quinta-feira, 16 de março de 2017

Trail de Azeméis

Não há duas sem três. Pelo menos é o que se costuma dizer, e sem antes o mês de Outubro terminar, tenho o 3º fim de semana seguido com mais uma prova, mas desta vez de regresso aos trilhos.
Após a minha estreia em Braga, fiquei com a vontade de repetir, e nada como uma curta distância para me testar novamente.
Foi a 1º edição do Trail de Azeméis, com 3 provas de diferentes distâncias, mas que no meu caso a de 18 KM serviria na perfeição.

Sendo uma prova junto da minha localidade, optei por levantar os dorsais no dia anterior para evitar correrias em cima da hora, como já aconteceu outras vezes.
Tive a oportunidade ainda de fazer um treino antecipadamente com maior distância, que me correu lindamente e me deu confiança para o que aí vinha.
E assim fui para a prova, cheio de confiança, e cheio de frio. Uma manhã bastante fresca, que até ao momento da partida não se viu melhorias. Um pequeno aquecimento fez-me esquecer o frio matinal, o que ajudou na partida.



O arranque foi feito sem problemas, um pouco mais congestionado, é certo, devido à quantidade de atletas inscritos nesta distância. Não tinha pressa, e apenas tentei manter um ritmo certo inicial e tentar “fugir” um pouco ao aglomerado de atletas.
Tivemos um pouco de subida logo no inicio para de seguida descer, cerca de 1 KM tudo em estrada, desta maneira conseguia dispersar um pouco a multidão. No entanto acho que poderiam ter tido um pouco de mais atenção e colocar alguém a controlar o trânsito.

Finalmente temos o 1º contacto com terra, ao 2º quilómetro. Um mato paralelo à estrada com um trilho mais estreito foi o que prejudicou aquilo que inicialmente estava a correr bem. Um primeiro trilho que a par de alguma lama se fez lentamente devido ao ajuntamento de atletas. Temos uma passagem rápida pelo quartel dos bombeiros e voltamos ao trilho, um pouco mais de mato e então regressamos ao asfalto.
Pouco depois entramos num pequeno campo, e temos o 1º momento da prova. Percorremos alguns metros numa linha ferroviária, e voltamos aos trilhos, sempre a descer até começar a passar pelos primeiros moinhos. E assim foi durante algum tempo, trilhos e pequenas passagens por asfalto, que apenas fazia a passagem para um novo trilho. Temos a passagem por pontes antigas, mais moinhos, e finalmente ao que grande da prova nos obrigava, percorrer junto ao rio Antuã, no qual tivemos que redobrar a atenção devido à lama que nos levava direito à água.
Por acaso não fui arrastado para dentro de água, mas tivemos que o atravessar, com algum cuidado lá fui eu, lavando as sapatilhas que já se encontravam um pouco sujas. Se estava frio no inicio da prova, aqui já não o sentia, e esta passagem pelo rio, veio mesmo a calhar para refrescar um pouco.

Pouca Terra, Pouca Terra

Algumas escorregadelas aqui e ali, mas sem problemas de maior. Passado o rio, temos uma subida feita de corda. Ora estamos a correr trilhos, ora estamos a nadar, ora estamos a escalar, temos um pouco de tudo!
Voltamos aos trilhos e continuamos a percorrer o rio. Não existia grandes paisagens, mas trilhos não faltaram, apesar de ser bastante semelhantes, o que pode tornar a prova um pouco monótona nesta fase. Junta-se uns estradões em terra e temos a primeira grande subida. Aquela que já tinham avisado e que denominaram de “Quebra-ossos”. Quando lá cheguei deu-me um déjà-vu do Trail Bracara Augusta, mas se em Braga foi na fase final que fomos presenteados com tamanha escalada, aqui foi no inicio. Estava bem fisicamente, e contrariamente à de Braga sorri e avancei sem problemas. Chegando ao topo optei por não iniciar a correr, para tentar recuperar um pouco o fôlego, qual não é o meu espanto que a subida não terminou ali. Após um pequeno desvio, temos a continuação.

A partir daqui o percurso foi mais corrido, após o quebra-ossos temos descidas e planos possíveis de correr sem problemas, subidas com pequena inclinação, e uma descida bastante íngreme que me obrigou a ir a passo. O terreno era bastante escorregadio e acidentado com uma curva bastante fechada.
Continuamos em trilhos no mato sem grandes pontos de interesse que façam parar para apreciar. Finalmente ao 11º quilómetro temos o único ponto de abastecimento do percurso, e infelizmente, muito pobre com pouca quantidade e variedade de alimentos que nos pudessem ajudar de alguma forma a recuperar e dar forças para os restantes quilómetros.
Rapidamente voltei a correr, continuamos por estradões de terra em descida até finalmente termos alguma coisa diferente que nos faça olhar em redor. Num percurso rural que ali existe, percorremos junto do rio novamente, e temos o cruzamento com a caminhada que não falhou com o incentivo. Novos moinhos e nova travessia do rio.





Neste momento já sigo bastante disperso de todos os atletas, e começo a ter mais atenção às fitas para não me perder. Foi a primeira vez que me vi a correr sozinho numa prova, o que achei bastante curioso e ao mesmo tempo fantástico. Afastando um pouco do rio, temos a passagem por uma zona de habitação por ruas estreitas e com alguma subida. Apesar de um pouco de cansaço, sentia-me bem e continuei já a pensar que a prova estava concluída sem problemas. Novamente passamos pelo rio, desta vez em sentido contrário. Foi a grande companhia nesta prova, rio com trilhos cheios de lama.
Após algum tempo sem asfalto, voltamos e em grande. Algum tempo em estrada fomos correndo em direcção à meta. Voltamos à linha do comboio um pouco mais à frente de onde tínhamos saído inicialmente, e ali corri durante um pouco. Após um pequeno desvio entre os montes estamos perto da meta, aqui tenho um pequeno deslize e sigo em direcção contrária, que rapidamente reparei que errei, e volto atrás.
Finalmente ao final de 2 horas e 7 minutos chego ao final com um sorriso na cara, ao contrário da minha 1ª experiência.

Tinha como objectivo inicial divertir-me e testar-me, cheguei ao final com vontade de continuar e fazer mais quilómetros, o que me deu mais vontade de voltar aos trilhos.
Após o final da prova fiquei desiludido com a organização relativamente ao último abastecimento já na meta.
Não havia indicações por parte da organização relativamente ao mesmo, apenas com a informação de outros atletas é que fiquei a saber onde era, e qual o meu espanto quando não vejo nada para comer nem beber. Quando ali cheguei apenas vi uma máquina de cerveja preta e duas garrafas de água em cima da mesa, que até pensei que fossem dos voluntários que ali estavam. Quase que tive que pedir por favor para me darem uma cerveja preta. Mais tarde vim a saber que apenas alguns atletas dos 18 KM conseguiram alguma coisa para comer, sendo a alimentação retirada e guardada para as restantes provas que ainda decorriam.
Uma das queixas que mais foram mencionadas relativamente à organização.
Já o percurso, não é nada de deslumbrante, mas nada de deitar fora.


Sendo a 1ª edição têm um desconto, e excelentes indicações para melhorar para uma 2ª edição.

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