quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Corrida Urbana Terras de Santa Maria

Já tinha esta prova debaixo de olho algum tempo. Fui tendo um feedback positivo por vários atletas que já tinham participado. É um conceito diferente da corrida habitual, sendo o piso mais diversificado, e locais de passagem que dão a sua graça à prova.
Se até à inscrição, sempre tive boas indicações da prova, após a inscrição, comecei a ouvir algumas experiências menos positivas, sendo a organização a principal causa.

Gostos não se discutem, estava curioso relativamente à prova, já tinha a inscrição feita, e no final tiro as minhas conclusões.

Mais uma prova nocturna, tudo pronto, vamos para a corrida.
Cheguei com tempo de sobra para andar à vontade. Indo novamente em grupo, fomos para o local de partida para perceber onde iniciávamos. A partida era feita por grupos separados por alguns minutos de diferença, de forma a não haver muito congestionamento em locais mais apertados. Até concordei com esta teoria, só não gostei muito da ideia de começar a subir.

Fui fazendo o aquecimento, mas se calhar com muita preguiça, distracção e conversa à mistura não foi o suficiente para aquela subida inicial que me iria prejudicar.
 
Foto da partida (Não tirada por mim)
Já no local de partida, aguardo o sinal de partida para o meu sector arrancar. Dando o arranque para o 1º sector, existe também do género de um pequeno fogo de artificio que sai do pórtico de partida. Este foi o 1º momento da noite, existindo um problema técnico grave, que felizmente não passou de um susto e ninguém se magoou.
Não sei qual o nome técnico deste tipo de fogo que me refiro. Mas o mesmo devia estar no topo do pórtico virado para cima de forma a poderem disparar sem quaisquer problemas. Colocaram no topo, mas virado para baixo, assim que iniciaram a prova, começou a disparar para cima dos atletas, e inclusive começou a arder um dos placares de publicidade de plástico que se encontravam ali junto. Felizmente ninguém sofreu com isso.

Após alguns minutos, dá-se o arranque do meu bloco, e aí vou eu logo a subir.
Como disse mais acima, fiz o aquecimento, mas não como o devia ter feito, aquela subida inicial parece que me arrancou os músculos das pernas, queria evoluir e não consegui. Fiquei com os músculos presos. Após a subida tento recuperar numa estrada mais plana, mas para meu espanto seguiu-se uma série de escadas num sobe e desce repentino, e aqui foi a quebra total.
Se fosse uma prova para quebrar pernas, tinha ganho logo nos minutos iniciais. Ora, como o meu principal objectivo era terminar, lá continuei.

Percorremos em locais onde se encontram alguns dos principais pontos de interesse da localidade. Por dentro de edifícios e monumentos, ou apenas de passagem, era assim que diversificavam a prova. O mercado foi o 1º em que entramos, com uma breve passagem, seguiu-se o estádio do Feirense, que na altura se encontrava em obras, que nos obrigou a redobrar a atenção para evitar acidentes. Esta informação foi dada mesmo no local de partida, no briefing inicial. Não sei se seria melhor ter existido mais prevenção neste local devido a várias ferramentas e material que por ali existiam. Talvez evitar a passagem neste local, não sei. Penso que não houve nenhum incidente, menos mal.

A partir daqui os meus músculos começaram a reagir, e finalmente consegui impor um pouco mais de ritmo. No entanto não me quis entusiasmar em demasia, pois sabia que iria ter uma longa subida mais à frente, e que poderia fazer-me jeito ainda ter pernas para a subir.
No quilómetro 4, entramos no recinto de uma escola que se não está abandonada, mais parecia. Isto implicou que o percurso estivesse um pouco “abandalhado”, sendo nós atletas a única indicação de perigo para os restantes que ali passavam para evitar alguém se aleijar. Sendo um percurso nocturno, os frontais que a maioria dos atletas usam, inclusive os que foram entregues pela organização, não têm potência suficiente para uma iluminação que seja percetível ao que se passa à nossa volta, acho que poderia haver aqui o cuidado de colocar uma iluminação extra. Existiam fitas de marcação, mas devido à cor escura que escolheram dificultou a passagem no local, valeu o conhecimento de outros atletas em outras edições, que fui perseguindo. Coisas tão simples que podiam ter sido resolvidas.
Mas continuamos para uma escola com melhores condições, pelo menos era nova. Aqui mais uma vez, falha na marcação do trajecto, tendo existindo enganos por parte de alguns atletas.

Terminamos o ensino escolar, e temos a primeira subida mais inclinada onde muita gente chegou a parar. Aqui sentia-me bem e continuei abrandando um pouco o ritmo. Chegado ao topo temos o único abastecimento da prova onde aproveitei para me refrescar um pouco.

Não contava com esta subida, e sabia que estava a chegar à pior. Não fosse a maior parte dos atletas a falar nela, “aí vem ela”, “agora é que vai ser”, …
Entramos num trajecto de terra batida, e chegamos à subida para o castelo. Siga cavaleiros.

- “Guardei-me para aguentar esta subida, não vou parar agora”
Foi assim que avancei para ela, confiante mantive um ritmo baixo, mas certo. Aos poucos ia começando a ver o castelo que seria a minha próxima passagem. Houve algumas partes que só apetecia fazer como a maioria, e caminhar, mas mantive teimoso e continuei. Consegui chegar ao castelo. Mas aqui, já fui passo, pois meteram-se escadas pela frente que eram feitas a subir. Com uma curta passagem pelo castelo, descemos rapidamente para as traseiras, e fomos percorrendo um jardim ao encontro das grutas.

Chegado às grutas, tivemos que abrandar. Existia alguma quantidade de atletas, e o percurso era estreito, e para correr tudo em condições foi-se com calma, também por uma passagem muito rápida. Saído das grutas, houve ainda momento para continuar no jardim, aqui também com pouca iluminação. Nesta altura ao contrário do inicio da prova, as minhas pernas em vez de estarem a ficar sem força, parece que ganharam uma força extra. Não sei de onde veio tanta energia, mas deu para impor um ritmo mais alto que me ajudou a fazer os últimos quilómetros com mais velocidade. Mais escadas, terra, paralelos, e temos uma passagem pelo Convento de Lóios. Desci o convento com boa velocidade, e estamos mesmo perto da meta. Já se começava a ver o povo a apoiar, e alguns atletas que vinham para trás, para apoiar outros. Excelente espirito.

Ainda passamos num outro edifício, que salvo erro era a camara municipal, onde para não variar, existia escadas. Foram uma cisma nesta última fase da prova.
Finalmente com 48 minutos chego ao final de mais 10 KM.
Tive um inicio muito fraco, por minha culpa, mas consegui superá-lo, e finalizei muito bem, com uma energia extra.
Após o cruzamento da meta, foi a parte onde houve mais criticas à organização. Existia pouco espaço para o pessoal conseguir seguir, e onde se encontrava todos para retirar e entregar o chip das sapatilhas. Este pequeno objecto no final de uma prova, parece um bicho de 7 cabeças para tirá-lo. E houve ali um compasso de espera muito grande, existindo uma passagem muito estreita para a entrega da medalha, da água e fogaça típica da localidade.


Em resumo, estava com boas espectativas para a prova em termos de percurso, que acabaram por não me desiludir de todo, mas se calhar esperava um pouco mais. No entanto acho que poderiam dar um pouco mais de iluminação em algumas partes e rever as sinalizações, pois são pontos que podem condicionar um ou mais atletas. A parte final, é simples de resolver tendo um local mais espaçoso para os atletas chegarem e movimentar.

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