sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

2ª Esmoriz Night Race

Regressar onde já se foi feliz.
Repetente ou não, tinha que ser feita. Uma prova no final de um dia de primavera, com o verão já à espreita para se poder apreciar o pôr do sol, com a temperatura já a refrescar um pouco, diferentes tipos de terreno e com um excelente ambiente.
A quantidade de atletas não disparou significativamente em relação à 1ª edição, no entanto éramos mais, a boa disposição mantinha-se, e as expectativas eram boas. Pelo menos para mim. Apesar do problema do último trail, estava a sentir-me bastante bem. Conhecia todo o percurso, sabia exactamente onde podia ou não puxar e daria o meu melhor custe o que custar.


Pela 1ª vez coloquei-me bem na frente da partida, não teria muita gente para ultrapassar ou assim pensei eu.
Com o tiro de partida dado, tentei conter-me, mas foi impossível. Estava na frente e fui completamente engolido por aquela multidão que só queria acelerar. Para mal dos meus pecados, também tive que fazer o mesmo, senão arriscava-me a levar nas pernas, tal era o movimento desta gente. Ritmo razoavelmente forte durante o 1º quilometro, até verificar que estava mais disperso e sem grandes malucos a correr desalmados. Finalmente começo a abrandar, e tento colocar um bom ritmo que me permita avançar até ao final sem grandes problemas.
Sabia que a areia estava a chegar e o desgaste seria maior, então abrando um pouco, de maneira a manter também um bom ritmo. Sorte a minha já conhecer este trajecto, pois os restantes que inicialmente iniciaram como uma moto de pista, neste momento seguiam como uma bicicleta de pneus furados. O entusiasmo é muito e dá nisto, de vez em quando ainda passo por isso.

Pronto para arrancar!
Um traçado completamente “encharcado” de areia, durante uns 2KM sensivelmente. Felizmente não custou como o ano anterior e notei isso quando volto a pisar o asfalto. Quis colocar novamente o ritmo alto e as pernas deixaram.
Passagem para os passadiços que percorrem paralelamente à estrada, novamente os mesmos “pirilampos” que achei piada na edição anterior.
Uma situação caricata do ano anterior, foi quando estava perto do final, ter sido ultrapassado por uma mulher, que mais tarde confirmei ser a 1ª a terminar no sector feminino.
Nesta altura com cerca de 6/7 quilómetros percorridos, eis que surge a 1ª mulher a ultrapassar-me, mas com tanto ainda para o final.
Alto aí, estou com melhor forma que o ano passado, estou com um excelente ritmo que me permite aguentar bem até ao final, e já estou a ser ultrapassado? Não, não. Desta vez não me apanham desprevenido.


Não sei porquê, fiquei com a sensação que era a primeira feminina, o que me levou a ter um objectivo para esta prova, tentar acompanhar a rapariga até ao final. Esta ideia, foi o que me conseguiu manter com as pernas a andar e com um ritmo bastante constante. O ritmo era semelhante ao meu, e esforçava-se para não o perder. Cruzando com outros atletas apercebi-me que já tinha algum rótulo nestas correrias.
Com uma pequena quebra, quase me colocava como derrotado, mas felizmente o meu organismo conseguiu fazer uma pesquisa e sacar umas energias que ainda me restavam para recompor e voltar à luta.

A caminho do traçado de areia!
Ao chegar à entrada para o estádio, eis que surge a confirmação do que já vinha a matutar algum tempo. Era a 1ª feminina! Um deja vu?
Ela não tendo entendido à primeira, tive que repetir, acabando, ela, por soltar um berro de alegria. Começou logo a perguntar, se vinha alguém para trás. Estávamos dentro do estádio, com uma boa animação e apoio, no entanto não lhe conseguia confirmar se sim ou não, apenas lhe disse que estávamos quase no final e que se mantivesse o ritmo, conseguia facilmente ganhar.

Aguardei um pouco para lhe iluminar o caminho, pois tinha ficado sem frontal. E já junto à recta final começou a quebrar, mas com alguns berros lá foi andando e conseguiu ser a primeira feminina.
Uma multidão aguardava na meta e dava o apoio a todos que terminavam. Com 55 minutos voltei a passar a meta e a sentir-me bem e concretizado.

Um dos cenários que fomos deixando para trás
A organização passa completamente despercebida, no entanto não quer dizer que seja mau, antes pelo contrário. Apesar de não ter tido o mesmo sentimento que no ano anterior, continuo a achar uma prova engraçada, e relembrando sempre a alegria com que cheguei ao final da 1ª edição.

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