terça-feira, 6 de junho de 2017

RunCambra 2017


Um ano passou e a minha estreia em provas foi precisamente aqui, no RunCambra.
Obrigatoriamente teria que voltar a repetir, e desta vez fazer bem melhor tempo.
De todas as provas de 10 KM que já fiz, posso afirmar que esta é das mais duras, senão a mais dura. Um percurso com bastante inclinação, e quando pensamos que tudo irá melhorar, aparece mais uma subida. Um verdadeiro quebra ossos.
Para não falhar nada, e repetir a prova na integra, tive que contrair nova lesão. Felizmente consegui recuperar a tempo da prova, apesar de não estar a 100%.
Ainda tive tempo para treinar o percurso mais que 1 vez, e relembrar os sítios que podia e/ou não podia esticar.

Dia da prova e tudo pronto para mais um dia de corrida, chuva no dia anterior, mas no dia … - Porra! Outra vez um calor abrasador. Estes gajos querem-me matar só pode.
Toca a hidratar bem, aquecer bem e vamos para o arranque que já está em cima da hora.
Bem na frente da partida, tudo vedetas com camisola manga cava e eu de manga curta para fazer a diferença. Partida dada a horas e vamos lá.

"Olha para o que eu digo, e não para aquilo que eu faço."
Este proverbio assenta que nem uma luva para a prova que eu fiz.
Estava com excesso de confiança e correu mal. Nos treinos que tinha feito, sabia exactamente que no inicio não poderia puxar muito que logo de seguida iria empenar.
Avisei alguns amigos, e qual é a coisa qual é ela, que o senhor atleta fez no arranque? O senhor atleta acelerou. E o que se sucede mais à frente? O senhor atleta abrandou.
Um belo dia de calor, e a saber quais os sítios que podia puxar e não puxar, e faz tudo ao contrário. Está o caldo entornado. Agora desenrasca-te. E ainda falta chegar ao 6º quilómetro que é onde há o maior empeno. E sabias que tinhas que guardar energia para fazeres essa parte. Mas pronto, adiante.


Percurso idêntico ao do ano anterior, modificado apenas numa parte que não afectava em nada, e apesar do calor, fiz até ao quilómetro 5 num ritmo que não deveria ter feito. Até ali, as subidas e descidas são a palavra de ordem. E quando temos uma bruta de uma descida, onde toda gente depois de beber uma água fresquinha e aproveita o lanço para recuperar ao mesmo tempo pensamos que o pior já estava.
Pois bem, meus amigos, o RunCambra iria começar.
Depois de já alguns quilómetros acumulados, numa recta sem fim à vista a palavra de ordem é subir.
Já sabia que quando ali chegasse os problemas poderiam surgir se não fizesse uma boa gestão, e como não a fiz levei nas pernas. Recta feita, siga descer novamente, e acelerar até ao final que já não fazes um bom tempo como fizeste nos treinos. Mania de achares que és o Rocky Balboa.
Perto da meta, queria impor o ritmo que conseguia colocar no treino, bem abaixo dos 4 min/KM, mas nada. Valeu-me um amigo conseguir apanhar-me e puxar por mim (obrigado senhor atleta), e assim conseguimos fazer o último sprint juntos. Até parecíamos uns quenianos.

Lamúrias à parte, consegui melhorar o tempo em comparação ao ano passado (também mau era). Terminei com 44 minutos, piorando em relação aos treinos que fazia em 42 minutos.


Quanto à organização corrigiu os problemas mais notórios do ano anterior.
Para além disso, e segundo eles, nos dias anteriores conseguiram lavar a estrada. Não fosse ter chovido. Já no dia, não conseguiram baixar a temperatura para um tempo bem mais ameno.
Acabei por ignorar esse erro, não fosse a bela tenda à qual chamam “Sensation Zone”, onde tive oportunidade de degustar das iguarias da terra. Já as conhecia, mas vale sempre a pena relembrar.


Para o ano é que vai ser!

terça-feira, 30 de maio de 2017

100K Portugal - Maratona

Nunca previ chegar a este ponto, muito menos pensar que poderia fazer a distância de uma maratona.
Adianto já que um dos objectivos para este ano era fazer a minha 1ª maratona. Em Novembro encontro-me oficialmente atrás da linha de partida com o objectivo de concluir a distância de 42 KM.
Parece mentira, mas dia 1 de Abril antecipei esse momento. Surgiu a oportunidade de fazer a Maratona da Lousada. Uma prova diferente do habitual, com um percurso em circuito fechado, com cerca de 2300 metros. O problema desta prova para além da verdadeira dor de pernas que iria dar, seria um verdadeiro teste à parte psicológica. Correr num circuito fechado a ver sempre a mesma coisa e fazer sempre o mesmo trajecto parece fácil, mas ao fim de 1 dezena de voltas alguém me diga se o raio da prova não se torna frustrante mentalmente.
Para juntar à festa, o piso para além da grande maioria ser em asfalto como seria de esperar, também tinha tartan e terra batida.
A terra batida deixem-me que vos diga, que se torna um verdadeiro pesadelo, mas já vamos lá.

A minha preparação para esta prova, foi pouca, ou mesmo quase zero.
Sujeitei-me a correr o máximo de quilómetros que conseguisse. Se tivesse que desistir aos 30 e tal quilómetros desistia, não era importante para mim a terminar. – Até que tenho umas boas ideias e projecção daquilo que posso fazer na prova, mas na hora sai tudo ao contrário.
A minha ideia para esta prova, seria ver como o meu corpo reagia num dia de prova naquela distância, e acabar por ter uma noção para a Maratona do Porto.

Uma vez mais, a culpa da inscrição foi do meu primo.
A prova acaba por ser do género do 24 Horas Portugal. A organização até era a mesma e tudo.
Num evento que a principal distância era os 100 KM a solo ou em equipa, existia também a Maratona, que também podia ser feita a solo ou equipa. No entanto para se tornar mais desafiante, ambos fizemos os 42 KM a solo, como não podia deixar de ser.
Sábado de manhã fizemo-nos à estrada para ainda levantar o dorsal com partida prevista para as 9 horas da manhã.
Chegando ao complexo desportivo da Lousada, local da prova, fomos levantar o dorsal, que acabou por demorar um pouco. Devido à grande quantidade de atletas que ainda não tinham levantado o dorsal, acabaram por atrasar um pouco o arranque da prova.



Eram 18! 18 voltas que teriam que ser dadas ao circuito para fazer a distância, mais 1 à pista do complexo para dar a distância correcta. Após uma volta à pista (piso tartan), saímos do campo de futebol, e seguimos numa subida em terra batida que contornava parte do campo até chegarmos à estrada. Na estrada tínhamos uma descida, e por fim uma das partes mais massacrantes. Com uma ligeira inclinação seguíamos estrada fora até ponto com retorno e voltávamos até entrar novamente no campo. Para além disto junto à pista, tínhamos o único ponto de abastecimento de líquidos e sólidos, bastante completo de inicio a fim da prova.

Com o calor que esteve optei por parar de 5 em 5 quilómetros de forma a manter-me hidratado. Repor energias e sais, essenciais para a longa distância.
Ainda iniciei com a contagem das voltas, mas acabei por parar de as contar por não se tornar tão maçador. Ao final de umas 10 voltas o retorno já estava mais que enraizado, mas começava a sentir nas pernas a saída do campo para a terra batida. Toda a parte em terra batida feita a subir com piso irregular, ao fim de muitos quilómetros começa a custar.
Após a distância de meia maratona, aproximava-se a minha maior marca de 26,5 KM, no entanto feita em trail. A partir daqui seria novos recordes. E recordo-me de ver a marca de 27 KM no relógio e pensar que dali para a frente seria sempre novas conquistas.


Felizmente e para surpresa minha, estive bastante bem até perto do quilómetro 30. Sentia já desgaste nas pernas, mas ainda tinha pernas para andar. Já perto dos 32 quilómetros olho para o relógio e vejo que apenas 10 KM me separam de concluir a maratona.

- 10 KM? Isso já eu fiz várias vezes.
- Não vou desistir, faltando tão pouco!
- Então e os quilómetros que já fizeste até aqui, meu burro?

Mais tarde ou mais cedo teria que acontecer. Ali estava ela. Fantástica e com uma pintura que ainda se sentia o cheiro a tinta. A famosa parede. Já tinha ouvido falar dela, mas nunca a encontrei verdadeiramente.
O desgaste começava a apoderar-se das pernas, e forçou-me a caminhar. Seguia a passo em pontos que já sabia que ia esforçar. A terra batida foi um deles obviamente, e a ligeira inclinação que havia até ao ponto de retorno. Aos poucos iria tornando a correr, até chegar ao ponto de abastecimento e tentar repor de alguma forma o que conseguia.
O engraçado é que a partir daqui, de 2 em 2 quilómetros tinha a parede à minha frente. De alguma forma consegui sempre a contornar e não desisti.
Concluí a minha primeira maratona. Sorriso na cara, dores nas pernas, vamos lá correr e atravessar a meta.
O tempo foi o que estava à espera para a minha estreia. 4 horas depois estava concluído.


Por incrível que pareça, com este tempo acabei por fazer pódio em 3º lugar no meu escalão.
Grande parte dos atletas optaram pelos 100 Km em solo ou equipa, daí eu ter conseguido um lugar no pódio com este tempo.

Não por experiência própria, mas por conhecimento de outros atletas, tinha uma noção que era dura a longa distância. Num circuito como este, penso ter tornado o desafio ainda maior, e cumpri.
Uma excelente manhã, e boa disposição por parte da organização.


Se tudo correr bem, penso para o ano voltar para novo desafio, quem sabe tentar melhorar o tempo.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Free Trail - De Ferreira de Castro à Pedra Aguda

De forma a treinar em trilhos, aproveitei o evento organizado pelo Centro de Marcha e Corrida de Oliveira de Azeméis. Um Trail gratuito, que faria parte de um treino livre do grupo, e para quem mais quisesse participar. Já agora era pertinho de minha casa!
Que mais podia pedir?

Uma manhã que prometia tudo menos sol radiante e céu limpo, S. Pedro, acabou por nos facilitar a vida e chuva, nem vê-la.
Acreditem ou não, até ao dia de hoje em todas as provas que fiz, nunca apanhei molha. Apesar de até gostar de correr à chuva, ainda não foi desta que me encharquei todo, fora dos meus habituais treinos. Já nestes já o experimentei algumas vezes.

Mais que alguns!

Após um breve briefing, saudações, agradecimentos, bla bla bla, arrancamos.
Ou melhor, eu devia ter arrancado. Pus-me na conversa e lixei-me à brava. Fiquei para os últimos e a fase inicial era feita junto ao rio Caima, onde o piso era tudo menos liso com umas flores bonitas para enfeitar.
Se nos dias anteriores choveu que se fartou, e até antes 1 hora de começar manteve-se o mesmo cenário, e a potes, o piso estava completamente molhado e escorregadio. Piso esse que era nada mais nada menos que pedras enormes que o mínimo de descuido teríamos uma excelente medalha num dos tornozelos (pelo menos). Com um bocadinho de sorte até duas medalhas (ambos tornozelos).
Para evitar as pedras, tínhamos um enorme tubo de conduta de água, que a poderíamos atravessar. Era tudo uma questão de equilíbrio, ou uma queda aparatosa. Como era de esperar a conduta era escorregadia, mais uma boa oportunidade para levar várias medalhas, já que não era nenhuma prova competitiva.
Fora isto, como fiquei para trás, tive que ir a passo cerca de 2 a 3 quilómetros devido à quantidade de pessoal que ali se encontrava. E uma ultrapassagem naquele local, era uma forte possibilidade de queda.

Prova de Obstáculos?

Vista sobre o rio

Muita pedra, e as bonitas tubagens para passagem!
Resumindo, era uma parte engraçada de se fazer, mas de evitar pelo menos numa fase inicial. Também não havia grandes alternativas.
Apenas fica a dica para evitarem o trânsito. Ainda se ouviu algumas buzinas.

Concluída esta primeira fase, temos finalmente um estradão largo rolante.
Vamos lá aquecer a máquina. Após um pouco de corrida, trava a fundo que vem aí parede.
Já via alguns a caminhar, mas pensei que fosse apenas cansaço. Afinal era só uma estrada com um ângulo de inclinação um pouco esquisito.
Coitado dos carros que ali sobem, e coitado de mim.
Ainda passei por o meu primo que já me tem acompanhado noutras aventuras. Que ainda me deu uma indicação. “Poupa as pernas, lembra-te da próxima semana.” Lá tinha que ser. E mais não digo, não percam o próximo episódio.


Já no topo da subida, temos a entrada para os “Caminhos do Barbeito”, finalmente possível de esticar as pernas. E com uma vista fantástica, dou uma olhadela naquela que é a minha terra.
Uma particularidade desta prova, era começarmos em Oliveira de Azeméis, ir até Vale de Cambra e voltar a Oliveira de Azeméis. São vizinhos e lá se entendem bem.
Esta última subida aqueceu-me bem, maldito trânsito inicial. É para aprender a não ficar no paleio antes de arrancar.

Um pouco de Vale de Cambra, e as suas boas montanhas!
Não impus corrida rápida, porque sabia que vinha uma verdadeira subida que parecia que nunca mais acabava. Deu tempo para um outro primo meu, que juntou recentemente a estas andanças, se juntar a mim, e seguirmos até ao final juntos.

Quilómetro 7, e aí temos a famosa subida que tanto se vinha a falar. Eram 3 quilómetros seguidos, sempre a subir. Até aqui tudo bem, o problema era o piso.
Iniciou-se por um estradão em terra que se fazia minimamente bem, começam a surgir primeiras pedras pequenas soltas, mas dispersas. Também é fácil.
As pedras pequenas soltas, começam a juntar-se e aos poucos e deixam de ser pequenas. Já no último quilómetro temos o pior da subida. Se nos 2 primeiros quilómetros de subida, cansei-me mais do que o que até ali fizemos, este último até ao topo foi desgastante.
Uma inclinação sem fim à vista, com pedras enormes e escorregadias enterradas na terra. Obrigava a ter que por vezes saltar para poder avançar no terreno.

Para subir?
No fim tudo vale a pena. No topo chegamos a uma pequena aldeia (Janardo), mas com rápida passagem por duas ou 3 casas e voltamos a entrar no mato, para pouco mais à frente termos uma vista de se tirar o chapéu.

Claro que sim!
Registo feito com a minha Nikon ocular, vulgo olhos, e siga descer e obviamente correr.
Geralmente em estradões mais largos, pouco ou mesmo quase nada de single-tracks, no entanto alguns um pouco mais técnicos. Até ao final foi sempre a correr.




Ainda deu para ter um posto de abastecimento a meio, e no final.
Apenas fruta, mas como já disse, de graça não se pode pedir melhor.
Tirando a parte inicial, acabou por ser um percurso interessante, mostrando que também conseguimos tirar proveito dos nossos locais para se conseguir fazer excelentes provas.
Acabou por ser uma boa oportunidade para quem quis experimentar o Trail, e para quem já faz conhecer novos trilhos.
Bom esforço por parte da organização ao dar uma excelente manhã de trilhos ao pessoal todo.

S. Pedro acabou por não aguentar mais, e lá teve que dar a sua chuvada. Ainda se aguentou bem.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Corrida do Dia do Pai

Já em ressaca do Trail do Sicó, ao qual fiquei rendido e terei que obrigatoriamente voltar, regresso à estrada. Vou intercalando, assim não me esqueço de como é.
Já considerada uma prova mítica no Porto, a Corrida do Dia do Pai, que esteve para ser a minha estreia em provas no ano passado, ficou adiada para este ano.



Nova invasão da equipa do Vale, desta vez no Porto, junto ao parque da Cidade. Aquando a nossa chegada já se previa que iria ser prova para encher as ruas e não deu como falhar. Não fossem os cerca de 4.000 atletas a correr 10 KM, fora a caminhada com mais participantes.
Devido à nossa chegada com alguma antecedência, foi bom para aproveitarmos para andar com calmas e aquecer em modos.
Por diversas vezes tentei antever a prova e prever o tempo que conseguiria fazer, ou aproximar-me de algum tempo em concreto. Estas previsões quase sempre não bateram certo, acabando sempre por alguma coisa correr mal inesperadamente. Para contrariar esta tentativa de bruxaria falhada, optei por ir à vontade e logo se via no que dava. Foi a melhor coisa que fiz.

Partida!
O tempo ajudou bastante, bastantes nuvens, abafando o sol. Temperatura um pouco fresca, mas nada demais. Se com o frio aquecemos, com o sol assamos, por isso estava tudo bem.
Como já é habitual nas provas desta organização, o arranque é feito a horas. Posicionei-me razoavelmente bem na partida, apenas com um atraso de cerca de 30 segundos de diferença dos primeiros.
O 1º quilómetro é feito com alguma confusão, normal, mas facilmente o pessoal acaba por dispersar. As estradas são bastante largas, o que facilita a ultrapassagem. Inicialmente segui com um ritmo mais baixo, não quis forçar como tem sido o meu habitual para as ultrapassagens, e tendo em conta o espaço que havia não era necessário o fazer. Aos poucos fui aumentando a velocidade, até manter um ritmo certo, o meu ritmo.

Largura mais que suficiente
Os primeiros 5 quilómetros são os mais interessantes com vista sobre a praia, e onde temos o maior apoio durante toda a prova (sem falar da partida e da meta, claro).
Feito em grande parte em plano, e com um primeiro retorno no quilómetro 3, estava a ver a minha vida a correr bem.
Felizmente os retornos já não me afectam como o faziam, e optei por me distrair a ver quem ainda vinha atrás de mim. Fui procurando caras conhecidas e dando apoio para continuar.
Quando dei por mim, estava a fazer ritmos mais altos que estava previsto.
Isto está a correr bem melhor do que estava à espera. Facilmente consigo chegar ao fim e fazer um bom tempo.


1º retorno
- Vamos lá, tu consegues!
Encarei assim os restantes 5 quilómetros. Numa zona em que se inicia uma longa recta, com ligeira inclinação, meti uma abaixo e aqui vamos nós. Chegado ao fim dessa recta, temos o 2º e último retorno, e descemos um pouco, que deu para alargar a passada.
Quilómetro 8, estava quase a chegar ao fim, e vai ser aqui que vou começar a aumentar um pouco o ritmo. Um pouco de plano, última subida, mais curta, mas mais inclinada, nem isso me fez abrandar. Acho que naquele momento me sentia o Hulk da estrada, eheh.


Último quilómetro e temos a descida até à meta. Siga dar-lhe gás. Este foi a única parte que errei durante toda a prova, entusiasmo a mais dá nisto. Esqueci-me que a meta era um pouco mais à frente do que a partida, e comecei a forçar cedo demais, o que já perto da meta me fez suar mais um pouco.
Mas nada disso interessa, cheguei ao fim, consegui fazer sem problemas e ainda por cima, fiz novo recorde pessoal. 00:42:28 foi o meu tempo de chip ao fim de 10 KM.
Assim até pareceu fácil, mas ainda suei. Aconselho a quem quiser fazer tempos, que é uma boa prova para o fazer. Claro que o tempo ajudou, mas tendo em conta o percurso em si, acaba também por ser um bom exercício psicológico, para quem tiver problemas com retornos e longas rectas.

Muito provavelmente, será uma prova a repetir.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Trail de Conímbriga Terras de Sicó

Fantástico! Começo já assim para descrever o Trail em Terras de Sicó.
Os trilhos de Conimbriga, ficou-me na memória desde 2016, pouco depois de ter iniciado no mundo da corrida, quando vi a reportagem da prova.
Daquilo que foi possível ver, conseguiu logo colar-me ao ecrã. A primeira coisa que pensei quando terminou, foi "Tenho que participar naquela coisa!". Foi ali que se acendeu a primeira chama para o Trail.
As terras de Sicó teriam que ser uma passagem obrigatória, mais tarde ou mais cedo.
Quase 1 ano depois, com o recente regresso aos trilhos, e com o que pretendia para o ano 2017, tenho finalmente a oportunidade de correr pelos trilhos de Sicó, na distância de 25 KM (anunciados), que acabou por ser uns 26,5 KM.

Após algumas leituras de relatos da prova, apercebi-me que iria ter alguma dureza, e que o famoso trilho da cascata poderia ser um bom parte pernas, já na recta final.
Isto seria tudo bom para retirar um pouco de entusiasmo. O que não aconteceu. 
A espera pelo dia, fez-me lembrar quando era criança à espera do dia de Natal para abrir as prendas.
Tudo estava a correr bem até ao dia anterior, quando recebi a noticia da morte de um amigo. Deitou-me abaixo, e perdi bastante entusiasmo para a prova. Acabei por dormir mal nessa noite, o que tudo junto me fez encarar a prova, como mais uma.

Não desisti, e aproveitei para espairecer um pouco e gozar daquilo que a vida nos dá fazendo o que mais gostamos.
Infelicidades à parte, seguimos 3 atletas para as terras das ruínas de Conimbriga, para participação no Trail 25 KM e no mini Trail 15 KM.

Após uma viagem mais madrugadora que o normal, chegamos a Condeixa para levantamento dos dorsais que se fez bastante rápido e com facilidade.
Sendo o único participante na distância de 25KM coloco-me no pórtico de partida onde se juntou bastantes atletas. O tempo estava bastante agradável para o mês de Fevereiro, ao contrário do que se tinha sucedido no ano anterior.
Após 1 minuto de silêncio em homenagem à senhora Analice, deu-se o sinal de partida e aqui vamos nós.
Nem o entusiasmo que até antes dois dias tive, e a espera para o arranque me deram o abanão suficiente para esquecer tudo e pensar na prova. Podia ser que com o andar a cabeça pensasse em outras coisas.

Os primeiros quilómetros são dentro da localidade em direcção às ruínas.
Logo de seguida do saímos piso em ruínas, e entramos na terra. Entrando no mato temos ligeiras subidas, sempre feitas a correr sem grandes pressas.


Por estradões mais largos continuamos até Ameixieira, uma pequena aldeia onde se encontrava o 1º abastecimento. Não parei, tinha tudo o que necessitava, e que daria até ao próximo abastecimento, e segui novamente pelo mato fora, após uma rápida passagem pelo asfalto.

- Por falar em asfalto, quase nem se viu.

O percurso era bastante rolante, facilmente se corria, sem ser necessário ser um ás em “tecnices”.
Tudo parecia correr bem até termos à vista, a primeira grande subida.
Com ligeira inclinação é possível correr até ao quilómetro 7, sensivelmente. Depois iniciamos num estradão acessível, mas que aos poucos vai afunilando e tornando-se bastante técnico. É engraçado ver a evolução deste percurso, começando com pequenas pedras após a terra batida, e árvores traçando o caminho. E acabar com pedras grandes envoltas em arbustos que só caminhando em cima delas seria possível subir sem grandes problemas.
Ao olhar para cima, conseguia ver o topo da montanha e uma fila que preenchia o trilho por completo, olhando para trás, a mesma situação, mas com a vantagem de uma vista bem melhor.
Finalmente no topo aproveito para recompor um pouco o fôlego enquanto olho em redor tendo um cenário de montanhas fantástico.
Rapidamente se inicia a descida, e esta sim, bastante técnica de inicio a fim com bastante pedra solta, e situações que só saltando se poderia avançar. Fiz a descida confortavelmente sem grandes pressas e evitar grandes mazelas para o resto da prova.


Já em plano, no final da descida uma vez mais olho para trás e temos a pequena, mas grande montanha, ainda bem povoada por outros que ainda a serpenteavam numa excelente descida que dá vontade de repetir. Os bombeiros lá se encontravam no final, com uma boa sombra e vista para a montanha. Aliás, os bombeiros fizeram presença em vários pontos durante a prova.
Felizmente ao fim de algum tempo consegui esquecer um pouco o desanimo com que ali tinha chegado e já estava a encarar a prova de melhor forma que a comecei. Já deu para desfrutar um pouco.

Apenas conhecia um local com nome de “Furadouro”, e esse é uma praia, no entanto aqui no meio das montanhas o “Furadouro” era uma aldeia. E era essa aldeia que nos dividia da montanha pequena, mas grande, para a montanha com maior altura.
Cerca de 200 metros feitos em 1 KM. 1000m de distância feitos a caminhar. Ainda vi alguns a tentar a sua sorte, mas o calor já apertava um pouco e fazia estragos, tendo em conta aquilo que ainda faltava fazer. Encontrei um colega conhecido que acabamos por ir na conversa até ao topo. Acabamos eventualmente por seguir em ritmos diferentes, mas ainda nos encontramos algumas vezes durante o percurso.

Aos 400 metros de altitude chegamos à “Capela da Senhora do Circuito”, e temos finalmente o final da última subida mais vertical. Não que não houvesse mais subidas, mas não com tanta altitude. Desta vez já não deu para olhar para trás, pois não havia possibilidade para tal.
Nova descida, não tão técnica como a primeira, mas mais rolante.

Subidas e descidas com maior declive estavam feitas, restava chegar a Casmilo, e novo posto de abastecimento e 1º paragem para abastecer.
Com uma pequena festa da aldeia, foi assim que os habitantes nos receberam e onde estava o buffet. Devido à diversidade deste abastecimento parecia um autêntico restaurante, não havia nada em falta, no que em abastecimentos de Trail diz respeito. E não estou a reclamar, antes pelo contrário, porque acho que acabei por comer mais do que o que corri.
Aproveito para encher as garrafas com água. E pouco tempo depois volto a fazer-me ao trilho.


Trilho que é feito em direcção às buracas de Casmilo.
Das várias vezes que tinha vindo para esta zona, nunca tinha ouvido falar, nem conhecia este local até conhecer esta prova.
Era um dos locais que me chamou mais atenção, devido à forma das montanhas rochosas com pequenos buracos, como se cavernas fossem.
Mas antes de ali chegar temos um trilho de se tirar o chapéu. Deram-lhe o nome “Trilho de Buracas”, não fosse estarmos lá perto.
Os locais de passagem passavam de 8 para 80 num abrir e fechar de olhos.
Após um local com terra batida com árvores mais dispersas, entramos numa floresta, onde obviamente o arvoredo ficou bem mais denso, e o piso não era só de terra. Uma vegetação bastante densa, com raízes das árvores fazendo parte do piso, e algumas pedras. Isto tudo feito num single-track que quase nem precisava fitas tendo em conta o quão fácil era de identificar o percurso que se fazia num zigue-zague constante. Pelo meio, corríamos paralelamente à encosta das rochas, onde já se via os enormes buracos. No sentido oposto a esta encosta, via-se montanhas altas e rochosas. Só por este trilho já valeu a pena a inscrição.



As enormes buracas encontravam-se após a saída do arvoredo denso, para novamente um descampado com árvores dispersas.
Voltamos às subidas e caminhos rolantes para desgastar um pouco mais as pernas. Por entre algumas partes com estradões de terra, trilhos estreitos em pedra, escadas também elas em pedra. Uma zona com alguma semelhança a ruínas (provavelmente até eram).



Na aldeia Serra de Janeanes, no meio de casas antigas feitas de pedra e xisto, encontramos o 3º abastecimento. Tentei ser o mais breve possível, tendo em conta o tempo que já tinha perdido anteriormente. Não iria correr para ganhar nada, mas também não queria passar uma eternidade a fazer 25 KM. Rapidamente enchi os soft flask, peguei em alguma comida e segui por entre casas de pedra num pequeno trilho também em pedra e algumas escadas.

A parte com mais desgaste psicológico foi o trajecto até Poço. Na encosta de uma montanha num estradão bem largo sempre a subir fui correndo até começar a sentir os 1º sinais de cansaço. Tomei um gel, tento estabilizar um pouco e continuo até chegar à aldeia, onde tínhamos o último abastecimento antes da chegada à meta – Condeixa.
Se até ali tivemos abastecimentos bastante requintados, neste tivemos apenas algumas peças de fruta, chegamos ali mal-habituados. Cruzamento com a caminhada e temos o inicio da parte final com destino ao famoso e doloroso trilho da Cascata.
Entrada num pequeno mato, e rapidamente o deixamos para trás, para começar em caminhos mais técnicos num parecido carrocel, com pequenas lombas sempre a subir e descer paralelamente ao Rio Ega. Segue-se passagem por pedra solta e finalmente um pouco de arvoredo para sombrear um pouco o caminho devido ao forte calor que já se fazia.



Após 21 KM já começava a sentir cansaço. E finalmente aparece a tão aguardada tabuleta Trilhos da Cascata. Quando vi que o trilho fazia lembrar o das buracas, já sabia que ia ser mais um que iria dar gozo, mas para contrariar um pouco levei com a famosa marretada nas pernas. Ali estava ele, o homem da marreta, sentado à sombrinha de perna cruzada à minha espera. Ainda conseguiu dar uma pequena marretada, mas lá consegui fugir. O 1º dos 50 KM deve ter conseguido fugir ao homem, não fosse a passagem rápida por mim, e nunca mais o vi.


Muito parecido com das buracas. Bastante técnico, com uma diversidade florestal bastante bonito.
O leito do rio com pedras já verdes do musgo que desta vez não tinha água.
Estava a ser tudo muito bonito e interessante, mais uma amostra de que esta prova terá que ser repetida. Para meu mal a marretada foi novamente dada pouco depois, que me forçou a um esforço tremendo nesta última fase.
O que até ali estava a ser um dos momentos mais altos da prova, devido ao trilho que era, tornou-se penoso. Quando tudo parecia ter acabado, eis que começam travessias entre árvores e inclinações, descidas técnicas, subidas igualmente, e escalada. Mas que raio se passa? É que feito burro, nem o gel que me sobrava ingeri para tentar recompor o mínimo que fosse. Já que não o tomei, podia ter atirado aos pés do homem da marreta para ver se escorregava.

O trilho é simplesmente brutal, mas para mim naquele momento foi tudo menos isso. Para acalmar um pouco o pós-quebra, temos um pequeno mato plano e descendente onde deu para rolar um pouco. As pernas que mais parecia chumbo, foram esforçadas aqui um pouco. Não sei como resultou e renasci um pouco que me deu força para chegar ao final.

3 horas e 30 minutos depois chego à meta, e satisfeito.
Consegui vencer o homem da marreta e o trilho da cascata. A prova é lindíssima, com paisagens de se tirar o chapéu.
A organização esteve discreta, mas bem completa. Apenas acho que o abastecimento em Poço deva ser um pouco melhorado, ou fiquei mesmo mal-habituado.
Para o ano se tudo correr bem faço questão de voltar a Condeixa e participar pelo menos nos 25 KM novamente, ou se não o fizer antes, estrear-me numa ultra. Fica a dica.


Descansa em paz, amigo!

terça-feira, 9 de maio de 2017

18ª Prova de Atletismo de Cesar


Pouco mais de 1 mês de descanso de provas tenho o regresso à estrada para uma prova que tinha intuito apenas de divertir e dar algum ritmo.
Nunca nos juntamos tantos para participar numa prova. Num grupo com cerca de 60 atletas, fomos para uma prova mais curta que o habitual, 8 KM.
Uma manhã bastante agradável devido à excelente temperatura que estava, mas sem prever o que ainda estava para vir. Para o mês de Fevereiro o dia parecia de Primavera já bem maduro.

Sendo uma prova mais curta que o habitual, fiz um aquecimento maior que o normal para tentar ter um arranque mais forte logo de inicio. Já sabia que iria ser 3 voltas ao mesmo percurso, o que psicologicamente poderia afectar, o que felizmente já não se sucede tão frequentemente.

A prova estava agendada para as 11h, contudo acabou por haver alguns atrasos, e arrancou-se um pouco depois da hora. Tentei colocar-me o mais à frente possível e temos o tiro de partida.
O percurso era bastante acessível, bastante plano, ligeiras inclinações, e alguma descida para esticar um pouco. Apenas o último quilómetro era a subir.
Na 1ª volta, impus um ritmo um pouco mais rápido, para me dispersar um pouco e também para ver onde me sentia melhor para saber como gerir as restantes voltas.
Não tive grandes problemas na 1ª volta, e com a passagem pelo local de partida para inicio da 2ª volta, deparamos com uma multidão que nos dá um grande apoio. Se durante o percurso poucas pessoas vemos, ali era uma autentica "manifestação".


A 2ª volta já tive que optar por baixar um pouco o ritmo devido ao calor que se já se sentia à bastante tempo. Como referi inicialmente, quando chegamos, estava um dia primaveril já bem virado para o verão. À hora que arrancamos o calor era abrasador, que deitou por terra tudo o que tinha previsto fazer. Já sem treinar algum tempo com dias de calor, apenas com frio e alguma chuva, não me senti preparado para aquilo.
Se queria tentar recuperar algum fôlego para atacar novamente na 3ª e última volta, não consegui. O calor era forte, e a boca já secava. Na subida que normalmente me safo bem já era uma verdadeira escalada.

Era mais ou menos isto!
Se não fazemos isto a cavalo, teremos que fazer a burro, mas ao fim tenho de chegar!
Na última volta, pouco mais à frente de nova passagem da meta, temos a fantástica, a formidável, a única e fresquinha água.
Era daquilo que precisava, beber, refrescar um pouco e já dava para ajudar na última volta.
Não devia ser assim? De nada valeu!
Quando pensava que na última subida podia esforçar um pouco, está quieto. A última subida foi um verdadeiro sacrifício e a chegada à meta um grande alivio.
Para quem já fez 20 e tal quilómetros, isto deveria ser feito com uma perna às costas, mas pelos vistos nem com as 2 no sitio certo. Não faço mais previsões para corridas.

O que vale é que no final tivemos direito a uma saca cheia de tralhas e mais algumas coisas, e um brinde surpresa.
Toda gente levava alguma coisa para casa, desde tupperwares, tábuas de passar a ferro, colchões, uma data de coisas.

Nunca pensei que uma prova de 8 KM, me desse um verdadeiro empeno, grande parte devido ao calor.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Ultra Trail Medieval | 25 KM




Ano novo vida nova. Se no ano passado iniciei a corrida, também foi tempo de experimentar outra vertente da corrida para além da estrada, os trilhos. Quando experimentei, estranhei, mas foi o suficiente para criar o bichinho e voltar a repetir a dose. Apesar de não ter aventurado tantas como queria em 2016, deixei planeado que este ano seria o regresso e talvez com mais tendência para trail do que para o asfalto.
E assim foi, o inicio das provas para 2017 foi em trilhos.
Na localidade de Sta. Maria da Feira, realizou-se a 1ª edição do Ultra Trail Medieval. Local já “registado” com a sua anual feira medieval. Nome obrigatório na prova.
E o espirito da prova seria mesmo esse, como se no tempo dos reis vivêssemos, ou deveria ser.

Depois da minha experiência no Trail de Azeméis, aquando os 18 KM, fiquei com água na boca por mais quilómetros, vamos para a 1ª edição de Trail Medieval com 26 KM. Quis dar continuidade aos meus testes individuais dos meus limites e viver mais daquilo que o trail nos dá, ou neste caso, nos deveria dar, mas já lá vamos.

Já no castelo da Feira (é medieval ou, não é?), onde seria dada a partida, encontra-se muita gente preparada para as diferentes distâncias que estavam anunciadas. Para além dos atletas temos os figurantes vestidos a rigor. Com representações aqui e ali, e até interagiam com quem se metia com eles, ou mesmo com quem não se metia.

Boa foto! (não é minha)


As boas vindas!
Até que tinha um pórtico engraçado
Esta prova teve um impacto bastante grande na altura que foi anunciada, talvez por incluir um estilo não habitualmente vivido em outras provas, mas o que é certo é que as inscrições esgotaram com facilidade em todas ou quase todas as distâncias. Em marketing estes gajos dão aulas. Recomendados. Se quiserem vender alguma coisa, chamem esta gente.
Tenho que dar mérito também às encenações e trabalho organizado para relembrar o nome da prova!

Voltando à prova. Novamente com o meu primo e ambos na mesma distância colocamo-nos na partida junto ao castelo. Antes do arranque há uma pequena encenação de uma história sobre qualquer coisa, obviamente de reis e afins. Para ser sincero, não estive atento. No sitio onde estava não dava para perceber nada do que falavam e o barulho ainda dificultou mais.
Apesar do frio de rachar, aguardamos um pouco pelo tiro de partida e lá vamos nós para não congelar. O castelo posicionado num local alto, obrigava a iniciarmos a corrida a descer por paralelos. Acabamos por ser escoltados por homens montados em cavalos até à zona pedonal da Feira. Logo de seguida asfalto, que durou cerca de 2 KM.
Inicialmente ainda pensei que tivesse inscrito numa prova de estrada, tendo em conta o tempo que já estávamos a correr em estrada, mas por outro lado pensei que também fosse uma boa maneira para dispersar a multidão.

Partida!


Nossos acompanhantes na descida.

Finalmente após algum tempo entramos no mato confirma-se, afinal não é só asfalto.
Um pouco mais à frente temos a primeira paragem devido ao acumular de atletas. Numa pequena ponte feita de madeira, fazia-se a travessia de um pequeno riacho. E foi assim que me separei do meu primo que até ali vínhamos em conjunto. A grande diferença deste trail para os restantes, estava no estilo que impuseram à prova, sendo medieval, os primeiros figurantes apareciam logo de seguida, disfarçados de arqueiros que acabavam sempre por mandar alguma boca.
Daqui para a frente, o cenário foi muito semelhante. Subidas por single track, onde originou mais filas, alguns estradões rolantes e subidas com alguma pedra à mistura, apenas deu para acumular altimetria e carga nas pernas. Além disto ainda deu para levar com um ramo na cara que me fez um pequeno arranhão. Tinha que levar mais medalhas para casa além da de finisher, certo?

Após alguns quilómetros o frio já não se fazia sentir, apesar de ainda se ver bastante gelo que branqueava alguns locais. Após a descida de um monte, entramos num campo bem arranjado cheio de erva que devido ao gelo ainda estava branca, havendo um pequeno carreiro pelo meio, de erva verde, onde acabava por ser o nosso local de passagem, algo diferente para variar a monotonia no mato.

Ao 9º quilómetro, no inicio de uma descida mais técnica, ao colocar o pé no chão não reparei numa pedra que fez com que o meu pé deslizasse e o torcesse. Naquele momento, pensei que ficasse por ali, pois deu-me a sensação de o ter torcido por completo. Parei logo de seguida, e coloquei aos poucos o pé no chão de forma a ver se realmente a minha aventura terminava naquele momento. Felizmente foi apenas um mau jeito que tinha dado, e não passou disso, apesar de ainda ter andado algum tempo a medo. Borrei-me todo praticamente.
Junto a uma igreja estavam alguns mendigos (figurantes), e supostos elementos da igreja. Praticamente não dávamos com eles, se não passássemos no meio deles.

O 1º abastecimento de sólidos surge finalmente, e volto a reencontrar o meu primo, que acabamos por seguir juntos até ao final da prova.
O percurso restante não tem nada de surpreendente, apenas com passagem em alguns locais mais históricos da localidade.
O tipo de piso mais em alta foi o asfalto. Dei por mim a perguntar várias vezes se estaria numa prova de estrada ou de trail. Seria que estava a ficar maluco? Mas para bem da minha sanidade mental estava no meu perfeito juízo após vários confirmarem a mesma situação. Afinal não estou doido.

Ainda houve mais alguns figurantes que de alguma forma tentaram recordar que era uma prova medieval, desde soldados, a cuspidores de fogo, e muita prostituição. Sim estavam disponíveis, após tantos atletas terem ali cruzado, mas ninguém quis.
O último quilómetro talvez um pouco mais interessante, após a passagem pelo jardim do castelo, e a entrada no mesmo.

Má vida!

Jardins do Castelo!

Entrada no Castelo

Atravessei a meta já com algum cansaço, mas contente por ter concluído o meu 1º objectivo do ano. Segue-se mais provas em trilhos, já que este ficou um pouco aquém.

Relativamente à prova, acho que foi muita publicidade enganosa. Um trail com bastante estrada, e com trilhos pouco interessantes. Notou-se que não houve trabalho em construir e arranjar trilhos que talvez evitassem tanto asfalto.
Os abastecimentos pelo menos estavam bem constituídos e com pessoal simpático.

Ficaram imensas dicas dadas à organização para melhorarem, e não têm como não melhorar.

Um pódio à maneira