quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Europarque Bio Run - Mete lama nisso


É o culminar de 3 provas, Trilhos Termais, Corrida Urbana, e agora o Bio Run.
Já a havia feito anteriormente, mas era prova que não me tinha conquistado, nem me chamava atenção necessária. Sendo a última das 3, com uma classificação final do conjunto, e estava minimamente bem classificado era a motivação necessária que precisava.
Estava em 9ª lugar, a uns míseros 3 pontos da 8ª posição, e também a uns poucos dos restantes, mas tinha que ambicionar apenas uma coisa, e colocar-me a um único objectivo, encontrar o 8º classificado e terminar à frente dele, só assim o ultrapassaria.


Foto da organização

O tempo era o expectável para aquela manhã, chuva e frio, e mal cheguei ao Europarque já a chuva se sentia algum tempo, o que prometia um piso escorregadio quando cruzássemos os trilhos. O percurso é de piso misto, estrada e trilhos, sendo estes últimos com menor percentagem, contudo o suficiente para abrandar quem quisesse andar, ainda para mais com as sapatilhas que levei, que nada apropriadas eram para aquilo que ia fazer.
Já o aquecimento estava feito, quando vejo os blocos de partida a serem preenchidos em massa, tinha que tentar colocar o mais à frente possível, o suficiente para evitar congestionamentos e confusões. Aguardava o tiro de partida, mas sem encontrar o 8º classificado, não o via, teria que ser durante o percurso.

Arrancamos poucos minutos depois da hora, mas com a velocidade de como estivéssemos a recuperar tempo, percorrendo uma longa recta com pouca inclinação.
O retorno já era feito em jeito de recuperação de caixa, até entrar nos primeiros trilhos. Foi logo ali, que vi o 8º classificado, a pouco mais que 100 metros de mim, e onde queria começar a controlar a distância. Os primeiros passos sobre o terreno enlameado, foram o suficiente para perceber a escolha errada no calçado, tinha que ter cuidado para não dar uma queda mais aparatosa.
Saímos rapidamente do trilho, e seguíamos pela longa calçada que percorre o parque, e de repente estava a poucos metros de distância do meu objectivo.
Pausei e abrandei um pouco o ritmo, não seria a altura ideal para atacar, nem para andar já com ritmos mais rápidos.


A voar para a segunda volta. Foto da organização

É uma prova incerta, tanto se esta a subir, como a descer, como em estrada ou em trilhos, é mesmo tudo misturado e sem folga para descanso. A subida em zigue-zague por rampas de acesso, uma descida abrupta em terra para um jardim e a subida em asfalto até ao terreno coberto de lama provavam que não poderíamos descansar, nem com tempo para recuperar o quer que seja.
O piso estava coberto com lama, e sentindo os pés a deslizar, tive que abrandar repentinamente e calcular o próximo passo.
A lama era abundante, o single track que se seguia colado ao rio, era o segmento que mais adorei, mas que era impossível de se fazer sem ver onde colocar o pé.


Junto ao rio. Foto da organização

A saída do trilho não era fácil, numa inclinação do jardim coberta de lama obrigava o uso das mãos para equilibrar e não deslizar por ali abaixo.
A típica volta ao lago era o local ideal para conseguir recuperar algum tempo, mas dado o uso forte das pernas, sentia-as duras, e limitei a manter o ritmo.
Saí de rompante pela escadaria, e seguia em direcção à ultima secção de trilho pela longa subida sobe um passeio.
A terra ali estava mais consistente, não era tão escorregadio, mas nem isso evitava de prever qual o melhor caminho.
E de repente estava na partida/meta, contava 5 quilómetros, e teria que repetir o percurso todo novamente.
Nada que eu já não soubesse à partida, mas que me aborrecia de certa forma, não fosse ter um único objectivo, e que já tinha fugido de vista algum tempo.
A passagem pelo asfalto era feita de imediato em velocidade máxima até ao retorno, local onde o revejo finalmente, e começo a tentar a aproximação.
Entrava no trilho e já o via novamente a poucos metros de distância, mas ainda era prematuro fazer alguma coisa. Apenas controlava a distância e não o deixava fugir, aproximando gradualmente.


Contornando o lago. Foto da organização

Nas rampas de acesso via que estava mesmo a poucos metros de mim, agora era gerir para logo depois poder atacar e avançar. Entrava no asfalto e a aproximação foi tanta, que pensei logo, “está feito”, apenas descolei-me um pouco quando se meteu de novo a secção com mais lama, queria seguir sem ninguém por perto, para não atrapalhar, nem a mim.
Contudo esta parte estava mais complicada, fruto da passagem de centenas de pessoas ali, o single track que ainda era minimamente acessível, estava impossível de correr sem o pé fugir. Estava prestes a terminar aquele terreno mais enlameado, restava subir até ao lago pela mesma subida que me obrigou a usar as mãos na primeira volta.
Agora não foi excepção, mas nem isso me valeu. Assim que estou quase a chegar ao cimo, começo a sentir os pés a fugir, e só paro na base da subida.
Foi o suficiente para perder posições e o contacto com o 8º classificado, as pernas ficaram duras do esforço que fiz para subir aquilo, não conseguia colocar novamente o ritmo que queria. Quando iniciava a última grande subida, já o via a uma longa distância, a entrar no último segmento de trilhos.

Tentei ainda o último quilómetro a ver se conseguia aproximar, mas não deu. Aquele deslize foi o quanto bastou para perder aquela que provavelmente, em circunstancias normais, seria uma vitória para mim.
Apesar de tudo considero ter feito uma boa prova, tendo perdido pelo terreno estar coberto de lama, e consequentemente a má escolha do calçado.

Tendo faltado no ano anterior, penso já ter havido algumas melhorias por parte da organização, contudo, não considero ser o meu tipo de provas de eleição, não sendo uma prova de estrada, nem de trilhos.

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