quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

2ª Corrida pela Alegria do Movimento

Foi em Gaia o local escolhido para a 3ª prova. Com 10 KM em estrada percorridos junto do Rio Douro. Com a mesma vontade das outras, juntei-me ao mesmo grupo que participou na prova de Esmoriz e lá fomos nós para a festa.

Se a memória não me falha, ainda arrancamos com alguma antecedência para evitar chegar em cima da hora. Chegado ao local, já com bastantes cortes na estrada, optamos por colocar o carro num parque de estacionamento perto da partida, que feito bem as contas compensou, tendo em conta o valor baixo que se pagou, e o que ainda se viria a suceder.

Neste dia, tudo correu ao contrário do que se previa. Tendo em conta sermos um grupo, e estacionar num local público, tivemos que esperar uns pelos outros. Assim que nos juntamos, houve uma vontade em comum pela maior parte de se dirigir à famosa casa de banho. Se tínhamos alguma folga horária para chegar a tempo para aquecer e irmos calmamente para a partida, esta perdeu-se neste momento. Aproveito enquanto espero pela minha vez, para ir fazendo o aquecimento melhor que possível.

Finalmente tudo pronto, arranquemos que ainda podemos chegar a tempo.
Seguimos em passo alargado, até ao local de arranque onde já se encontrava imensa gente.

Mal chegamos ao local reparamos que já estava tudo a postos para arrancar, faltando poucos minutos. Lá conseguimos entrar para o meio e preparar para dar às pernas. (Modo de ironia: “Como eu adoro esta correria toda.”) Boa sorte a todos e arranca que já se faz tarde.

Antes de me inscrever nesta prova, fui ver o percurso, para ter mais ou menos uma ideia daquilo que iria fazer. Se há coisa que me desmoraliza bastante é trajectos com retorno, sendo esta prova o exemplo perfeito disso. Ou seja, fizemos o mesmo percurso, só que em sentidos inversos.

Voltando à prova, estava um dia de bastante calor, o que iria ajudar a prejudicar mais para a 2ª metade, ou seja no tal retorno. Tudo a ajudar.

Tentei inicialmente dispersar-me da multidão que tinha pela frente, o que ainda demorou algum tempo, devido à quantidade de atletas que se encontravam pela frente. Tive a feliz ou infeliz ideia de me meter num passadiço que ia paralelo à estrada para tentar ultrapassar. Alguns atletas também já o iam fazendo, entretanto fomos encontrando pessoas/apoiantes ali parados que acabaram por me estragar o esquema. Após muitos “Zig-Zagues”, finalmente estou numa zona mais dispersa e continuo a viagem.

Vou apreciando a paisagem do rio Douro, onde já se avistava a foz, e incluída a vista da Ribeira no Porto, o pacote completo. Após passagem pela Ponte da Arrábida e abastecimento, eis que começa a atingir-me a alta temperatura que se encontrava naquela manhã. Já não quero saber da paisagem. Um pouco por minha culpa, desvalorizei aquele abastecimento, e não ingeri água suficiente, nem aproveitei para me molhar um pouco, o que poderia ajudar a acalmar aquela assadeira toda. Já a cerca de 1 ou 2 quilómetros do retorno, começam a passar os primeiros atletas, encontrando-se entre eles a Vanessa Fernandes e Fernanda Ribeiro, madrinhas da prova.

Perto do retorno, existia animação para incentivar os atletas, mas já não resultou muito comigo. Neste momento estava mesmo a necessitar de água, devido à minha falha no 1º abastecimento. Felizmente, havia água no retorno que me fez uma pessoa mais feliz, estava sedento.

Retorno feito, vem a parte psicológica. Fazer tudo de novo, só que em sentido inverso. Tentei distrair-me o mais possível, não estava a conseguir. Talvez a pouca experiência e falta de conhecimento dos meus limites até à altura foram o que me fez perder ritmo nesta parte. Não desisti, e esforcei-me o máximo que pude até que, vejo uma ponte familiar ao longe.
Um debate aceso entre a minha consciência e eu próprio, foi mais ou menos isto:

- “Será?”

- “Não pode ser!”

- “Só pode, para trás não existe mais nenhuma…”

- “Aquela é a Ponte da Arrábida, e ainda falta para chegar aquela que é (mais ou menos) a metade da partida até ao retorno.”

O meu psicológico neste momento perdeu-se muito, e foi apenas com a força das pernas que continuei.

Cerca de 6 ou 7 KM feitos, e eis que surge o ponto de viragem. Estou junto a 2 rapazes da minha idade e 1 senhor já com 60 e tal anos. Entre algumas frases entre eles, fico com esta na cabeça:

- “Vocês devem ter menos de metade da minha idade e vão aqui a acompanhar o velhinho.
Corram que são muito novos.”

Tenho uma grande admiração por senhores de idade que fazem este tipo, ou outro de desafio, em que se arriscam a muito tendo em conta diversos factores. No momento que ouço aquelas palavras interpretei-as como também fossem para mim, e que vendo bem as coisas até eram apesar de não estar envolvido na conversa. Voltei a recuperar a parte psicológica e consigo aumentar o ritmo. Passando o último abastecimento, voltei a beber água e aproveito para refrescar um pouco. E que bem que aquela água me soube a escorrer pelas costas.

Penso ter conseguido manter um ritmo certo até ao final tendo em conta tantas quebras.
No final, existia grande apoio de diversos apoiantes e consegui mais uma meta. Ainda tivemos tempo para um ponto de abastecimento final com fruta e água.

Lutei contra 2 grandes inimigos meus nesta corrida, … o calor, e o retorno. E consegui vencer.


Conforme disse no inicio, esta prova aconteceria tudo ao contrário daquilo que previa acontecer. Já tinha feito várias vezes 10 KM, no entanto com tempos ainda algo altos, que pretendia melhorar. Devido a todos os factores que foram acontecendo durante o evento, pensei que iria registar um tempo alto no final. Para minha admiração, foi o meu melhor tempo até aquele dia. Com 47 minutos e 30 segundos, concluí os 10 KM.

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