Durante
o ano de 2016, acabei por fazer um reset e uma mudança na minha rotina diária e
na minha vida que penso ter tido um impacto bastante significativo. A corrida
completou aquela falha (grave) de actividade física que me faltava e que à
tanto ansiava.
Para
finalizar o ano, nada melhor que terminar com uma São Silvestre. Das últimas
corridas do ano, e a minha 1ª São Silvestre. Fazendo parte do calendário de
provas do grupo que integro, foi prova obrigatória para mim. Foi um fim de
semana de loucos. A prova estava agendada para Domingo à noite com partida na
Avenida dos Aliados. Depois de uma rápida estadia nos lados de Lisboa, e uma
viagem no Domingo após o almoço para o Norte, siga para uma corrida de 10 KM.
Que poderia correr mal?
Tendo
em conta que estive em Lisboa para passear, obviamente que o descanso foi pouco,
juntando a uma alimentação altamente calórica (já estão a imaginar?). Isto tudo
a juntar a uma corrida no meio de milhares de atletas e que os primeiros 4/5 KM
iriam ser muito confusos, basicamente uma corrida contra a maré. Apesar de
tudo, não deixei de participar na prova e fui com o objectivo de fazer com
ritmo mais moderado e chegar ao final sem qualquer compromisso de tempos
pessoais.
Avançando
fases de viagem mais rotinas habituais e já no Porto equipado e aquecimento
feito, coloquei-me na partida onde melhor consegui. A confusão era tanta que
não dava para melhor, prova disso os meus 3 minutos a caminhar desde o tiro de
partida até atravessar a meta.
Já
sabia que iria ser complicado ter espaço para conseguir correr nos quilómetros
iniciais e assim foi. Devido ao meu bom aquecimento inicial consegui impor um
ritmo mais forte inicialmente e sempre que podia, e fui desviando no meio dos
atletas conforme conseguia.
Tanta pouca gente! |
Foram
vários sprints curtos repentinos e travagens bruscas, um bom treino de séries e
Fartlek à mistura.
O
único local que me sentia bastante à vontade e que conseguia avançar com menos confusão
era nas subidas, pois a maioria do pessoal abrandava bastante e não tinha tanta
gente a ultrapassar em simultâneo.
Pensei
que estes arranques fossem dar conta da minha caixa a pernas, mas não foi o que
aconteceu, consegui finalmente ter espaço para correr á vontade e a meu ritmo.
Controlei o ritmo para fazer os restantes quilómetros e chegar ao final, sem
que o cansaço do fim de semana me atingisse.
O
apoio manteve-se forte de principio a fim. Havia sempre alguém que puxava por
nós, e foi isto que me impressionou mais nesta prova. Já perto do final,
entramos no túnel, que habitualmente é percorrido por carros, mas que desta vez
eramos nós que o percorríamos. Foi o único momento que deixamos de ouvir as
palmas, mas para ouvir música electrónica.
À saída
do túnel, já se sentia o cheiro da meta, e sentia-me muito bem fisicamente,
aliás bem demais para aquilo que esperava. Chegando aos aliados, a passagem era
feita pelo local de partida e contornávamos para a meta que estaria num local
diferente do arranque. Aproveito a descida e aumento a passada para conseguir
recuperar algum pequeno tempo que seja. Após a curva, inicia-se a última subida
para a meta, com um barulho que só por ele já dá vontade de forçar um pouco
mais. Se não faltou apoio durante a prova toda, na meta será escusado dizer que
o ambiente era outra coisa. Avancei para a subida sem receio e dei o resto que
tinha.
Quase lá. |
Terminei
com 48 minutos os 10 KM, sendo que tempo de chip consta 45 minutos, ou seja, os
famosos 3 minutos a caminhar até passar o pórtico de partida. Penso que se
conseguisse evitar metade da confusão, e as caminhadas forçadas nos primeiros
quilómetros devido ao aglomerado de atletas, baixaria bem mais o tempo
provavelmente atingindo um novo RP.
Foi
uma excelente estreia em provas São Silvestre. A minha regra inicial de não me
esforçar muito acabou por ser colocada de lado e consegui fazer bem melhor que
aquilo que imaginei. Acho que vou começar a encarar as provas desta forma.
Fantástico
o ambiente da prova, que não deixa ninguém indiferente.
A
única situação que tenho de apontar, será mesmo da hora da prova. Ao contrário
dos outros anos, não se realizou perto do final da tarde, mas sim já à noite. O
que torna chato para quem não é do local, pois fica tardio para o regresso a
casa sendo dia de trabalho para a grande maioria no dia seguinte. Provavelmente
uma prova a repetir, mas desta vez com um arranque mais na frente para evitar a
tremenda confusão de atletas.
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