sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

33ª Meia Maratona de Cortegaça

Muito demorei a voltar à distância da meia maratona, mas parece que foi desta.
Além da minha estreia em Ovar nos 21 KM, não tive oportunidade de voltar a nenhuma outra prova com a mesma distância. Obviamente sem contar com trails, 1ª maratona e treinos. Em provas oficiais esta era a 2ª vez que percorria a distância em estrada.
O trajecto era simples, partida em Cortegaça, seguindo pela estrada nacional que percorre paralelamente à costa litoral até ao Furadouro. Aqui, temos retorno e voltamos a fazer tudo novamente até ao inicio.



Conhecia a estrada perfeitamente, mas apenas feita de carro. Longas rectas no meio do pinhal, com ligeiras inclinações. Feitas de carro quase nem se dá por elas, no entanto a correr a história já é outra. Num percurso que tudo indica ser em plano, é um pouco enganador o que torna a coisa diferente.
A preparação para a prova não foi a melhor. Após o RunCambra, tentei minimizar os esforços e recuperar de umas mazelas que ficaram nas pernas.
Os únicos planos que levei para concluir a prova era de gerir na primeira fase, e consoante a resposta que o meu corpo me daria tentar aumentar o ritmo na volta.

A Prova

Uma manhã de calor junto ao mar com uma multidão a apoiar? Já valeu a pena!
Após um bom aquecimento, preparo-me para a partida e aqui vamos nós. Excelente ambiente, boa disposição, e quentinho q.b.
Um arranque lento devido ao grande número de atletas e com progressão gradual.
Apesar do trajecto ser todo em volta de árvores, as sombras eram poucas. O calor começava a apertar, ou seja, os abastecimentos tinham que ser bem aproveitados.
E assim foi, pouco antes de fazer o retorno, já estava a elevar bastante o ritmo para o que queria fazer, afinal de contas estava a correr tudo bem e o entusiasmo apoderou-se de mim.
Mais tarde ou mais cedo iria pagar as favas, e logo de seguida ganhei juízo e baixei o ritmo. Afinal faltavam ainda 10 KM até ao final.

Partida em grande, com o mar a ficar para trás!



Ia-me distraindo a ver quem ainda vinha para trás. Resultou no Porto, podia ser que aqui também resultasse.

“Mais tarde ou mais cedo …”

- Não. Está demasiado calor, deixa-me colar atrás de outro gajo e vou a acompanhar.
- Este vai ao mesmo ritmo que eu, … ou ia. Ou sou eu que estou a ficar mais lento?
- Água! É isso, está muito calor, vamos refrescar um pouco.
- Não continua igual … tenho que baixar o ritmo!
- OH MEU BURRO! Estás a correr à 1 hora e pouco, com falta de treino e com calor estás à espera de quê? Manda um gel abaixo, pelo menos para ver se melhoras!
- Obrigado senhora consciência.

Percurso junto ao pinhal.

Gel abaixo, e vamos lá. Gerir um pouco mais e depois progredimos.
Finalmente última recta, com ligeira inclinação, vamos puxar um pouco.
Consigo colar-me a outro, e consigo acompanhar. Espera, ultrapassei? Assim sim. Assim vale a pena.
Ligeira descida, mais 1 quilómetro e está feito! Agora subida até à meta, vamos lá. Mas esta subida não acaba?
Já vejo o pórtico e vejo … vejo uma multidão a aplaudir! Mas que é isto? Isto sim vale a pena!
01:39:28 e temos a 2ª meia maratona feita!
Novo recorde! Espera novo recorde?
Depois de tudo ainda melhoramos o tempo? Fantástico! (Ego e autoconfiança sobe espontaneamente.)


Com estas coisas de ego para cima, e confiança, acabei por me inscrever ao final do dia, numa prova de trail com 24 KM na semana seguinte. Lá se foi o juízo todo!