segunda-feira, 8 de maio de 2017

Ultra Trail Medieval | 25 KM




Ano novo vida nova. Se no ano passado iniciei a corrida, também foi tempo de experimentar outra vertente da corrida para além da estrada, os trilhos. Quando experimentei, estranhei, mas foi o suficiente para criar o bichinho e voltar a repetir a dose. Apesar de não ter aventurado tantas como queria em 2016, deixei planeado que este ano seria o regresso e talvez com mais tendência para trail do que para o asfalto.
E assim foi, o inicio das provas para 2017 foi em trilhos.
Na localidade de Sta. Maria da Feira, realizou-se a 1ª edição do Ultra Trail Medieval. Local já “registado” com a sua anual feira medieval. Nome obrigatório na prova.
E o espirito da prova seria mesmo esse, como se no tempo dos reis vivêssemos, ou deveria ser.

Depois da minha experiência no Trail de Azeméis, aquando os 18 KM, fiquei com água na boca por mais quilómetros, vamos para a 1ª edição de Trail Medieval com 26 KM. Quis dar continuidade aos meus testes individuais dos meus limites e viver mais daquilo que o trail nos dá, ou neste caso, nos deveria dar, mas já lá vamos.

Já no castelo da Feira (é medieval ou, não é?), onde seria dada a partida, encontra-se muita gente preparada para as diferentes distâncias que estavam anunciadas. Para além dos atletas temos os figurantes vestidos a rigor. Com representações aqui e ali, e até interagiam com quem se metia com eles, ou mesmo com quem não se metia.

Boa foto! (não é minha)


As boas vindas!
Até que tinha um pórtico engraçado
Esta prova teve um impacto bastante grande na altura que foi anunciada, talvez por incluir um estilo não habitualmente vivido em outras provas, mas o que é certo é que as inscrições esgotaram com facilidade em todas ou quase todas as distâncias. Em marketing estes gajos dão aulas. Recomendados. Se quiserem vender alguma coisa, chamem esta gente.
Tenho que dar mérito também às encenações e trabalho organizado para relembrar o nome da prova!

Voltando à prova. Novamente com o meu primo e ambos na mesma distância colocamo-nos na partida junto ao castelo. Antes do arranque há uma pequena encenação de uma história sobre qualquer coisa, obviamente de reis e afins. Para ser sincero, não estive atento. No sitio onde estava não dava para perceber nada do que falavam e o barulho ainda dificultou mais.
Apesar do frio de rachar, aguardamos um pouco pelo tiro de partida e lá vamos nós para não congelar. O castelo posicionado num local alto, obrigava a iniciarmos a corrida a descer por paralelos. Acabamos por ser escoltados por homens montados em cavalos até à zona pedonal da Feira. Logo de seguida asfalto, que durou cerca de 2 KM.
Inicialmente ainda pensei que tivesse inscrito numa prova de estrada, tendo em conta o tempo que já estávamos a correr em estrada, mas por outro lado pensei que também fosse uma boa maneira para dispersar a multidão.

Partida!


Nossos acompanhantes na descida.

Finalmente após algum tempo entramos no mato confirma-se, afinal não é só asfalto.
Um pouco mais à frente temos a primeira paragem devido ao acumular de atletas. Numa pequena ponte feita de madeira, fazia-se a travessia de um pequeno riacho. E foi assim que me separei do meu primo que até ali vínhamos em conjunto. A grande diferença deste trail para os restantes, estava no estilo que impuseram à prova, sendo medieval, os primeiros figurantes apareciam logo de seguida, disfarçados de arqueiros que acabavam sempre por mandar alguma boca.
Daqui para a frente, o cenário foi muito semelhante. Subidas por single track, onde originou mais filas, alguns estradões rolantes e subidas com alguma pedra à mistura, apenas deu para acumular altimetria e carga nas pernas. Além disto ainda deu para levar com um ramo na cara que me fez um pequeno arranhão. Tinha que levar mais medalhas para casa além da de finisher, certo?

Após alguns quilómetros o frio já não se fazia sentir, apesar de ainda se ver bastante gelo que branqueava alguns locais. Após a descida de um monte, entramos num campo bem arranjado cheio de erva que devido ao gelo ainda estava branca, havendo um pequeno carreiro pelo meio, de erva verde, onde acabava por ser o nosso local de passagem, algo diferente para variar a monotonia no mato.

Ao 9º quilómetro, no inicio de uma descida mais técnica, ao colocar o pé no chão não reparei numa pedra que fez com que o meu pé deslizasse e o torcesse. Naquele momento, pensei que ficasse por ali, pois deu-me a sensação de o ter torcido por completo. Parei logo de seguida, e coloquei aos poucos o pé no chão de forma a ver se realmente a minha aventura terminava naquele momento. Felizmente foi apenas um mau jeito que tinha dado, e não passou disso, apesar de ainda ter andado algum tempo a medo. Borrei-me todo praticamente.
Junto a uma igreja estavam alguns mendigos (figurantes), e supostos elementos da igreja. Praticamente não dávamos com eles, se não passássemos no meio deles.

O 1º abastecimento de sólidos surge finalmente, e volto a reencontrar o meu primo, que acabamos por seguir juntos até ao final da prova.
O percurso restante não tem nada de surpreendente, apenas com passagem em alguns locais mais históricos da localidade.
O tipo de piso mais em alta foi o asfalto. Dei por mim a perguntar várias vezes se estaria numa prova de estrada ou de trail. Seria que estava a ficar maluco? Mas para bem da minha sanidade mental estava no meu perfeito juízo após vários confirmarem a mesma situação. Afinal não estou doido.

Ainda houve mais alguns figurantes que de alguma forma tentaram recordar que era uma prova medieval, desde soldados, a cuspidores de fogo, e muita prostituição. Sim estavam disponíveis, após tantos atletas terem ali cruzado, mas ninguém quis.
O último quilómetro talvez um pouco mais interessante, após a passagem pelo jardim do castelo, e a entrada no mesmo.

Má vida!

Jardins do Castelo!

Entrada no Castelo

Atravessei a meta já com algum cansaço, mas contente por ter concluído o meu 1º objectivo do ano. Segue-se mais provas em trilhos, já que este ficou um pouco aquém.

Relativamente à prova, acho que foi muita publicidade enganosa. Um trail com bastante estrada, e com trilhos pouco interessantes. Notou-se que não houve trabalho em construir e arranjar trilhos que talvez evitassem tanto asfalto.
Os abastecimentos pelo menos estavam bem constituídos e com pessoal simpático.

Ficaram imensas dicas dadas à organização para melhorarem, e não têm como não melhorar.

Um pódio à maneira

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