De
forma a treinar em trilhos, aproveitei o evento organizado pelo Centro de
Marcha e Corrida de Oliveira de Azeméis. Um Trail gratuito, que faria parte de
um treino livre do grupo, e para quem mais quisesse participar. Já agora era pertinho de minha casa!
Que mais podia pedir?
Uma
manhã que prometia tudo menos sol radiante e céu limpo, S. Pedro, acabou por
nos facilitar a vida e chuva, nem vê-la.
Acreditem
ou não, até ao dia de hoje em todas as provas que fiz, nunca apanhei molha. Apesar
de até gostar de correr à chuva, ainda não foi desta que me encharquei todo, fora
dos meus habituais treinos. Já nestes já o experimentei algumas vezes.
Ou
melhor, eu devia ter arrancado. Pus-me na conversa e lixei-me à brava. Fiquei
para os últimos e a fase inicial era feita junto ao rio Caima, onde o piso era
tudo menos liso com umas flores bonitas para enfeitar.
Se
nos dias anteriores choveu que se fartou, e até antes 1 hora de começar manteve-se
o mesmo cenário, e a potes, o piso estava completamente molhado e escorregadio.
Piso esse que era nada mais nada menos que pedras enormes que o mínimo de
descuido teríamos uma excelente medalha num dos tornozelos (pelo menos). Com um bocadinho de
sorte até duas medalhas (ambos tornozelos).
Para
evitar as pedras, tínhamos um enorme tubo de conduta de água, que a poderíamos
atravessar. Era tudo uma questão de equilíbrio, ou uma queda aparatosa. Como
era de esperar a conduta era escorregadia, mais uma boa oportunidade para levar
várias medalhas, já que não era nenhuma prova competitiva.
Fora
isto, como fiquei para trás, tive que ir a passo cerca de 2 a 3 quilómetros
devido à quantidade de pessoal que ali se encontrava. E uma ultrapassagem
naquele local, era uma forte possibilidade de queda.
Resumindo,
era uma parte engraçada de se fazer, mas de evitar pelo menos numa fase
inicial. Também não havia grandes alternativas.
Prova de Obstáculos? |
Vista sobre o rio |
Muita pedra, e as bonitas tubagens para passagem! |
Apenas
fica a dica para evitarem o trânsito. Ainda se ouviu algumas buzinas.
Concluída
esta primeira fase, temos finalmente um estradão largo rolante.
Vamos
lá aquecer a máquina. Após um pouco de corrida, trava a fundo que vem aí parede.
Já
via alguns a caminhar, mas pensei que fosse apenas cansaço. Afinal era só
uma estrada com um ângulo de inclinação um pouco esquisito.
Coitado
dos carros que ali sobem, e coitado de mim.
Ainda
passei por o meu primo que já me tem acompanhado noutras aventuras. Que ainda
me deu uma indicação. “Poupa as pernas, lembra-te da próxima semana.” Lá tinha
que ser. E mais não digo, não percam o próximo episódio.
Já
no topo da subida, temos a entrada para os “Caminhos do Barbeito”, finalmente possível de esticar as pernas. E com uma vista fantástica, dou uma olhadela naquela que é a
minha terra.
Uma
particularidade desta prova, era começarmos em Oliveira de Azeméis, ir até Vale
de Cambra e voltar a Oliveira de Azeméis. São vizinhos e lá se entendem bem.
Esta
última subida aqueceu-me bem, maldito trânsito inicial. É para aprender a não
ficar no paleio antes de arrancar.
Não impus
corrida rápida, porque sabia que vinha uma verdadeira subida que parecia que
nunca mais acabava. Deu tempo para um outro primo meu, que juntou recentemente
a estas andanças, se juntar a mim, e seguirmos até ao final juntos.
Um pouco de Vale de Cambra, e as suas boas montanhas! |
Quilómetro
7, e aí temos a famosa subida que tanto se vinha a falar. Eram 3 quilómetros seguidos, sempre a subir. Até aqui tudo bem, o problema era o piso.
Iniciou-se
por um estradão em terra que se fazia minimamente bem, começam a surgir primeiras
pedras pequenas soltas, mas dispersas. Também é fácil.
As
pedras pequenas soltas, começam a juntar-se e aos poucos e deixam de ser
pequenas. Já no último quilómetro temos o pior da subida. Se nos 2 primeiros
quilómetros de subida, cansei-me mais do que o que até ali fizemos, este último até ao topo foi desgastante.
Uma
inclinação sem fim à vista, com pedras enormes e escorregadias enterradas na
terra. Obrigava a ter que por vezes saltar para poder avançar no terreno.
No
fim tudo vale a pena. No topo chegamos a uma pequena aldeia (Janardo), mas com
rápida passagem por duas ou 3 casas e voltamos a entrar no mato, para pouco
mais à frente termos uma vista de se tirar o chapéu.
Registo
feito com a minha Nikon ocular, vulgo olhos, e siga descer e obviamente correr.
Para subir? |
Claro que sim! |
Geralmente
em estradões mais largos, pouco ou mesmo quase nada de single-tracks, no entanto alguns um pouco mais técnicos. Até ao final foi sempre a
correr.
Ainda
deu para ter um posto de abastecimento a meio, e no final.
Apenas
fruta, mas como já disse, de graça não se pode pedir melhor.
Tirando
a parte inicial, acabou por ser um percurso interessante, mostrando que também
conseguimos tirar proveito dos nossos locais para se conseguir fazer excelentes
provas.
Acabou
por ser uma boa oportunidade para quem quis experimentar o Trail, e para quem
já faz conhecer novos trilhos.
Bom
esforço por parte da organização ao dar uma excelente manhã de trilhos ao
pessoal todo.
S.
Pedro acabou por não aguentar mais, e lá teve que dar a sua chuvada. Ainda se aguentou
bem.
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