Ano
novo vida nova. Se no ano passado iniciei a corrida, também foi tempo de
experimentar outra vertente da corrida para além da estrada, os trilhos. Quando
experimentei, estranhei, mas foi o suficiente para criar o bichinho e voltar a
repetir a dose. Apesar de não ter aventurado tantas como queria em 2016, deixei
planeado que este ano seria o regresso e talvez com mais tendência para trail
do que para o asfalto.
E
assim foi, o inicio das provas para 2017 foi em trilhos.
Na
localidade de Sta. Maria da Feira, realizou-se a 1ª edição do Ultra Trail
Medieval. Local já “registado” com a sua anual feira medieval. Nome obrigatório
na prova.
E o
espirito da prova seria mesmo esse, como se no tempo dos reis vivêssemos, ou
deveria ser.
Depois
da minha experiência no Trail de Azeméis, aquando os 18 KM, fiquei com água na
boca por mais quilómetros, vamos para a 1ª edição de Trail Medieval com 26 KM.
Quis dar continuidade aos meus testes individuais dos meus limites e viver mais
daquilo que o trail nos dá, ou neste caso, nos deveria dar, mas já lá vamos.
Já
no castelo da Feira (é medieval ou, não é?), onde seria dada a partida,
encontra-se muita gente preparada para as diferentes distâncias que estavam
anunciadas. Para além dos atletas temos os figurantes vestidos a rigor. Com
representações aqui e ali, e até interagiam com quem se metia com eles, ou
mesmo com quem não se metia.
Boa foto! (não é minha) |
As boas vindas! |
Até que tinha um pórtico engraçado |
Esta prova teve um impacto bastante grande
na altura que foi anunciada, talvez por incluir um estilo não habitualmente
vivido em outras provas, mas o que é certo é que as inscrições esgotaram com
facilidade em todas ou quase todas as distâncias. Em marketing estes gajos dão aulas.
Recomendados. Se quiserem vender alguma coisa, chamem esta gente.
Tenho que dar mérito também às encenações e trabalho organizado para relembrar o nome da prova!
Voltando
à prova. Novamente com o meu primo e ambos na mesma distância colocamo-nos na
partida junto ao castelo. Antes do arranque há uma pequena encenação de uma
história sobre qualquer coisa, obviamente de reis e afins. Para ser sincero,
não estive atento. No sitio onde estava não dava para perceber nada do que
falavam e o barulho ainda dificultou mais.
Apesar
do frio de rachar, aguardamos um pouco pelo tiro de partida e lá vamos nós para
não congelar. O castelo posicionado num local alto, obrigava a iniciarmos a
corrida a descer por paralelos. Acabamos por ser escoltados por homens montados em cavalos até à zona pedonal da Feira. Logo de seguida
asfalto, que durou cerca de 2 KM.
Inicialmente
ainda pensei que tivesse inscrito numa prova de estrada, tendo em conta o tempo
que já estávamos a correr em estrada, mas por outro lado pensei que também
fosse uma boa maneira para dispersar a multidão.
Partida! |
Nossos acompanhantes na descida. |
Finalmente
após algum tempo entramos no mato confirma-se, afinal não é só asfalto.
Um
pouco mais à frente temos a primeira paragem devido ao acumular de atletas.
Numa pequena ponte feita de madeira, fazia-se a travessia de um pequeno riacho.
E foi assim que me separei do meu primo que até ali vínhamos em conjunto. A
grande diferença deste trail para os restantes, estava no estilo que impuseram
à prova, sendo medieval, os primeiros figurantes apareciam logo de seguida,
disfarçados de arqueiros que acabavam sempre por mandar alguma boca.
Daqui
para a frente, o cenário foi muito semelhante. Subidas por single track, onde
originou mais filas, alguns estradões rolantes e subidas com alguma pedra à
mistura, apenas deu para acumular altimetria e carga nas pernas. Além disto
ainda deu para levar com um ramo na cara que me fez um pequeno arranhão. Tinha
que levar mais medalhas para casa além da de finisher, certo?
Após
alguns quilómetros o frio já não se fazia sentir, apesar de ainda se ver
bastante gelo que branqueava alguns locais. Após a descida de um monte,
entramos num campo bem arranjado cheio de erva que devido ao gelo ainda estava
branca, havendo um pequeno carreiro pelo meio, de erva verde, onde acabava por
ser o nosso local de passagem, algo diferente para variar a monotonia no mato.
Ao
9º quilómetro, no inicio de uma descida mais técnica, ao colocar o pé no chão
não reparei numa pedra que fez com que o meu pé deslizasse e o torcesse.
Naquele momento, pensei que ficasse por ali, pois deu-me a sensação de o ter
torcido por completo. Parei logo de seguida, e coloquei aos poucos o pé no chão
de forma a ver se realmente a minha aventura terminava naquele momento. Felizmente
foi apenas um mau jeito que tinha dado, e não passou disso, apesar de ainda ter
andado algum tempo a medo. Borrei-me todo praticamente.
Junto
a uma igreja estavam alguns mendigos (figurantes), e supostos elementos da
igreja. Praticamente não dávamos com eles, se não passássemos no meio deles.
O 1º
abastecimento de sólidos surge finalmente, e volto a reencontrar o meu primo, que
acabamos por seguir juntos até ao final da prova.
O
percurso restante não tem nada de surpreendente, apenas com passagem em alguns
locais mais históricos da localidade.
O tipo
de piso mais em alta foi o asfalto. Dei por mim a perguntar várias vezes se
estaria numa prova de estrada ou de trail. Seria que estava a ficar maluco? Mas
para bem da minha sanidade mental estava no meu perfeito juízo após vários
confirmarem a mesma situação. Afinal não estou doido.
Ainda
houve mais alguns figurantes que de alguma forma tentaram recordar que era uma
prova medieval, desde soldados, a cuspidores de fogo, e muita prostituição. Sim
estavam disponíveis, após tantos atletas terem ali cruzado, mas ninguém quis.
O
último quilómetro talvez um pouco mais interessante, após a passagem pelo
jardim do castelo, e a entrada no mesmo.
Má vida! |
Jardins do Castelo! |
Entrada no Castelo |
Atravessei
a meta já com algum cansaço, mas contente por ter concluído o meu 1º objectivo
do ano. Segue-se mais provas em trilhos, já que este ficou um pouco aquém.
Relativamente
à prova, acho que foi muita publicidade enganosa. Um trail com bastante
estrada, e com trilhos pouco interessantes. Notou-se que não houve trabalho em
construir e arranjar trilhos que talvez evitassem tanto asfalto.
Os
abastecimentos pelo menos estavam bem constituídos e com pessoal simpático.
Ficaram
imensas dicas dadas à organização para melhorarem, e não têm como não melhorar.
Um pódio à maneira |
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