,
era que estava a participar na prova dos 25, tal era a velocidade e a frescura
com que estava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Eu
sabia que tinha treinado para aquilo, eu sabia que conseguia, só demorou um
pouco a coisa realmente aparecer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
descer o estradão, vou avistando as buracas, as famosas buracas, e terreno
conhecido para mim, só que desta vez em sentido contrário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
trilho das buracas, é dos meus preferidos. Adoro aquele single-track que vai
tricotando as árvores que nos escondem do sol, É um zigue-zague constante, mas
divertido, tendo apenas que estar atento às imensas raízes e pedras para não
dar uma queda aparatosa. Para sair dali, só em subida, com uso dos 4 membros em
algumas circunstâncias. E só depois então num caminho todo em pedra, até chegar
a Casmilo.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-UY5G7lflxr0/XmfHZgRD5EI/AAAAAAAALMg/f9SRCtxyrPkE3vGW41oosiMVfVvCxQ1QgCLcBGAsYHQ/s1600/88080664_1060417577663793_2538946131501514752_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="718" data-original-width="960" height="239" src="https://1.bp.blogspot.com/-UY5G7lflxr0/XmfHZgRD5EI/AAAAAAAALMg/f9SRCtxyrPkE3vGW41oosiMVfVvCxQ1QgCLcBGAsYHQ/s320/88080664_1060417577663793_2538946131501514752_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A chegar a Casmilo. Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Era
o penúltimo abastecimento, e continuava cheio de energia. Reencontrava a
família, e ficaram admirados de já ali estar, sendo a fase mais complicada de
todo o percurso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Eu
estava realmente cheio de energia, e mesmo assim não deixei de me precaver no
abastecimento. Despedi-me deles, e agora só nos voltaríamos a ver no final, em
Condeixa. Só algo mal antecipado é que me impediria de terminar a prova.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Tenho
um estômago que às vezes parece uma princesa, e quando saí do abastecimento vi
que não poderia desatar a correr, estava com a barriga pesada, e se o fizesse iria
correr mal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Ainda
andei uns valentes metros em modo de caminheiro, estradão fora, até começar a
descer, só então puder voltar a correr, e fui-me sentindo melhor. Chegava a
Serra de Janeanes, e não segui pelo habitual caminho que fizera nos 25 KM e nos
levava até ao Poço por um longo estradão que detestava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Desta
vez, atravessamos a aldeia, e sigo por um novo caminho, pelo menos para mim,
que entre campos, a coisa se tornou mais agradável, tendo apenas sido
interrompido, por mais uma “escalada”, curta mais trituradora. Saí dali
rapidamente, e volto a meter-me a caminho até ao último abastecimento no Poço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Faltavam
uns 5 quilómetros até ao final, e não demorei muito, enquanto o pessoal da organização
pediam para irmos agora com atenção, por ser um trilho perigoso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
De
facto é, escorregadio, e acidentado, mas lindo q.b., sendo o meu preferido de
toda a prova.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Vou relembrando
o caminho ao mesmo tempo que o transponho, num sobe e desce ligeiro, parecendo
estar num carrossel. Até então ali chegar, a uma entrada “desenhada” no meio da
vegetação, e nos levando para um mundo diferente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Após
imensos quilómetros expostos ao céu aberto, foi como se entrássemos num bosque
selvagem, num trilho paralelo ao leito do rio seco. Mas nem por isso o piso era
menos escorregadio, e cada passo era um perigo para toda a estrutura óssea de
quem preze por ela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
temos muitas oportunidades para correr, mas também sem tempo para descanso. Nos
momentos que não corremos, temos que estar atentos onde colocamos os pés, seja
a subir, seja a descer, quando corremos, qual é o melhor caminho a seguir, sem
que se coloque o pé em falso, ou enfiemos a cabeça em algum tronco de árvore
que se metem pelo caminho. Adoro aquele trilho, mas desta vez queria sair dali
o mais rápido possível, sem quedas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
subida por uma escadaria improvisada colina acima significava o final da
tortura que aquele segmento nos dá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Assim
que vejo que chego ao cimo, e entro no estradão, estava feito. Ainda que
faltasse cerca de 2 KM até ao final, dificilmente não terminava a prova.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-FM_uIaFKCrE/XmfH_yUAxWI/AAAAAAAALMs/DtArrXtnSrw78Twwb8WcEBt49gUA3efpQCLcBGAsYHQ/s1600/%25E2%2580%258EChristine%2BFran%25C3%25A7ois%2BWilman.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="572" data-original-width="832" height="220" src="https://1.bp.blogspot.com/-FM_uIaFKCrE/XmfH_yUAxWI/AAAAAAAALMs/DtArrXtnSrw78Twwb8WcEBt49gUA3efpQCLcBGAsYHQ/s320/%25E2%2580%258EChristine%2BFran%25C3%25A7ois%2BWilman.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mais uma das famosas buracas. Foto de "Christine François Wilman"</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Cerro
os dentes, endireito-me com o caminho, e desato a correr. Faltava muito pouco
para finalizar. Passava pela ruínas de Conimbriga, Condeixa-a-Velha, e chegava
a Condeixa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
meu pai aguardava-me junto ao início da última subida que nos levava até ao
centro, e acompanhou-me naqueles últimos metros até à meta. Agradeço aqueles
últimos metros, e vou em direcção à meta, passo pela minha mãe e namorada, e
também dou um “high five”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Cerro
o punho, e festejo. Citando as palavras do speaker Hugo Água “Olhem para a
felicidade na cara deste atleta”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foram
57 KM, feitos com as pernas e com o coração. Como disse de início, foi
provavelmente a prova que mais me dediquei no que treinos diz respeito, sabia
que era capaz de fazer a distância, e que poderia fazer uma boa prestação.
Infelizmente o meu corpo numa zona prematura deitou-me abaixo, fisicamente e
psicologicamente. Valeu o apoio de fora da minha família, e as palavras da quem
acreditava em mim, que era capaz de concluir. Só aí consegui traduzir o meu
treino na prova. Daí dois dias depois, estar sem dores de pernas, nem desgaste
físico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Sicó,
foi o trail que me chamou para os trilhos, e onde adoro correr por todo o
envolvente que esta prova nos dá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Grande
apoio durante todo o percurso, abastecimentos fartos, marcações excelentes,
trilhos fantásticos, enfim uma panóplia de argumentos que caracterizam este
trail como um dos mais ricos a nível nacional, não fosse a quantidade de
atletas que todos os anos alinham no tiro de partida, seja na distância que
for.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Tem
os seus defeitos? Tem. Mas tem muita qualidade. <o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-42042584286434847412020-01-16T12:43:00.000+00:002020-01-16T12:43:07.573+00:00Vouga Trail – Já chegamos? Não. E agora, já chegamos? …<br />
<div class="MsoNormal">
Já não é a primeira vez que dou uma segunda oportunidade a
uma prova, e que acabam por me surpreender, fiz isso com o <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2018/03/ultra-trail-medieval-trail-longo.html">Ultra TrailMedieval</a>, e fi-lo novamente com o Vouga Trail.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Esta, sem dúvida alguma, na sua <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2019/06/vouga-trail-que-rica-molha.html">primeira edição</a>, deixou-me a
desejar, percurso sem interesse, e o S. Pedro que não contribuiu para melhorar a
coisa na altura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A organização prometeu uma remodelação na integra da 2º
edição, se seria para melhor é que era uma dúvida, fechei os olhos e atirei-me
de cabeça, vamos lá ver no que isto dá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-s0FU3DwowuM/XiBK-JdFOmI/AAAAAAAAK9Q/sTk9l_pINGUXPethTEFxcbRmURxYHOj1ACLcBGAsYHQ/s1600/82323213_2550310691847464_4453809321343451136_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-s0FU3DwowuM/XiBK-JdFOmI/AAAAAAAAK9Q/sTk9l_pINGUXPethTEFxcbRmURxYHOj1ACLcBGAsYHQ/s320/82323213_2550310691847464_4453809321343451136_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A gélida manhã, não afastou muitos. Eram imensos, uma
multidão, que se encontrava em Senhorinha, localidade de Sever do Vouga para enfrentar
os 27KM com 1200 D+ anunciados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Este, para mim foi um erro da organização, sendo uma prova
linear, e disponibilizando autocarros para nos levar até ao local de partida,
tivemos que aguardar quase hora e meia para a hora de partir. O que nos valeu,
foi termos um pequeno café/restaurante, onde podemos nos concentrar e aguardar,
mais quentes que ao ar livre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Demorou, mas lá chegou a hora de partir, e foi debaixo da
ainda fresca manhã que e num ambiente bem animado que se deu os primeiros
passos de corrida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O longo segmento em asfalto inicial, serviu também ele para
aquecer um pouco, além de dispersar um pouco o pessoal. Os primeiros trilhos
eram feito num caminho mais alargado, o que permitia rolar cada um à sua
vontade, o que fazia parecer uma prova de downhill a quem estivesse a apreciar.
Descíamos gradualmente sem grandes declives, até à primeira mais acentuada, foi
ali que realmente a coisa ficou dispersa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-povUZh6etDg/XiBLIQuhFvI/AAAAAAAAK9U/abXVNBdQ6zQAFkJvwZU34Avjtdj6bWgXACLcBGAsYHQ/s1600/Objectiva.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-povUZh6etDg/XiBLIQuhFvI/AAAAAAAAK9U/abXVNBdQ6zQAFkJvwZU34Avjtdj6bWgXACLcBGAsYHQ/s320/Objectiva.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Final da descida. Créditos Objectiva em Movimento</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Senti que as pernas estavam a responder, e dei os primeiros
apertos a correr, sem grandes exageros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A primeira subida, era o que havíamos feito no ano anterior a
descer. É inclinada, mas dá para manter um ritmo de caminhada mais forte,
intercalando um pequeno trote em partes menos agressivas aos gémeos. Recordo
que seguia num grupo de 3 ou 4 elementos, e seguíamos sempre a ultrapassar
imensa gente que ali já abrandava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mais de metade da subida feita, apenas uma ligeira descida
para acalmar os ânimos e retomávamos até atingir o cume daquele monte.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Recordava o frio que passei ali na primeira edição, e que se
seguia, uma inclinação brutal, mas desta vez feita a descer. Ainda que algo
receoso, e meio que a travar, fiz mais de rompante que o habitual.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Surgia finalmente os primeiros trilhos mais vistosos e mais
rolantes, single tracks, escadas, mais ou menos técnicos, um fartote.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O maior destaque, vai para os longos estradões que pouco de
interessante trazia à prova, e que em segredo nos ia elevando a altitude. Nada
que se fizesse notar, dado a ligeira inclinação, uma ou outra mais acentuada,
mas curta o suficiente para passar despercebida. Os trilhos agora começavam a
moldar-se, e estava embrenhado num louco single track, que percorria uma
encosta, que ao mínimo deslize iríamos parar ao rio.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Encaminhava-nos até ao parque da Cabreia, com uma cascata
fantástica, o caudal estava cheio devido às recentes chuvas, e o cenário apenas
pedia para ser desfrutado, não ficando ninguém indiferente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O frio já havia ficado para trás algum tempo, e o sol ainda
que fraco já se colocava a aquecer-nos o pouco que fosse. As ligeiras subidas,
já não eram assim tão ligeiras, gradualmente ficavam mais íngremes, e começava
a moldar o ritmo da maioria de quem ali seguia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-imGJMP4yBZc/XiBLljPMR0I/AAAAAAAAK9g/bzuIwAGqtccnAzpYUwzRapB5k0ccWo4EQCEwYBhgL/s1600/82300054_2548694842009049_3263253638251806720_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-imGJMP4yBZc/XiBLljPMR0I/AAAAAAAAK9g/bzuIwAGqtccnAzpYUwzRapB5k0ccWo4EQCEwYBhgL/s320/82300054_2548694842009049_3263253638251806720_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A chegar ao topo da primeira subida. Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Silva Escura, pequena aldeia de Sever do Vouga, onde
cruzamos maior parte do caminho pelo asfalto, e curiosamente sempre a descer.
Uma maneira simpática de nos levar as profundezas, e relembrar que até à serra
do Arestal é sempre a subir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ali na aldeia, recuperei a caixa, e estava entusiasmado por
estar com pernas e com a sensação de ainda poder dar mais, as coisas estavam a
correr bem. Pelo menos até ali…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A subida já havia começado algum tempo, mas nada de muito
agressivo, com algumas abébias pelo meio, o que até facilitava a coisa, mas ali
não havia margem para dúvidas, não precisava de indicações, nem de ninguém que
me indicasse que a real subida iria dar inicio. Recordava o gráfico publicado
pela organização, e era por esta altura que as coisas iriam tornar-se mais
sérias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ainda que com um começo algo tímido, paralelo a um riacho, e
só depois mesmo pelo meio do mesmo, sentia-se que as coisas iriam começar a complicar.
E não demorou muito, até entrarmos em trepa paredes, onde os pequenos montes apenas
eram transpostos pelo piso já calcado de quem ali havia passado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não se corria, nem se esforçava, enquanto formávamos uma
fila onde marcava o ritmo, e os restantes me seguiam. Aos poucos fomos
alcançando quem até ali nos precedia, e os últimos da prova de 47KM. Pé ante pé
lá fomos avançando sem grande história nem palavras, apenas ouvindo a
respiração, e o pousar das sapatilhas em pequenos ramos já ali tombados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Era longa, e acentuada, sem que por breves momentos desse
sequer a possibilidade de ver o topo. Era oculto pela alta vegetação, e pelas
travessias que nos levava a mais uma subida. Ali comecei a sentir algum
desgaste, mas também contente por não ter caibras dado já o longo tempo que
levava a fazer o mesmo movimento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A travessia da estrada nacional, indicava a chegada a Portas
Vermelhas, e realmente era uma cor de alarme, as coisas não suavizavam e o fim
continuava sem se avistar. Estava desgastado fisicamente, e psicologicamente
estava a ser uma tortura por não saber o que faltava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Faltavam poucos metros para um terreno mais rochoso, e onde
conseguia ver alguns a correr após o transpor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Seria ali o fim do tormento? Sim e não…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Realmente as coisas modificaram, já não havia paredes, nem
nada de muito técnico que obrigasse a maior atenção ou agilidade, porém os
músculos estavam amassados devido à longa subida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Queria um abastecimento, que estava previsto ao quilómetro
16,5, mas que o meu relógio contrariava, visto já acusar pouco mais de 16 e não
ter sinais de vista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ia trincando uma barra enquanto caminhava um pouco para
recuperar, as pernas que até ali se tinham portado lindamente, estavam agora
desfeitas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Conhecia a zona do Arestal onde iríamos passar, mas naquele
momento não me estava a conseguir situar, até finalmente entrar num estradão
que nos levava por entre duas das poucas casas que ali existe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-yeAPDRPYjR8/XiBMK8avOHI/AAAAAAAAK9s/nzMsNJGdloETObT0l-Bwk_e-8ENtpAReACLcBGAsYHQ/s1600/82286474_2548291512049382_3493914423091789824_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-yeAPDRPYjR8/XiBMK8avOHI/AAAAAAAAK9s/nzMsNJGdloETObT0l-Bwk_e-8ENtpAReACLcBGAsYHQ/s320/82286474_2548291512049382_3493914423091789824_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Assim que reconheço o local, vejo algumas pessoas ao fundo
que davam apoio e nos levavam até ao abastecimento que apenas surgiu quase aos
18 KM. Sentia-me vitorioso, e a partir dali era sempre a descer, bastava ter
pernas, que naquele momento não me pareciam capazes para tal coisa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Dirigi-me ao abastecimento, e usando o que ali havia,
tentava recuperar energias para enfrentar os restantes quilómetros até à meta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Assim que retomo o percurso, inicio uma ligeira corrida, mas
noto que as pernas ainda estão perras e insistem que não querem correr. Ao
mesmo tempo, sinto um ligeiro desconforto no estômago, e fico cariz baixo.
Agora que queria aproveitar para conseguir rolar devidamente, não estou capaz
de o fazer. A altitude, e o local mais sombrio, trazem novamente o frio, que me
congelam as mãos, de tal maneira que me obriga a embrulhar na gola que trazia
no pulso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Só uns metros mais à frente consegui com que recuperasse a
temperatura, e as pernas também ficavam mais soltas, ainda que travem
ligeiramente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A descida não tem grande história, grande parte feita em
estradões, corta fogos, por vezes lá se fazia um ou outro trilho que fazia
abrir o olho, mas nada de sonante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aos poucos as pernas vão permitindo abusar mais, volto a
conseguir impor o ritmo que desejava desde inicio e deixo de pensar em mazelas
ou dores de pernas, só queria aproveitar os últimos quilómetros de uma descida
que noutras circunstâncias teria sido melhor aproveitada. Com cerca de 21 KM já
intercalávamos o caminho com a prova mais curta até à linha da meta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Entro em Sever do Vouga, e não há mais trilhos, somente
asfalto até ao parque de Lazer local, onde estava a meta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-EvR6Cwgiq60/XiBMBiLDwuI/AAAAAAAAK9o/ZXHgjMpn8uAPo6zSVARUjYANZoNzbiDQgCLcBGAsYHQ/s1600/WhatsApp%2BImage%2B2020-01-12%2Bat%2B18.05.35.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="778" data-original-width="1600" height="155" src="https://1.bp.blogspot.com/-EvR6Cwgiq60/XiBMBiLDwuI/AAAAAAAAK9o/ZXHgjMpn8uAPo6zSVARUjYANZoNzbiDQgCLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2020-01-12%2Bat%2B18.05.35.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Equipa Vale Correr</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Foi uma modificação em pleno, a alteração de percurso, foi a
mais sensata e mais acertada, ainda que ache exagerado a passagem por
estradões, está algo mais bem desenhado e de forma a triturar cada um que se
atreveu a participar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tudo se resumiu a uma subida, onde obtivemos mais de metade
do acumulado, ainda que bastante oculta de inicio, mas já com vista a nos
receber, torturar e atirar-nos sem pernas para uma descida que por ela só pede
para correr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
São Pedro ajudou, e contribuiu para o sucesso desta edição,
com uma organização bem ciente do que era necessário para o conseguir.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-47779845430904193132019-12-31T12:42:00.000+00:002019-12-31T12:42:02.166+00:00São Silvestre do Porto - Uma imensidão<br />
<div class="MsoNormal">
Gosto sempre daquele sabor das corridas de fim de ano. As
São Silvestre, aquela designação que é usada em imensas provas por todo o país,
e que pretendo todos os anos fazer uma diferente, apesar de não ter sido o
caso, acabando por voltar à primeira em que participei já em 2016.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tinha todas as condições para fazer em tudo, melhor
prestação que há 3 anos atrás, não fosse a inexperiência da altura, e o recente
empenho mais sério nos treinos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Estava sem objectivo, sem foco, apenas divertir-me e tentar
deixar algo de mim ali, pelo menos era esse o pensamento antes do tiro de
partida, que acabou por desvanecer ainda uns 45 minutos antes da hora de
arranque.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É uma imensidão, um aglomerado enorme de pessoas que se
juntam aos já imensos turistas que percorrem as ruas do Porto, e o facto de
estar mais atrás, ou mais à frente nesta prova é o suficiente para perder ou
ganhares tempo ao quando estás na estrada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-NVNIOmierCI/Xgs8z3G4n8I/AAAAAAAAK5M/qIyHYrvBDcEOOpob_mcW3oAPaPIAMR2cwCLcBGAsYHQ/s1600/80538153_2737475076291816_5526567026602016768_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-NVNIOmierCI/Xgs8z3G4n8I/AAAAAAAAK5M/qIyHYrvBDcEOOpob_mcW3oAPaPIAMR2cwCLcBGAsYHQ/s320/80538153_2737475076291816_5526567026602016768_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Avenida dos Aliados. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Faltavam pouco menos de 1 hora quando abriram os pórticos de
partida, e tentando colocar-me o mais na frente possível, obrigou-me a não ter
aquecimento, e uma longa espera no meio de uma confusão de atletas que ali
aguardavam como eu. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma vez ali dentro, com tempo de sobra, foi o primeiro
indicio de que aquele palavreado de passear iria ser para esquecer, e a prova
iria para ser feita com a faca nos dentes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Faltava 2 a 3 minutos para a partida, e sentia um arrepio,
estava um ambiente incrível, com tanta gente a correr, como a ver, fazendo um
corredor enorme pelas ruas do Porto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O que já não achei incrível, foi a forma como se sucedeu os
primeiros quilómetros, o que já estava à espera dado a grande enchente, e o
arranque em frio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tentei ali dispersar-me com mais rapidez que o normal, mas
era impossível, parecia que estava numa prova de trail, com saltos e desvios
repentinos, como se houvessem raízes ou pedras que atrapalhassem, apenas para
tentar ultrapassar só mais alguém no meio de tantos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foram 3 quilómetros disto, onde tentava sair de uma zona
carregada de pessoas, tentando aquecer, entre subidas e descidas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Só ao 4º quilómetro é que consegui estabilizar num ritmo já
próximo do normal, mas mesmo assim não dentro do que pretendia, as grandes e
complicadas subidas já haviam ficado para trás, agora era tudo acerca de longas
rectas, onde já sabia que teria hipóteses de recuperar algum tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As ruas continuavam incríveis, havia sempre alguém, nunca
nos sentíamos sozinhos, ou abandonados, e davam animo para não abrandar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-woKCAoY8kYE/Xgs9VYfg0xI/AAAAAAAAK5Y/7UoHhZ6w1ck84Whz0mt9YaBDNtVmz3QXgCLcBGAsYHQ/s1600/82093758_2737475369625120_22419780824727552_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-woKCAoY8kYE/Xgs9VYfg0xI/AAAAAAAAK5Y/7UoHhZ6w1ck84Whz0mt9YaBDNtVmz3QXgCLcBGAsYHQ/s320/82093758_2737475369625120_22419780824727552_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A passagem pelo abastecimento, ditava o meio da partida, e
para mim o tentar meter um ritmo mais forte, e fazer uma segunda parte mais
rápida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pouco apreciava ou via em que ruas andava, apenas estava
focado em manter um ritmo certo, e tentar com que a faca não saísse da boca. Se
na primeira metade, foram essencialmente subidas, aqui eram essencialmente
descidas e planos, e era nas descidas que tentava abusar, ainda que contido, e
nos planos que tentava manter a velocidade. Assim que vejo o placar do 8º
quilómetro, sabia que estava feito, agora seria uma questão de qual o tempo
final, mas teria que ser abaixo dos 40 minutos, desse por onde desse.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Chegava ao túnel dos Almadas e restava pouco menos de 1 KM
para o final, a descida fila mais abruptamente, e lá em baixo tentava manter um
ritmo constante de forma a recuperar um pouco a caixa, para a subida que nos
fazia sair dali.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Doeu, mas saí do túnel, faltava descer até aos Aliados,
contornar e subir até à meta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Este era o momento mais alto da prova, onde se preenchia um
autentico corredor humano com uma presença incrível de apoiantes até à meta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Essa, só vi assim que contornei os Aliados, e comecei a
subir, mesmo no cimo da Avenida, com o relógio a contar 39 minutos e alguns
segundos. Não percebi os segundos à primeira, e foi então que decidi dar tudo o
que restava naquela subida e chegar antes dos 40 minutos oficiais, que o
liquido já sabia que ia ser abaixo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-FybFoJVuUzc/Xgs9Cl6U3oI/AAAAAAAAK5Q/VrFpAGeyrLATTmnXZMb_vv_GTpjnTT6pgCLcBGAsYHQ/s1600/80678605_2737470002958990_3302493765138120704_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-FybFoJVuUzc/Xgs9Cl6U3oI/AAAAAAAAK5Q/VrFpAGeyrLATTmnXZMb_vv_GTpjnTT6pgCLcBGAsYHQ/s320/80678605_2737470002958990_3302493765138120704_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Saída do túnel. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É sem dúvida das provas mais incríveis que fiz, tanto pela
moldura humana que tem, como por toda a envolvência de atletas e apoiantes,
fazendo provavelmente a prova mais ou das mais repletas a nível nacional. O
único senão, é o facto de ter imensa gente, que congestiona mesmo em vias com
várias faixas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foram os últimos cartuchos de 2019, aguardemos por 2020.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-y2w_tKK6SLQ/Xgs9bSIYDmI/AAAAAAAAK5c/OKbIsyTPtwMzQU997ZJHcGSLNgYxV74rACLcBGAsYHQ/s1600/80578806_2737477539624903_8338549374481072128_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-y2w_tKK6SLQ/Xgs9bSIYDmI/AAAAAAAAK5c/OKbIsyTPtwMzQU997ZJHcGSLNgYxV74rACLcBGAsYHQ/s320/80578806_2737477539624903_8338549374481072128_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-89002491054773079762019-12-12T18:15:00.000+00:002019-12-12T18:15:17.129+00:00Mamoa River Trail - Sabor agridoce<br />
<div class="MsoNormal">
Quase de faca nos dentes, não literalmente, nem tão de perto
o que se entende quando se cita uma expressão como esta. Basicamente queria
deixar tudo de mim ali, dar o que conseguia, mesmo sabendo que apesar de ter
capacidades para terminar, não tinha a velocidade que realmente queria. É a
estreia de uma prova que percorre caminhos semelhantes ao <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2019/01/ultra-trail-medieval-primeira.html">Trail Medieval</a>, mas
que continha 1200 D+ em 25 KM. Tendo em conta que não é uma zona com serras de
grande elevação, só conseguia imaginar um trajecto em forma de carrossel, com
subidas e descidas repentinas, curtas e inclinadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A manhã era fresca, aliado ao facto de estarmos junto ao
rio, o calor era completamente inexistente, e apenas uma breve corrida me fez
ganhar algum calor para não arrancar frio, e abafar em pouco tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aproximava-se a hora, e uns 80 a 90 atletas colocavam-se
atrás do pórtico aguardando o tiro de partida, para de seguida dar uma pequena
volta pela praia fluvial de Mâmoa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não percebi bem o que queriam com aquela volta ali,
provavelmente um pequeno aquecimento para o pessoal todo, uma forma de
dispersar a malta, não sei…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas acredito que tenha sido esta última, por entrarmos logo
num trilho um pouco mais apertado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Trilho maiormente em terra e pedra cravada à superfície,
fácil de correr e de rápida progressão, atravessa rio aqui e ali sob pedras e
vou progredindo sem problemas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-9NhwgXq7jWY/XfJL1EWEqUI/AAAAAAAAK1w/ZF0WWfM-dwA1ElE3qzXQuapnRVBaYozPgCLcBGAsYHQ/s1600/78455553_2525410177544083_3333294440201584640_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1500" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-9NhwgXq7jWY/XfJL1EWEqUI/AAAAAAAAK1w/ZF0WWfM-dwA1ElE3qzXQuapnRVBaYozPgCLcBGAsYHQ/s320/78455553_2525410177544083_3333294440201584640_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Méééé - Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os trilhos iam-se moldando, mas na sua grande maioria feitos
por single tracks, o que adoro, diga-se de passagem, mas que dificultam por
vezes a progressão por serem irregulares, ou alguém ir mais lento e não haver
chance para passagens sem por em perigo alguém.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
No entanto não era o meu caso, ia bem disperso, e chegado à
primeira subida ia na frente de um pequeno grupo de 3 atletas, sendo
perseguidos uns metros atrás por um outro de 4 ou 5 elementos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foram aproximadamente 200 D+ em pouco mais que 2 KM,
existindo por vezes 30% de inclinação, que obrigava a uma maior amplitude de
movimentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma vez no cimo, a descida não tardava, e estava a
comprovar-se a minha teoria, subidas e descidas rápidas e curtas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Descida até ao primeiro abastecimento, com pouco mais de 5
KM, achei demasiado cedo, e apenas agarrei num pedaço ou outro de comida e
arranquei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Voltei a tentar recuperar o lugar onde até ali vim, e
voltava à subida, desta vez não tanto agressiva, ligeiramente mais rolante pelo
largo estradão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Até ali estava tudo a correr na perfeição, apertava bem na
subida, e quando não conseguia colocava uma caminhada mais forte, e descidas
eram feitas mais rápidas que o normal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Felizmente e apesar do temporal dos últimos dias, o terreno
não esteve escorregadio como pensava, mas ia com alguma cautela. A única coisa
que me estava a falhar, eram as marcações, não que estivesse mal fitado, mas
por não haver reforço de fitas em cruzamentos, ou desvios do caminho, tendo
enganado por diversas vezes, ainda que em poucos metros, mas que obrigava a
parar e procurar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-RpK7OYF3K6w/XfJMKz5AA9I/AAAAAAAAK14/oDl6Lh2AV5U7eEuYlQpblH_phv2rtRZTQCLcBGAsYHQ/s1600/77114867_1403348649839326_2870310997350940672_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="640" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-RpK7OYF3K6w/XfJMKz5AA9I/AAAAAAAAK14/oDl6Lh2AV5U7eEuYlQpblH_phv2rtRZTQCLcBGAsYHQ/s320/77114867_1403348649839326_2870310997350940672_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vale Correr</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nesta altura já havíamos deixado para trás um dos elementos
do grupo, ficando eu também pouco depois. Numa das decidas acabei por perder o
contacto e já seguia sozinho, mas ainda que perseguido por mais 4 ou 5
elementos. Não parava, e mantive sempre corrida forte o quanto possível sem
implicar um desgaste completo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Obviamente acabaria por ser ultrapassado, a gasolina estava
a entrar na reserva, e não estava a alimentar como deveria, e com
aproximadamente 12 KM, fico à minha mercê vendo os restantes a distanciar-se.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pareceu-me ter afectado aquele momento, parece que tinha
quebrado, e só estava à espera de rebentar, não estava com grande motivação,
mas ao mesmo tempo ainda continuava a lutar. Ainda faltava muito para terminar,
e a prova disso era ainda ir apanhando alguns pelo caminho, mas sem sinal de
vista do grupo em que seguia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O segundo abastecimento era junto à capela de São Marcos, o
que significava subir uma colina em terra, com rochedo cravado para dificultar
a progressão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foi o abastecimento que demorei mais tempo de toda a prova,
ainda que por uns breves 1 a 2 minutos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Metia-se de imediato mais uma descida onde me enganei uma
vez mais por não conseguir ver as fitas, e tive que avançar uma pequena
vegetação para chegar ao caminho certo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Estou mais moralizado, e volto a acelerar a passada, as
subidas que vão surgindo já se fazem com mais facilidade novamente, as descidas
também igualmente mais solto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-GCa-sjWk_4E/XfJMlrEsv6I/AAAAAAAAK2A/6ipGUcr8Srw5vK0De25mnkJmhfZQzg9mQCLcBGAsYHQ/s1600/76730153_2724762754253916_9181828007906508800_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1070" data-original-width="1600" height="214" src="https://1.bp.blogspot.com/-GCa-sjWk_4E/XfJMlrEsv6I/AAAAAAAAK2A/6ipGUcr8Srw5vK0De25mnkJmhfZQzg9mQCLcBGAsYHQ/s320/76730153_2724762754253916_9181828007906508800_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">É para subir sim. Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pensava que o pior já estava feito, mas ainda restava
algumas subidas, e esta primeira que nos levava ao ponto mais alto da prova, começava
com um suave zigue-zague. A coisa é minimizada, com um sobe e desce ligeiro ali
pelo meio, como a falsa fé, até nos presentearem com mais uma subida, só que
agora a direito, por entre árvores pedras, sem caminho. Não que fosse demasiado
inclinada e/ou longa, mas dado massacre que levava de trás já sentia um inchaço
junto aos joelhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foram uns míseros 150 metros ganhos, em quase 1 quilómetro,
e quando pretendia e queria descansar o quer que fosse, não dava, a descida
estava logo ali, inclinada, mas pelo menos rolante, e de forma a que conseguia
recuperar algum tempo perdido. Passava algum pessoal da prova de 15 KM, e isso
acabaria inevitavelmente por tornar-se um objectivo. Não menosprezando ninguém,
mas aquilo estava a tornar-se claramente uma motivação para mim, não ganhando
nada com aquilo, mas era uma forma de me animar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-JjNOB757gEE/XfJM8-cwapI/AAAAAAAAK2I/K4XVnyA4lsIHQFzAkir-nb0MA5ZBn-xswCLcBGAsYHQ/s1600/77231396_2722789934451198_5236126790992265216_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-JjNOB757gEE/XfJM8-cwapI/AAAAAAAAK2I/K4XVnyA4lsIHQFzAkir-nb0MA5ZBn-xswCLcBGAsYHQ/s320/77231396_2722789934451198_5236126790992265216_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Era de facto nas descidas onde estava a conseguir
encaixar-me, eram perfeitas para rolar, e conquistavam-me, um trilho bem aberto
e com desvios constantes, às vezes somente em carreiros, outras já com o apoio
das mãos em árvores, divertia-me, e aliviava a pressão que tinha nos músculos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Restavam mais 3 típicas subidas e respectivas descidas, não
tão longas como as outras era certo, mas inclinadas q.b. para rebentar os
músculos por completo. Senti cada pontada dos músculos, e o efeito “bola” que
estava a criar uns milímetros acima do joelho, sendo apenas aliviado quando
deixava as pernas mais soltas quando descia ou conseguia correr normalmente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Faltava pouco mais que 2 quilómetros para o final, e já não
queria saber da constante pressão dos quadríceps, só queria correr, e o trilho
das minas foram uma sobremesa tipo gourmet, deliciosa, mas pequena demais. Um
trilho escondido no grande arvoredo, composto de folhas castanhas, e encostas
verdes, uma delicia que deveria ser mais duradoura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Restava apenas mais um single track paralelo ao rio para
chegar à praia fluvial, e ali estava ela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tive que gerir a prova mais cedo do que previa, e isso
levou-me à 22ª posição de uma prova com um inicio agridoce.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foi uma primeira edição, mas penso que existe malta na
organização com conhecimento necessário para perceber que é preciso mais para
agarrar os atletas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foi provavelmente das provas em que usufrui menos do
abastecimento, mas o suficiente para perceber que eram básicos demais, mesmo
para uma distância de 25KM. As marcações, foram o que relatei acima, sendo
boas, mas com falta de reforço em alguns pontos mais importantes. O percurso em
si, está bem desenhado, mas acredito que consigam acrescentar ou alterar alguma
coisa para o melhorar. Isto é apenas a minha opinião, baseada naquilo que
experienciei.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-14060282437994472682019-12-04T12:38:00.000+00:002019-12-05T11:43:58.270+00:00Europarque Bio Run - Mete lama nisso<br />
<div class="MsoNormal">
É o culminar de 3 provas, <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2019/06/trilhos-termais-um-carrossel-nocturno.html">Trilhos Termais</a>, <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2019/07/corrida-urbana-terras-de-santa-maria-um.html">Corrida Urbana</a>, e
agora o Bio Run.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Já a havia feito anteriormente, mas era prova que não me
tinha conquistado, nem me chamava atenção necessária. Sendo a última das 3, com
uma classificação final do conjunto, e estava minimamente bem classificado era
a motivação necessária que precisava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Estava em 9ª lugar, a uns míseros 3 pontos da 8ª posição, e
também a uns poucos dos restantes, mas tinha que ambicionar apenas uma coisa, e
colocar-me a um único objectivo, encontrar o 8º classificado e terminar à
frente dele, só assim o ultrapassaria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-EaAFYzkKLBc/XeeLH1ERF4I/AAAAAAAAKzo/SjI4lluC_CM5mioIYelgXN5cr_DXNFoIACLcBGAsYHQ/s1600/74448488_2383874008406494_5256121749245788160_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-EaAFYzkKLBc/XeeLH1ERF4I/AAAAAAAAKzo/SjI4lluC_CM5mioIYelgXN5cr_DXNFoIACLcBGAsYHQ/s320/74448488_2383874008406494_5256121749245788160_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O tempo era o expectável para aquela manhã, chuva e frio, e
mal cheguei ao Europarque já a chuva se sentia algum tempo, o que prometia um
piso escorregadio quando cruzássemos os trilhos. O percurso é de piso misto,
estrada e trilhos, sendo estes últimos com menor percentagem, contudo o
suficiente para abrandar quem quisesse andar, ainda para mais com as sapatilhas
que levei, que nada apropriadas eram para aquilo que ia fazer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Já o aquecimento estava feito, quando vejo os blocos de
partida a serem preenchidos em massa, tinha que tentar colocar o mais à frente
possível, o suficiente para evitar congestionamentos e confusões. Aguardava o
tiro de partida, mas sem encontrar o 8º classificado, não o via, teria que ser
durante o percurso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Arrancamos poucos minutos depois da hora, mas com a
velocidade de como estivéssemos a recuperar tempo, percorrendo uma longa recta
com pouca inclinação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O retorno já era feito em jeito de recuperação de caixa, até
entrar nos primeiros trilhos. Foi logo ali, que vi o 8º classificado, a pouco
mais que 100 metros de mim, e onde queria começar a controlar a distância. Os
primeiros passos sobre o terreno enlameado, foram o suficiente para perceber a
escolha errada no calçado, tinha que ter cuidado para não dar uma queda mais
aparatosa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Saímos rapidamente do trilho, e seguíamos pela longa calçada
que percorre o parque, e de repente estava a poucos metros de distância do meu
objectivo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pausei e abrandei um pouco o ritmo, não seria a altura ideal
para atacar, nem para andar já com ritmos mais rápidos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-VIxdDQImd-s/XeeL2Qa5S7I/AAAAAAAAKz4/sSBMipzxDMwUgtKE2f691VYbDtR4XhWNwCLcBGAsYHQ/s1600/75643575_2483784848564012_2161074874439696384_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-VIxdDQImd-s/XeeL2Qa5S7I/AAAAAAAAKz4/sSBMipzxDMwUgtKE2f691VYbDtR4XhWNwCLcBGAsYHQ/s320/75643575_2483784848564012_2161074874439696384_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A voar para a segunda volta. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É uma prova incerta, tanto se esta a subir, como a descer,
como em estrada ou em trilhos, é mesmo tudo misturado e sem folga para
descanso. A subida em zigue-zague por rampas de acesso, uma descida abrupta em
terra para um jardim e a subida em asfalto até ao terreno coberto de lama
provavam que não poderíamos descansar, nem com tempo para recuperar o quer que
seja.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O piso estava coberto com lama, e sentindo os pés a deslizar,
tive que abrandar repentinamente e calcular o próximo passo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A lama era abundante, o single track que se seguia colado ao
rio, era o segmento que mais adorei, mas que era impossível de se fazer sem ver
onde colocar o pé.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-pt3eIagqI9U/XeeLdvQ-lMI/AAAAAAAAKzw/5OJ9OtAW3-ktc0MpiOBpZLhv_NbwmZLVQCLcBGAsYHQ/s1600/74917390_2381944621932766_8356330268503572480_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-pt3eIagqI9U/XeeLdvQ-lMI/AAAAAAAAKzw/5OJ9OtAW3-ktc0MpiOBpZLhv_NbwmZLVQCLcBGAsYHQ/s320/74917390_2381944621932766_8356330268503572480_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Junto ao rio. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A saída do trilho não era fácil, numa inclinação do jardim
coberta de lama obrigava o uso das mãos para equilibrar e não deslizar por ali
abaixo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A típica volta ao lago era o local ideal para conseguir
recuperar algum tempo, mas dado o uso forte das pernas, sentia-as duras, e
limitei a manter o ritmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Saí de rompante pela escadaria, e seguia em direcção à
ultima secção de trilho pela longa subida sobe um passeio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A terra ali estava mais consistente, não era tão
escorregadio, mas nem isso evitava de prever qual o melhor caminho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E de repente estava na partida/meta, contava 5 quilómetros,
e teria que repetir o percurso todo novamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nada que eu já não soubesse à partida, mas que me aborrecia
de certa forma, não fosse ter um único objectivo, e que já tinha fugido de
vista algum tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A passagem pelo asfalto era feita de imediato em velocidade
máxima até ao retorno, local onde o revejo finalmente, e começo a tentar a
aproximação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Entrava no trilho e já o via novamente a poucos metros de
distância, mas ainda era prematuro fazer alguma coisa. Apenas controlava a
distância e não o deixava fugir, aproximando gradualmente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-yok1gYZd6jc/XeeMCQCAVqI/AAAAAAAAKz8/e2UjQcSjNAQ0_Wi8pg43KuU-OhfxkLHCQCLcBGAsYHQ/s1600/77230197_2383163145144247_7276603081159081984_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-yok1gYZd6jc/XeeMCQCAVqI/AAAAAAAAKz8/e2UjQcSjNAQ0_Wi8pg43KuU-OhfxkLHCQCLcBGAsYHQ/s320/77230197_2383163145144247_7276603081159081984_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Contornando o lago. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nas rampas de acesso via que estava mesmo a poucos metros de
mim, agora era gerir para logo depois poder atacar e avançar. Entrava no
asfalto e a aproximação foi tanta, que pensei logo, “está feito”, apenas
descolei-me um pouco quando se meteu de novo a secção com mais lama, queria
seguir sem ninguém por perto, para não atrapalhar, nem a mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Contudo esta parte estava mais complicada, fruto da passagem
de centenas de pessoas ali, o single track que ainda era minimamente acessível,
estava impossível de correr sem o pé fugir. Estava prestes a terminar aquele
terreno mais enlameado, restava subir até ao lago pela mesma subida que me
obrigou a usar as mãos na primeira volta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Agora não foi excepção, mas nem isso me valeu. Assim que
estou quase a chegar ao cimo, começo a sentir os pés a fugir, e só paro na base
da subida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foi o suficiente para perder posições e o contacto com o 8º
classificado, as pernas ficaram duras do esforço que fiz para subir aquilo, não
conseguia colocar novamente o ritmo que queria. Quando iniciava a última grande
subida, já o via a uma longa distância, a entrar no último segmento de trilhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tentei ainda o último quilómetro a ver se conseguia
aproximar, mas não deu. Aquele deslize foi o quanto bastou para perder aquela
que provavelmente, em circunstancias normais, seria uma vitória para mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Apesar de tudo considero ter feito uma boa prova, tendo
perdido pelo terreno estar coberto de lama, e consequentemente a má escolha do
calçado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tendo faltado no ano anterior, penso já ter havido algumas
melhorias por parte da organização, contudo, não considero ser o meu tipo de
provas de eleição, não sendo uma prova de estrada, nem de trilhos.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-44819567133370807772019-11-25T18:12:00.000+00:002019-11-25T18:12:02.558+00:00Maratona do Porto - Uma vitória sofridaE vão cinco. Foi a quinta maratona, e terceira participação na Maratona do Porto.<br />
Já conheço o percurso da frente para trás, e de trás para a frente, o que só de o antever, já cansa a mente. Tem vários segmentos, que são fantásticos, outros menos interessantes, enfim, tem de tudo.<br />
Queria fazer udo de forma diferente desta vez, e a começar por chegar a tempo e horas, e assim o fiz. Reunimos a comitiva para esta empreitada, e rumamos a Matosinhos, para mais uma participação.<br />
Não fizemos a coisa por menos, e chegamos cedo, e com tempo que sobre para tudo e mais alguma coisa, acabando por conseguir colocar mesmo no inicio do bloco A, tendo pela frente apenas a elite e sub-elite.<br />
A minutos da partida, cortavam-se as divisões dos blocos, e colocava-me a escassos metros da partida, mesmo atrás da elite, e a adrenalina começa a surgir.<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dJSw6uP8bY0/XdvsDzN0kqI/AAAAAAAAKtM/7hnWRR0dw04HvnYHcHy8Hm6yGFfq-URdACLcBGAsYHQ/s1600/74937315_2504086493015144_8237295541952708608_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-dJSw6uP8bY0/XdvsDzN0kqI/AAAAAAAAKtM/7hnWRR0dw04HvnYHcHy8Hm6yGFfq-URdACLcBGAsYHQ/s320/74937315_2504086493015144_8237295541952708608_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<br />
O inicio é sempre de arrepiar, e deixei-me embalar por tudo em redor, e deixei-me ir na onda de todos que me rodeavam e corriam ferozmente logo de inicio.<br />
Não durou muito para se dar o clique, e cair na realidade, que aquilo eram 42 quilómetros, e não meia dúzia, e abrando o ritmo.<br />
Ia seguir a “receita” da Maratona da Europa, que resultou na perfeição. Manter um ritmo certo, e controlar pelo relógio. Sabia que tinha os balões das horas, mas não gosto da confusão em volta, que pode ser um problema em alguns casos durante o decorrer da prova. Para ajudar a minha decisão, foi o ritmo louco que o responsável por aquele tempo estava a fazer, com previsão para terminar abaixo das 3 horas em cerca de 10 minutos, e aquilo certamente não era para mim.<br />
<br />
Deixei-me ficar para trás, a minha passada no meu ritmo e sem atropelos. Mesmo assim as coisas não seguiram o plano à risca, não que tivesse uma faca encostada às costas para correr mais depressa do que o que devia, mas por ter o sangue a ferver e ver aquele grupo a afastar-se, acabava por apertar mais um pouco, e elevava o ritmo para um patamar inapropriado.<br />
Não descolava o olhar nem deixava o grupo distanciar-se em demasia, tentava controlar aquilo tudo enquanto corria, e me surgia os primeiros problemas ainda em direcção aos primeiros 10 quilómetros.<br />
Havia arrancado com vontade de verter líquidos, que pensava que com o decorrer da prova se afastaria, e como quando surge um problema não vem sozinho, também surgiram imensas cólicas, e assim não ia dar para estar bem e correr bem.<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-slcHd6Uqc3c/XdvspljycjI/AAAAAAAAKtU/6fa2aUUU2wsTD1DT3sVRi-CZPzijTmdOACLcBGAsYHQ/s1600/75009068_2498103240280136_6076794058531930112_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1097" data-original-width="1600" height="219" src="https://1.bp.blogspot.com/-slcHd6Uqc3c/XdvspljycjI/AAAAAAAAKtU/6fa2aUUU2wsTD1DT3sVRi-CZPzijTmdOACLcBGAsYHQ/s320/75009068_2498103240280136_6076794058531930112_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Assim que tivesse vontade de largar aquele ar todo, não ia olhar para trás, e teria que o deixar, mas isso não acontecia. É complicado correr 42 quilómetros com uma indisposição na barriga.<br />
Poucos momentos houve em que não sentia aquele incomodo, felizmente foi sempre quando passava pelas zonas mais movimentadas e mais emblemáticas do percurso, e a rotunda da anémona este ano estava fantástica. Já levava 12 quilómetros quando passamos pelo castelo do queijo, e deixávamos Matosinhos para trás, seguindo pela longa recta da marginal, um pouco mais deserta de apoiantes, mas sempre bonita de apreciar.<br />
Ali ainda se vai fresco, e não custa fazer a travessia com cabeça erguida e olhar para o fim daquela longa estrada.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Wr9EeZSbutQ/XdvsyPI238I/AAAAAAAAKtY/ms1-SrArg0U8zLilgAPoQDBK10-P7aO9ACLcBGAsYHQ/s1600/76618297_2470430593232771_1959130597423054848_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-Wr9EeZSbutQ/XdvsyPI238I/AAAAAAAAKtY/ms1-SrArg0U8zLilgAPoQDBK10-P7aO9ACLcBGAsYHQ/s320/76618297_2470430593232771_1959130597423054848_o.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Já estava em direcção à Ribeira, com cerca de 17 quilómetros, e já vinha alguns a olhar para um sitio para encostar e verter águas, tinha que ser, e ver se conseguia acalmar aquela indisposição.<br />
Não demorei muito, e voltei, acelerei um pouco para retomar onde estava, e continuava a sentir em perfeitas condições. Dava-me a sensação de haver mais gente, mais aplausos e mais entusiastas daquele que é um desporto em ascensão já há vários anos, e os espanhóis e franceses juntavam-se à festa, parecia haver um em cada canto, foram fantásticos.<br />
A zona da ribeira é sempre o ponto alto desta prova, e a travessia da ponte Dom Luís é a cereja no topo do bolo. O aglomerado de gente ali, é qualquer coisa, só não podiam correr por mim. Chegava aos 21 quilómetros com 1:30h, estava bem folgado, e contente por ter aguentado tanto com toda aquela confusão na barriga.<br />
A zona de Gaia, é manhosa, alguns altos e baixos e paralelos à mistura, trituram de forma lenta e impiedosa, e eu não fui excepção.<br />
Foi ali que comecei a acusar tudo e mais alguma coisa, estava incomodado com aquele desarranjo, e com inicio de caibras na coxa direita, e não queria parar para evitar quebras de ritmo.<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-2jgJBzsvtUQ/XdvtE1X69ZI/AAAAAAAAKtk/-yJUTo0y5K4fALDo4r_B5w-Et9Dfgr18ACLcBGAsYHQ/s1600/73165983_2496352547121872_8552256055092969472_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-2jgJBzsvtUQ/XdvtE1X69ZI/AAAAAAAAKtk/-yJUTo0y5K4fALDo4r_B5w-Et9Dfgr18ACLcBGAsYHQ/s320/73165983_2496352547121872_8552256055092969472_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Há que dar ânimo. Passagem na Ribeira</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Abrandei, e forçava a passada, implorava para passar rapidamente os paralelos, e não desgastar na subida para o tabuleiro da ponte, mas sabia que era questão de pouco tempo para rebentar e ter que caminhar, iria inevitavelmente bater no muro desta vez.<br />
Não me importava, o que me importava era terminar, era atravessar a meta seja de que maneira fosse.<br />
Atravessava a ponte novamente, e rumava em direcção à ponte do Freixo pela marginal, mas nem a vista sobre o rio, ou aquela gente me conseguia dar incentivo para forçar, estava derrotado.<br />
O abastecimento dos 30 KM estava, ali, a poucos metros de mim, quando tenho a primeira quebra, não me envergonhava estar a caminhar, nem me envergonho de o admitir, mas não conseguia correr mais.<br />
Não pus de parte a desistência, mas interrogava-me se não conseguia terminar na mesma, nem que seja a ritmos mais lentos. Ia intercalando alguma caminhada com corrida, mas seria capaz de o fazer? Ia tentar.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-XSfBOatQKQ4/Xdvtk_tTBXI/AAAAAAAAKtw/vf37Fc3Tmi8TMx8-aliJGO41UWqeUiGtwCLcBGAsYHQ/s1600/74486362_2498100580280402_3393358071777460224_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-XSfBOatQKQ4/Xdvtk_tTBXI/AAAAAAAAKtw/vf37Fc3Tmi8TMx8-aliJGO41UWqeUiGtwCLcBGAsYHQ/s320/74486362_2498100580280402_3393358071777460224_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Passagem pela ponte D. Luís I. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Punha a cabeça em ordem, enquanto ia tentando um trote aqui e ali a ver se a máquina já queria funcionar. Só consegui correr algumas centenas de metros, até entrar no túnel e ouvir “Chariots of Fire”, dos momentos mais especiais desta prova, dá para arrepiar.<br />
Estava revoltado, queria correr, mas o corpo não deixava, não era psicológico era mesmo falta de treino e capacidade para estar ali naquele dia, treinasses.<br />
Foram várias centenas de metros feitos a caminhar, alguns intercalados com uma espécie de corrida, mas era o melhor que conseguia.<br />
Por momentos senti-me com energia, e ainda consegui alguns minutos com ritmo confortável de corrida, e assim me mantive até quebrar de novo na longa recta interminável da Av.ª do Brasil.<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-sMDXtDaA3F0/Xdvt2HmuO5I/AAAAAAAAKt8/0Lw4Gk6xG3kq1JgZLN-B_zP3VD9SdaWfACLcBGAsYHQ/s1600/74614853_2496336780456782_6664192529170169856_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-sMDXtDaA3F0/Xdvt2HmuO5I/AAAAAAAAKt8/0Lw4Gk6xG3kq1JgZLN-B_zP3VD9SdaWfACLcBGAsYHQ/s320/74614853_2496336780456782_6664192529170169856_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tunel e "Chariots of Fire"</td></tr>
</tbody></table>
<br />
O apoio ali deixou de ser feito somente de fora, mas também de todos os que ainda participavam, e mesmo em esforço não deixavam de dar o apoio, e contribuíam para os últimos quilómetros. Também deixou de ser para os atletas em geral, mas sim individualmente para cada um de nós. Sentia que estava feita, não sabia como, mas sabia que ia terminar, sofri, passou-me de tudo pela cabeça, mas consegui, estava frustrado, mas contente, só queria ver alguma cara familiar.<br />
Chegava à rotunda do castelo do Queijo, e ali uns poucos metros tive que abrandar de novo e abanava a cabeça, como se não conseguisse mais, não fosse eu acordado de seguida. Não lhe consegui agradecer devidamente, mas puxou por mim, alguém, que caminhava em sentido contrário ao meu. Reparou que estava derrotado, e ali berrou por mim, não sei como o fez, mas deu-me alento, deu-me a coragem e a força que necessitava para o final, já feito sem pernas, mas com cabeça e coração, apenas com vontade de atravessar a meta. OBRIGADO!<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-K59fnBXzFTE/XdvusNuANYI/AAAAAAAAKuI/6lJSPfW4nnQcna9HgshNxSQu2kO-HR6dwCLcBGAsYHQ/s1600/75497650_2496350257122101_80822187769987072_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-K59fnBXzFTE/XdvusNuANYI/AAAAAAAAKuI/6lJSPfW4nnQcna9HgshNxSQu2kO-HR6dwCLcBGAsYHQ/s320/75497650_2496350257122101_80822187769987072_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Inicio da Avª. do Brasil</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Longa, a recta, e as pessoas começam a aparecer, os últimos aplausos, e a última subida para a meta, aquela subida da rotunda da anémona para o queimódromo onde as pernas começam a querer quebrar novamente, mas agora não, corria com a cabeça e lutava para continuar, enquanto a minha família ali estava a apoiar e gritam por mim. Levanto a mão e tento não deitar uma lágrima, viro para o recinto e só mais uns metros e atravesso o pórtico. Estava feito.<br />
Não da maneira que devia, mas da forma que consegui, sofrida e arrebatadora.<br />
Encostei-me a uma das grades, e debrucei-me a acalmar a respiração e a esticar um pouco as pernas, enquanto pensava em tudo o que havia passado naqueles 42 quilómetros loucos.<br />
Desde o arranque frenético, ao acalmar os cavalos e controlar o ritmo, as cólicas e inícios de caibras, a corrida e a caminhada, a imensidão de gente em vários pontos, e ruas despidas, o apoio mais individual que já experienciei, e a admiração pelos apoiantes de Espanha e França, que contribuíram em grande para que as partes mais monótonas fossem vividas de outra forma, o saber correr já não com as pernas, mas sim com a cabeça, e o ver a família ao fim daquela conquista.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br /><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dmwwrXKfoaM/Xdvu_mVCklI/AAAAAAAAKuQ/xVsuKPPHotMMLVv5cto9vlT--tyQwiBeQCLcBGAsYHQ/s1600/76682082_2144781148984114_4041332954432012288_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-dmwwrXKfoaM/Xdvu_mVCklI/AAAAAAAAKuQ/xVsuKPPHotMMLVv5cto9vlT--tyQwiBeQCLcBGAsYHQ/s320/76682082_2144781148984114_4041332954432012288_n.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A chegada sofrida. Foto da família</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Foi sofrida, dolorosa, mas vivida e conquistada.João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-27030616208398772352019-10-14T18:00:00.000+01:002019-10-14T18:00:10.850+01:00Freita Skyrunning - Um dia não<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nem sempre a coisa corre como
queremos, e aí, resta-nos pensar no que correu mal, no que poderia ter corrido
melhor, levantar a cabeça e seguir em frente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2019/10/vadia-skyrace-uma-vadiagem.html">Vadia Mini Skyrace</a>, foi o
regresso aos trilhos após uma longa paragem, também um pouco feita de forma a
ver como estava, e digamos que um treino para a Freita Skyrunning, essa sim,
seria a prova que queria deixar, dar, e entregar tudo de mim, não para
resultado pessoal, mas sim pela equipa Vale Correr. Queria assegurar que era um
dos que contribuía, ou tentaria contribuir para chegar ao pódio de equipas, se
possível ao 1º lugar.<o:p></o:p><br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-DTh618Ob09s/XaQ1FRLsw9I/AAAAAAAAKhU/Br2qrdoHwP4xkIVkIC3C00ctCi6I-2NXACLcBGAsYHQ/s1600/73108749_2331406907189297_7347950803002327040_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-DTh618Ob09s/XaQ1FRLsw9I/AAAAAAAAKhU/Br2qrdoHwP4xkIVkIC3C00ctCi6I-2NXACLcBGAsYHQ/s320/73108749_2331406907189297_7347950803002327040_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
E foi nesse pensamento que me
desloquei para a Felgueira, aldeia de Vale de Cambra, mesmo na base da Serra da
Freita.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A partida, feita num local
diferente das 2 primeiras edições, deu-nos a possibilidade de percorrer um
pouco por entre a aldeia, mas que rapidamente nos levaria para o habitual
percurso desta prova. Os primeiros quilómetros eram um excelente aquecimento,
bastante espaço para correr, e caminhos completamente limpos, por um longo
estradão deixando a serra para trás. Somente aquando o inicio da descida, é que
somos despertados para um maior controle da nossa corrida, de onde poderíamos
ou não colocar o pé, nada de muito agreste, mas o suficiente para ter mais
atenção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foram cerca de 2 quilómetros a
descer sem grandes problemas, pelo menos até chegar a Cabrum, onde nos fariam
voltar à Felgueira.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O retorno, realizado por caminhos
diferentes ao inicialmente feito, eram mais diversificados e mais bonitos, mas
como era lógico tinha que ser a subir, transpondo pontes, escadas, um pequeno
rio, e alguns muros em pedra já tombados.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Adorava poder dizer que me
diverti ali, mas infelizmente foi uma pequena tortura. O joelho manifestou-se
durante uns metros, e impedia que conseguisse correr normalmente sem dores. Ia
com cerca de 5 quilómetros, e a ideia de ter que abandonar a prova já pairava
na cabeça. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
- “Estaria a piorar a situação?”
– “Iria parar logo agora que estava a começar a diversão?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Abrandei o passo, e ao mesmo
tempo a dor atenuou, sentia melhor, pelo menos do joelho, mas surgia um outro
problema, estava ofegante e sentia cansaço físico e as pernas estavam pesadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Comento isso com o João Paulo que
estava a ver-nos passar mesmo na aldeia da Felgueira, indicando que vou bem, ia
em 11º, para abrandar e descansar um pouco naquele que era o segmento mais
corrivel de todo o percurso.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-0mvFls4iNhA/XaQ21ZTgUJI/AAAAAAAAKiE/QIwyDBsXph0inocFv-CzjpTo195OqrGUwCLcBGAsYHQ/s1600/71911502_2332550990408222_405997700803198976_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1060" data-original-width="1600" height="212" src="https://1.bp.blogspot.com/-0mvFls4iNhA/XaQ21ZTgUJI/AAAAAAAAKiE/QIwyDBsXph0inocFv-CzjpTo195OqrGUwCLcBGAsYHQ/s320/71911502_2332550990408222_405997700803198976_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
Estava quase com 7 quilómetros já
percorridos, e estava cariz baixo, não estava a dar, não conseguia correr uns
100 metros sem ficar ofegante e cansado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Calma, pensei. Caminha um pouco,
respira fundo e deixa o corpo refrescar. Aos poucos ia tentando um trote, até
sentir a respiração mais controlada, e as pernas a responder, vamos lá, agora
sim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um longo estradão, deu-me ousio
para puxar um pouco mais, talvez em busca de recuperar algum tempo perdido
atrás. Voltava a ter o andamento enquanto ia ultrapassando alguns atletas, até
recuperar a posição perdida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Regressava a Cabrum, onde tive
uma curta paragem no abastecimento. Comi e enchi as flasks, e voltava à
corrida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Finalmente estava a sentir-me
bem, conseguia puxar sem grandes problemas, não estava com quebras, nem com
faltas de energia, comecei a deduzir que o fraco aquecimento que fiz tivesse
tido algum impacto, mas teria que continuar a gerir para a grande subida da
prova.<o:p></o:p><br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-LSpJGfWgma8/XaQ2OxCJ0pI/AAAAAAAAKhw/6GlpPjOdr10AZRE3Rw5TK3329nxr1hu_ACLcBGAsYHQ/s1600/72229626_2331468900516431_1282414798646018048_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-LSpJGfWgma8/XaQ2OxCJ0pI/AAAAAAAAKhw/6GlpPjOdr10AZRE3Rw5TK3329nxr1hu_ACLcBGAsYHQ/s320/72229626_2331468900516431_1282414798646018048_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chegada a Cabrum. Foto da organização<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
A gestão foi feita logo que chego
à levada, onde tinha que ter cautela, caso contrário, seria um tombo
monumental, mesmo assim estava a seguir minimamente rápido.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Chegava à longínqua aldeia de
Paraduça, que indicava a 3 coisas – a primeira, era que todo o esforço até ali
feito, se não fosse bem gerido iria sofrer – a segunda, era a proximidade de
uma subida curta, mas inclinadíssima que era um pré-aquecimento para a subida,
que nos leva ao terceiro ponto, a grande subida. 4 quilómetros que nos
acrescentava cerca de 800 metros de desnível, sem dó nem piedade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas uma coisa de cada vez,
primeiro abrandava um pouco a passada enquanto atravessava a aldeia, até entrar
no longo caminho que nos levava até ao fundo da Freita, às entranhas daquela
serra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sem antes ter de enfrentar aquele
pinhal, curto, mas inclinado ganhando 100 metros de desnível em pouco mais que
400 metros de distância.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não saí dali com pernas nas
perfeitas condições, mas ainda com capacidade, capazes de continuar. Não
desatei a correr, faltava uma louca descida. Aquela que sempre me fez confusão,
e sempre irá fazer, visto ter uma inclinação entre os 30 e 40%, uma autêntica
parede.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estava no fundo, nas Berlengas,
cheia de caminhos e pequenas casas em pedra abandonadas, onde já passei por
diversas vezes, sabia o que ia enfrentar, e o que poderia e como deveria fazer
para subir, tinha tudo estudado na cabeça, mas nada nem ninguém antevia aquilo…<o:p></o:p><br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-QUsEE2ajjEY/XaQ110kUAHI/AAAAAAAAKhk/ykE0TQkC-nI0mhiCbhXpq8VSMuesKaswACLcBGAsYHQ/s1600/71673840_10218171905522175_7262838385285267456_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="903" data-original-width="1600" height="180" src="https://1.bp.blogspot.com/-QUsEE2ajjEY/XaQ110kUAHI/AAAAAAAAKhk/ykE0TQkC-nI0mhiCbhXpq8VSMuesKaswACLcBGAsYHQ/s320/71673840_10218171905522175_7262838385285267456_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto. - Desde lá do fundo...</td></tr>
</tbody></table>
<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-3Q_F12ZYi5E/XaQ2ArohKzI/AAAAAAAAKho/_MGmw24OWAAYZ3rUAOJ_0MN2MOSMM79_gCLcBGAsYHQ/s1600/72291505_10218171969883784_7594980060394684416_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="903" data-original-width="1600" height="180" src="https://1.bp.blogspot.com/-3Q_F12ZYi5E/XaQ2ArohKzI/AAAAAAAAKho/_MGmw24OWAAYZ3rUAOJ_0MN2MOSMM79_gCLcBGAsYHQ/s320/72291505_10218171969883784_7594980060394684416_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Até lá cima. Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<br />- “Vamos por partes, com calma e
sem grandes lamúrias ou excentricidades” – pensei.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Juntava-me a mais dois atletas,
seguíamos em comboio na típica escadaria em pedra irregular que compõe aquele
local.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O silencio apenas é interrompido
com a respiração, e com cada passada que damos, enquanto atravessamos as
inóspitas casas. Há um pequeno brinde, uma pequena descida que nos leva até à
travessia do rio, a partir dali não há brindes, não há surpresas agradáveis,
nada. Apenas escalar e subir, trepar até ao ponto mais alto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
São cerca de 200 metros, mais
coisa menos coisa, onde a única função que é possível de fazer é trepar. Não
ter alguma base de apoio sólida onde colocar a mão para ajudar a progressão é
um sacrifício para as coxas, toda e qualquer rocha, ou árvore, que possa
colocar a mão é sem dúvida a única coisa agradável que aquele local tem. Esteve
sempre uma manhã fresca, com o sol por vezes a espreitar, mas sem ser forte o
suficiente para incomodar. Não que ele conseguisse atingir ali naquela
“fundega”, mas o ar, esse elemento era insuportável.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Antes uns dias ia vendo o tempo
para sábado, sempre a pedir que não chovesse, mas naquele momento rezava por
uma pequena brisa fresca. Parecia que tinha entrado numa sauna, ar pesado e um
calor imenso, dificultava a respiração e aos poucos a progressão, sentia-me
acabado e sem energias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Perguntava a quem vinha atrás se
queria passar, quando me respondem que não, que vão bem naquele ritmo. Mas eu
não, não ali, não naquele dia, era um dia não.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Logo que termina toda aquela
tortura, entramos na crista daquele vale, seguindo por um caminho não tanto
inclinado como o anterior, mas inclinado, não tão técnico como o anterior, mas
técnico dadas as circunstâncias. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aquele inicio de subida, não só
me derreteu as pernas, como a cabeça, fiquei sem reacção, sem pensamentos,
vazio. Estava derrotado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Até que se deu o clique, alguma
coisa estava mal e tinha que perceber o que era rapidamente, reparava que tinha
transpirado em abundância, tinha a roupa colada ao corpo, e a reserva de água
estava mesmo a terminar, e o abastecimento que havia na divisão da subida,
ainda faltava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vou mandar um gel abaixo, esse
pensamento bastou para perceber que nem o meu estomago estava para aí virado,
substituo então por uma barra, que assim que a dou uma trinca deu para perceber
o estado em que me encontrava, a desidratar. O grupo que ia a liderar naquela
subida acabaria por seguir, enquanto eu ficava para trás, sem força sem nada.
Teria então o pensamento mais correcto para o meu bem-estar, no abastecimento
terminava, ali ficaria, e desistia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Continuar naquele estado iria ser
um sofrimento total, e não estava disposto a isso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim o fiz, logo que chego ao
abastecimento, falo com quem ali está, e digo que ali fico, enquanto me tenta
convencer do contrário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mantenho a palavra, até ele
perceber que estou mesmo decidido. Restava beber água, comer, e continuar a
beber água, enquanto vejo imensas pessoas a prosseguir caminho. Acho que em
circunstâncias normais, teria chegado ao final em boa posição, mas isso fica
apenas na minha ideia e nunca saberei se o conseguiria. A prova tinha terminado
para mim, parei o relógio, e cumprimentava a malta que me vinha perguntar o
porquê de ali estar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A malta da equipa ia chegando, e
vinham ter comigo, viam que estava bem, e continuavam para lutar pelos
objectivos, tanto de escalão, como de posição feminina.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Até aparecer o Paulo e Roni,
chegaram e vieram ter comigo, naquela altura já me sentia melhor, já tinha
hidratado e comido, estava claramente renovado. Insistiram comigo para
continuar com eles, que iam devagar, também não havia outro método dado a
continuação da subida, e acabei por ceder.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-LfNq47HEAas/XaQ2kszxLlI/AAAAAAAAKh8/-x0_4aOdYGka3PPFhjmhHs_FwyxB00N6QCLcBGAsYHQ/s1600/71654687_2329870637342924_7268193831546257408_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-LfNq47HEAas/XaQ2kszxLlI/AAAAAAAAKh8/-x0_4aOdYGka3PPFhjmhHs_FwyxB00N6QCLcBGAsYHQ/s320/71654687_2329870637342924_7268193831546257408_o.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A derrota espalhada na minha cara. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<br />
A prova já tinha terminado para
mim, por companheirismo e por desportivismo acabei por continuar e desfrutar
dos trilhos de forma diferente, da forma que desfrutava quando me iniciei
nisto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Inicialmente ainda me fez
confusão aquela subida, e deu-me a sensação que não estava preparado, o facto
de ter estado sentado, travou-me as pernas, e só após alguns metros, consegui
com que estivesse mais solto. Em caminhada lá fui progredindo rumo ao topo,
mesmo no alto de uma crista bem saliente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A passagem nas escarpas,
significava o fim da fase mais complicada, dali para a frente, tudo melhorava,
a começar pelo abastecimento numa zona mais plana, e só depois subir um pouco
mais até à torre meteorológica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi ali, no abastecimento que o
Paulo seguiu e fiquei com o Roni, ele que agora acusava caibras, e que não
estava a conseguir correr minimamente sem sentir um pouco de dor, fiquei para
trás, agora eu a puxar por ele, até ao final.<o:p></o:p><br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-qHMe360gOiQ/XaQ1TpN3QGI/AAAAAAAAKhY/WnnJQH_4P1IP1meOThTYK4Iu-2S2cd49ACLcBGAsYHQ/s1600/72146416_2332536510409670_6407784115470336000_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1060" data-original-width="1600" height="212" src="https://1.bp.blogspot.com/-qHMe360gOiQ/XaQ1TpN3QGI/AAAAAAAAKhY/WnnJQH_4P1IP1meOThTYK4Iu-2S2cd49ACLcBGAsYHQ/s320/72146416_2332536510409670_6407784115470336000_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Radar meteorológico. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Logo após a torre, e por distracção,
seguimos o trilho errado, e 200 metros depois, tivemos que voltar para trás.
Descemos então até à aldeia da Castanheira, que nos levava à descida para a
meta. Num pequeno carreiro, sob várias pedras prosseguimos até à aldeia da
Felgueira.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi de facto um dia não, apesar
de ter terminado, não foi da forma que queria, ou da forma que pretendia fazer,
não consegui contribuir para o troféu da equipa, mas que os restantes atletas
se esforçaram para o ganhar, numa prova que continua fiel a si mesma, bestial. <o:p></o:p><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-X1wW3ZDqIWM/XaQ3Sz0FLoI/AAAAAAAAKiQ/Ann4iw1MqTcbcfEpkcz6zOk2vwkMDMNvACLcBGAsYHQ/s1600/2019-10-05%2B16.04.17.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-X1wW3ZDqIWM/XaQ3Sz0FLoI/AAAAAAAAKiQ/Ann4iw1MqTcbcfEpkcz6zOk2vwkMDMNvACLcBGAsYHQ/s320/2019-10-05%2B16.04.17.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://www.facebook.com/valecorrer">Vale Correr</a> em grande</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-37721348300695464492019-10-08T09:22:00.002+01:002019-10-08T09:22:32.611+01:00Vadia Skyrace - Uma vadiagem<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">Um regresso após dois meses de maus e poucos treinos, é sempre estranho.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">Pensar que ainda conseguimos fazer aquilo que fazíamos tão bem, até à bem pouco
tempo, e quando caímos na realidade tudo se modifica.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De facto, foi isso mesmo que me
aconteceu, meia dúzia de treinos, foram os suficientes para tornar de forma
clara que a inscrição nos 23 KM da Vadia Skyrace, seria um tiro ao lado, e uma
valente tortura para mim. Uma pequena lesão junto à data, foi o suficiente para
conversar com a organização para alterar a distância, para os 15KM, e aí sim
poderia ter alguma chance de fazer alguma coisa em condições.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-e9Hk6dYXods/XZxFQ_Uq6OI/AAAAAAAAKgQ/o1DzRoCm2z44_vWpfgxSB7Ca0Tdj_M_xACLcBGAsYHQ/s1600/71899152_785094088614701_3909673781399912448_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-e9Hk6dYXods/XZxFQ_Uq6OI/AAAAAAAAKgQ/o1DzRoCm2z44_vWpfgxSB7Ca0Tdj_M_xACLcBGAsYHQ/s320/71899152_785094088614701_3909673781399912448_o.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<br /><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Parece que já não sabia como era
ir para uma prova, o longo tempo sem estar atrás da linha da partida, fez
esquecer qual era a sensação. Na verdade, 2 meses não é muito tempo, mas
pareceu uma eternidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A lesão que tinha contraído, não
dava sinais de vida, mas não queria ter recaídas, daí ter optado por aquecer
bem antes do tiro de partida, e chegar a tempo de me posicionar bem para o tiro
de partida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A prova percorria muitos trilhos
por onde treino, na serra de Lordelo, que não sendo propriamente bonita ou com
paisagens de encher o olho, consegue ter caminhos duros e implacáveis. Não tem
muita altitude, mas quando se mete uma subida e/ou descida, é vertiginosa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em Ossela, colada a uma das
encostas da serra, dava-se os primeiros passos de corrida. Foram 1000 metros,
de extensão a descer até deixar a estrada para trás. Conhecia perfeitamente
aqueles trilhos e o que iríamos fazer em grande maioria, e sabendo que não
tinha grandes treinos, e saído de uma lesão no joelho não poderia abusar logo
ali como o faria em circunstâncias normais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ainda assim, queria evitar a
confusão em trilhos, daí ter forçado mais quando entramos numa levada e depois
então em campos, paralelamente ao rio Caima.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seguia-se uma das zonas que mais
me faz confusão atravessar, devido à irregularidade do terreno.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mesmo junto ao rio, pedras
aguçadas e escorregadias misturadas entre si, eram um martírio e preocupação,
nem mesmo a minha cautela e paciência evitaram de uma possível lesão bem grave ali,
quando o meu pé escorrega por entre uma das pedras. Felizmente foi só um susto. Foi um quilómetro de
inúmeras oportunidades de quedas, até finalmente atravessar o rio. E aí sim, ia
começar a prova, no que a subidas e descidas diz respeito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foram somente 100 metros de
desnível, mas com inclinações por vezes superiores a 30%, havia perdido algum
tempo junto ao rio, mas não era ali que também o ia recuperar, seguia a
caminhar da melhor forma que conseguia e com maior rapidez que podia, a tentar
apanhar o atleta da frente. Atrás não via, nem ouvia ninguém, não me
preocupava, apenas em conseguir não distanciar do da frente, e tentar então o
apanhar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Conhecia perfeitamente a zona e
sabia que as verdadeiras subidas estavam ali perto, prestes a começar. Bastou
atravessar um pequeno túnel, e ali estava a serra de Lordelo. Teríamos que
subir até um dos cumes, onde ganharíamos 200 metros de desnível, em 1 KM de
distância.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O terreno era o típico daquela
serra, pedra solta em tudo quanto é lado, raízes das árvores, terreno incerto e
escorregadio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi ali com cerca de 6
quilómetros, que começo a passar os últimos dos 25 KM, que eram acompanhados
pela Sãozita que fazia de vassoura, e me indicava que estava entre os 10
primeiros. Estava com um ritmo certo, sem grandes abusos, mas achei estranho
estar tão bem classificado, no entanto aquele seria o ritmo até algo em
contrário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fiz a restante subida a pensar
nisso, e que se mantivesse aquela posição poderia ter pelo menos hipótese de
conquistar o troféu de equipa, já que o Fábio e João Paulo já estavam bem na
frente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A ver vamos, pensei. Não dava
para descansar, atingindo o topo, metia-se imediatamente uma descida, que
conseguem ser tão ou mais massacrantes. Pode-se descrever como um escorrega, a
terra é solta, com pedras cravadas ao solo, da melhor forma desci, mas sem
querer atingir o joelho, o que inconscientemente me fazia travar e causar mais
impacto, foi ali que perdi o contacto com o atleta que me precedia, mas que
recuperava assim que entrava na subida das subidas, a “Subida da Vadia”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
São sensivelmente 500 a 600
metros de distância, onde adicionamos quase 200 metros de desnível, com a
maioria de percentagem de inclinação a rondar os 30 a 40 %.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aquela zona, é de rebentar,
pernas e pulmões, até chegar ao ponto mais alto da serra, realçando os
quadríceps e gémeos. Completamente exposta ao sol e com o fim à vista, perfeita
para nos rebentar fisicamente, e triturar psicologicamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-3tiUXPZ3SqM/XZxFpqcDh2I/AAAAAAAAKgY/PJwfjiTmodIMKAp2DBlD1DmaXQHgMnIrACLcBGAsYHQ/s1600/71740961_785095491947894_5236466617394659328_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-3tiUXPZ3SqM/XZxFpqcDh2I/AAAAAAAAKgY/PJwfjiTmodIMKAp2DBlD1DmaXQHgMnIrACLcBGAsYHQ/s320/71740961_785095491947894_5236466617394659328_o.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mesmo no cume. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<br /><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todo aquele esforço parecia em
vão assim que conquistava algo, uns 20 metros de corrida no topo e já estávamos
a descer. A melhor vista que se tem durante todo o percurso não é possível de
ser captada, não para mim que estava a tentar conquistar um troféu para a
equipa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Logo após a pior subida do
percurso, mete-se a pior descida, no já típico terreno, mas ainda mais
irregular.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estava com 8 quilómetros, quando
chegamos a Lordelo, freguesia de Vale de Cambra, cravada mesmo na encosta da
serra, e onde havia o posto de abastecimento. Parei por uns minutos,
suficientes para ser ultrapassado novamente pelo atleta que acabava de deixar
para trás.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Safava-me nas subidas, somente
ali era onde estava a ver melhores resultados comparando com os restantes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi a subida mais acessível, não
deixando de ser técnica o suficiente para derreter pernas, mas talvez devido ao
reforço estivesse mais fresco naquele momento, conseguindo recuperar novamente
o lugar que havia conquistado há pouco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O trajecto era regular, “sobe” – “não
se descansa” – “desce” – “não se descansa”, e assim sucessivamente. A descida
da trialeira, e a subida do trilho do castor, faziam jus ao que ali se passava
e naquilo que a prova realmente era, um sobe e desce repentino e constante, sem
que as subidas ou descidas sejam muito prolongadas, mas sempre bastante
inclinadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A travessia da serra de Lordelo
estava feita, agora havia um pequeno monte, uma pequena serra, que era separada
da anterior apenas por uma estrada, denominada pela Sra. da Graça, ou miradouro
das sete cidades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Era mais uma daquelas subidas
agrestes, curtas, mas inclinadas e de triturar pernas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Restava poucas forças, e só com
alguma ajuda é que conseguia manter o ritmo, um gel, lembrei-me.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não foi o que me salvou, de todo,
talvez tenha dado alguma energia, mas não a que queria, não fosse a
indisposição que me causou enquanto o mando abaixo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-A_FnLM44mhQ/XZxF45L3uPI/AAAAAAAAKgc/X61C8UukFwgbvAc9exhgCvSZKSTth-WXwCLcBGAsYHQ/s1600/71315216_785095168614593_6307318448095494144_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-A_FnLM44mhQ/XZxF45L3uPI/AAAAAAAAKgc/X61C8UukFwgbvAc9exhgCvSZKSTth-WXwCLcBGAsYHQ/s320/71315216_785095168614593_6307318448095494144_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto organização</td></tr>
</tbody></table>
<br /><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ultrapasso mais um atleta,
enquanto sou ultrapassado, por um outro. Não queria saber, era fundamental para
mim não entrar em exageros naquela fase, sabia que ainda tinha que voltar para
trás, apesar dos 4 a 5 KM finais serem mais acessíveis.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi dura de roer, mas consegui
assim que atingi o topo comecei a correr ainda que a trote, por um dos caminhos
da “Descida dos 4 caminhos”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não havia hipóteses, não havia
descanso, e já imaginava o que se seguia, mais uma curta e inclinadíssima
escalada, e ali estava ela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por momentos ainda focava no
atleta da frente para recuperar aquele lugar, mas aos poucos acabei por o
perder de vista, ele lá seguiu e eu ali ia ficando, agarrado às pernas e a
tentar recuperar alguma caixa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Atingir o cume era a maior
vitória, só não sabia que descida me esperava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não é nada demais, assim o pensei
logo que a transponho, alguma pedra solta, mas nada comparado com a lavagem que
até ali levei nas pernas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse seria mesmo o problema, o
massacre que já levava em cada um daqueles troncos que me sustentavam foram o suficiente
para não conseguir descer como queria, o joelho manifestava-se a cada passada
que dava, passando para uma corrida mais defensiva, abrandando para não
estragar mais. Acabava por ser uma vez mais ultrapassado, enquanto pedia
subidas, que já não apareciam, ou pelo menos um piso mole e rolante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De alguma forma o pedido foi
atendido logo após entrar num trilho junto ao rio, onde se podia correr, ali
sentia confortável, e sem sacrifícios. Pelo menos até ver que teríamos que
transpor um pequeno riacho, envolvido em pedras. Não houve descanso durante
todo o caminho, não ia ser ali que o iríamos ter. O joelho preocupava-me, e só
calculando cada passo seria a melhor chance de não estragar tudo a tão pouco do
fim.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aqueles dois lugares ganhos,
tinham sido perdidos, mas iria lutar até ao final para não perder mais nenhum.
Faltava pouco, 1 quilómetro, indicava uma das placas da organização, e quando
aumentei repentinamente o ritmo até à Vadia, local da meta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-syaiud41DvM/XZxGHzIUflI/AAAAAAAAKgk/q97xja4Jw9MpyypqDGRg9WXy6QCNtzZFQCLcBGAsYHQ/s1600/71501447_785493371908106_2516258336127582208_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-syaiud41DvM/XZxGHzIUflI/AAAAAAAAKgk/q97xja4Jw9MpyypqDGRg9WXy6QCNtzZFQCLcBGAsYHQ/s320/71501447_785493371908106_2516258336127582208_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ainda tive boa cara para terminar. Foto da organização</td></tr>
</tbody></table>
<br /><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Deu para chegar em 9º lugar, e arrecadar
o 1º lugar de equipas, em conjunto com outros dois amigos que haviam chegado à
frente. A prova, como o tanto frisei, não deu descanso, foi sem dó nem piedade
que nos foi triturando fisicamente, numa serra que de bonita não tem nada, mas que
consegue ser severa. A organização encarregou-se de mostrar isso mesmo, o que
se pode fazer de bem com tão pouco.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-L7eoit8S40w/XZxGR04O4TI/AAAAAAAAKgs/BIMYNIbDYQoyXBH7WkmZmohNbuig87CDQCLcBGAsYHQ/s1600/71865693_788988178225292_2512104823579475968_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-L7eoit8S40w/XZxGR04O4TI/AAAAAAAAKgs/BIMYNIbDYQoyXBH7WkmZmohNbuig87CDQCLcBGAsYHQ/s320/71865693_788988178225292_2512104823579475968_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pódio composto por equipas de Vale de Cambra. Foto da organização<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-BXb8DlWObo0/XZxGluhFQhI/AAAAAAAAKg4/p2kAcN8LK5Myqnt7qtowH68M2S4FbuDRwCLcBGAsYHQ/s1600/2019-09-29%2B13.46.38.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-BXb8DlWObo0/XZxGluhFQhI/AAAAAAAAKg4/p2kAcN8LK5Myqnt7qtowH68M2S4FbuDRwCLcBGAsYHQ/s320/2019-09-29%2B13.46.38.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vale Correr em força.</td></tr>
</tbody></table>
João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-35598567768876514102019-07-18T18:00:00.000+01:002019-07-19T09:06:22.613+01:00ViverArões - Um pleno<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Não há nada como correr em casa.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Com o crescimento do trail, e a organização de inúmeras provas durante o fim-de-semana, dá para todos os gostos e feitios. Desta vez optei por um mais “caseiro”, uma prova, que até aqui era mais um “free trail”, sem qualquer tipo de competição, incorporado nas festas da terra, mas que agora optaram por cronometrar, e dar algum crédito a quem o quisesse.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">A equipa <a href="https://www.facebook.com/valecorrer">Vale Correr</a>, foi formada à relativamente pouco tempo, na qual eu também estou incluído, e quisemos lá estar, no trail ViverArões 2019, e queríamos esse crédito.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">A ideia era simples, não sendo uma prova que abrangesse um leque muito grande de atletas, muito menos de elite, iríamos tentar dar o nosso melhor para ver se conseguíamos um pleno no pódio, afinal tínhamos grandes hipóteses para isso.</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">De facto o leque era mesmo muito pequeno, éramos 30 no total, atrás de um improvisado pórtico aguardando pelo sinal de partida.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Estava mesmo na frente junto à restante equipa, o Fábio, João Rodrigues, Marcos e Paulo, aguardando o tiro de partida. Como era tudo feito sem grandes cerimónias, também o arranque foi diferente, em coro, fizemos nós a contagem decrescente.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Saí na frente, eu e o Fábio, seguidos por um outro rapaz e o João Rodrigues.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Dali à subida que terminava ao fim de 5 quilómetros, ia na conversa com o Fábio, combinando o objectivo e como o poderíamos o fazer. Sabíamos que à partida ele ganhava a prova com facilidade, mas que iria connosco durante o percurso, salvo se alguém ultrapassa-se ele seguia atrás para tentar conseguir o primeiro lugar.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Mal inicia a subida ainda em estrada, eu e o Fábio isolamos, sendo pouco depois alcançados pelo outro rapaz que se aventurava a trepar continuamente aquela encosta que nos ia distanciando de Arões.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-BIBmgoQf9Ug/XTByFPugyAI/AAAAAAAAKJQ/Jn_EvRc17Bc_kku8KAsTViox-l2yrYNfgCLcBGAs/s1600/66740591_2256247394461480_525328174507098112_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-BIBmgoQf9Ug/XTByFPugyAI/AAAAAAAAKJQ/Jn_EvRc17Bc_kku8KAsTViox-l2yrYNfgCLcBGAs/s320/66740591_2256247394461480_525328174507098112_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pórtico improvisado. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit; text-align: justify; white-space: pre-wrap;"><br /></span><div>
<span style="font-family: inherit; text-align: justify; white-space: pre-wrap;">O Fábio seguia aquilo que tinha dito, seguiu o rapaz, acabando por o ultrapassar e continuou rumo ao topo.</span><div>
<span style="font-family: inherit; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; text-align: justify; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Eu por outro lado, deixei-me ficar, ainda ia tentando aquecer, o recente arranque sem nenhum aquecimento, a juntar uma subida bem inclinada, causara um descontrole na respiração, sem sinais de melhoria. Somente quando comecei a </span><span style="color: black; font-family: inherit; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; text-align: justify; vertical-align: baseline; white-space: pre;">estabilizar, voltava a aproximar, e acompanhar o Fábio a poucos metros atrás.</span><div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; white-space: pre;">Uma pequena distracção originou a uns 200 metros a mais, juntando o João Rodrigues ao grupo, formando um quarteto.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: inherit; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Rapidamente nos dividimos, ficando para trás com o João, enquanto o rapaz segue incansavelmente o Fábio, pelo menos até ao quilómetro 2,5, quando voltamos a aproximar e a ultrapassar.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: inherit; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">A subida mantinha-se, dali até aos 840 metros de altura, após cerca 350 metros de declive positivo. </span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-T6iUrTBQG3E/XTByWmjI0vI/AAAAAAAAKJY/BzFb0G_SKAUN10XKreSi9knqdsXJyXXowCEwYBhgL/s1600/67114658_2356392621314831_448588555015421952_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-T6iUrTBQG3E/XTByWmjI0vI/AAAAAAAAKJY/BzFb0G_SKAUN10XKreSi9knqdsXJyXXowCEwYBhgL/s320/67114658_2356392621314831_448588555015421952_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A aguardar o tiro de partida. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<b style="font-weight: normal;"></b><br />
<b style="font-weight: normal;"></b>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Seguia-se uma descida, toda empedrada até à aldeia da Felgueira, o nevoeiro estava mais acentuado, arrefecendo um pouco o corpo que já esquentava com a recente subida. Eu e o João, acabávamos por ficar sozinhos, num ritmo mais abusivo sempre a descer ora em estradão, ora por trilhos mais empedrados.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Conhecia aqueles caminhos, por já os ter feito no <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2018/11/freita-skyrunning-fantastico.html">Freita Skyrunning</a>, embora em sentido contrário, daí o abuso na velocidade, e da falta de atenção às fitas, que mesmo assim as achava muito distanciadas dando a sensação por vezes de estarmos perdidos. Prova disso foi termos encontrado o Fábio pouco depois fora do trajecto, que acabava por se juntar a nós.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Seguíamos os 3 na conversa, e num ritmo mais descontraído, por uma levada que nos levaria aos trilhos mais engraçados da prova, junto ao rio, entre velhos moinhos sempre envolta de uma floresta cerrada e verde.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">A longa descida, com cerca de 4 quilómetros, terminava assim que chegávamos à aldeia de Cabrum, onde se metia uma ligeira subida, por entre as casas, campos e levadas, até ao abastecimento. Num pequeno descampado, onde o sol já brilhava, estava um dos reforços que mais adoro. Tudo caseiro, e com as iguarias daquelas aldeias que dão gosto de saborear.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Não ficamos muito tempo, mas ainda fiz questão de aproveitar aqueles breves minutos para ingerir o mais que conseguisse.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-pSLnJfcZt18/XTB1us3qPnI/AAAAAAAAKJk/Co46KownjHoEFludt9Ey68OGfMu84PUpgCLcBGAs/s1600/66856122_2356395067981253_2826020620284723200_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-pSLnJfcZt18/XTB1us3qPnI/AAAAAAAAKJk/Co46KownjHoEFludt9Ey68OGfMu84PUpgCLcBGAs/s320/66856122_2356395067981253_2826020620284723200_o.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify; white-space: pre-wrap;">Seguia-se novamente a descida, por entre casas, mas uma vez mais, estava confuso, em adivinhar o caminho por falta de fitas.</span><b style="font-weight: normal;"></b><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">O cenário mantinha-se, assim que percorríamos um estradão, tenho que parar para procurar as fitas, sendo que às vezes tinha que seguir um pouco às cegas, até então ver a próxima fita.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Eram vários metros até encontrar a próxima fita, e estando assim tão espaçadas, acabamos por fazer uns 500 metros a mais à procura de uma fita que não existia. Estávamos novamente perdidos. Automaticamente abrandamos, e voltamos para trás à procura da última fita. Mais 500 metros, e ali estava ela, mas sem sinal de outra que desse para continuar o caminho.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"></span><br />
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nSGmJg_amNM/XTB2DIMYfxI/AAAAAAAAKJs/OP0lUD13DocDmJR10evWsn65VamcJk2SACLcBGAs/s1600/66774401_2356384267982333_1743456143184756736_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-nSGmJg_amNM/XTB2DIMYfxI/AAAAAAAAKJs/OP0lUD13DocDmJR10evWsn65VamcJk2SACLcBGAs/s320/66774401_2356384267982333_1743456143184756736_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
</td></tr>
</tbody></table>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Enquanto a procurávamos, e numa descida um pouco escondida vemos que seria por lá que deveríamos seguir caminho, surge de novo o rapaz, que acaba por ver que nos tínhamos perdido e aproveita para tentar se distanciar de nós.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Naquele momento sentia-me injustiçado, e com vontade de deitar a toalha ao chão. A única coisa que valia ali era o trilho que nos levava até ao rio, feito à mão tricotando até ao leito do rio, uma vez mais com falta de fitas, lá acabamos por encontrar o caminho, que nos levaria para a última subida. O Fábio voltava a cerrar os dentes, e seguiu, desta vez a todo gás para terminar aquilo, eu e o João, que se tinha aleijado ficamos um pouco para trás, enquanto o rapaz tentava novamente fugir de nós. Controlamos a subida, não sabíamos se era extensa, nem se iria ter muita inclinação ou não, mas teríamos que a controlar, e só dessa forma conseguimos aproximar e ultrapassar de novo.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Assim que o fizemos, não demos mais hipóteses, foi prego a fundo em rumo à meta.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Íamos frustrados, e novamente com dificuldades em encontrar fitas, e por pouco não houve mais um engano aquando a chegada de um portão fechado seguido de um muro com cerca de 1,50 metros de altura, não fosse o João a reparar nas fitas. Não tentamos abrir o portão, avançamos o muro e desatamos a correr, os trilhos eram bonitos, single tracks, misturados com caminhos antigos, e alguns riachos, mas aquela sinalização estava a deitar tudo a perder.</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-maDi9xA1--8/XTB2d9UijfI/AAAAAAAAKJ8/ojUi50AycEcBnVAi4Ir6unvecsT0sMKowCLcBGAs/s1600/66077970_2350802478540512_6859468646121472000_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1170" data-original-width="1560" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-maDi9xA1--8/XTB2d9UijfI/AAAAAAAAKJ8/ojUi50AycEcBnVAi4Ir6unvecsT0sMKowCLcBGAs/s320/66077970_2350802478540512_6859468646121472000_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify; white-space: pre-wrap;">Foi assim até Arões, onde finalmente cruzamos a meta, e surpreendentemente em primeiro lugar eu e o João. O Fábio chegou logo depois, tendo uma vez mais se enganado, mas agora no muro, não tendo visto as fitas e seguido em frente.</span><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">Reconhecemos que havia falta de sinalização, e indicamos isso mesmo à organização, sendo injusto para o Fábio, acabando por ceder o lugar a ele.</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;">A opinião foi unanime, percurso espectacular, abastecimento impecável, mas falta de sinalização, ou mais reforço nos cruzamentos ou mudanças repentinas de direcção, que valeu a muitos enganos durante o caminho. Contudo, nem tudo foi mau, e o objectivo de preencher o pódio com as três primeiras posições tinha sido conseguido.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OzcScRgjkoo/XTB2KLmpRzI/AAAAAAAAKJw/832qGe0h-Jk4S-P0FfsptWQKd94kKys2gCLcBGAs/s1600/66505975_2842324239127774_2153651839512346624_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-OzcScRgjkoo/XTB2KLmpRzI/AAAAAAAAKJw/832qGe0h-Jk4S-P0FfsptWQKd94kKys2gCLcBGAs/s320/66505975_2842324239127774_2153651839512346624_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Um pódio, em pleno. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><br /></span></div>
<div>
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre;"><br /></span></div>
</div>
</div>
João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-13765640458950269882019-07-09T18:00:00.000+01:002019-07-09T18:00:04.657+01:00Ultra Trail Serra da Freita 65KM - Brutalidade<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; text-align: justify;">
É um
abuso. É de “Bradar aos céus” o “martírio” que passamos para fazer esta “besta”
de prova. É a melhor analogia que posso fazer para descrever o Ultra Trail Serra da Freita (UTSF). Não é
para qualquer um, e não me identifico como mais um, porque ninguém dali sai com
sentimento de vitória, mas sim de sobrevivente. Porque a vitória é sempre
daquela serra, a imponente Freita que nos vai triturando em mil pedaços, e se
lhe apetecer, só se lhe apetecer, lá nos deixa continuar o nosso caminho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
É
mágica de facto, tem tanto de bela como de dureza, desta forma não deixa
ninguém indiferente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foi
a prova mais insana que fiz até ao momento, se julgar pelo tempo decorrido,
como pela distância, como pelo desnível. Já nem menciono o terreno, porque
esse, bem esse … é de triturar pernas, pés, tornozelos…<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OhW78kbpXp0/XR3QCGQPP4I/AAAAAAAAKGU/cwcp1nZA0-Q28cPxriM7U9QRpCIXJyBtACLcBGAs/s1600/65755771_2795316447150378_7529225120410238976_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-OhW78kbpXp0/XR3QCGQPP4I/AAAAAAAAKGU/cwcp1nZA0-Q28cPxriM7U9QRpCIXJyBtACLcBGAs/s320/65755771_2795316447150378_7529225120410238976_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Eram
6 horas da manhã quando a brisa matinal ainda ocultava o forte calor que
estava por vir. Estava em silêncio o pavilhão onde nos organizávamos para um
breve briefing, como fosse uma introspecção de cada um daqueles que se iam
aventurar para os 65KM ou 100KM de pura dureza pela Serra da Freita.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
me manifestava, nem parecia tão perdido em pensamentos de como seria, ou como
iria fazer, aquela que ia ser a provavelmente mais louca de todas as que fiz até
ao dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Talvez
pela ainda presente sonolência do meu corpo, que ainda preferia estar
confortavelmente deitado num colchão e descansar, invés de ali estar a
preparar-se para se derreter em 65KM de distância em pura serra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-h3eGja7U2A0/XR3QPfzHb8I/AAAAAAAAKGY/iB8H1xf8kLg2nF_yaeibrQYT3y3mBYmswCLcBGAs/s1600/65374995_867070540331832_6559927452120907776_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-h3eGja7U2A0/XR3QPfzHb8I/AAAAAAAAKGY/iB8H1xf8kLg2nF_yaeibrQYT3y3mBYmswCLcBGAs/s320/65374995_867070540331832_6559927452120907776_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O nosso briefing. Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Segui
toda aquela gente até à estrada principal, local onde se dava a partida, e onde
pelo terceiro ano consecutivo marcava presença.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
havia pressas, nem tempos a cumprir, apenas desfrutar e objectivamente chegar ao
final sem mazelas, e com sorriso na cara, esse sim era a única coisa que queria
cumprir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Assim
me juntava com a Márcia, Fábio e Hugo junto ao final do pelotão, tínhamos
tempo, mais que tempo, e mesmo após Moutinho ter dado o sinal de partida,
via-se muitos que partilhavam da mesma ideia, não entrando em euforias do momento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Nada
de novo na primeira ascensão ao alto da serra, um segmento de estrada para
dividir mais os atletas, até entrar nos trilhos verdadeiramente ditos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Single-tracks,
levadas, terra preta, e muita subida, a mais longa, e mais fácil subida de toda
a prova, que serpenteava a encosta da serra do lado de Arouca, até ao Detrelo
da Malhada, onde estava o primeiro abastecimento. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Q8skmBIjsQo/XSS0aLNcGwI/AAAAAAAAKHw/KCeO8vI0l8sGDsbnKEg8HwXJ4bF1uRsgQCLcBGAs/s1600/65811385_867078553664364_8248610495855067136_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-Q8skmBIjsQo/XSS0aLNcGwI/AAAAAAAAKHw/KCeO8vI0l8sGDsbnKEg8HwXJ4bF1uRsgQCLcBGAs/s320/65811385_867078553664364_8248610495855067136_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A vista do miradouro Detrelo da Malhada. Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
sol, aquela estrela quente, já começara a esquentar todos os que se aventuravam
nas encostas despidas de vegetação, ainda nada de grave, mas o dia ainda havia
começado há pouco mais de hora e meia.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Já
seguia somente na companhia do Fábio alguns quilómetros, e assim nos mantínhamos, no
alto da serra, em direcção ao próximo abastecimento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
havia caminho no planalto da serra, por entre o piso empedrado e tojo, a
preocupação era não colocar um pé em falso, e evitar uma entorse, isto enquanto
se tentava identificar o melhor caminho a seguir de fita em fita. Aos poucos a
pouca vegetação foi substituída por pedras, num piso bem mais rolante, entre
caminhos antigos, num sobe e desce bem ligeiro, mas que ia moendo as pernas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A diversidade
do percurso ia-se moldando ao longo do mesmo, assim que entravamos num bosque,
envolto em árvores, e junto ao rio de Frades. O calor que nesta altura
já se sentia, ainda que ocultado pelas árvores, e pelo fresco ambiente. Assim que
exponhamos o corpo a céu aberto, sentia-se o abrasamento e o ar seco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-A9lnynUH-SI/XR3QjTtBuHI/AAAAAAAAKGg/yToYYM_8DF87qZk-wKFyDtvYMKU4JCpNgCLcBGAs/s1600/65385465_867100820328804_3072386863575597056_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-A9lnynUH-SI/XR3QjTtBuHI/AAAAAAAAKGg/yToYYM_8DF87qZk-wKFyDtvYMKU4JCpNgCLcBGAs/s320/65385465_867100820328804_3072386863575597056_o.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Eu e o Fábio. Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal;">
A
levada que nos levava à aldeia de Tebilhão, era o único refresco que tínhamos,
com pouco mais de 1 quilómetro de extensão até finalmente chegar ao segundo
abastecimento, já com cerca de 21 quilómetros percorridos. Estava a sentir-me
em perfeitas condições, com pernas para andar, sem cansaço, apenas com algumas
dores de pés, devido ao piso acidentado ultrapassado até ali e passos mal
calculados. Nada de preocupante.</div>
</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não descurei na alimentação e hidratação, demorando uns minutos ali, desde que saísse em condições. Sabia que ia ao encontro da “Besta”, e que não me ia
desleixar como já o havia feito no <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2018/02/trail-de-manhouce.html">Trail de Manhouce</a>, por isso preferia
aguardar mais um pouco e só depois arrancar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Descida
até ao leito de um rio, por entre os caminhos usados pelos aldeões para acessos
aos campos, e mais uma vez, identifica-se de imediato a diversidade do meio
ambiente consoante a progressão, tendo soltado um “espectáculo” mesmo junto ao
rio assim que fazia a travessia numa ponte de pedra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
A
enorme derrocada de pedras, denominada de “Besta” já se avistava ao longe numa
das muitas encostas, faltando apenas atravessar Cabreiros onde se separava os
65KM e os 100KM, e Candal, onde aproveitava para me refrescar. O calor que já
apertava algum tempo, aquecia de imediato a água dos flasks, assim que via
algum ponto onde houvesse água fresca, era uma oportunidade para a troca, e o
prazer de encher o boné de água e refrescar a cabeça de imediato.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Aldeias
transpostas ali estava a entrada, de uma maléfica subida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Já a
tendo feito, e lido vários relatos, ainda continuo a não conseguir encontrar
forma de a descrever. Tem tanto de bela como de dura. Não dá para correr, nem
caminhar, apenas trepar por entre os inúmeros blocos rochosos, procurando
sempre o mais regular, e mais seguro. A pequena cascata que a percorre, torna o
piso escorregadio, dificultando quando temos que atravessar mesmo por entre
a corrente da água. Foram cerca de 42 minutos até ao topo, para fazer quase 1
quilómetro. Uma brutalidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Acabei
por fazer a Besta na companhia do Ricardo, não o conhecia, mas foi simplesmente
impecável comigo (obrigado uma vez mais). Enquanto isso o Fábio aguardava por
mim no topo, tentou fazer aquilo o mais rápido possível, e divertiu-se, diz
ele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Havia
finalmente conseguido “vencer” a Besta, soube também procurar melhor o caminho
para não me desgastar de imediato, como também aproveitar a água para me ir
refrescando e abastecendo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-xw5OmDRfQi8/XSS727E25VI/AAAAAAAAKIU/BnGTgH5FjMwXuEH_KDOlItImwXTV_2P5ACLcBGAs/s1600/besta%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="720" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-xw5OmDRfQi8/XSS727E25VI/AAAAAAAAKIU/BnGTgH5FjMwXuEH_KDOlItImwXTV_2P5ACLcBGAs/s320/besta%2B2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A besta. Créditos na foto.</td></tr>
</tbody></table>
Virei
a montanha e sigo a descer rumo a Bondança, onde estava o terceiro
abastecimento.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Estava
completamente a céu aberto, descendo a colina até à aldeia, o terreno era duro
e implacável para os pés. Estava a senti-los um pouco massacrados obrigando-me
a abrandar até mesmo a caminhar. O Ricardo havia ficado um pouco para trás, e o
Fábio seguiu e esperava no abastecimento. A água estava escassa, apenas uma
pequena reserva numa das garrafas, que não queria desperdiçar sem saber a
certeza que o abastecimento estava logo ali.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Parecia-me
estar perdido num deserto, à procura de um oásis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Faltavam
cerca de 400 metros, dizia-me um senhor que ali estava a apoiar, para o
abastecimento ao fresco. Pareceu uma eternidade aqueles metros, mas de facto
era fresco, e abundante em reforço e simpatia. Em toda a prova, os
abastecimentos foram impecáveis, completos, e com os voluntários sempre
prestáveis. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Já
levava 33 quilómetros, não havia manifestação das pernas, só do
corpo, sentia cansado e sem forças, e uma indisposição que também não ajudava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
abastecimento não ajudou no imediato, ainda me arrastei numa daquelas subidas
curtas, mas intensas, mas que pelo menos o piso era bem mais regular.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Regular,
foi o que fiz durante alguns minutos, caminhar para recuperar, ou esperar que
surja alguma energia extra. Só mesmo já próximo do topo, é que volto a reaver
alguma energia, e consigo retornar a correr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Parava novamente, mas para um refresco. Um pequeno
ribeiro que percorria no alto, e enchia um pequeno tanque. Foi como renovar as
pernas, que iam ser castigadas logo uns metros mais à frente na descida até à
aldeia de Agualva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Mas
a pior estaria para vir, uma descida feita por entre as árvores, em terra e raízes
à mistura, por vezes verticalmente, onde se ia dizimando as pernas. O trilho
era espectacular, mas penoso e duro, um verdadeiro torturador de pernas, que
apenas se revigoraram com a chegada à cascata das Porqueiras. Mais uma
oportunidade para refrescar as pernas, e encher as garrafas com água fresca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://1.bp.blogspot.com/-i4K8nk3uiwk/XSS2VvMyU_I/AAAAAAAAKH8/estULcARK3QKcukKRg_kFoqNR2bHSl0_gCLcBGAs/s1600/65828388_2795318743816815_408403342050459648_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-i4K8nk3uiwk/XSS2VvMyU_I/AAAAAAAAKH8/estULcARK3QKcukKRg_kFoqNR2bHSl0_gCLcBGAs/s320/65828388_2795318743816815_408403342050459648_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Créditos: Organização<br /></td></tr>
</tbody></table>
Estava
num local que conhecia bem, já passei ali várias vezes, faz parte do PR Vereda
do Pastor, e bastava descer mais um pouco, até à abandonada aldeia das
Berlengas, para então depois subir pelas escadas do martírio.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Mais
de 800 degraus, todos diferentes, tanto em tamanho, como em altura, de todas as
formas e feitios. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Em
teoria, por conhecer o que dali vinha, podia ser um factor que beneficiasse a
meu favor, de forma a conseguir gerir aldeia da Lomba.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Errei
em não tomar um gel antes de iniciar, como havia feito na Besta, e isso fez com
que tivesse que parar a meio para recuperar. Não estava a conseguir impor o
ritmo certo, sempre que terminava um lanço de escadas, sentia-me preso, e sem
grande força para avançar. Acabei por tomar o gel pouco depois de ter iniciado,
mas com efeitos um pouco mais tardios do que o que devia ter.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-CNreTH4vnm0/XR3RXqx7KsI/AAAAAAAAKGs/luI0f4_gIZsW3u_01itu04owJ36PuBMGgCLcBGAs/s1600/2019-06-29%2B13.09.30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-CNreTH4vnm0/XR3RXqx7KsI/AAAAAAAAKGs/luI0f4_gIZsW3u_01itu04owJ36PuBMGgCLcBGAs/s320/2019-06-29%2B13.09.30.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Antes de iniciar as escadas do Martírio.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Chegava
à aldeia, pequena e remota no meio daquelas montanhas, onde finalmente podia
ter um pouco de descanso e alimentar melhor.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Uma
bifana, canja, cerveja e um café, era a ementa ali a meio da última grande
subida. Foi o abastecimento onde demorei mais tempo, mas também essencial para
recuperar alguma energia para o que se seguia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
saída da aldeia, é feita pelo asfalto que nos dá continuidade do PR, é íngreme,
muito curta, mas inclinada que chegue para lembrar os quilómetros que já
levamos nas pernas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
Ricardo juntava-se a nós novamente, havia ficado uns metros atrás, mas voltava a nos encontrar e acompanhar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O terreno suavizava
assim que se entra no trilho, enquanto contornávamos a montanha por um caminho
cravado naquela encosta. Foi assim ate a uma pequena cascata, mais uma entre
várias cascatas, ribeiros, rios que fomos apanhando ao longo do percurso, era a
vantagem tendo em conta o calor que se sentia. Aproveitava para refrescar uma vez mais, e para uma troca de água nas flasks. enquanto apreciava o tormento que iria ser logo de seguida.
Mando mais um gel, para prevenir alguma quebra, e faço-me a ela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Muito
ouvi falar neste trilho, que foi a novidade da edição passada, “Bradar aos
Céus”, foi assim apelidada, faz as subidas que fiz até ali parecer uma
brincadeira de tão íngreme e técnica que o é.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Deve
ter cerca de 1 quilómetro de distância, mais coisa, menos coisa, mas com uma inclinação
implacável, sendo quase vertical. O inicio ainda é facilitado com alguns
degraus, semelhantes aos que já havíamos passado, mas assim que terminam, é em
pura serra dura, quase toda feita com o peso do corpo sobre as pernas, não existe muitos
pontos onde possamos colocar as mãos para ajudar, e quando existem estão
quentes o suficiente para as escaldar. O trilho é integralmente a céu
aberto onde agora o sol bem no alto, torra ainda mais quem por ali ainda anda.
Paro em alguns lanços onde o terreno é mais seguro, e aproveito para vislumbrar
a vista. É de loucos, tem uma vista vertiginosa, e uma barbaridade de escalada
ainda por fazer. O topo parecia mesmo ali, a poucos metros, mas até lá é penoso
e um tremendo tormento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Assim
que vejo as escarpas, enterradas na encosta, reconheço o caminho, do <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2018/11/freita-skyrunning-fantastico.html">FreitaSkyrunning</a> e sei que dali a poucos metros, está feito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Sentei-me,
assim que vejo a torre. Estou no alto do Pico do Gralheiro, falta só subir até
ao radar meteorológica, mas ali já não é nada demais, é só mais uns metros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Feito
a passo, aproveitando para uns telefonemas, dizendo onde estou, e que está tudo
bem, pelo menos para já.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Consoante
vou subindo, volta a indisposição, teria que aguardar novamente que aquilo
acalmasse para conseguir reagir novamente, é o que faz ter um estômago de
princesa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Assim
que se inicia a descida para a aldeia de Castanheira, ignoro a indisposição e tento
correr, vou melhorando até finalmente estar bem-disposto, mais uma má fase
ultrapassada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Já
levava 48 quilómetros quando entrava no técnico PR7, é mais uma amostra que
nada é pensado ao acaso, quando pensamos que tudo já terminou, surge aqueles
caminhos rochosos com um abismo do nosso lado. Último abastecimento em
Albergaria da Serra, e faltava a descida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-MbPDh_Dp7og/XSS8-hnPjiI/AAAAAAAAKIc/H7zaxHovsc8Mq3S4Y_fG1nZN3qWp5PkrACLcBGAs/s1600/206_AD_1712_MG_1983.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="644" data-original-width="1300" height="158" src="https://1.bp.blogspot.com/-MbPDh_Dp7og/XSS8-hnPjiI/AAAAAAAAKIc/H7zaxHovsc8Mq3S4Y_fG1nZN3qWp5PkrACLcBGAs/s320/206_AD_1712_MG_1983.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Radar Meteorológico, no Pico do Gralheiro. Foto do Google</td></tr>
</tbody></table>
Ainda
consegui arrastar sem grande sacrifício até o Merujal, mas morri ali, faltava
pouco para começar a descer, cerca de 8 quilómetros, mas não estava com pernas,
e dou por isso assim que inicio.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Sabia
que era dura, técnica, e mói as pernas, e os já 55 quilómetros, estava a ser um
tormento, não dava para correr. As pernas pediam clemência, há muito que tinham
erguido a bandeira branca a pedir tréguas. Só a passagem em água fresca
aliviava, e dava para correr mais um tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Recordava
que assim que avistava um cemitério faltava muito pouco, mas estava a ser
doloroso. Dizia ao Fábio e ao Ricardo para seguirem e não esperarem, mas
insistiam em ficar comigo, e terminarmos juntos. Faltava pouco para as 12 horas
de prova, e ia pelo menos tentar chegar antes disso. Ali estava o cemitério,
mais uma descida e volto a correr, mas assim que entro em plano onde queria manter
o mesmo andamento, já não dava. Estava derrotado por completo, pensava em tudo
o que fiz durante aquele dia, e o que já tinha passado, e apesar do cansaço
acumulado estava satisfeito e feliz por me ter superado. Ainda deu para vir um
pouco de lágrimas aos olhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Cruzava
as casas, e ouvia uns berros, era o meu tio, veio ao nosso encontro e
acompanhava-nos até ao final. Faltavam uns 500 metros, e parece que ganho nova
energia, consigo voltar a correr já junto ao pavilhão, onde está família e
amigos à espera, e só depois de os cumprimentar, atravessar a meta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foram
11 horas e 52 minutos de prova, quase 63 quilómetros (segundo o meu relógio) de
desafio e superação, implacáveis que nos colocaram durante cada metro. É uma
prova certamente pensada, e planeada na integra, não existe praticamente os
habituais estradões, onde as coisas possam ser mais calmas e rápidas, não. Aqui
tudo é fruto de reconhecimento dos caminhos e técnicos onde vai cada um de nós
sendo massacrado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Depois
temos a “Besta”, as “Escadas do Martírio” e “Bradar aos Céus”, 3 subidas que
exigem resiliência, mas independentemente disso, deixa danos, que se sentem mais à frente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Por
fim volto a agradecer ao Fábio e Ricardo, que me ajudaram em muito durante todo
o dia, e aquela malta toda no final que tão bem soube ver ao fim de quase 12
horas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_Q1IYH1TKuE/XSS6HBiwtDI/AAAAAAAAKII/_xFoqXuJeM8imuETPbLu_NuTmRY4AzGpgCLcBGAs/s1600/66417299_2806971275984895_3852318629215338496_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-_Q1IYH1TKuE/XSS6HBiwtDI/AAAAAAAAKII/_xFoqXuJeM8imuETPbLu_NuTmRY4AzGpgCLcBGAs/s320/66417299_2806971275984895_3852318629215338496_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A meta. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
Sobrevivi, e somo mais uma ultra,
mas a Freita, essa ganhou como sempre.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-8651557430927216422019-07-03T18:00:00.000+01:002019-07-03T18:00:06.379+01:00Corrida Urbana Terras de Santa Maria - Um trail urbano<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; text-align: justify;">
É a
segunda prova do “3Race Challenge”, e <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2017/01/corrida-urbana-terras-de-santa-maria.html">segunda vez que participo</a> na Corrida
Urbana de Santa Maria da Feira. É um misto, um género de trail urbano,
misturando trilhos, com estrada, e passagens por escadas e edifícios.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Recordo
que na altura não fiquei com boa impressão desta organização, e após 3 anos
supunha que tivessem melhorado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
percurso tinha sofrido alterações, daquilo que já tinha feito, mas isso não
impedia que as várias subidas e descidas, caminhos técnicos não causassem
mossa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-W1hKCa2GQ3o/XRyp-c8cDiI/AAAAAAAAKF0/1ToX4audQo0mrg6qUOEay2UBD2-o6B7-ACLcBGAs/s1600/62066025_2958808534137026_7448113056707510272_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-W1hKCa2GQ3o/XRyp-c8cDiI/AAAAAAAAKF0/1ToX4audQo0mrg6qUOEay2UBD2-o6B7-ACLcBGAs/s320/62066025_2958808534137026_7448113056707510272_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
</o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Tinha
cerca de 1 quilómetro inicial para conseguir separar do maior número de
atletas, caso contrário, iria pagar quando os caminhos afunilassem. Mal surgiu
a subida consegui fazê-lo, abusava um pouco, mas sem esforçar ao máximo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Regresso
ao centro da Feira, e dava-se inicio ao “trail urbano”. Uma escadaria em pedra
até ao Convento dos Lóios, atravesso-o, e pelas traseiras, iniciávamos a subida
para o Castelo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Por
entre caminhos no jardim, seguimos até às grutas. Era uma passagem curta e
rápida, mas por escadas, com degraus uniformes e altos. Ao tempo que subia,
sentia as pernas duras, mas assim que volto ao jardim, consigo correr
confortavelmente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-yUAFGiU7Cxw/XRyqIN8yksI/AAAAAAAAKF4/xa3c-P6MWDc6OIBAagGM0dgp3t55PbrRACLcBGAs/s1600/62211638_2961817017169511_2060755695514419200_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-yUAFGiU7Cxw/XRyqIN8yksI/AAAAAAAAKF4/xa3c-P6MWDc6OIBAagGM0dgp3t55PbrRACLcBGAs/s320/62211638_2961817017169511_2060755695514419200_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Passagem pelas grutas. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
travessia do Castelo era mais uma junção de degraus, com maior distância entre
eles, já começava a ficar farto de escadarias, mas a tendência era para
aumentar.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Saí
de rompante dali, e estava curioso em relação à descida. Conhecia aquela zona
de outras provas, e a descida que tanto gosto, era uma possibilidade, e foi a
realidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Em
zigue-zague, até ao parque, apenas tinha que ter cuidado com as raízes das
árvores, não fosse dar um trambolhão ali.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Assim
que a subida termina, seguíamos por um trilho em direcção às piscinas
municipais. Foi um choque térmico, parecia ter entrado numa sauna e me
empurrassem para um congelador de seguida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Dali
voltávamos à estrada, percorrer a escola pelo interior, e sair uns metros mais
à frente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Seguia
atrás de um grupo de 4 atletas, que iam distanciados de mim pouco mais que 50
metros. Sentia um pouco de cansaço, mas ainda tinha força, tentava alcança-los
aos poucos, para ter algo que motivasse a continuar a lutar. Reparei que em
caminhos mais técnicos, conseguiam ser mais rápidos, mas em estrada ou subidas
já recuavam. Aproveitava o asfalto para aproximar, não havia grandes subidas
agora, apenas um segmento com ponto de retorno. Distraído ia vendo quem ia à
minha frente, a voltar em sentido contrário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-D0LaxlmjI2I/XRyqYsuu4YI/AAAAAAAAKGA/-QWYpzRdNL4XGIEQ6w2BQ9ufXsoW7YZEwCLcBGAs/s1600/64450519_2967345783283301_7179075862904438784_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-D0LaxlmjI2I/XRyqYsuu4YI/AAAAAAAAKGA/-QWYpzRdNL4XGIEQ6w2BQ9ufXsoW7YZEwCLcBGAs/s320/64450519_2967345783283301_7179075862904438784_o.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Após
o retorno apertei um pouco mais, dali a poucos metros ia sair daquela estrada,
e seguir por outra via.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
demorou muito, e deu para ver que ia conseguir apanhar o grupo, que começava a
ficar um pouco disperso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Era
uma subida com ligeira inclinação, mas que foi o suficiente para aproximar-me
dos dois primeiros que ficaram para trás. Voltava a descer, mas apenas para
recuperar alguma caixa, metia-se logo outra subida bem inclinada, abrandei
instintivamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Ultrapassava
dois atletas, enquanto me aproximava dos outros dois.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Dali
ao estádio foi sempre em estrada, mas ao o contornar, por entre as bancadas e
escadas, o primeiro desse grupo acabou por seguir, já não sendo possível o
apanhar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-McrOKHWcxnw/XRyqhJ4_psI/AAAAAAAAKGE/I6cjNYYa3u8ckGdB7NY3NFlX5SiP0d6aACLcBGAs/s1600/64345051_2964777223540157_1787071939802562560_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-McrOKHWcxnw/XRyqhJ4_psI/AAAAAAAAKGE/I6cjNYYa3u8ckGdB7NY3NFlX5SiP0d6aACLcBGAs/s320/64345051_2964777223540157_1787071939802562560_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Passagem pelo estádio. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Voltava
à rua, e num ápice estava junto ao local de finalização. Havia mais umas
escadas para subir e descer, mas naquele momento pareceu-me que aquilo era
apenas só porque apeteceram. Ali consegui apanhar o último atleta daquele
grupo, mas não o ultrapassei, deixei-me ir atrás dele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Ainda
falava 1 quilómetro no meu relógio, e a meta estava logo ali. Uma meta despida
e sem graça.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Passaram
poucos anos, mas várias provas, penso eu, que esta organização já realizou, e
já deviam ter experiência suficiente para arranjar as coisas devidamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Fiquei
mais surpreendido com a organização nos Trilhos Termais, do que ali.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foi
a segunda vez que fiz esta prova, mas acho que há ali muita coisa apenas para
“encher chouriços”, falhas do pessoal a orientar no caminho a seguir durante o
percurso, e algumas falhas lamentáveis na entrega de prémios.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Nota-se
uma falta de interesse em aprimorar o evento, e fazer bem melhor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-57420554018794419032019-07-01T12:11:00.001+01:002019-07-01T12:11:14.141+01:00Freita Vertical - Subida mágica<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="text-align: justify;">
Uma parede, uma parede
ligeiramente inclinada, com cerca de 4 quilómetros de extensão, é o caminho que
temos que percorrer desde a já abandonada, aldeia das Berlengas até ao radar
meteorológico no alto do Pico do Gralheiro da Serra da Freita. Eram
aproximadamente 800 metros de desnível positivo, mais coisa menos coisa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Não havia os famosos
1000 metros, para ser denominado de quilómetro vertical, mas não deixava de ser
um percurso bem empinado que dava que fazer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
A modalidade de
Skyrunning traz destas coisas, provas diferentes do normal, bem curtas, que
despertam logo a curiosidade. O ano passado realizado ainda durante a noite, e
no anterior dia do Freita Skyrunning, da minha parte, foi colocado logo de lado
visto não querer levar um empeno a dobrar no mesmo fim-de-semana. Optaram por
fazer a coisa diferente este ano, no mês de Maio, durante o dia, com o evento
apenas associado ao Freita Vertical. O restante era em tudo semelhante à
primeira edição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<o:p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-MdiXCSHG4EM/XRno47HXToI/AAAAAAAAKE4/rq_KrBq5AQ4H66KJJ0V8NtG0OJkOAK2SgCLcBGAs/s1600/60892293_2315295528757874_4228228108425101312_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-MdiXCSHG4EM/XRno47HXToI/AAAAAAAAKE4/rq_KrBq5AQ4H66KJJ0V8NtG0OJkOAK2SgCLcBGAs/s320/60892293_2315295528757874_4228228108425101312_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O radar no Pico da Gralheira. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
</o:p>A aldeia da Felgueira
era o ponto de encontro para a centena de atletas que iam participar, divididos
em dois grupos com transporte de autocarro, para a aldeia de Paraduça. Esta era
o local para a falsa partida que nos levava até às Berlengas onde se dava o
início da subida. Cerca de 2 quilómetros feitos em estradão, uns mais rápidos
outros mais lentos, mas sem grandes pressas, havia tempo de sobra para chegar
mesmo ao fundo daquele vale. É um local que só pela paisagem envolvente vale a
pena a visita, envolto de um verde garrido, sobressaindo uma pequena cascata e um
pequeno troço de rio. Tudo em redor eram as imponentes subidas da serra,
preenchidas pelas árvores e pedras, sem vista sobre os cumes.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Não se podia pedir
melhor cenário para aguardar, com partidas cronometradas individualmente, e
feitas de minuto a minuto, tinha que esperar que 38 atletas arrancassem antes
de mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
O tempo de espera foi o
suficiente para arrefecer, e apanhar com alguns aguaceiros de uma manhã um
pouco imprevisível relativamente ao tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<o:p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-l0OuxqdbeVU/XRnpGgwwGQI/AAAAAAAAKE8/eopbCJ_qLMcFVzNV3SzUpqdOtEXXL0oiQCLcBGAs/s1600/60960102_660265431088674_9155983342850539520_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1203" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-l0OuxqdbeVU/XRnpGgwwGQI/AAAAAAAAKE8/eopbCJ_qLMcFVzNV3SzUpqdOtEXXL0oiQCLcBGAs/s320/60960102_660265431088674_9155983342850539520_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Enquanto se espera</td></tr>
</tbody></table>
</o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-1UCrpuZZpag/XRnpUEmUatI/AAAAAAAAKFE/Zugvrnru2AkRCriXd9e-VZ4epODLAuypwCLcBGAs/s1600/60470838_336790320316542_8761471741806510080_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-1UCrpuZZpag/XRnpUEmUatI/AAAAAAAAKFE/Zugvrnru2AkRCriXd9e-VZ4epODLAuypwCLcBGAs/s320/60470838_336790320316542_8761471741806510080_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">E continua a esperar</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Eram 10:05h e alguns
segundos, quando anunciaram o meu nome, chegava-me ao local onde confirmavam a
minha presença, e via os atletas das 10:06h a partir.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Fui autorizado a
avançar para o local de partida, e enquanto aguardava pela 38ª atleta
arrancasse, mostrava todo o material obrigatório. Apesar de calmo, eram minutos
que pareciam intermináveis, e em contagem decrescente lá deram a minha partida
pelas 10:08h.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Aqueles metros
iniciais, colocavam os músculos e a respiração descontrolados, alguns degraus,
já degradados e subitamente desaparecem, apenas troços em terra já calcados por
quem já havia ali passado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Aquela parede inicial
era aliviada assim que entramos num single-track ligeiramente menos inclinado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Coloco um pequeno trote,
e devido a um início repentino com zonas que obrigavam o uso dos quatro
membros, sentia as pernas ligeiramente duras, e a respiração ofegante. Não
desgarrei a vontade de querer continuar a correr, e assim apanhava o primeiro
atleta que me precedia, mesmo à entrada de uma zona de rochas um pouco afiadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Seguia-se uma ligeira
descida, até ao leito do rio, que após o atravessar, iniciava-se o segmento, provavelmente
mais técnico e triturador de toda a prova.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
O uso dos quatro membros
era mais que obrigatório, o terreno calcado era a única base de apoio firme que
tinha para conseguir subir, as mãos agarravam-se aos troncos e ramalhos das
árvores, a raízes, pequenos pedaços de árvores cortadas, tudo o que fosse
visivelmente seguro, de forma a distribuir o peso do corpo e não massacrar as
pernas logo ali. Não evitei que ficassem como pedras, parecendo que a pele ia
rasgar a qualquer momento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Ao mesmo tempo tentava
controlar a respiração, mas o ziguezague constante em piso incerto e inclinado
parece obrigar a prosseguir sem interrupções.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Já não procurava fitas
de marcação de percurso, não que fossem necessárias, por um caminho bastante
previsível sem saída possível, mas também por querer ver onde colocava os pés,
sendo que se as procurasse teria que andar sempre de cabeça virada ao céu
devido à tremenda inclinação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-W6OfyklwdBM/XRnpgXXNEeI/AAAAAAAAKFM/o5aZX6RAzDUdgTdrP2Iikjgv7mpqqWGggCLcBGAs/s1600/60361770_10217107637436138_6274005801279422464_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="179" src="https://1.bp.blogspot.com/-W6OfyklwdBM/XRnpgXXNEeI/AAAAAAAAKFM/o5aZX6RAzDUdgTdrP2Iikjgv7mpqqWGggCLcBGAs/s320/60361770_10217107637436138_6274005801279422464_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Recordava da minha
passagem ali no mês de Outubro, no Freita Skyrunning, e o quão massacrado fiquei,
desta vez não estava a acontecer o mesmo, e estava a conseguir orientar bem as
coisas.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Aos poucos o terreno ia
ficando mais solido, mais firme e as árvores mais afastadas. Estava finalmente
perto o fim da tortura, podia voltar a correr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Era um trote misturado
com alguma caminhada a passo rápido, e a poucos metros à minha frente, começava
a ver o meu primo, e uma atleta, que acabaria por ultrapassar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
O problema desta secção
até à estrada, onde mentalmente divido esta subida, é que as inclinações são
inconstantes, tanto dá para correr, como subitamente me curvo para a frente e caminho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Das poucas vezes que
ergo um pouco a cabeça e espreito o que se seguia vejo a estrada, e alguns
elementos da organização, estava finalizado a primeira parte da prova.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Não que as coisas
fossem mais fáceis a partir de agora, bem pelo contrário. Não querendo comparar
com a escalada no início da prova, mas não fica muito longe disso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
As inclinações são
acentuadas a partir de agora, o piso rochoso, misturado com muita pedra solta,
a intercalação de corrida e caminhada era sistemática, as pernas duras e
pesadas iam piorando, conseguindo apenas controlar a respiração minimamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Era possível ver não o
cume, mas as partes mais acentuadas do resto da prova, todos os atletas que iam
à minha frente, e a uma das zonas mais bonitas de toda esta prova, à qual eu
apelidei de “Varanda”. Ainda tinha muito que andar até lá chegar, e após mais
uma ultrapassagem ia tentar correr o máximo que conseguisse. Não sobrevivi
durante muito tempo, mas não sumiu a vontade de continuar a tentar, pelo menos
até às escarpas, onde não se consegue correr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-uXi-tct-07k/XRnppNATE-I/AAAAAAAAKFU/9qMnjaeJk_Ev8siWb6QpzJEWYZZ2soswQCLcBGAs/s1600/60856207_2315293242091436_1990029227805638656_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-uXi-tct-07k/XRnppNATE-I/AAAAAAAAKFU/9qMnjaeJk_Ev8siWb6QpzJEWYZZ2soswQCLcBGAs/s320/60856207_2315293242091436_1990029227805638656_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Local totalmente
rochoso e irregular, sem grande possibilidade para correr. Apenas tentava
encontrar o caminho menos agressivo por entres as rochas até as transpor. Sabia
que assim que o fizesse, podia correr à vontade, algum pessoal a dar apoio, e
finalmente ali estava eu no cimo.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Apenas cerca de um
quilómetro me distanciava do radar, o trajecto agora era fácil em terreno liso e
sem grande inclinação, curva e contracurva, fantástico para correr a um ritmo
rápido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Estava animado, e tento
iniciar a corrida lentamente para não ser um impacto grande logo de início. Alguma
coisa não estava bem, quebrei logo ali, senti-me maldisposto, exactamente como
me aconteceu da última vez que ali passei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Não podia correr, não
estava a dar, tinha que adoptar outra estratégia. Parei, bebi água, e comecei a
caminhar, a má disposição continuava ali, e teimava em não desaparecer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Que se lixe, foi o meu
pensamento naquele momento, vou num ritmo mais lento a correr e logo se vê.
Comecei a correr, e ao passo que vou progredindo a coisa vai atenuando, estava
a resultar. Foi uma coisa passageira, que não entendi o motivo, talvez do
esforço, da altitude, ou ambas tenham provocado isso, não sei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-x4G4tROxrH4/XRnp17jUIVI/AAAAAAAAKFY/HBPmH1WEgokStHO51r8u8D32GzLtHh-vwCLcBGAs/s1600/61193339_2444456109110542_6027212814332985344_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-x4G4tROxrH4/XRnp17jUIVI/AAAAAAAAKFY/HBPmH1WEgokStHO51r8u8D32GzLtHh-vwCLcBGAs/s320/61193339_2444456109110542_6027212814332985344_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
À medida que vou
melhorando, vou aumentando o ritmo, mais uma ultrapassagem, e sigo direcção ao
radar.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Faltava o último sufoco
da prova, subir o radar pela escadaria mesmo até ao alto, uma meta com 40
metros de altura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Entrei rápido na base
da torre, seguia-se uma escadaria interminável, zigue-zague, zigue-zague, os
primeiros degraus, ainda deu para uma espécie de corrida, contudo não durou
muito tempo. Agarrava-me ao corrimão da escadaria, e puxava pelo corpo, estava
de rastos. Ao mesmo tempo que pensava que já conseguia subir com mais rapidez,
o corpo recordava que era impossível.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
Foram necessários 50
minutos, para fazer 4 quilómetros. Foi preciso todo este tempo para chegar ao
topo da serra, e escalar uma torre para uma vista de 360 graus sobre a Freita,
mas valeu cada minuto.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-51443178029351089042019-06-27T21:28:00.002+01:002019-06-27T21:28:32.240+01:00Runcambra 2019 - Tradicionalmente<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Já se
tornou como uma tradição, já é obrigatoriedade minha percorrer as ruas de Vale
de Cambra - “O Vale Mágico”. Foi a minha <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2016/12/runcambra.html">estreia</a> oficial neste mundo das
corridas, e como é da terra, gosto de estar presente, tanto pelo evento, como
pelo convívio, e obviamente a grande oferta de iguarias no final da prova, esta
sim a grande medalha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
história tem sido sempre a mesma, e este ano especulava que iria ser em tudo
semelhante, mas felizmente houve algumas alterações, que penso terem sido
benéficas para o Runcambra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
partida/meta, que desde a primeira edição se concentrava no parque da cidade,
mudou a sua raiz para o centro da cidade, originando alterações ao percurso.
Seria basicamente o mesmo, com algumas pequenas modificações.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-l-0h0lt3pQQ/XRUmQtF_7MI/AAAAAAAAKBY/7_-tLXcXZBISAC1da8TKFqNY1MDF6lD9QCLcBGAs/s1600/50488638_2282593618441464_896990794349543424_o.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1417" data-original-width="1417" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-l-0h0lt3pQQ/XRUmQtF_7MI/AAAAAAAAKBY/7_-tLXcXZBISAC1da8TKFqNY1MDF6lD9QCLcBGAs/s320/50488638_2282593618441464_896990794349543424_o.png" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
que ainda falta alterar, é a hora do arranque. 10 horas da manhã é uma hora
tardia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Desde
pelo menos há 4 anos, que este dia tem sido bastante quente, o céu limpo, e um
sol abrasador têm sido presença assídua, numa prova que nesta distância, e de
todas as que fiz, posso afirmar que é bastante complicada devido ao sobe e
desce constante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
foi diferente, debaixo do sol, estava pronto a arrancar, num panorama diferente
das edições anteriores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Estava
curioso para ver como reagia neste percurso, e uma semana após a <a href="https://valecorrer.blogspot.com/2019/06/maratona-da-europa-um-brilharete.html">maratona de Aveiro</a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Eram
10h, e numa embrulhada de atletas, uns mais rápidos, e outros mais rápidos que
o normal por ser a descer, deixei-me ir no meu conforto. Foi 1 quilómetro entre
descida e plano até começar a subir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
demorei muito tempo a ficar à minha vontade, sem grandes atropelos ou
confusões, e na subida ainda fresco, deu para libertar ainda mais algum espaço,
ultrapassando a maioria que já havia começado a subir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-mUCH9i9_W-4/XRUmhOAmakI/AAAAAAAAKBg/OGrS_yuJW-YvgSu-pJWXe6gtpg-PcneiwCLcBGAs/s1600/59837005_2198195040257561_7993225203494682624_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-mUCH9i9_W-4/XRUmhOAmakI/AAAAAAAAKBg/OGrS_yuJW-YvgSu-pJWXe6gtpg-PcneiwCLcBGAs/s320/59837005_2198195040257561_7993225203494682624_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Segue-se
nova descida, e começa a construir um pequeno grupo de 3 elementos. Saímos da
freguesia de Vila Chã, e teria que contornar o parque, inicialmente a descer,
mas com uma inclinação tão mínima que nem se nota. Do lado oposto dava-se
inicio à subida mais extensa de todo o percurso. Ainda que iniciada com uma
inclinação mínima, e misturada com alguns segmentos curtos em plano, só
terminamos de subir após cerca de 3 quilómetros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Após
iniciar a subida, acabava por ficar sozinho, e deparei-me com a situação de não
conseguir encaixar em nenhum grupo, por irem em diferentes ritmos. A minha
aposta, foi simples, tentaria alcançar todos os grupos que conseguisse.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
subida até ao centro não é das mais duras, mas das mais satisfatórias. Passamos
novamente pelo centro da cidade, e onde está o forte apoio, um verdadeiro
corredor humano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Ali
o terreno é bem mais plano, mas não dá grande tempo para acelerar, passo pela
minha mãe e irmã, e recordo de dizer que está calor. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
subida voltava a surgir, e só ao quilómetro 6 chegava ao ponto mais alto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
abrandei para recuperar fôlego, tinha uma descida onde queria abusar para
recuperar algum tempo. Não conseguia ouvir outra coisa que não os meus pés a
bater forte no asfalto. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Repentinamente
o terreno fica plano, e junto a um grupo que segue exactamente ao ritmo que
queria, pelo menos até depois uns metros onde se mete uma ligeira subida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Era
nisto que me sentia mais confortável, mas que acabava sempre por me deixar
sozinho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Respirava
fundo, enquanto esperava pela maldita subida que me custa tanto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Já a
fiz inúmeras vezes, e não há uma única vez que não sai de lá derrotado. São 44
metros de subida, num quilómetro, já fiz bem pior que isto é certo, mas é uma
longa recta, onde podemos ver o cume, o que psicologicamente se torna massacrante,
e exposta ao sol.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Focava
o olhar no chão, nuns 2 metros à minha frente, de forma a não espreitar o alto,
mas era inevitável não saber onde estava, conheço aquela subida como a palma da
minha mãe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-n7XMT3Arabw/XRUmpfqZu3I/AAAAAAAAKBk/jGCSGdw3gfE0mrVjUWibFd29TQyOolTmQCLcBGAs/s1600/60101224_2284306824941391_6484010138477789184_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-n7XMT3Arabw/XRUmpfqZu3I/AAAAAAAAKBk/jGCSGdw3gfE0mrVjUWibFd29TQyOolTmQCLcBGAs/s320/60101224_2284306824941391_6484010138477789184_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Contudo
tudo era mais fácil, quando revia o restante percurso, desta vez, como nos
restantes anos, não tinha ainda mais cerca de 4 quilómetros pela frente, mas
sim só mais 1.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Os
prédios faziam sombra, e havia uma ligeira brisa que ajudava a refrescar, ainda
que a subir novamente até ao centro, não arredava pé. Estava quase, aquele
quilómetro final tinha que derreter o resto das energias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
subida mantinha-se, mas menos agressiva, já se via o centro, e ouvia-se a
música da meta, mas antes ainda tinha uns pequenos desvios para juntar mais
alguns metros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Primeiro
desvio feito, e descia em direcção à meta, só tinha mais um retorno para chegar
ao final.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
corredor humano estava ali novamente, acelerava ao ritmo daqueles aplausos,
abrandava apenas no retorno, e voltava a acelerar, olhava para o relógio, e ia
fazer o Runcambra abaixo dos 40 minutos. Estava orgulhoso de mim mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-RZT4Z7_tAkg/XRUmuig7yXI/AAAAAAAAKBo/QK6y6F43HSopJbOgMh88mAiq2uPwt6zFgCLcBGAs/s1600/60079878_2196863040390761_3151062173287972864_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-RZT4Z7_tAkg/XRUmuig7yXI/AAAAAAAAKBo/QK6y6F43HSopJbOgMh88mAiq2uPwt6zFgCLcBGAs/s320/60079878_2196863040390761_3151062173287972864_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foi
sem dúvida um êxito este ano, pelo menos a nível pessoal. Mas a alteração
também foi bem-vinda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
que não devem alterar, é esta medalha final que apelidam de “Sensation Zone”,
cheia de iguarias da terra que tornam esta prova única.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-13614569599488417492019-06-21T17:17:00.000+01:002019-06-21T17:17:00.971+01:00Maratona da Europa - Um brilharete<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foi
uma surpresa agradável. Logo que soube que iria haver uma terceira maratona em
Portugal, perto de casa, e com meses de separação em relação às restantes
(Lisboa e Porto), não olhei para trás.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Era
Aveiro a cidade escolhida, local conhecido por ser relativamente plano, em
contrapartida, algo ventoso. Fosse como fosse, queria lá estar às 08.30h no
final do mês de Abril.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
tarde de Sábado, foi para ir calmamente levantar os dorsais, e tentar apreciar
alguma coisa do evento, como a feira da Maratona. Feira essa que escapava aos
mais desatentos. O que não me escapou foi a forte ventania que estava naquela
tarde. Vento forte e frio, valia o sol para aquecer um pouco, enquanto
imaginava o sufoco que ia ser o dia seguinte se assim se mantivesse.<o:p></o:p></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-2uXs0cxcGk0/XQ0CuOSh63I/AAAAAAAAKAo/t9v8HDd6NZwrrWDhmO0cNROCyGiXNC7mwCLcBGAs/s1600/59395799_2009514922677078_6376445229465075712_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-2uXs0cxcGk0/XQ0CuOSh63I/AAAAAAAAKAo/t9v8HDd6NZwrrWDhmO0cNROCyGiXNC7mwCLcBGAs/s320/59395799_2009514922677078_6376445229465075712_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-iXSK1o8PX24/XQ0CmUne9aI/AAAAAAAAKAg/4vx62BUW7U0ZN5VRtfaNMXlhv73aBkJ5QCEwYBhgL/s1600/58441837_822750841430469_1777465064329052160_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-iXSK1o8PX24/XQ0CmUne9aI/AAAAAAAAKAg/4vx62BUW7U0ZN5VRtfaNMXlhv73aBkJ5QCEwYBhgL/s320/58441837_822750841430469_1777465064329052160_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Manhã
de Domingo, e nada me incomodava, não estava com aquele nervoso miudinho de uma
maratona, nem pensava muito nisso, parecia que iria só ali ao lado correr uma
distância curta e já vinha. No entanto a minha ideia, e tendo em conta a minha
(má) preparação, apontava para as 03.30h, mais coisa menos coisa, e como eu
estava enganado.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
A
chegada a Aveiro, surpreendeu-me logo por dois motivos, o primeiro pelo tempo.
Não havia ponta de vento, e o céu era coberto pelo nevoeiro cerrado, sem ser
possível ver um raio de sol. O segundo motivo, era o evento em si, era uma
partida/meta vistosa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
evento juntava outras distâncias, e é nisto que culpo um pouco a organização,
em juntar todos para arrancar à mesma hora, era algo confuso, para além das
estreitas estradas logo de inicio que dificultavam a progressão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Aguardava
pela hora, eu e o Fábio, enquanto conversávamos íamos deixar rolar a ver no que
dava. Sabia que aquilo era aquela habitual conversa pré partida, que quando
estivéssemos no terreno a coisa era diferente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Não
demorou muito a comprovar isso, tiro de partida, e saímos ainda algo contidos,
mas sempre com ultrapassagens devido à confusão. Mal o Fábio vê algum espaço
para poder progredir, e isto ainda com sensivelmente 1,5km, avança, ainda me
coloquei atrás dele, mas pensei para com os meus botões, “deixa-te ir aqui, que
vais bem, e já vais a abusar”. Seria uma luta minha, sozinho e sem objectivos,
apenas deixa andar. No entanto sabia que para aquelas 03:30h, teria que andar
num ritmo próximo de 5 min/km, o que ia a fazer, era uns 4:20 min/km, e quando
se metia descidas pelo meio, abusava um pouco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-IOLZrHL5m68/XQz4D6AjQ5I/AAAAAAAAKAU/Vx_illpV1OgaHuW8vj0FcqQNjE6XwrpmwCEwYBhgL/s1600/59521122_822767684762118_1883001992863809536_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-IOLZrHL5m68/XQz4D6AjQ5I/AAAAAAAAKAU/Vx_illpV1OgaHuW8vj0FcqQNjE6XwrpmwCEwYBhgL/s320/59521122_822767684762118_1883001992863809536_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos na foto</td></tr>
</tbody></table>
</o:p>Circundava
Aveiro, junto à ria, depois mercado do peixe, algumas ruelas, e então a Avenida
que nos levava aos primeiros 10KM. Ia-se vendo algum apoio pela rua, não tanto
como era desejado, mas é compreensível por ser novidade na cidade.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Enquanto
deixava Aveiro para trás, ia magicando como seria dali para a frente, o relógio
apontava para um brilharete, mas estava reticente em relação a isso, não tinha
treino para tal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foram
cerca de 6 quilómetros uma zona industrial, e a separação da maratona da meia
maratona, as estradas ficavam um pouco mais vazias, e após alguns quilómetros
com “companhia”, procurava alguém a quem me colar para não seguir sozinho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Ainda
arranjei alguém com quem segui durante uns metros, mas rapidamente fiquei
sozinho, continuava sempre no mesmo rimo, e sem sinal sequer de fraquejar, ou
mínimo de cansaço físico. Seguimos até Gafanha da Nazaré, onde já encontrava
mais companhia, as ruas começavam a ser preenchidas, ou mesmo nas janelas de
casas, havia sempre alguém que aplaudisse, provavelmente a parte mais divertida.
Chegava aos 21KM, e enquanto olhava para o relógio, via que acabava de fazer o
meu segundo melhor tempo na distância, e sem sinais de quebras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Juntava-me
a outro atleta durante alguns quilómetros, enquanto metíamos conversa para nos
distrair com o passar dos quilómetros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Com
25 quilómetros, entro na Barra, local bastante conhecido por ser bastante
ventoso, algo que me preocupava, mas nada, apenas pequenas brisas que só
ajudavam a arrefecer o corpo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Enquanto
contornava a Barra, acabava uma vez mais por ficar sozinho, desisti de procurar
companhia, e seria altura de seguir à minha vontade, e testar-me.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
relógio acusava os 30 quilómetros já percorridos, enquanto pensava nos míticos
muros, mas ao mesmo tempo continuava a sentir em perfeitas condições. Foi ali
que comecei a delinear o desfecho da prova, ia tentar um brilharete.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Eram
longas rectas que me levavam até Aveiro, valia a zona habitada e os locais,
espaçados em alguns grupos para dar mais algum animo. O sol começava a
espreitar, todas as sombras que visse, eram o meu local de passagem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Agradecia
em jeito também de despedida a todos que me saudavam, enquanto seguia para o
segmento mais me massacrou.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
sol já se conseguiu descobrir de todo aquele manto cinza, não que seja muito
forte, mas aquecia o suficiente para me derrotar um pouco, e naquele
descampado, numa longa recta, não facilitava em nada. Foi um pouco doloroso
chegar a Aveiro, sob o sol, mas ali chegado as sombras ajudavam, e já faltava
pouco. Estava curioso para ver aquela meta agora com 42 quilómetros nas pernas,
mas ainda faltava uns longos 4 quilómetros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OAsI8Z6Iw1A/XQ0CbgqJKDI/AAAAAAAAKAc/SrgsxCmEg_wzBX0nEX9xEX_ouRwYfgOTwCLcBGAs/s1600/58461090_1155306334657079_8532372697269665792_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-OAsI8Z6Iw1A/XQ0CbgqJKDI/AAAAAAAAKAc/SrgsxCmEg_wzBX0nEX9xEX_ouRwYfgOTwCLcBGAs/s320/58461090_1155306334657079_8532372697269665792_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<span style="text-align: justify;">Começava
a fazer contas de cabeça, a ver quanto tempo demorava a terminar aquilo, mas só
me massacrava mais o psicológico. “Para, para de pensar nisso, e corre” –
Pensava eu, enquanto percorria a universidade, mais algumas rectas, mas que
valiam pela sombra, e ali sozinho sem ninguém atrás nem à frente, forçava o
ritmo até ali feito.</span><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
calor estava a afectar, e precisava de água para beber e refrescar. Ali estava,
faltavam 2 quilómetros para o final, e estou no centro de Aveiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Era
o culminar de tanta solidão ao longo de vários quilómetros. As pessoas na rua,
aplaudiam e constatavam o que já sabia, que faltava pouco, mas quando ouço que
faltava somente aquela subida, e depois era sempre a descer, foi como me dessem
umas pernas novas. Podia não ser bem assim, mas naquele momento acreditei em
todas as palavras que me tinham dito, e desatei a correr, forcei um pouco mais
e estava mesmo no alto, parecia que tinha conquistado uma montanha.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Faltava
atravessar a ponte, e depois era só descer, tal como me tinham dito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Alegra-me
ver a descida, mas ao mesmo tempo os músculos apertam, ignoro, levanto a cabeça
e sigo em frente. A uns 200 metros parece-me ver o Fábio, mas não podia ser.
Ele ia bem à minha frente, e provavelmente já teria terminado. A menos que
alguma coisa tivesse corrido mal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Aos
poucos vou ganhando terreno, e era mesmo ele. Algo deve ter acontecido, para
ele estar ali, alguma quebra o fez atrasar. Acelero um pouco mais para ver se
conseguia terminar com ele, e dar-lhe força naqueles metros finais. Fim da
ponte, e os quadríceps apertam de tal forma, que parece que vai dar cãibra. Não
agora, não ali, uma vez mais ignoro, e tento ganhar mais alguns metros. Começa
a cheirar a meta, surgem mais apoiantes, mais gente a aplaudir, e um enorme
corredor humano que nos leva até ao final.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Apanho
o Fábio, coloco a mão nas costas e chamo-o “vamos lá, até ao fim”, era uma meta
cheia, cheia de gente, e cheia de boa disposição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
Foi
um brilharete em todos os sentidos. Uma organização que para uma primeira
edição esteve bem acima do razoável, obviamente existem coisas a melhorar, mas
a estrutura de base é esta, e pareceu bastante sólida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;">
O
brilharete maior para mim, foi a nível pessoal, que consegui atingir um tempo
que jamais pensaria lá chegar se não treinasse para tal. Retirar 30 minutos ao tempo
final é muita coisa, fiquei quase perto das sub 3 horas, mas as 03:05h de
prova, já me satisfez por completo.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-72997828907684221792019-06-18T09:41:00.001+01:002019-06-18T09:41:14.418+01:00Trilhos Termais - Um carrossel nocturno<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst">
Há provas, e provas. Umas que vamos juntando à
lista de “A fazer”, outras que colocamos logo de lado, e outras que se der e
puder, até faço. Os Trilhos Termais, enquadrava-se na última opção. Foram
diversos os factores que contribuíram para acabar por ceder e participar, mas
um dos principais era o facto de ser uma prova nocturna, em que a luz do frontal era a única forma de ver os trilhos .</div>
<div class="MsoNormalCxSpFirst">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Se era novidade correr à noite em trilhos, a chuva
também ia marcar presença.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Água em abundância durante o dia todo, e eu a
magicar em como iria ser. Caminhos alagados de água, lama, piso escorregadio,
com a imprevisibilidade do terreno e falta de luminosidade, iria ser uma
experiência e peras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Ainda faltava 5 minutos para as 20h, a chuva já
tinha abrandado, e o sol ainda conseguiu furar as nuvens, tornando uma partida
ainda ligeiramente diurna.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Não éramos muitos atletas na prova nocturna, mas a
estreita saída não dava para fluir da melhor forma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-AgnvKT-zO1o/XQig35qOQhI/AAAAAAAAJ_o/WEUus38XRVAgubp2ssWbLuMrUo1dmUS0QCLcBGAs/s1600/56382726_2349794745065687_8047028151437492224_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-AgnvKT-zO1o/XQig35qOQhI/AAAAAAAAJ_o/WEUus38XRVAgubp2ssWbLuMrUo1dmUS0QCLcBGAs/s320/56382726_2349794745065687_8047028151437492224_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Logo após a partida. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
</o:p><span style="text-align: center;">Contornávamos o edifício das termas e aproveito a
recta para dispersar um pouco do pelotão.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Sabia que iríamos entrar em caminhos mais
estreitos, e se não fugisse dali, iria correr o risco de ter que parar mais à
frente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
As travessias em pisos sem qualquer atrito parecia
uma pista de gelo, as pontes em madeira era uma preocupação, felizmente eram
curtas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Os primeiros passos em trilhos confirmavam o cenário
de lama, tentava procurar o melhor terreno para colocar o pé. Ainda havia
alguma luz do dia, e podia abusar um pouco mais. Metia-se a primeira subida,
curta, mas inclinada. Não arredava pé e mantinha um ritmo confortável para as
subidas, os single-tracks eram uma excelente surpresa, mas não dava para
desfrutar deles, para além do piso enlameado tinha gente pela frente, e só com
o alargamento do caminho é que dava para passar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Na subida por entre um pinhal dava-se o início da
falta de visibilidade, iria ser o verdadeiro e derradeiro teste ao meu frontal.
Colocavam-se mais single-tracks, caminhos trabalhados, estava a gostar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Alguns trilhos coincidiam com o Ultra Trail
Medieval, e conhecendo começava a abusar um pouco mais. A primeira grande
descida, já a conhecia. Ali não havia lama, só pedra solta e raízes das
árvores, e em forma de zigue zague, deixei-me ir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Dali até ao parque de merendas, era tudo caminhos
que conhecia, início em estradão, mas a entrada no parque modificava tudo,
vários single-tracks, e um género de bosque, estando protegidos por a vegetação
das árvores. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-fR8GrHlytdQ/XQiigNEjDZI/AAAAAAAAJ_0/MmGH9WzgxNEAubMJcKatBzMzlh_ochrEACLcBGAs/s1600/56481853_2352147758163719_2696405374944149504_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-fR8GrHlytdQ/XQiigNEjDZI/AAAAAAAAJ_0/MmGH9WzgxNEAubMJcKatBzMzlh_ochrEACLcBGAs/s320/56481853_2352147758163719_2696405374944149504_o.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">No parque de Merendas. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
</o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="text-align: center;">A noite já estava cerrada, não havia luz se não os
frontais e alguns pontos reflectores que nos facilitavam a encontrar o caminho.</span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Seguia paralelo ao rio Uíma, até ter mesmo que o
atravessar. A noite fria já não se sentia, estava bastante quente, e aquela
corrente que me cobriu quase até à cintura foi como um refresco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Surgia a primeira subida que me fez acalmar um
pouco. Ofegante, mantinha um passo certo, em jeito de caminhada, as pernas
estavam a responder a tudo o que pedia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
A descida estava logo após uns metros, sem trilho,
por entre as árvores, com o dobro da atenção para não rebolar até ao rio
novamente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
O estradão que separava da próxima subida, foi
feita de forma a soltar as pernas, sentia um pouco pesadas. E reflectiu-se mal
a iniciei, obrigando a caminhar, não que fosse muito íngreme ou extensa, mas
pela grande quantidade de lama e pedras. Só após alguns metros, começo num
pequeno trote por ali acima, desviando da vegetação que ainda se estende para o
caminho. A chuva que se acalmou durante uns minutos, voltava a aparecer, ainda
que tímida quando corria para a descida, mas forte assim que começo a descer. A
visibilidade ficou fraca, mesmo com a luz do frontal no máximo, a chuva era
tanta, que impedia de ver na totalidade. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
O carrossel mantinha-se, apesar de ser uma prova
bastante rolante, as subidas e descidas eram seguidas, não muito inclinadas,
nem demasiado extensas, o que dificultava era mesmo o piso escorregadio e
enlameado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Prova disso, era o facto de fazer grande parte das
subidas a correr, mesmo a mais extensa, com cerca de 1 quilómetro de extensão,
tinha apenas 90 D+, tendo apenas parado no abastecimento. Não estava
interessado em parar ali muito tempo, pareceu-me estar bem composto, mas assim
que vejo uma caixa cheia de gomas, não olhei para mais nada, agarrei em
algumas, e volto ao caminho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Começava a passar pela malta da prova do sunset,
alguns ouviam e davam o jeito para ultrapassar, outros, lá tinha que pedir
licença para passar. Estava um pouco inclinado para tentar o meu melhor tempo
possível, e para isso teria que entrar um pouco em modo competitivo, mas aquela
confusão nos trilhos não me estava a permitir para tal. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Zy2CuotMKIQ/XQiiuN7Y3ZI/AAAAAAAAJ_8/ccUifzwBz8kNYiQwkSY1-r8PHFjDUcZSQCLcBGAs/s1600/56490442_2349411375104024_1603321148546744320_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-Zy2CuotMKIQ/XQiiuN7Y3ZI/AAAAAAAAJ_8/ccUifzwBz8kNYiQwkSY1-r8PHFjDUcZSQCLcBGAs/s320/56490442_2349411375104024_1603321148546744320_o.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
As descidas agora já eram feitas sem grandes
preocupações, o terreno estava bastante mais acessível, aproveitava também a
iluminação dos restantes atletas para ver o melhor caminho.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Surgiam grupos cada vez maiores, em single-tracks
só conseguia ultrapassar caso forçasse as pernas por meio da vegetação, não
havia maneira de me deixarem passar, estava a ficar chateado com aquilo, não
que fosse ganhar alguma coisa, mas queria tentar dar o meu melhor, e ver até
onde conseguia ir, basicamente uma prova sempre a fundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Agradava-me ver uma subida, sabia que ali
conseguia dispersar daquela multidão. Comecei logo a correr, não parava, ainda
estava com pernas para tal, e só dessa forma conseguia levar a prova ao limite.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
O trilho era mais técnico, e serpenteava encosta
acima.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Feito. Agora restava descer, e rolar até ao final.
A descida foi feita rapidamente, o desnível ganho anteriormente, foi
rapidamente retirado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
As pernas estavam frescas o suficiente para ainda
conseguir abusar mais um pouco. Os estradões facilitavam a corrida, eram bem
mais estáveis, e rolantes o suficiente. Continuava a ultrapassar mais atletas
da prova anterior, mas agora não era impeditivo de correr.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
O fim dos trilhos e estradões, era feito pela
passagem por um pequeno parque de lazer, com um caminho um pouco mais estreito,
mas onde estava bem lotado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Estava um caminho bem mais preenchido, mas
felizmente estavam minimamente organizados para poder seguir, e ouviam alguém a
correr, e davam indicações a quem ia na frente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Agradecia, enquanto ainda tinha pernas para
correr. Ao fundo ia ouvindo o speaker, significava que estava quase a terminar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Numa das ultrapassagens, surge um pequeno grupo
vindo da esquerda que se tinha enganado no caminho, vinham a reclamar, mas a
distracção ali a meu ver foi deles, não tinha como enganar, o caminho era previsível,
e as marcações estavam impecáveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
O que me enervou, foi o facto de vir num ritmo
forte, e eles ao verem-me, colocarem-se na minha frente. Foi uma travagem
brusca para não me mandar contra alguém, fiquei piurso naquele momento. Para
ajudar, colocaram-se lado a lado, e não tinha maneira de passar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Depois de alguma insistência, lá consegui passar, logo
atrás de um deles, que queria correr mais um pouco enquanto ainda reclamava.
Mesmo assim não era o que queria, e então numa ultrapassagem mais ginasta, lá
consegui.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Já ali estava a meta. Via o edifício das termas, era
só o contornar e atravessar o pórtico. Os últimos 700 metros, foi a todo o gás.
Esta luta valeu-me o 10º lugar na geral. Cheguei satisfeito ao final, mas com conhecimento
que podia ter conseguido mais e melhor, se não houvesse tanta confusão nos
trilhos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-WogHMwJg9SY/XQiioALxUiI/AAAAAAAAJ_4/y6M04CgDDloJO5ME3TO1R2PgzAgssvPcwCLcBGAs/s1600/57024129_2353780264667135_9128683869292199936_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-WogHMwJg9SY/XQiioALxUiI/AAAAAAAAJ_4/y6M04CgDDloJO5ME3TO1R2PgzAgssvPcwCLcBGAs/s320/57024129_2353780264667135_9128683869292199936_o.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Já na recta final. Créditos: Organização</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
O percurso em si, não é nada de extraordinário,
muito à base de estradões, excetuando alguns single-tracks, que apesar de
estarem escorregadios, são os únicos trilhos que diferenciam a prova. O facto
de ser uma prova nocturna, ajudou a uma experiência totalmente diferente, a chuva
fez com que o desafio ainda fosse maior. A adrenalina era outra, e o facto de o
percurso ser bastante corrível contribuía para levar a prova mais a sério, mais
ao limite.</div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
Só mesmo, na parte final, aquela confusão constante
de atletas nos trilhos, não facilitava nada a progressão, atrasava sempre algum
tempo, e as quebras de ritmo eram constantes. Fora isso, é posso afirmar que
consegui divertir.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-30297295759333985352019-06-14T18:36:00.000+01:002019-06-14T18:36:44.608+01:00Corrida do Dia do Pai - Uma luta desequilibrada<br />
<div class="MsoNormal">
Já o havia conseguido em <a href="http://valecorrer.blogspot.com/2019/01/sao-silvestre-de-ovar-uma-delicia.html">Ovar</a>, mas queria repetir o feito.
Fazer 10 KM abaixo dos 40 minutos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Na minha ideia, tinha estofo para o fazer novamente, e iria
tentar custe o que custasse.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A Corrida do Dia do Pai, era o ideal para o fazer, percurso
na sua maioria plano, muita gente a correr e a apoiar, junto ao mar, o que
contribui para uma aragem mais fresca. Enfim, tudo para ajudar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-MnvhFwDzuVA/XQEk-BfFIAI/AAAAAAAAJ9Y/rXuA8NnzR4kNd6vul_YrZISASQI8NT5xACLcBGAs/s1600/53517182_2192244900814839_4933340491501535232_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-MnvhFwDzuVA/XQEk-BfFIAI/AAAAAAAAJ9Y/rXuA8NnzR4kNd6vul_YrZISASQI8NT5xACLcBGAs/s320/53517182_2192244900814839_4933340491501535232_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A manhã de Domingo era fresca, previa-se chuva, o que até me
agradava. Ambiente fresco ajudava a não aquecer em demasia. Em contrapartida,
afastava muita gente das ruas, faltando aquele ambiente típico de festa em
algumas zonas, que tão bem me recordo das 2 vezes que participei. Não correm
por nós, é certo, mas dão cá um ânimo e força, lá isso dão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A minha chegada coincidiu com alguns chuviscos, aquela
morrinha, aliada a uma brisa fresca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Arrepiei-me mal saí do carro, e num passo acelerado para
evitar arrefecer em demasia, fui em direcção à rotunda da anémona, ao encontro
de mais malta para um aquecimento. Era lá o ponto de encontro, e o percurso
para um breve aquecimento, queria estar minimamente quente aquando o tiro de
partida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Era a minha estreia, minha e do Fábio, na sub-elite.
Conseguimos estar mesmo na frente do pelotão para evitar aquela habitual
confusão do tiro de partida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O início já o conhecia, era a subir, mínimo de inclinação,
mas a subir, e como estávamos frescos, nem dávamos por isso. Assim foi, no meio
de tanta confusão, e da euforia de muitos em querer dar o sprint logo ao arrancar,
a minha preocupação era não cair e ser atropelado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tentava afastar o mais possível, encostado à direita, a
afluência era menor, e dava para ir avançando ao meu ritmo, impedindo a mim
próprio de ir mais rápido do que o que devia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fim do primeiro quilómetro, já com retorno feito, e início
da descida, e confirmo o tempo pelo relógio, 3:52 min/km, era rápido demais,
aquele devia ser mais ou menos o ritmo para a restante prova, e não o de início.
Objectivo era fazer o primeiro mais lento, e só depois aumentar e manter.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estava feito, agora seria tentar manter. A partir dali era
descer e plano, em direcção à rotunda da anémona, sem antes ainda ter direito a
mais um retorno. Fui sempre consistente, e a partir dali a passada era regular,
estava a sentir-me bem, e com vontade de bater o meu recorde.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Conhecia o percurso bem, algumas alterações que fizeram ao
percurso, aproximou mais do trajecto inicial da Maratona do Porto, e sabia com
o que podia contar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A anémona era o ponto de maior enchente e grande festa,
desta vez, teria que contentar com aqueles corajosos que decidiram contrariar a
vontade da chuva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Rumo ao porto de Leixões, mantinha-se o plano, não havia
desníveis que se sentisse, o único inconveniente era a passagem por alguns
paralelos, mas nada que massacrasse.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Continuava bem, e ainda não tinha sinais aparentes de
quebra, ia distraindo com o pessoal que já vinha do retorno, e ver se via
alguém conhecido, formas para ocupar o tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Novo retorno, e deixo o Porto de Leixões para trás, agora a
distracção era ver quem vinha atrás, tentava ver alguém, mas a confusão era
muita, acabei por desistir, foquei-me em encontrar alguém para me encostar, mas
parecia que todos estavam a aumentar o ritmo. Estava prestes a entrar no
quilómetro 7, e as coisas pareciam complicar-se.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As pernas estavam um pouco presas, e a respiração
descontrolada, algo não estava a correr bem. Cerrava os dentes, e tentava
manter o ritmo, mas ao consultar o relógio, estava a abrandar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-kOXTR8n97ww/XQElC2P5B6I/AAAAAAAAJ9c/NL1loolNVFcnU3CgAgd_YVMo7U7agJgyACLcBGAs/s1600/54381420_2192247534147909_1102221125074550784_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="685" data-original-width="1024" height="214" src="https://1.bp.blogspot.com/-kOXTR8n97ww/XQElC2P5B6I/AAAAAAAAJ9c/NL1loolNVFcnU3CgAgd_YVMo7U7agJgyACLcBGAs/s320/54381420_2192247534147909_1102221125074550784_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Isto é apenas um pequeno descontrole da respiração e já
recomponho, pensava eu. Abrandei um pouco, e tentava manter os 4 min/Km, estava
a custar, e as oscilações de ritmo eram grandes, tanto conseguia aumentar a
cadência, como de repente descia. Aguardava por entrar no quilómetro 9, onde já
existia novamente apoio, e pudesse recuperar alguma energia, fosse lá de onde
ela viesse.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Pequeno corte à direita, e entramos na marginal, aos poucos
as pessoas vão surgindo, mas nem daí estava a conseguir recuperar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O vento fez questão de fazer companhia. Uma forte ventania, colocava-se
entre mim e o resto do percurso. Tentava colocar atrás de alguém, mas não
estava a dar, estava ofegante, e pernas presas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Detesto correr nestas circunstâncias, começo a olhar para o
relógio, e vejo que o objectivo já era impossível, mas tinha que terminar
abaixo dos 40 minutos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Respiro fundo, e tento aumentar a passada, tinha que ser.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Entro finalmente em asfalto, após cruzar uns metros por
paralelos, e tento acelerar para o último retorno. O vento continuava forte, e
impedia de progredir conforme queria, nem os prédios conseguiam acalmar aquela
frente ventosa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Chego ao retorno, e ao mesmo tempo, impulsiono o último
esforço. O vento deixou de existir e estava novamente a sentir bem para poder
soltar as pernas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Última passagem pela rotunda da anémona, e subida até ao queimódromo
onde ficava a meta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Estava a esgotar as energias, só queria atravessar o
pórtico. E fi-lo, ainda abaixo dos 40 minutos, como pretendia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Já não recordava de uma prova tão desgastante como aquela,
consegui controlar as coisas até meio da prova, mas os últimos 4/5 quilómetros,
foram terríveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A organização esteve impecável, mesmo com umas pequenas
ligeiras alterações do percurso, mas há coisas que não conseguem controlar, e todo
aquele vento, aliado à minha quebra, só me fez massacrar mais.
Independentemente disso, continuo a conseguir manter a marca abaixo dos 40
minutos, que era o pretendido.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7585601122947113105.post-41074277091490944692019-06-11T14:39:00.003+01:002019-06-11T14:52:32.616+01:00Meia Maratona de Salamanca - Um plano com muito alto e baixoQuantas vezes é necessário fazer a mesma coisa para se
tornar tradição?<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma, duas vezes é suficiente?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O certo é que estava previsto o regresso a Espanha, não a
<a href="https://valecorrer.blogspot.com/2018/05/meia-maratona-de-vigo-vig-bay.html">Vigo</a> desta vez, mas a Salamanca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Um local cheio de história, e vários pontos de interesse
para visitar. Mesmo com a ida no dia anterior, foi impossível visitar tudo, e
ver com mais calma. Consegui pelo menos ter uma pequena noção daquela cidade, e
sabia que à partida no dia seguinte enquanto corria iria passar em vários
locais, por todas aquelas pequenas ruelas que cruzavam com alguns dos vários
edifícios históricos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Era um local histórico, notava-se bem em todas as fachadas
dos edifícios, ao manterem uma arquitectura idêntica como se tudo fizesse parte
da mesma época.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O hotel ficava mesmo junto ao local da partida, e de todo o
grande centro e atracção turística, o que facilitou bastante tanto para dar
uma visita rápida, como para o levantamento dos kits.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-4bUiKmD63Kw/XP-yGbm7MHI/AAAAAAAAJ7g/cwAb7-O0sJUVqvuj9DoNGfAW-zjxmoLgQCLcBGAs/s1600/2019-03-03%2B14.46.57.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://1.bp.blogspot.com/-4bUiKmD63Kw/XP-yGbm7MHI/AAAAAAAAJ7g/cwAb7-O0sJUVqvuj9DoNGfAW-zjxmoLgQCLcBGAs/s320/2019-03-03%2B14.46.57.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É um facto que o sítio escolhido era óptimo para estas
situações, contudo para descanso, já não foi o ideal, a noite é animada para
aquelas bandas, e as muitas conversas na rua, gritarias dos grupos ouviram-se
noite dentro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não dava para mais, o despertador tocava e já eu o aguardava
alguns largos minutos, tinha que me levantar e começar a preparar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Este hotel, acabou por ser uma surpresa desagradável, o seu
interior não era o mais acolhedor, mas para uma noite não seria problema, mas na
hora do pequeno almoço foi quando me desagradou por completo, com a falta de variedade,
e somente um funcionário a correr para servir e limpar toda a sala, obrigando a
muitos estar à espera que fosse possível haver alguma coisa para comer, ou
mesmo para sentar. Valeu pelo menos pela cedência do quarto até depois da prova
para um banho mais confortável. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Faltava cerca de 1.30h para a partida, tinha tempo de sobra
para fazer as coisas com calma. Tardei a saída do hotel pela brisa matinal que
ainda era fresca, e quando dali saísse já queria fazer um ligeiro aquecimento
até à partida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aos poucos fui-me arrastando para a porta e ganhar coragem
para apanhar um pouco de frio. Ao sol a coisa ainda melhorava, mas aquela zona
ainda não tinha visto um raio de sol, devido aos prédios, que pelo menos protegiam
do vento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Lá teria que ser, e entre alguns arrepios vou correndo em direcção
à partida, junto a um jardim, onde se ia vendo alguns portugueses aqui e ali,
mas não me deixei ali estar muito tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Queria tentar um bom aquecimento, e coloco-me mesmo em
frente ao local de partida, numa longa recta a par de outros tantos.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Z3OmWvDGIvk/XP-wQQelcmI/AAAAAAAAJ7E/VozZHalsM6MQO2Po389iklxJWR0adF-mgCLcBGAs/s1600/40303183283_cb1a2e2815_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-Z3OmWvDGIvk/XP-wQQelcmI/AAAAAAAAJ7E/VozZHalsM6MQO2Po389iklxJWR0adF-mgCLcBGAs/s320/40303183283_cb1a2e2815_o.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A hora aproximava-se, e queria tentar um brilharete. O
cenário ideal era 1h25m, tendo como objectivo principal baixar da 1h30m.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Procurava o local designado para esse tempo, e junto-me aos
já vários alinhados para arrancar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sentia-me confiante, um pouco reticente, mas confiante
enquanto aguardava pelo tiro de partida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ouvia-se ACDC, quando fazem a contagem decrescente e dávamos
os primeiros passos de corrida. Tentava e pensava em não entrar em euforias,
queria marcar um ritmo de 4.20 min/km, de início, e progredir gradualmente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Como é habitual e normal nestas provas não se consegue,
tinha ritmos alternados constantemente, não que fugissem muito aquilo que
queria, mas que desregulava a sintonia que queria ter entre respiração e pernas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Era tudo praticamente plano, e mantinha-me certo com um
grupo que ia mais ou menos ao mesmo ritmo que eu. Deixava então o balão da
1h30m para trás, e só pensava que o queria ver ao longe. Iniciavam-se as
primeiras descidas, mesmo que ligeiras e começava a aproveitar para recuperar
um pouco o fôlego.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O sol já ia ocupando algumas estradas, e sentia-se que
queimava, mas pelo menos esta fase, devido às ruelas que iríamos passar, ainda
passaríamos por muitas zonas sombrias. As ruas estavam sempre com alguém, ou
com alguma multidão para dar uma salva, os espanhóis sabem como fazer a festa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Vinha com velocidade a mais do que a que tinha planeado, mas
continuava a sentir-me fresco e com pernas para isso, comecei a idealizar outro
plano e iria tentar um brilharete, se corresse bem, espectáculo, se não
paciência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ao fim de cerca de 4/5 quilómetros lá encontrava o parceiro
que me iria servir de “isco”, íamos algum tempo a ultrapassar um ao outro, por
isso teria de ser ele. Acho que inevitavelmente ele também percebeu isso, e
nesta fase coloco-me eu à frente e ele segue colado a mim.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-yQ6si33am98/XP-wXtMBRwI/AAAAAAAAJ7I/M_98SYjAWMIQhgRlD6uJYLU9l3P2iMcqwCLcBGAs/s1600/33393172358_f81994025e_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-yQ6si33am98/XP-wXtMBRwI/AAAAAAAAJ7I/M_98SYjAWMIQhgRlD6uJYLU9l3P2iMcqwCLcBGAs/s320/33393172358_f81994025e_o.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A pequenas ruelas envolvidos pela zona histórica serviam
para distrair a mente, a praça cheia de gente, completamente repleta foi uma
boa sensação, mas agora iríamos sair do centro, e seguíamos para a periferia da
cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Uma coisa que apenas reparei no final da prova, e que não
tinha dado a devida atenção, é que estávamos num autêntico planalto. A cerca de
800 metros de altitude o oxigénio não é o mesmo que 200 metros de altitude, e o
corpo ressente isso, não no início, mas a meio ou mesmo no final.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A saída do centro, foi uma lavagem com centrifugação no
máximo. Para além de estarmos em altitude, ficamos totalmente expostos ao sol,
e ao forte vento. Por momentos, parecia que estava a chegar à praia da Barra,
mas não. Ali não havia mar, apenas um rio que já havíamos deixado para trás.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Surgia uma subida não muito inclinada, mas longa, quase 2
quilómetros de extensão, totalmente a céu aberto com exposição ao sol, e uma
forte ventania em sentido oposto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Comecei a pensar seriamente o que iria ser o resto da prova
com aquelas condições, do confortável, virei para o desconfortável num abrir e
fechar de olhos, só queria chegar ao topo, e iniciar a descida. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aproveitava para me encostar a alguém que fosse melhor do
que eu, o que não era difícil, para ver se o vento era menos forte, mas não
conseguia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Atingia o topo e surgia uma pequena descida que me levava
aos 10 KM, e pensava que pronto, agora faltava outro tanto. Do outro lado da
estrada ia aparecendo os primeiros atletas, de volta do retorno pouco ali mais
à frente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Or8JnOj35_g/XP-x7rWiu5I/AAAAAAAAJ7c/mDWfdYGXfeMGA45kwgu4gJ4U64GnvYl1QCLcBGAs/s1600/46353915315_240477d866_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-Or8JnOj35_g/XP-x7rWiu5I/AAAAAAAAJ7c/mDWfdYGXfeMGA45kwgu4gJ4U64GnvYl1QCLcBGAs/s320/46353915315_240477d866_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
Ali pelo menos o vento já não batia de frente, e parecia ter
atenuado um pouco, mas para não teria que ser fácil, tinha que surgir uma
subida bem inclinada e curta. Tentava a todo custo manter o mesmo ritmo de princípio
a fim, mas mesmo a terminar tive que ceder, não dava para mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enchi os pulmões de ar, e logo de seguida expulso o ar
devagar, repito 3 vezes, e volto à carga.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O piso virava plano com ligeiras descidas, e aí conseguia
recuperar, abusando logo de início para recuperar alguns segundos que fossem.
Retorno feito, e tinha a distracção toda do meu lado esquerdo, tentando
encontrar caras conhecidas. Não seria por muito tempo, a descida era acentuada,
e eu continuava a abusar, pelo menos de caixa já tinha recuperado, agora
faltava saber como estavam as pernas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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Procurava novamente a minha “lebre”, mas via que ficara para
trás. Fazia novamente uma tentativa em encontrar alguém, mas não estava a
conseguir, ou depressa demais, ou estava a abrandar. Teria que ser eu e o
relógio, a lutar contra o sol que cada vez mais me fazia confusão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Era o regresso a Salamanca onde podia finalmente distrair-me
com mais apoio, ou pensava eu que sim. A travessia da ponte pedonal, pelo menos
estava cheia de apoiantes, o vento também fez-se sentir, mas foi sol de pouca
dura, devido aos edifícios. Precisava de beber água, o sol vinha a fazer-me
forçar nestes últimos 2/3 quilómetros, e sentia a boca seca. Água pela garganta
abaixo, e pelas pernas, soube-me pela vida, parecia ter rejuvenescido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A passagem junto ao rio, alegrava-me, mas o sol estava
directamente exposto sobre nós, era uma zona pedonal, e caminho um pouco mais
estreito, por vezes tinha que abrandar para arranjar maneira de ultrapassar
alguém, não que me incomodasse, aproveitava para descansar um pouco.<o:p></o:p></div>
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<br /></div>
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Restavam pouco mais de 3 quilómetros para o final, e a coisa
parecia querer complicar-se.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Junto ao rio, apesar de exposto ao sol, ainda surgia alguma
pequena brisa, ou sombra, o que terminou assim que voltamos a pisar o asfalto,
novamente a céu aberto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Valeu pela descida inicial para conseguir colocar algum
ritmo mais rápido, mas que finalizava instantaneamente mal contornássemos a
rotunda ali no fundo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Seguia-se a subida da prova, com já cerca de 19 quilómetros
nas pernas, uma subida que nos triturava tanto por fora, como por dentro.
Cerrava os dentes, como se a minha vida dependesse disso, tentava manter o
ritmo, mas não estava a dar, estava cheio de calor, nem os aplausos me valiam
ali.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ao olhar por cima do ombro, vejo o balão da 1h30m a
alcançar-me, e chega mesmo a ultrapassar.<o:p></o:p><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-PO-yWDaGSfk/XP-wj5uPRDI/AAAAAAAAJ7U/oX9mST9ITVQvM5vCERVERErlciaYMGyTwCEwYBhgL/s1600/32327713137_abe677bf78_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-PO-yWDaGSfk/XP-wj5uPRDI/AAAAAAAAJ7U/oX9mST9ITVQvM5vCERVERErlciaYMGyTwCEwYBhgL/s320/32327713137_abe677bf78_o.jpg" width="320" /></a></div>
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Recordo de o passar no início cheio de gente, mas agora
seguia sozinho, a puxar pela malta para o último quilómetro. Já não queria
saber de tempos, já começava a pensar em caminhar, as pernas estavam pesadas,
estava a atingir o meu limite naquele momento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
20 quilómetros, e era o fim, aquela tortura terminava,
provavelmente a minha cara naquele momento seria de alguém que levou semelhante
porrada e estava a acabar de se levantar sem saber o que se tinha passado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Agora era descer, e plano, contornar o jardim e atravessar a
meta.<o:p></o:p></div>
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O balão continuava à minha frente, a um par de metros a
chamar por nós, e eu atendi à chamada, mas desrespeitei-o, acabei por o
ultrapassar. Dei o que tinha e o que não tinha para o ultrapassar, e depois foi
só manter-me à frente para terminar abaixo do meu objectivo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Contornava o jardim, e só queria atravessar aquela meta.
1h29m depois estava feito.<o:p></o:p></div>
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Foi uma luta até ao final, contra aquilo que não esperava
que acontecesse. Sempre imaginei uma prova minimamente plana, mas aquelas
subidas trocaram-me as voltas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Os espanhóis sabem o que fazem, e em termos de organização
estão totalmente de parabéns, para além disso, eles sabem viver as provas, e
dar-nos a entender que estão ali para nós, pela segunda vez que corro em
Espanha, e sinto vontade de lá voltar pelo forte apoio que dão.<o:p></o:p></div>
<br />João Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/15718684204789667568noreply@blogger.com0