terça-feira, 28 de março de 2017

Free Trail da Castanha

Após um merecido descanso devido às 3 provas seguidas em que participei, volto aos trilhos. Desta vez com uma diferença de todas as outras provas, este era um trail gratuito, Free Trail da Castanha.
Juntinho a minha casa, de graça e correr trilhos que se podia pedir melhor? Isto tudo em 17 KM onde apesar de não haver grandes inclinações, era bastante rolante o que poderia dar que fazer às pernas.
Sendo uma prova gratuita, poderíamos esperar tudo, menos o que esta organização nos proporcionou.
Apesar da minha pouca experiência ainda em provas de trail, senti que houve um grande esforço em dar uma excelente experiência a todos sem excepção. Desde as sinalizações ao longo do percurso bem marcadas, à ajuda com o trânsito em cruzamentos de estradas, aos abastecimentos que tinham tudo que possam pedir numa prova de trail e mais alguma coisa.
A boa prestação da organização foi de reconhecimento geral, acabando por haver um feedback bastante positivo.

Ainda com poucas horas de sono, levantei-me cedo, dei inicio ao ritual matinal, e estou preparado para a corrida.
Já na feira da Castanha que já é uma habitual feira anual da localidade, juntamos aos restantes atletas num pórtico improvisado e cá vamos nós.

O arranque foi feito em asfalto numa ligeira subida bastante aceitável para se iniciar.
Eramos bastantes atletas o que permitiu que neste inicio avançasse um pouco para evitar o habitual congestionamento nos “single tracks”.
Quase 1KM de estrada depois, e temos o primeiro trilho com cruzamento de um pequeno caudal de rio. Devido ao inicio ser em estrada evitei uma grande fila que atrasou bastante o inicio de vários atletas. Logo de seguida iniciamos o que a grande maioria da 1ª parte do percurso iria ter, levadas. Entramos num pequeno campo, e temos a primeira levada, ainda possível para ultrapassar alguns, ou mesmo ser ultrapassado.

Uma das muitas Levadas!

Voltando ao asfalto, temos o cruzamento com trânsito local, onde elementos da organização ajudaram com a nossa passagem. Seguimos durante algum tempo na estrada, com ligeira inclinação até termos a entrada numa nova levada. Novo cruzamento com asfalto e entramos num pequeno monte sempre a subir. Tirando o primeiro trilho, hou oportunidade para os atletas se dispersarem um pouco devido ao percurso ser amplo o suficiente para haver ultrapassagens.
No entanto após a subida deste pequeno monte, tudo muda. Entramos numa levada que dum lado temos o pequeno troço onde a água percorre, do outro arvoredo que nos impossibilita passagem. Quase que não era necessário a utilização de fitas de sinalização, sendo bastante percetível qual o caminho a percorrer.
Percurso bastante fácil para correr, e por falar em correr, temos a primeira descida e o 1º abastecimento. Neste não temos nada em demasia, apenas o essencial, também não era para mais devido aos poucos quilómetros que ainda tínhamos feito. Continuamos a descer e voltamos aos regos de água.

Após uma descida entramos num campo, onde deu para perceber que houve uma limpeza por parte da organização para ser possível de correr. (Isto é um trail gratuito certo?)
Para terminar este mato, temos uma ligeira subida, e acabaram-se as levadas, pelo menos por agora.
Até aqui tudo bastante fácil de correr, subidas acessíveis, descidas rolantes. Espectacular! Para iniciar a 2ª fase, temos uma subida que obriga à quebra da corrida.
Caminhar também faz parte certo? Siga!
Entramos no mato que já conhecia alguma parte em outras aventuras de bicicleta. Estradões largos e vamos dar à perna. Seguimos neste trajecto durante algum tempo até chegarmos a uma pequena aldeia, nova travessia pela estrada, e temos duas subidas.
Após uma rápida pesquisa do significado destas subidas no dicionário, encontrei a explicação para ambas, “Verdadeiras paredes”. Uma em paralelos e outra em terra.
O que vale, é que nesta última tínhamos o 2º abastecimento, e bem preenchido.
Temos um pouco de tudo o que se pode encontrar em outras provas de trail. Fiquei surpreendido com uma mesa daquelas. Nova entrada no mato, e continuamos viagem para algumas aldeias que não sabia da existência. Cruzamos entre várias casas, e tínhamos o apoio dos habitantes, com bastante simpatia e ainda com indicações do caminho, apesar de não ser difícil o identificar.



No meio de tantas casas, houve uma pela qual entramos e que se disponibilizou para nos presentear com o 3º abastecimento. Sim leram bem, 3º abastecimento numa prova de 17KM. Se algumas têm apenas um abastecimento e ainda temos o valor da inscrição, nesta que foi de graça temos um verdadeiro “arraial” de abastecimentos.
Para juntar a esta festa toda, este 3º abastecimento foi um verdadeiro banquete. Uma diversidade de iguarias da localidade para além dos habituais ingredientes que compõe a mesa de trilhos. Em relação aos líquidos a água tinha outras companhias, como cerveja, vinho, e outras bebidas também do local.
Para minha infelicidade, no momento que passei no local, não vi nenhuma indicação do abastecimento e os voluntários que ali estavam só me indicaram o caminho a seguir. Esta descrição que dei surge apenas de outros atletas que por lá passaram e tiveram a sorte de o saborear. Não soube qual o motivo, mas penso que não tivesse pronto a tempo aquando a passagem, pois houve mais quem sofresse deste mal. Foi o ponto menos bom que tive de toda a prova.



Por outro lado, temos uma última fase mais engraçada da prova, com percursos diferentes de todo o que se passou até agora.
Numa descida com ligeira inclinação iniciamos pelo meio de uns pequenos arbustos com uma entrada ainda bastante ampla, que aos poucos começa a estreitar. A florestação começa a ser maior até estarmos cobertos, com árvores e arbustos bem mais altos. O piso torna-se mais irregular, obrigando a ter um pouco de mais técnica para se poder desfrutar de um trilho bastante coberto, mas fácil de o entender.
Daqui para a frente tivemos diferentes pisos, o mais técnico foi tangente ao rio, que tivemos que atravessar avançando entre pedras.

Em resumo, achei o percurso bastante interessante, diversificado e bastante interessante.
Boas marcações, bom espirito por parte da organização / voluntários e excelentes abastecimentos.

Enfim, uma prova de trilhos muito bem conseguida!

quinta-feira, 16 de março de 2017

Trail de Azeméis

Não há duas sem três. Pelo menos é o que se costuma dizer, e sem antes o mês de Outubro terminar, tenho o 3º fim de semana seguido com mais uma prova, mas desta vez de regresso aos trilhos.
Após a minha estreia em Braga, fiquei com a vontade de repetir, e nada como uma curta distância para me testar novamente.
Foi a 1º edição do Trail de Azeméis, com 3 provas de diferentes distâncias, mas que no meu caso a de 18 KM serviria na perfeição.

Sendo uma prova junto da minha localidade, optei por levantar os dorsais no dia anterior para evitar correrias em cima da hora, como já aconteceu outras vezes.
Tive a oportunidade ainda de fazer um treino antecipadamente com maior distância, que me correu lindamente e me deu confiança para o que aí vinha.
E assim fui para a prova, cheio de confiança, e cheio de frio. Uma manhã bastante fresca, que até ao momento da partida não se viu melhorias. Um pequeno aquecimento fez-me esquecer o frio matinal, o que ajudou na partida.



O arranque foi feito sem problemas, um pouco mais congestionado, é certo, devido à quantidade de atletas inscritos nesta distância. Não tinha pressa, e apenas tentei manter um ritmo certo inicial e tentar “fugir” um pouco ao aglomerado de atletas.
Tivemos um pouco de subida logo no inicio para de seguida descer, cerca de 1 KM tudo em estrada, desta maneira conseguia dispersar um pouco a multidão. No entanto acho que poderiam ter tido um pouco de mais atenção e colocar alguém a controlar o trânsito.

Finalmente temos o 1º contacto com terra, ao 2º quilómetro. Um mato paralelo à estrada com um trilho mais estreito foi o que prejudicou aquilo que inicialmente estava a correr bem. Um primeiro trilho que a par de alguma lama se fez lentamente devido ao ajuntamento de atletas. Temos uma passagem rápida pelo quartel dos bombeiros e voltamos ao trilho, um pouco mais de mato e então regressamos ao asfalto.
Pouco depois entramos num pequeno campo, e temos o 1º momento da prova. Percorremos alguns metros numa linha ferroviária, e voltamos aos trilhos, sempre a descer até começar a passar pelos primeiros moinhos. E assim foi durante algum tempo, trilhos e pequenas passagens por asfalto, que apenas fazia a passagem para um novo trilho. Temos a passagem por pontes antigas, mais moinhos, e finalmente ao que grande da prova nos obrigava, percorrer junto ao rio Antuã, no qual tivemos que redobrar a atenção devido à lama que nos levava direito à água.
Por acaso não fui arrastado para dentro de água, mas tivemos que o atravessar, com algum cuidado lá fui eu, lavando as sapatilhas que já se encontravam um pouco sujas. Se estava frio no inicio da prova, aqui já não o sentia, e esta passagem pelo rio, veio mesmo a calhar para refrescar um pouco.

Pouca Terra, Pouca Terra

Algumas escorregadelas aqui e ali, mas sem problemas de maior. Passado o rio, temos uma subida feita de corda. Ora estamos a correr trilhos, ora estamos a nadar, ora estamos a escalar, temos um pouco de tudo!
Voltamos aos trilhos e continuamos a percorrer o rio. Não existia grandes paisagens, mas trilhos não faltaram, apesar de ser bastante semelhantes, o que pode tornar a prova um pouco monótona nesta fase. Junta-se uns estradões em terra e temos a primeira grande subida. Aquela que já tinham avisado e que denominaram de “Quebra-ossos”. Quando lá cheguei deu-me um déjà-vu do Trail Bracara Augusta, mas se em Braga foi na fase final que fomos presenteados com tamanha escalada, aqui foi no inicio. Estava bem fisicamente, e contrariamente à de Braga sorri e avancei sem problemas. Chegando ao topo optei por não iniciar a correr, para tentar recuperar um pouco o fôlego, qual não é o meu espanto que a subida não terminou ali. Após um pequeno desvio, temos a continuação.

A partir daqui o percurso foi mais corrido, após o quebra-ossos temos descidas e planos possíveis de correr sem problemas, subidas com pequena inclinação, e uma descida bastante íngreme que me obrigou a ir a passo. O terreno era bastante escorregadio e acidentado com uma curva bastante fechada.
Continuamos em trilhos no mato sem grandes pontos de interesse que façam parar para apreciar. Finalmente ao 11º quilómetro temos o único ponto de abastecimento do percurso, e infelizmente, muito pobre com pouca quantidade e variedade de alimentos que nos pudessem ajudar de alguma forma a recuperar e dar forças para os restantes quilómetros.
Rapidamente voltei a correr, continuamos por estradões de terra em descida até finalmente termos alguma coisa diferente que nos faça olhar em redor. Num percurso rural que ali existe, percorremos junto do rio novamente, e temos o cruzamento com a caminhada que não falhou com o incentivo. Novos moinhos e nova travessia do rio.





Neste momento já sigo bastante disperso de todos os atletas, e começo a ter mais atenção às fitas para não me perder. Foi a primeira vez que me vi a correr sozinho numa prova, o que achei bastante curioso e ao mesmo tempo fantástico. Afastando um pouco do rio, temos a passagem por uma zona de habitação por ruas estreitas e com alguma subida. Apesar de um pouco de cansaço, sentia-me bem e continuei já a pensar que a prova estava concluída sem problemas. Novamente passamos pelo rio, desta vez em sentido contrário. Foi a grande companhia nesta prova, rio com trilhos cheios de lama.
Após algum tempo sem asfalto, voltamos e em grande. Algum tempo em estrada fomos correndo em direcção à meta. Voltamos à linha do comboio um pouco mais à frente de onde tínhamos saído inicialmente, e ali corri durante um pouco. Após um pequeno desvio entre os montes estamos perto da meta, aqui tenho um pequeno deslize e sigo em direcção contrária, que rapidamente reparei que errei, e volto atrás.
Finalmente ao final de 2 horas e 7 minutos chego ao final com um sorriso na cara, ao contrário da minha 1ª experiência.

Tinha como objectivo inicial divertir-me e testar-me, cheguei ao final com vontade de continuar e fazer mais quilómetros, o que me deu mais vontade de voltar aos trilhos.
Após o final da prova fiquei desiludido com a organização relativamente ao último abastecimento já na meta.
Não havia indicações por parte da organização relativamente ao mesmo, apenas com a informação de outros atletas é que fiquei a saber onde era, e qual o meu espanto quando não vejo nada para comer nem beber. Quando ali cheguei apenas vi uma máquina de cerveja preta e duas garrafas de água em cima da mesa, que até pensei que fossem dos voluntários que ali estavam. Quase que tive que pedir por favor para me darem uma cerveja preta. Mais tarde vim a saber que apenas alguns atletas dos 18 KM conseguiram alguma coisa para comer, sendo a alimentação retirada e guardada para as restantes provas que ainda decorriam.
Uma das queixas que mais foram mencionadas relativamente à organização.
Já o percurso, não é nada de deslumbrante, mas nada de deitar fora.


Sendo a 1ª edição têm um desconto, e excelentes indicações para melhorar para uma 2ª edição.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Corrida EDP Espinho

O mês de Outubro, foi mês para uso e abuso das pernas e de uma boa dose de suadelas.
No fim de semana seguinte a uma estreia nos 21 KM de estrada, continuamos, mas com metade dos quilómetros, 10 para ser exacto.
Desta vez, encarei esta prova com um objectivo de competição individual para tentar melhorar a minha marca de 10 KM, sendo os 40 minutos o meu objectivo, ou lá perto.

Ao contrário da meia maratona de Ovar, tratei da logística toda, e sabia o que ia fazer muita estrada em linha recta e alguns retornos. O psicológico estava preparado para isso, principalmente depois da “lavagem” que tinha levado no Domingo anterior.

Reunimos a equipa que já se tinha reunido noutras provas, juntamos mais alguns elementos e fomos para mais uma boa dose de diversão no asfalto.
Chegando ao local, e alguns últimos pormenores, vamos para a partida. Chegamos cedo, deu para andar com calma. Estava bastante frio, apenas ao sol se conseguia estar minimamente em condições, apesar que dentro de pouco tempo iriamos estar a assar. Fiz o meu aquecimento, e de seguida juntamo-nos aos restantes atletas que ali estavam a aquecer ao som da música e ajuda dos entendidos na matéria.
Já não se sentia o frio, o ambiente era bom, e vamos para a partida que já se encontra bastante preenchido, o que nos obriga a ficar a meio com muita gente pela frente.

Excelente dia para correr, não?
Após o sinal de partida, temos um inicio a percorrer paralelamente à praia de Espinho, num longo percurso em linha recta. Sabia que me podia prejudicar mais para a frente, mas como é meu costume, acelero um pouco mais neste arranque para poder dispersar-me um pouco de toda a confusão inicial. Felizmente o aquecimento que fiz, ajudou-me bastante para poder dar aquele impulso que normalmente me quebra ao fim de pouco tempo. Tenho que começar a colocar-me mais à frente no pelotão.

Fiz os 3 primeiros quilómetros com bom tempo, e quis baixar um pouco o ritmo. Sabia que iam começar os retornos e ligeiras subidas, e na perto do quilometro 8 atacava novamente aumentando o meu ritmo.
Após uma subida com um final um pouco penoso, temos o 1º e 2º retorno. Isto tudo numa recta só, aliás, se há coisa que esta prova tem mais era rectas e retornos.
Finalmente no 5º quilómetro temos uma descida, onde consigo alargar um pouco o passo e recuperar algum tempo perdido.

Já perto do 6º quilómetro temos o abastecimento que me refrescou bastante.
Segundo a minha logística, seria mais ou menos nesta parte que iriamos fazer uma recta comprida e voltar para trás (mais um retorno) e depois era a descer até à meta. Mal comecei a subir vejo os 1ºs atletas a vir em direcção contrária, e olhando em frente vejo o fim do trajecto com uma rotunda. Ora se assim é, chego facilmente à frente, penso eu. Estava a achar muito fácil, o meu sentido de orientação andava mesmo avariado. Chegando à rotunda, é que se inicia a última recta com direito a ida e volta. Colei-me a um outro atleta e fomos puxando um pelo outro até ao retorno. Retorno esse que nunca mais chegava, de tanto correr, pensei que se assim continuasse facilmente chegaríamos a Gaia.
Já na volta, fui vendo os outros elementos da equipa, dando os últimos incentivos, pois a meta estava próxima.

Muitas rectas?

Ao longo da prova fui identificando o quilometro que ia, pelas placas colocadas ao longo do percurso. Estava à espera de chegar ao quilometro 8 para dar novo impulso ao meu ritmo para melhorar o meu tempo. Após o retorno estava bem fisicamente e pronto para a última “martelada”, mas talvez por ir distraído a ver quem passava não vi o placar, apenas quando cheguei ao quilometro 9 é que vi que estava prestes a terminar.
Ao ver este placar, acelerei o ritmo, mas já não foi a tempo de conseguir o objectivo que pretendia. Ao fim de 44 minutos terminei mais uma prova de 10 KM, apesar de tudo vi o lado positivo de tudo, porque acabei por não desmoralizar nos retornos como já me aconteceu por diversas vezes.


Fica para uma próxima!

quinta-feira, 2 de março de 2017

Meia Maratona Ovar

“Quilómetro 16, finalmente bati o meu recorde em corrida de estrada. Bem agora é só seguir em frente e estou … Mas que é isto?! Vou ter que correr isto tudo e voltar para trás? Devem estar a gozar comigo!”



Após uma grande vitória pessoal que tinha sido na prova de 24 Horas Portugal, eis que surge a minha primeira Meia Maratona. Finalmente irei ficar meio maratonista. O empeno que levei não era para menos, mas nada melhor que 21 KM em estrada para um novo teste. Felizmente não tive nenhuma lesão nem nada que se pareça, até tive uma boa e rápida recuperação.
Este foi era um dos meus objectivos, no entanto não esperava o fazer tão cedo.

- Se fiz 24 horas a correr e até que me aguentei, este também faço com facilidade certo?
- Não!

A meia maratona de Ovar é uma prova já com bastantes edições e com boa projecção a nível nacional, aliado a isto só tinha boas indicações da prova.

- Boa prova para se fazer e iniciar os meus primeiros 21 KM em estrada certo?
- Certo!

Levantar cedo, e cedo erguer dá saúde e faz crescer.
Mais um Domingo que me levanto cedo, e seguimos o habitual ritual de comer, equipar, etc…
Ia em grupo, e ficou combinado irmos um pouco mais cedo para levantar os dorsais.
Quando cheguei a Ovar estava bastante nevoeiro e frio. Ora bem isto deve abrir, vamos levar uma camisola e depois deixo com o pessoal que vai na caminhada. Adoro quando vai pessoal à caminhada em provas que faço, assim levam as minhas coisas. Estou a ser mau, não é?

Seguimos em direcção à partida e eis que reparo que não vejo nada onde se levanta os dorsais, e então pergunto a outros atletas que já ali andam com os dorsais colocados e prontos para a partida. Para meu espanto o levantamento era bastante distante da partida, quando já tinha pouco tempo para o fazer.
Nos dias antes da meia maratona andei a ver algumas provas que iria participar, ao ver onde era o levantamento dos dorsais, devo ter confundido com outra que indicava que era na partida. Devia ter confirmado no dia anterior, e não o fiz. Para o caso de não ter tempo para o aquecimento, já o fui fazendo até ao secretariado.
Para ajudar a esta correria toda, estava uma fila infernal, que tão cedo não sairia dali.
Entro numa outra porta e consigo avançar para a mesa e levanto os dorsais. Mais uma corrida até à meta e consegui chegar antes de se iniciar a prova.
Coloquei o dorsal, retirei a camisola que naquele momento já estava a aquecer demais e vamos para mais uma corrida.
Como eu adoro esta correria toda! Mas afinal viemos para isso mesmo, correr.

Tiro de partida e aqui vamos nós. Tendo ficado um pouco atrás tive que ir um pouco a passo.
Muita gente a apoiar, e muitos a correr. Não gosto muito de ir no meio de tanta gente a correr e faço talvez o maior erro da prova toda. Estava entusiasmado e ansioso por me libertar da confusão e coloquei um ritmo mais alto para ultrapassar rapidamente. Damos duas voltas ao percurso pelo centro da cidade e finalmente saímos em direcção à praia do Furadouro.

Após a saída, já numa subida de ligeira inclinação, reparo que me adiantei muito para aquilo que estava previsto fazer, mas estava confiante e a sentir-me bem. Mantive um ritmo certo e sigo a minha viagem. Cerca de 7/8 quilómetros feitos e começa o sol a aparecer para aquecer tudo e todos.
Chego ao quilómetro 10 um pouco ofegante talvez devido ao calor e ao repentino arranque que tive, mas felizmente aparece o abastecimento liquido e refresco-me. Dali para a frente era uma estrada em linha recta com alguma extensão onde fui aproveitando as sombras que ali iam aparecendo. Continuo em direcção à praia, já numa outra estrada também em linha recta, e começo a ver alguns atletas a desistir. Continuo na minha, que já falta menos de metade, e vou vendo quem vem do outro lado já em direcção à meta, para minha distracção.
Chegando finalmente ao Furadouro, começo a avistar um aglomerar de pessoas apenas com um pequeno caminho entre elas. Este foi um dos momentos altos do percurso, dava para arrepiar, aquando a passagem, tínhamos um excelente apoio de todos que ali se encontravam. O apoio era para todo o atleta que ali passava, mas o mesmo tempo parecia individual, como se um grupo de conhecidos ali estivessem. Fantástico, para dar aquele impulso que tanto precisava e voltar a fazer a última recta, mas em sentido contrário.

Se não estou em erro, o máximo que até aquele momento tinha conseguido correr sem parar em estrada, foi de 15 KM. Apesar de saber já de antemão que se terminasse esta prova que iria bater esse recorde. Quando atingi o 16º quilometro, deu para pôr um sorriso na cara e saber que dali para a frente seria uma nova conquista a nível individual.
Ora, se em todas as provas sempre tive uma boa logística de saber os locais correctos para levantamento de dorsais, locais de partida, percursos, etc, neste foi um completo desastre neste aspecto. Isto porquê?
Logo após este momento de superação pessoal, aproximo-me de uma rotunda, que sabia que poucos quilómetros me faltavam para o final e que era só seguir em frente e chegava à meta, mas a minha cabeça naquele momento não devia estar bem a fazer as contas, pois faltavam cerca de 5 quilómetros até ao final. Qual é o meu espanto, quando vejo que em vez de seguir em frente, tenho que virar à direita para outra estrada e voltar para trás novamente, quando tudo podia ser feito mais rápido se fosse em frente.

(Pensamento naquele momento: “- Mas que raio! Estes gajos estão a gozar comigo! Estou f@#!&$* !”)

- Explicação muito confusa?
Resumindo: estava bem psicologicamente e fisicamente, quando vi onde estava, pensei que iriamos seguir em frente e chegava rapidamente à meta. No entanto tivemos que virar à direita para fazer uma recta, com retorno e cerca de 2 quilómetros no total.
- Mais fácil?

Para o caso de haver dúvidas!

Ia muito bem fisicamente, e até estava admirado comigo mesmo, mas como já me tinham dito, o psicológico pode acabar com o físico em segundos. E foi o que me aconteceu. Acabei por baixar bastante o ritmo, e ser ultrapassado. Nem o entretenimento de ir ver quem já voltava do retorno me distraia daquela recta que parecia nunca mais acabar.
O calor já se fazia sentir há bastante tempo, e acho que aqui devia ter existido um posto de abastecimento, e não já perto da meta como encontramos mais à frente.
Fui-me muito abaixo nesta zona. Feito o retorno, vamos continuar que estou já perto e a meia maratona já não me foge. Os últimos quilómetros foram feitos com um pouco de inclinação para logo seguida descer em direcção à meta.

Com 1:43h termino os meus primeiros 21 KM com uma fase final muito desgastante, mas vitoriosa. No geral, gostei bastante do percurso, e do apoio que existia nas ruas.

Para o ano se tudo correr bem, será uma das provas com nova passagem.