quinta-feira, 29 de março de 2018

Prova de Atletismo de Cesar


Desta água não beberas. No entanto quando a sede aperta, … Este é um caso que se enquadra perfeitamente nestes termos.
Em Cesar, após os 8 quilómetros mais difíceis que até hoje realizei, afirmei que ali não voltaria, que não gostava da prova, que não achei piada nenhuma, bla bla bla … E o que aconteceu? Pois é, nova inscrição e correr. Por incrível que pareça, disse sempre que não ia, mas no final acabei por ceder, como se costuma dizer, o sangue começa a ferver e lixa-se tudo. Para tentar minimizar o impacto de ter que fazer aquilo tudo novamente, causando grande desgaste psicológico, pensei em lutar por um objectivo que era os 35 minutos, recuperar 3 minutos ao ano anterior. Assim podia ser que se anime mais a coisa.


Com uma equipa enorme, lá fomos para Cesar para mais uma amostra de 3 voltas manhosas.
Ainda com 1 hora de antecedência, deu para levantar os dorsais e fazer um aquecimento, até à hora de partida que acabou por atrasar devido às restantes provas que iam acontecendo antes da nossa. O percurso era exactamente o mesmo, já o calor não foi o mesmo, estava um dia excelente para dar às pernas, nem muito calor, nem muito frio.
Ainda com alguma teimosia minha tentei colocar-me o mais à frente possível, mas acabei por não o conseguir. Quando o tentei fazer, rapidamente fui engolido pela multidão que fez com que ficasse um pouco para mais trás do que pretendia.

Logo após o tiro de partida, tento avançar o mais rápido possível, mas não estava a dar. Alguns desvios, arranques e paragens, estava a ser difícil. Sobe passeio, desce passeio, novos arranques e finalmente ao chegar à primeira descida consegui abrir a passada e lá vou eu adiantando serviço. Fim da confusão, e tenho um teste com o psicológico, pernas e caixa. Vamos ver se a máquina aguenta estes andamentos. Tento sempre impor ritmos abaixo dos 4 minutos, e incrivelmente estava a aguentar-me bem. É certo que a fase inicial e as descidas ajudavam, até à grande subida onde o objectivo seria gerir, abrandando ligeiramente. Com um ritmo mais brando, e numa luta contra o psicológico chego à meta para mais uma volta.
Novamente aproveito as descidas e planos para acelerar mais um pouco, e já bastante disperso, consigo bons ritmos, estando forte fisicamente, e a respiração a encaixar na perfeição com o todo o resto.
Restava o psicológico que seria a grande chave para continuar assim, e que me preocupava para a última volta que ainda faltava.

Partida
E qual a melhor maneira para enganar a mente numa prova? Colocar mais um objectivo, tentar acompanhar alguém que vejo ter o meu ritmo. Antes da subida, acompanho outro atleta, que ao mesmo tempo pareceu-me ter feito o mesmo e “colar-se” a mim. Já na subida, noto que ele fica um pouco ofegante e não consegue progredir, acabando por recuar, e colocar-se atrás de mim. Com dentes cerrados, fiz uma vez mais os cerca de 2 quilómetros a subir até à meta, onde se encontrava uma grande multidão que ia dando apoio. Finalmente o arranque para a última volta, olho para o relógio e vejo que estou dentro do possível para conseguir o tempo desejado. O cansaço já começava a ser evidente, mas sabia que conseguia manter um bom ritmo e assim o fiz. Não me recordo de uma prova que tenha ultrapassado tanta gente, consegui ser consistente até à última passagem na subida. Sabia que a meta já era logo de seguida, mas não estava a conseguir, os ritmos baixaram bastante e estava a ficar sem margem de tempo para conseguir o objectivo. Logo após uma curva que nos levava até ao final, a inclinação já não era tanta, e consegui abrir a passada conseguindo os 35 minutos.

Esta foi a melhor maneira que encontrei para fazer estes 8 quilómetros, sem que fossem um sacrifício físico e psicológico.

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