Obrigatoriamente
teria que voltar a repetir, e desta vez fazer bem melhor tempo.
De
todas as provas de 10 KM que já fiz, posso afirmar que esta é das mais duras,
senão a mais dura. Um percurso com bastante inclinação, e quando pensamos que
tudo irá melhorar, aparece mais uma subida. Um verdadeiro quebra ossos.
Para
não falhar nada, e repetir a prova na integra, tive que contrair nova lesão.
Felizmente consegui recuperar a tempo da prova, apesar de não estar a 100%.
Ainda
tive tempo para treinar o percurso mais que 1 vez, e relembrar os sítios que
podia e/ou não podia esticar.
Dia
da prova e tudo pronto para mais um dia de corrida, chuva no dia anterior, mas
no dia … - Porra! Outra vez um calor abrasador. Estes gajos querem-me matar só
pode.
Toca
a hidratar bem, aquecer bem e vamos para o arranque que já está em cima da
hora.
Bem
na frente da partida, tudo vedetas com camisola manga cava e eu de manga curta
para fazer a diferença. Partida dada a horas e vamos lá.
"Olha
para o que eu digo, e não para aquilo que eu faço."
Este
proverbio assenta que nem uma luva para a prova que eu fiz.
Estava
com excesso de confiança e correu mal. Nos treinos que tinha feito, sabia
exactamente que no inicio não poderia puxar muito que logo de seguida iria
empenar.
Avisei
alguns amigos, e qual é a coisa qual é ela, que o senhor atleta fez no arranque?
O senhor atleta acelerou. E o que se sucede mais à frente? O senhor atleta
abrandou.
Um
belo dia de calor, e a saber quais os sítios que podia puxar e não puxar, e faz
tudo ao contrário. Está o caldo entornado. Agora desenrasca-te. E ainda falta
chegar ao 6º quilómetro que é onde há o maior empeno. E sabias que tinhas que guardar energia para fazeres essa parte. Mas pronto,
adiante.
Percurso
idêntico ao do ano anterior, modificado apenas numa parte que não afectava em
nada, e apesar do calor, fiz até ao quilómetro 5 num ritmo que não deveria ter
feito. Até ali, as subidas e descidas são a palavra de ordem. E quando temos
uma bruta de uma descida, onde toda gente depois de beber uma água fresquinha e
aproveita o lanço para recuperar ao mesmo tempo pensamos que o pior já estava.
Pois
bem, meus amigos, o RunCambra iria começar.
Depois
de já alguns quilómetros acumulados, numa recta sem fim à vista a palavra de
ordem é subir.
Já sabia
que quando ali chegasse os problemas poderiam surgir se não fizesse uma boa
gestão, e como não a fiz levei nas pernas. Recta feita, siga descer novamente,
e acelerar até ao final que já não fazes um bom tempo como fizeste nos treinos.
Mania de achares que és o Rocky Balboa.
Perto
da meta, queria impor o ritmo que conseguia colocar no treino, bem abaixo dos 4
min/KM, mas nada. Valeu-me um amigo conseguir apanhar-me e puxar por mim
(obrigado senhor atleta), e assim conseguimos fazer o último sprint juntos. Até
parecíamos uns quenianos.
Lamúrias
à parte, consegui melhorar o tempo em comparação ao ano passado (também mau
era). Terminei com 44 minutos, piorando em relação aos treinos que fazia em 42
minutos.
Quanto
à organização corrigiu os problemas mais notórios do ano anterior.
Para
além disso, e segundo eles, nos dias anteriores conseguiram lavar a estrada.
Não fosse ter chovido. Já no dia, não conseguiram baixar a temperatura para um
tempo bem mais ameno.
Acabei
por ignorar esse erro, não fosse a bela tenda à qual chamam “Sensation Zone”,
onde tive oportunidade de degustar das iguarias da terra. Já as conhecia, mas
vale sempre a pena relembrar.
Para
o ano é que vai ser!
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