quarta-feira, 3 de maio de 2017

23ª São Silvestre Cidade do Porto

Durante o ano de 2016, acabei por fazer um reset e uma mudança na minha rotina diária e na minha vida que penso ter tido um impacto bastante significativo. A corrida completou aquela falha (grave) de actividade física que me faltava e que à tanto ansiava.
Para finalizar o ano, nada melhor que terminar com uma São Silvestre. Das últimas corridas do ano, e a minha 1ª São Silvestre. Fazendo parte do calendário de provas do grupo que integro, foi prova obrigatória para mim. Foi um fim de semana de loucos. A prova estava agendada para Domingo à noite com partida na Avenida dos Aliados. Depois de uma rápida estadia nos lados de Lisboa, e uma viagem no Domingo após o almoço para o Norte, siga para uma corrida de 10 KM. Que poderia correr mal?



Tendo em conta que estive em Lisboa para passear, obviamente que o descanso foi pouco, juntando a uma alimentação altamente calórica (já estão a imaginar?). Isto tudo a juntar a uma corrida no meio de milhares de atletas e que os primeiros 4/5 KM iriam ser muito confusos, basicamente uma corrida contra a maré. Apesar de tudo, não deixei de participar na prova e fui com o objectivo de fazer com ritmo mais moderado e chegar ao final sem qualquer compromisso de tempos pessoais.

Avançando fases de viagem mais rotinas habituais e já no Porto equipado e aquecimento feito, coloquei-me na partida onde melhor consegui. A confusão era tanta que não dava para melhor, prova disso os meus 3 minutos a caminhar desde o tiro de partida até atravessar a meta.
Já sabia que iria ser complicado ter espaço para conseguir correr nos quilómetros iniciais e assim foi. Devido ao meu bom aquecimento inicial consegui impor um ritmo mais forte inicialmente e sempre que podia, e fui desviando no meio dos atletas conforme conseguia.

Tanta pouca gente!
Se até ali tinha pensado num ritmo moderado, já estava a falhar, mas era mais forte que eu. Num para e arranca constante, travessia por passeios, muitos “com licença, deixem-me passar”, e passagem por trás da imensa multidão que ali estava a apoiar (nota rápida: Uma prova com apoio em tudo o que é local de passagem, e excelente ambiente).
Foram vários sprints curtos repentinos e travagens bruscas, um bom treino de séries e Fartlek à mistura.
O único local que me sentia bastante à vontade e que conseguia avançar com menos confusão era nas subidas, pois a maioria do pessoal abrandava bastante e não tinha tanta gente a ultrapassar em simultâneo.
Pensei que estes arranques fossem dar conta da minha caixa a pernas, mas não foi o que aconteceu, consegui finalmente ter espaço para correr á vontade e a meu ritmo. Controlei o ritmo para fazer os restantes quilómetros e chegar ao final, sem que o cansaço do fim de semana me atingisse.
 
Entrada no túnel.
O apoio manteve-se forte de principio a fim. Havia sempre alguém que puxava por nós, e foi isto que me impressionou mais nesta prova. Já perto do final, entramos no túnel, que habitualmente é percorrido por carros, mas que desta vez eramos nós que o percorríamos. Foi o único momento que deixamos de ouvir as palmas, mas para ouvir música electrónica.
À saída do túnel, já se sentia o cheiro da meta, e sentia-me muito bem fisicamente, aliás bem demais para aquilo que esperava. Chegando aos aliados, a passagem era feita pelo local de partida e contornávamos para a meta que estaria num local diferente do arranque. Aproveito a descida e aumento a passada para conseguir recuperar algum pequeno tempo que seja. Após a curva, inicia-se a última subida para a meta, com um barulho que só por ele já dá vontade de forçar um pouco mais. Se não faltou apoio durante a prova toda, na meta será escusado dizer que o ambiente era outra coisa. Avancei para a subida sem receio e dei o resto que tinha.

Quase lá.
Terminei com 48 minutos os 10 KM, sendo que tempo de chip consta 45 minutos, ou seja, os famosos 3 minutos a caminhar até passar o pórtico de partida. Penso que se conseguisse evitar metade da confusão, e as caminhadas forçadas nos primeiros quilómetros devido ao aglomerado de atletas, baixaria bem mais o tempo provavelmente atingindo um novo RP.

Foi uma excelente estreia em provas São Silvestre. A minha regra inicial de não me esforçar muito acabou por ser colocada de lado e consegui fazer bem melhor que aquilo que imaginei. Acho que vou começar a encarar as provas desta forma.
Fantástico o ambiente da prova, que não deixa ninguém indiferente.

A única situação que tenho de apontar, será mesmo da hora da prova. Ao contrário dos outros anos, não se realizou perto do final da tarde, mas sim já à noite. O que torna chato para quem não é do local, pois fica tardio para o regresso a casa sendo dia de trabalho para a grande maioria no dia seguinte. Provavelmente uma prova a repetir, mas desta vez com um arranque mais na frente para evitar a tremenda confusão de atletas.

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